Top Qs
Linha do tempo
Chat
Contexto
Dom Rodrigo
Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Remove ads
O Dom Rodrigo, também grafado Dom-Rodrigo, é um doce tradicional do Algarve, em Portugal. Também são conhecidos como rodriguinhos.[1]
A sua origem não é consensual uma vez que não se conhece a existência de fontes documentais que comprovem inequivocamente a sua origem. Historicamente o doce é frequentemente associado às cidades de Lagos e Tavira.[2]
Desde dezembro de 2025 o Dom Rodrigo está certificado com o estatuto de Indicação Geográfica Protegida (IGP).[2][3]
Remove ads
Descrição
O Dom Rodrigo é um dos doces mais conhecidos no Algarve, sendo um exemplo da culinária com produtos endógenos da região, especialmente a amêndoa, da qual usa o miolo.[4] Os outros ingredientes são fios de ovos, ovos-moles, água, açúcar e canela.[4]
Tal como a maioria da doçaria conventual portuguesa, a base é a mistura de ovos e açúcar,[5] sendo também utilizados outros ingredientes, como miolo de amêndoa.[6] Os ovos são utilizados de duas formas, tanto em fios com as gemas.[6]
Em termos de apresentação, os doces Dom Rodrigo foram servidos de três maneiras, ao longo da sua história: em forma de rebuçados, em taças de porcelana ou de vidro, sendo desta forma comidos com uma colher, e embrulhados em papel metalizado,[4] em tons prateados ou coloridos.[6] Esta última apresentação é a mais comum.[4] Um dos principais eventos onde participa o Dom Rodrigo é a Arte Doce, organizada anualmente pela Câmara Municipal de Lagos.[4]

Remove ads
História
Resumir
Perspectiva
Uma das hipóteses sobres a origem do Dom Rodrigo está relacionada com o Convento de Nossa Senhora do Carmo. Segundo a tradição popular o doce terá sido sido produzido para agradar o governador e capitão general do Algarve, D. Rodrigo de Menezes, que terá dado origem ao nome do doce.[4] Na primeira metade do século XX, a casa Taquelim Gonçalves, que é o mais antigo estabelecimento de doces regionais em Lagos, passou a apresentar o Dom Rodrigo embrulhado em papel de alumínio, primeiro em cor de prata e depois noutros tons, de forma a tornar-se mais atraente para os compradores.[4]
Este doce é uma das receitas tradicionais de Lagos, sendo considerado, devido à sua antiguidade, como parte do património cultural da cidade, pelo que foi alvo de um conjunto de iniciativas por parte da Câmara Municipal de Lagos para a sua preservação.[4]
Na edição de 2019 da Arte Doce, a principal atracção foi um Dom Rodrigo gigante, com 125,4 Kg, que foi certificado como o maior do mundo por um juiz da associação Guinness World Records.[4] A criação deste doce gigante foi promovida pela autarquia de Lagos e feita por cozinheiras locais ao longo de três dias, nas instalações da Escola EB 2,3 Tecnopolis de Lagos, tendo sido utilizados 372 ovos inteiros, 2940 gemas, 229 Kg de açúcar, 18 Kg de miolo de amêndoa, 45 l de água e 360 gr de canela.[4] Outra iniciativa da autarquia para a divulgação do Dom Rodrigo foi a sua inscrição no concurso 7 Maravilhas Doces de Portugal.[4] A Câmara Municipal de Lagos procurou igualmente certificar o doce, através da criação de um selo de qualidade, medida que já foi tomada noutros locais do país, como aconteceu com os Ovos moles de Aveiro e os Pastéis de Tentúgal que foram classificados como sendo de Classificação Geográfica Protegida.[4]
A 9 de dezembro de 2025 foi tornada pública, em Diário da República, a decisão de atribuir ao Dom Rodrigo o estatuto de Indicação Geográfica Protegida (IGP).[3] O processo de certificação foi promovido pela ADRA — Associação dos Doces Regionais do Algarve, com base no reconhecimento do seu caráter tradicional, da estreita relação com o território e da continuidade de práticas artesanais transmitidas entre gerações.[3] Atribuído este estatuto, fica assegurado aos consumidores que cada exemplar é elaborado exclusivamente na área geográfica definida — correspondente às 67 freguesias dos 16 concelhos do Algarve — e que a sua produção obedece a um exigente regime de controlo e certificação.[3]
Remove ads
Referências
- S.A, Priberam Informática. «Dicionário Priberam da Língua Portuguesa». Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Consultado em 10 de novembro de 2024
- Lusa (12 de dezembro de 2025). «Doce regional algarvio dom rodrigo obtém decisão favorável à denominação de IGP». Agroportal. Consultado em 14 de dezembro de 2025
- «Dom Rodrigo do Algarve já tem Indicação Geográfica Protegida». Sul Informação. 12 de dezembro de 2025. Consultado em 13 de dezembro de 2025
- «Rom Rodrigo de Lagos: O Doce Sabor da Tradição». Revista Municipal de Lagos. Lagos: Câmara Municipal de Lagos. Agosto de 2019. p. 4-6. Consultado em 11 de Outubro de 2019 – via Issuu
- ABREU e PINHO, 1984:280-282
Bibliografia
Leitura recomendada
Ligações externas
Wikiwand - on
Seamless Wikipedia browsing. On steroids.
Remove ads
