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Eleições gerais de Angola de 2022

eleições gerais realizadas em Angola Da Wikipédia, a enciclopédia livre

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Foram realizadas eleições gerais em Angola a 24 de Agosto de 2022 para os cargos de Presidente e de deputado da Assembleia Nacional.[1]

 2017               
Eleições gerais de Angola de 2022
Presidente para o período 2022-2027
220 lugares na Assembleia Nacional
24 de agosto de 2022
João Lourenço - MPLA
Assentos obtidos: 124  
 
51.17%
Adalberto Costa Júnior - UNITA
Assentos obtidos: 90  
 
43.95%
Benedito Daniel - PRS
Assentos obtidos: 2  
 
1.14%
Nimi A Simbi - FNLA
Assentos obtidos: 2  
 
1.06%
Florbela Malaquias - PHA
Assentos obtidos: 2  
 
1.02%

Presidente

Apesar da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) dar a vitória ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) por 51%, o resultado foi contestado pela União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) e pela Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA–CE),[2] sendo alegadas irregularidades na contagem dos votos.[3] A despeito de tais reclamações, tanto a CNE como o Tribunal Constitucional, respectivamente órgão executivo e órgão judiciário da matéria eleitoral angolana, declararam improcedentes e insuficientes as alegações[4] e recursos apresentados,[2][5] ratificando o resultado e marcando a data de posse do Presidente e da Vice-Presidente para dia 15 de setembro de 2022 e dos deputados para o dia seguinte.[6]

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Sistema eleitoral

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Novo edifício da Assembleia Nacional, em 2013.

Os 220 membros da Assembleia Nacional são eleitos por dois métodos; 130 são eleitos por representação proporcional de lista fechada em uma única circunscrição nacional, com assentos distribuídos proporcionalmente. 90 são eleitos em 18 círculos eleitorais de cinco lugares, usando o método D'Hondt.[7][8] Os eleitores devem ter pelo menos 18 anos de idade e não ter uma condenação por falência, condenação criminal, dupla cidadania ou ter sido declarado com perturbações mentais. Os candidatos devem ter no mínimo 35 anos.[7] Pela primeira vez, os angolanos residentes no estrangeiro têm direito de voto.[9]

O presidente é eleito por votação dupla simultânea — no qual vários cargos, como o de presidente e os membros de uma legislatura, são eleitos por meio de um único voto para uma lista partidária —, em voto maioritário unipessoal de maioria simples, e pode cumprir no máximo dois mandatos. Cada partido participante indica um candidato presidencial no topo de sua lista, que deve ser claramente identificado no boletim de voto. O principal candidato do partido mais votado é eleito presidente de acordo com a constituição de 2010.[10][11]

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Cenário anterior

Na eleição de 2017 o Movimento Popular de Libertação de Angola venceu de forma esmagadora, obtendo 61% dos votos. Embora o partido tenha perdido 25 assentos, manteve a sua maioria na Assembleia Nacional, garantindo 150 assentos. O maior partido da oposição, a União Nacional para a Independência Total de Angola, ganhou 51 lugares, acrescentando 19 novos assentos no parlamento com um total de 26% dos votos. A Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral conquistou 16 cadeiras, o Partido de Renovação Social ganhou duas e a Frente Nacional de Libertação de Angola garantiu uma.[12]

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Candidaturas

Estiveram nas listas eleitorais de 2022:[13][14][15][16][17][18]

Mais informação Partido/Coligação, Espectro ...

Campanha

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A 5 de Outubro de 2021, os partidos de oposição UNITA, Bloco Democrático e PRA JÁ Servir Angola anunciaram a formação de uma coligação denominada Frente Patriótica Unida. Adalberto Costa Júnior da UNITA foi anunciado como candidato da FPU para desafiar o presidente João Lourenço em coletiva de imprensa do porta-voz do grupo Amândio Capoco.[19] Capoco a descreveu como "uma aliança de angolanos ansiosos por mudanças".[20] Adalberto Costa Júnior respondeu anunciando que estaria pronto para desafiar João Lourenço, declarando que "a nossa pátria clama por mudanças", descrevendo o país como "assolado pelo desespero e pelo empobrecimento".[21] Em março de 2022 a FPU não pôde se inscrever como coligação por não cumprimento de requisitos eleitorais, muito embora tenha continuado a existir como plataforma oposicionista durante a campanha eleitoral.[22] Os membros dos partidos Bloco Democrático e PRA JA-Servir Angola optaram por se inscrever na lista da UNITA, ficando fora da eleição.[23][24]

A campanha também foi ofuscada pela morte do antigo presidente José Eduardo dos Santos em 8 de julho de 2022.[25] No entanto, havia uma briga em andamento entre os membros da família Dos Santos e entre parte da família e o Estado angolano acerca do sepultamento.[25]

Apesar do clima de crispação, a campanha também ficou marcada pela participação dos líderes dos três principais partidos (MPLA, UNITA e CASA-CE) num culto ecuménico, no domingo anterior às eleições, pela primeira vez na história.[26]

O MPLA, por sua vez, indicou pela primeira vez uma mulher, Esperança da Costa, como vice-cabeça de lista.[27]

