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Estádio Moisés Lucarelli
estádio de futebol no Brasil Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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O Estádio Moisés Lucarelli é o estádio de futebol pertencente à Associação Atlética Ponte Preta, localizado na cidade de Campinas, no interior do estado de São Paulo, Brasil. Está localizado à Praça Dr. Francisco Ursaia, 1900 (número escolhido por ser o ano de fundação do clube).
![]() | As referências deste artigo necessitam de formatação. (Julho de 2020) |
Foi inaugurado em 12 de setembro de 1948[3] com capacidade para 35 mil espectadores, construído com doações de material feitas por aficionados do clube em seis anos.[4]
Atualmente teve a capacidade diminuída para 19.728 pessoas no CNEF de 2016 a fim de proporcionar maior conforto e obedecer às novas determinações legais. Apesar da capacidade de mais de 19 mil pessoas, o estádio está liberado para apenas 17.728 para garantir maior segurança.[5]
É conhecido como "Majestoso", porque sua capacidade quando da inauguração em 1948 era na época a terceira maior do Brasil, perdendo apenas para o Pacaembu, em São Paulo e São Januário, no Rio de Janeiro.
O Moisés Lucarelli é um dos poucos estádios do Brasil construídos por seus próprios torcedores e homenageia Moysés Lucarelli (1900-1978), sócio do clube por muitos anos e idealizador do estádio, que angariou fundos entre associados e pessoas da comunidade. Lucarelli não queria ser o patrono do estádio, mas a diretoria aproveitou-se de uma viagem dele à Argentina para colocar seu nome e teve de acatar a homenagem — apesar de o nome do ex-presidente ser grafado com Y, o nome oficial do estádio é grafado com I.[3][6]
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História de Moysés na Ponte Preta
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O sonho ponte-pretano de construir seu próprio estádio de futebol começou a ser perpetuado pelas mãos de um dos principais dirigentes da história do clube: Moysés Lucarelli (ou Moisés), o homem que uniu toda uma cidade em torno do objetivo de construir o Majestoso. Nascido em Limeira, dia 18 de junho de 1898, Moysés Lucarelli mostrava-se dinâmico e acima de tudo um apaixonado pelo clube, ao aceitar o desafio de erguer o estádio. Conseguiu, depois de muitas dificuldades com as irrisórias contribuições provenientes da venda de títulos de sócios. Na época, o futebol não apresentava ainda características empresariais.[7][8]
Para que os trabalhos fossem acelerados e executados ao seu gosto, Lucarelli insistia em fiscalizar os operários no próprio local das obras. Durante a construção, desrespeitando as recomendações médicas, chegava a permanecer dez horas por dia sob o sol, o que eliminou em pouco tempo cerca de 40% da sua capacidade visual, através de úlcera nas córneas. Moysés Lucarelli, que jamais negou seu amor pela cidade e pela Ponte Preta, aos 17 anos iniciava sua história no clube, um time de apenas "11 camisas", como era chamada pejorativamente a equipe campineira por não ter um estádio próprio para jogar. Logo assumiu o cargo de cobrador da associação que possuía cerca de 40 sócios. Aos poucos fez esse número crescer para que a Ponte pudesse se manter em pé.

Em 1922, assumiu a secretaria e em 1930 tornou-se o homem mais importante do clube: foi um diretor sem pasta, mas sempre disposto a trabalhar e jamais deixou de alimentar o seu maior sonho, o de construir um estádio, a chamada casa da Ponte Preta. Ele nunca chegou ao cargo de presidente, porém marcou a história como nenhum outro que tenha ostentado a "faixa" no peito.
Moysés jamais escondeu um outro orgulho como dirigente de futebol: junto com Roberto Gomes Pedrosa e Gerolamo Ometo, entre poucos outros, foi criador da Lei de Acesso no futebol paulista, em 1947, medida pioneira no futebol brasileiro e que foi implantada a partir de 1948.
