Top Qs
Linha do tempo
Chat
Contexto

Diario de Pernambuco

jornal brasileiro Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Diario de Pernambuco
Remove ads

Diario de Pernambuco[nota 1] é um jornal publicado na cidade do Recife, capital do estado de Pernambuco, Brasil. É o mais antigo periódico em circulação da América Latina, fundado em 7 de novembro de 1825 pelo tipógrafo Antonino José de Miranda Falcão.[1] Quando o Diario de Pernambuco foi fundado, o Recife ainda não era a capital do estado, fato que só ocorreu um ano e três meses depois.

Factos rápidos S.A. Diario de Pernambuco ...
Remove ads

História

Resumir
Perspectiva

O Diario foi fundado na casa de seu criador, na rua Direita nº 256, e primeiramente era impresso numa única folha, como um caderno de anúncios de imóveis, achados e perdidos, leilões, etc, ao custo de 40 réis. Em seu primeiro número, como apresentação e sob o título de Introducção, o editor assim justificou a sua publicação (grafado de acordo com a grafia usada àquela época):

Faltando nesta cidade assaz populosa um Diario de Annuncios, por meio do qual facilitassem as transacções e se communicassem, ao publico noticias que a cada um em particular podem interessar, o administrador da Typographia de Miranda e Companhia se propoz a publicar todos os dias da Semana excepto os domingos somente o presente Diario, no qual debaixo dos titulos de Compras- / vendas - Leilões - Alugueis - Arrendamentos - Aforamento - Roubos - Perdas - Achados - fugidas e Aprehensões de escravos - Viagens - Afretamentos - Amas de leite etc., tudo quanto disser respeito a taes artigos; para o que tem convidado a todas as pessoas, que houverem de fazer estes ou outros quaesquer annuncios, aos levarem a mesma Typographia que lhes serão impressos gratis, devendo ir assignados.
Thumb
Anúncio de serviços fotográficos no jornal Diario de Pernambuco, edição de 4 de outubro de 1860 (Acervo da Biblioteca Nacional do Brasil).

Em 1835, o jornal foi vendido a Manuel Figueroa de Faria, sendo transformado em órgão oficial dos governos da província, posição mantida até 1911. Entre 1848 e 1849, o Diario realizou uma cobertura ampla da Revolução Praieira. O veículo assumiu uma posição antiescravista já na década de 1850, 38 anos antes da abolição. Em maio de 1888, exaltou a Lei Áurea, dando cinco dias de férias aos funcionários. Em 1901, Francisco de Assis Rosa e Silva assume como proprietário. Em 1908, quando completou 83 anos, o veículo anexou ao título o slogan: “Jornal mais antigo em circulação na América Latina”.[2] O coronel Carlos Benigno Pereira de Lira, industrial e fazendeiro em Alagoas e Pernambuco, assume a presidência em 1913. Foi nessa gestão que Gilberto Freyre passou a ser cronista e articulista, assinando textos para o jornal até 1986, quando morreu.

No dia de seu centenário, em 1925, comemorado por toda a sociedade pernambucana, o Diario circulou com 60 páginas, trazendo em sua capa uma ilustração de autoria do pintor Manuel Bandeira.[1]

Em 1903, o jornal mudou-se para seu endereço mais famoso, na Praça da Independência, conhecida do povo do Recife como a Pracinha do Diario, onde permaneceu por 101 anos, até 2004.[1] Estabeleceu-se na Rua do Veiga, 600, no bairro de Santo Amaro de 2004 até 2016, quando se mudou para sua atual sede, na Avenida Marquês de Olinda, 133, próxima à Praça do Marco Zero. Desde 1931 pertence ao consórcio Diários Associados.[3]

Durante sua longa trajetória, o Diario sofreu severa censura em várias ocasiões, com o empastelamento de suas rotativas, jornais queimados e rasgados, depredações da sede, e deixou de circular por alguns dias nos anos de 1911, 1912, 1931 e 1945. Um dos fatos mais marcantes de sua história foi o assassinato do estudante universitário Demócrito de Souza Filho, na sacada do prédio do jornal, pela polícia política de Getúlio Vargas, em março de 1945.[1] Na década de 1960, o periódico assume uma posição marcadamente oposicionista ao governo de João Goulart, acreditando que o país estava ameaçado pelo comunismo.[carece de fontes?] Em Pernambuco, intensifica uma campanha contra a gestão de Miguel Arraes. Em 1964, celebra o Golpe de Estado no Brasil em 1964 e dá ampla cobertura aos governos militares.[carece de fontes?]