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Resultados oficiais

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Perspectiva

Os resultados divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), o órgão máximo das eleições angolanas, encontram-se na tabela abaixo. Apesar da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) dar a vitória ao MPLA por 51%, o resultado não foi reconhecido pela UNITA e pela CASA-CE, que contestaram o número de mandatos atribuídos a cada partido, sendo alegadas várias irregularidades na contagem dos votos, em particular na soma dos resultados das actas-síntese.[3][28] Do mesmo modo, os delegados da UNITA que fazem parte da CNE ensaiaram demarcar-se dos resultados apresentados, tendo a própria CNE reconhecido que poderia haver alterações aos resultados finais.[29]

A 29 de agosto, a CNE anunciou ter aprovado o resultado final.[30] Após o anúncio, os partidos teriam 72 horas para reclamar dos mesmos junto do Tribunal Constitucional.[31]

Em 7 e 8 de setembro de 2022 o Tribunal Constitucional, verificando os documentos da CNE, julgou que eram insuficientes e improcedentes as alegações[4] e recursos apresentados pelas agremiações políticas UNITA e CASA-CE,[2][5] ratificando o resultado e marcando a data de posse do Chefe do Executivo para dia 15 de setembro de 2022 e dos membros do Legislativo para o dia seguinte.[6]

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Resultados por província

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Os resultados por província divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), o órgão máximo das eleições angolanas, encontram-se nas tabelas abaixo:

Mais informação Província, % ...

Bengo

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Benguela

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Bié

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Cabinda

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Cuando Cubango

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Cuanza Norte

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Cuanza Sul

Mais informação Partido, Votos ...

Cunene

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Huambo

Mais informação Partido, Votos ...

Huíla

Mais informação Partido, Votos ...

Luanda

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Lunda Norte

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Lunda Sul

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Malanje

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Moxico

Mais informação Partido, Votos ...

Namibe

Mais informação Partido, Votos ...

Uíge

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Zaire

Mais informação Partido, Votos ...
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Referências

  1. Presse, AFP-Agence France. «Angola Sets August 24 Election Date». www.barrons.com (em inglês). Consultado em 4 de junho de 2022
  2. Welle (www.dw.com), Deutsche (7 de setembro de 2022). «Eleições em Angola: Tribunal Constitucional rejeita recurso da CASA-CE». Consultado em 10 de setembro de 2022
  3. Rodrigues, António. «UNITA não reconhece resultados provisórios». PÚBLICO. Consultado em 29 de agosto de 2022
  4. Lusa (8 de setembro de 2022). «Angola: Tribunal Constitucional chumbou recurso da UNITA». RFI. Consultado em 10 de setembro de 2022
  5. Lusa (8 de setembro de 2022). «Tribunal Constitucional chumba recurso da UNITA». Deutsche Welle. Consultado em 10 de setembro de 2022
  6. Lusa (8 de setembro de 2022). «João Lourenço toma posse no dia 15 de setembro». RTP. Consultado em 10 de setembro de 2022
  7. Welle (www.dw.com), Deutsche. «Tudo o que precisa de saber sobre as eleições em Angola | DW | 02.08.2022». DW.COM. Consultado em 24 de agosto de 2022
  8. «Angola's Constitution of 2010» (PDF) (em inglês). Oxford Constitutional Law (Oxford University Press). 6 Jun 2017. Consultado em 27 de novembro de 2017
  9. «Constituição da Républica de Angola» (PDF). World Intellectual Property Organisation. Consultado em 27 de novembro de 2017
  10. Jornal de Angola (13 de julho de 2022). «Conheça as posições dos partidos no Boletim de Voto das Eleições de 24 de Agosto». www.jornaldeangola.ao (em inglês). Consultado em 24 de julho de 2022
  11. Deutsche Welle (30 de maio de 2022). «Angola: Uma mulher na corrida à Presidência da República». www.dw.com. Consultado em 24 de julho de 2022
  12. Angola24horas (27 de maio de 2022). «P-Njango liderado por Eduardo Chingunji quer eleger entre 8 e 30 deputados». www.angola24horas.com. Consultado em 24 de julho de 2022
  13. Deutsche Welle (23 de abril de 2022). «APN quer firmar sua base eleitoral em Angola». www.dw.com. Consultado em 24 de julho de 2022
  14. «Angola Opposition Parties Unite to Challenge MPLA's 46-Year Rule». www.bloomberg.com. 5 de outubro de 2021. Consultado em 12 de dezembro de 2021. Cópia arquivada em 5 de outubro de 2021
  15. Mendes, Candido. «Angola Opposition Parties Unite to Challenge MPLA's 46-Year Rule». BloombergQuint (em inglês). Consultado em 12 de dezembro de 2021
  16. AfricaNews (6 de outubro de 2021). «Angola's opposition parties form coalition». Africanews (em inglês). Consultado em 12 de dezembro de 2021. Cópia arquivada em 6 de outubro de 2021
  17. New York Times (8 de julho de 2022). «José Eduardo dos Santos, Longtime Angolan Ruler, Dies at 79». www.nytimes.com (em inglês). Consultado em 24 de julho de 2022
  18. «Líder da UNITA esclarece posição do partido». euronews. 29 de agosto de 2022. Consultado em 29 de agosto de 2022
  19. Portugal, Rádio e Televisão de. «CNE admite alteração dos resultados das eleições em Angola». CNE admite alteração dos resultados das eleições em Angola. Consultado em 29 de agosto de 2022
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