Em 1960, mesmo percebendo que a Ponte estava descendo para uma divisão inferior, ele pregou com sua autenticidade a manutenção das regras. Aos amigos no clube, disse que no dia em que a Lei do Acesso terminasse, o futebol do interior iria morrer. Por isso a Ponte desceria de divisão e teria de lutar para retornar ao grupo principal.
Em 11 de setembro de 1975, quando a Ponte completou seu Jubileu de Diamante, o comerciante e industrial aposentado - era proprietário de uma fábrica de fogões - Moysés Lucarelli, concedeu uma de suas últimas entrevistas ao Correio Popular. Faleceu em 24 de março de 1978 na cidade de Campinas, aos 78 anos, e foi enterrado no Cemitério da Saudade.[9][10][11]
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Maiores públicos
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A Ponte Preta, jogando no Estádio Moisés Lucarelli, tem pelo menos dezesseis públicos a partir de 25.000 espectadores, oito deles com mais de 30.000, considerando-se que nem todos os públicos presentes são conhecidos nos dias atuais.
É possível que o seu recorde de público tenha sido no jogo entre Ponte Preta e Santos FC, em 16 de agosto de 1970, quando 33.228 espectadores (28.992 pagantes e 4.236 menores) viram a vitória dos visitantes por 1 a 0.[13][14] Porém, segundo historiadores, havia cerca de 45 mil torcedores dentro do estádio[13][14] e mais quatro mil pessoas do lado de fora, sem conseguir entrar. No final desse campeonato paulista, a Ponte Preta conquistou o vice-campeonato.
Oficialmente, o maior público é da derrota por 3 a 1 da Ponte Preta para o São Paulo FC, em 1 de fevereiro de 1978: 37.274 torcedores, sendo 34.985 pagantes.[15]
Públicos presentes.[16][17][18][19][20][21][22][23][24]
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Partidas memoráveis
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- Ponte 0 x 3 XV de Piracicaba - Partida inaugural do estádio
Pela primeira partida oficial realizada no novo estádio, a Ponte foi surpreendida e derrotada pelo XV de Piracicaba por 3 a 0 na abertura do returno da 2ª Divisão de 1948, no dia 12 de outubro daquele ano. Era a inauguração daquele que era o 3° maior estádio do Brasil na época.[25]
- Ponte 5 x 1 Taubaté - A primeira vitória
O primeiro triunfo da "Macaca" no Majestoso aconteceu em 24 de outubro de 1948, em partida contra o E.C. Taubaté, onde a Ponte goleou o visitante por 5 a 1, com gols de Gaspar (3), Armandinho e Vicente.
- Ponte 2 x 0 Estudiantes - A primeira vitória internacional
A primeira vitória contra um time estrangeiro aconteceu frente ao Estudiantes, um grande clube da Argentina, em um jogo amistoso no dia 17 de fevereiro de 1952.
- Ponte 0 x 2 Internacional-RS - Reinauguração dos refletores
Partida disputada em 1 de setembro de 1975, uma segunda-feira à noite. O adversário sagraria-se campeão brasileiro pela primeira vez nesse ano, mas não chegou a estragar a festa da torcida ponte-pretana, que gerou uma renda fabulosa de de Cr$ 181.045,00 no dia do jogo e que ainda teve uma grande venda antecipada não contabilizada nesse valor.[26]
- Ponte 2 x 1 Guarani - Campeonato Paulista de 1979
Em 1980, Ponte e Guarani decidiriam vaga para final do Campeonato Paulista do ano anterior. Com trinta mil ponte-pretanos no Majestoso, a Macaca venceu a partida de ida por 2 a 1. No jogo de volta, nova vitória da Ponte, por 1 a 0, com direito a invasão de gramado por parte da torcida da Ponte. A Macaca iria para a sua terceira final de Paulista, enquanto o rival teria que esperar mais 8 anos para chegar a uma final estadual, pela primeira vez.
- Ponte 2 x 0 Grasshoper - Despedida do "Mestre Dicá"
No dia 26 de janeiro de 1986, o maior ídolo da história da Macaca, Dicá, se despedia da torcida em uma partida amistosa no Majestoso contra o Grasshoper da Suíça.