Em 19 de janeiro de 2015, o jornal teve 57,5% das suas ações compradas pelo Sistema Opinião de Comunicação, de propriedade de Cândido Pinheiro, que passou a ser sócio majoritário em relação aos Diários Associados, que agora passavam a responder por apenas 42,5% das ações. O mesmo ocorreu com várias empresas do grupo no Nordeste do Brasil.[4] Em 13 de outubro do mesmo ano, o Grupo R2, dos irmãos Maurício Rands e Alexandre Rands, adquiriu 78% das ações do periódico e das rádios Clube FM e Rádio Globo Recife.[5]

Em 2016, as edições de sábado e domingo do jornal foram unificadas e transformadas numa "super edição" impressa aos sábados, seguindo o exemplo de outros jornais pelo país. A edição dominical passou a ser disponibilizada on line para os assinantes das versões impressa e digital. As medidas haviam sido tomadas devido à crise econômica no país, mas não foram suficientes para estancar os problemas financeiros do jornal, que teve vários demitidos entre 2017 e 2018 e um princípio de greve em janeiro de 2019.[6]

Em 19 de outubro de 2019, após oito meses de negociações, o Grupo R2 vende o jornal, juntamente com as rádios Clube FM e Rádio Clube para o advogado e empresário Carlos Frederico de Albuquerque Vital, conselheiro do Sport Club do Recife e vice-presidente jurídico da Associação dos Cronistas Desportivos de Pernambuco, além de proprietário de outros empreendimentos menores.[7] A venda do jornal foi vista com entusiasmo por alguns e receio por outros. Enquanto uns indicavam que o novo dono teria simpatia em demasia por socialistas, outros o taxavam de apoiador do então presidente, Jair Bolsonaro. A linha editorial do jornal todavia, manteve-se com distanciamento político, fiel à sua tradição.[8]

Em 15 de fevereiro de 2020, o jornal inclui a frase "Rumo aos 200 anos" junto ao slogan da edição impressa. E em 18 de dezembro de 2020, o jornal trocou seu caderno e seu portal de esportes, se desvinculando do portal mineiro SuperEsportes, de quem era parceiro desde 2010, para criar o EsportesDP[9], mais integrado ao site do jornal.

Remove ads

Editorias

  • Opinião
  • Política
  • Economia
  • Brasil
  • Mundo
  • Vida Urbana
  • EsportesDP [10]
  • Viver

Prêmios

Prêmio ExxonMobil de Jornalismo (Esso)

  • 2004: Esso Regional Nordeste, concedido a Vandeck Santiago, pela reportagem "Francisco Julião, As Ligas e o Golpe Militar de 1964".[11]
  • 2006: Esso de Informação Científica, Tecnológica e Ecológica, concedido a Sílvia Nessa, pela reportagem Nordeste Conectado".[12]
  • 2008: Esso Regional 1, concedido a Silvia Bessa e Marcionila Teixeira, pela reportagem "Hanseníase ".
  • 2008: Esso de Melhor Contribuição à Imprensa, concedido a Marcondes Brito e Vera Ogando, por "DIARIO EM BRAILLE Pelo extraordinário alcance social da iniciativa, ao permitir que milhares de deficientes visuais do Estado de Pernambuco passassem a dispor das mesmas informações impressas diárias oferecidas aos demais".[13]
  • 2009: Esso Regional 1, concedido a Silvia Bessa, com o trabalho "Quilombola - Os direitos negados de um povo".[14]
  • 2010: Esso Regional Norte/Nordeste, concedido a Fred Figueiroa e Juliana Colares, pela obra "O Caminho Sem Volta".[15]

Prêmio Vladimir Herzog

Prêmio Vladimir Herzog de Arte
Mais informação Ano, Obra ...
Menção Honrosa do Prêmio Vladimir Herzog por Arte
Mais informação Ano, Obra ...
Prêmio Vladimir Herzog de Fotografia
Mais informação Ano, Obra ...
Remove ads

Bibliografia

Notas

  1. Em referência histórica, seu nome é grafado sem o acento agudo.

            Ligações externas

            Loading related searches...

            Wikiwand - on

            Seamless Wikipedia browsing. On steroids.

            Remove ads