- Ponte 1 x 1 Náutico - O retorno a elite nacional
Vice-campeã do Campeonato Brasileiro Série B de 1997, a Ponte voltaria à elite depois de 11 temporadas, após um empate com o Náutico por 1 a 1, com um público de 21.070 pessoas no Majestoso. O acesso se tornou a volta por cima do clube, depois de 10 anos de uma grande crise financeira e temporadas irregulares dentro de campo.[27]
- Ponte 5 x 0 Mirassol - Campeonato Paulista da Série A-2 de 1999
A Ponte voltava a Série A1 do Campeonato Paulista líder absoluta de seu grupo com 42 pontos. O jogo de encerramento aconteceu com um público de 25 mil pessoas no Majestoso: a Ponte goleou o adversário e retornava à elite estadual depois de 4 anos.[28]
- Ponte 3 x 2 Atlético-MG - O gol do meio campo
Dia 8 de agosto de 2000 pela Copa João Havelange, a Ponte enfrentava um forte adversário e venceu pelo placar de 3 a 2, sobrando em campo com boas atuações de Washington, Macedo e Adrianinho. Mas quem se destacou naquele jogo foi "Jacozinho", que fez um lindo gol do meio campo, deixando a sua torcida enlouquecida no Majestoso.[29]
- Ponte Preta 2 x 0 Fortaleza - Brasileirão 2003
A Ponte brigava contra o rebaixamento naquele ano e precisava de uma vitória para escapar. Com mais de 18 mil pessoas no estádio, o time de Campinas se garantiu na elite do futebol e rebaixou a equipe cearense para a Série B.[30]
- Ponte 2 x 0 Deportivo Pasto - A Ponte para a América do Sul
Na 1ª fase da Copa Sul-Americana de 2013 a Ponte já havia despachado o Criciúma Esporte Clube com uma vitória fora de casa e um empate magro em Campinas. Mas foi contra o time colombiano Deportivo Pasto que a Ponte conquistou sua primeira vitória por uma competição oficial da Conmebol, diante de mais de 15 mil ponte-pretanos.[31]
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Imagens
Ver também
Referências
- Ministério do Esporte (28 de janeiro de 2016). «Guia de Classificação dos Estádios» (PDF). Ministério do Esporte. São Paulo-SP. Consultado em 12 de fevereiro de 2025. Cópia arquivada (PDF) em 8 de fevereiro de 2016
- «Cadastro Nacional de Estádios de Futebol da CBF 2016» (PDF). Consultado em 27 de fevereiro de 2016
- «Estádio Moisés Lucarelli». Consultado em 19 de fevereiro de 2022
- "'Se Moysés pudesse, viria correndo'", Giuliander Carpes, O Estado de S. Paulo, 27/4/2008, pág. E2
- «Cadastro Nacional de Estádios de Futebol da CBF 2016» (PDF). Consultado em 27 de fevereiro de 2016
- Blog Pró Memória de Campinas - Personagem Moisés Lucarelli
- «Cópia arquivada». Consultado em 28 de fevereiro de 2015. Arquivado do original em 2 de abril de 2015
- «O dia que o Rei colocou 33,2 mil pessoas no Majestoso: expectativa para ver Pelé gerou o maior público da história do estádio da Ponte». ge. Consultado em 31 de dezembro de 2022
- «Pelé reuniu 33,2 mil torcedores no Majestoso em agosto de 1970, em Campinas». ACidadeON Campinas. Consultado em 31 de dezembro de 2022
- [Livro Ponte Preta, a torcida que tem um time (2010)]
- Livro História da Associação Atlética Ponte Preta - Volume IV - 1971 a 1977
- Livro Almanaque do São Paulo:90 anos de glórias (2020)
- Livro Almanaque do Santos (2012)
- Livro História da Associação Atlética Ponte Preta - Volume IV - 1971 a 1977, página 281
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Ligações externas
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