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Jihad Watch

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Jihad Watch é um blog dirigido por Robert Spencer e David Horowitz, criado em outubro de 2003, que visa chamar a atenção pública para o papel da teologia e da ideologia jihad no mundo moderno.[1] Para isso, documenta o papel que o islamismo desempenha em conflitos atuais.

Os comentários do site são escritos por Spencer, e pelos colaboradores Hugh Fitzgerald (conhecido como "Jihad Watch Vice-Presidente") e Raymond Ibrahim (autor do Al Qaeda Reader).

Veículos adversários chamaram o Jihad Watch de islamofóbico, já que Spencer deliberadamente retrataria o Islão e os muçulmanos em uma luz negativa. Spencer respondeu que o rótulo de islamofobia é usado para silenciar qualquer crítica ao Islão.[2]

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Organização

O site apresenta comentários de vários editores, e seu editor mais frequente é Robert Spencer.[3] É um projeto do David Horowitz Freedom Center.[1] Dhimmi Watch era um blog no site Jihad Watch, também mantido por Spencer, com foco em supostos ultrajes cometidos por muçulmanos.[4]

Financiamento

O Horowitz Freedom Center pagou a Spencer, como diretor do Jihad Watch, um salário anual de US$ 132.000, em 2010. A Jihad Watch também recebeu financiamento de doadores que apoiam a direita israelita,[3] e de uma variedade de indivíduos e fundações, como a Fundação Bradley e Joyce Chernick, esposa de Aubrey Chernick.[5] O Politico afirmou que, entre 2008 e 2010, "a maior parte dos 920 mil dólares que [o David Horowitz Freedom Center] repassou à Jihad Watch nos últimos três anos veio de [Joyce] Chernick".[5] Em 2015, a Jihad Watch recebeu aproximadamente 100 mil dólares em receitas, sendo três quartos dessas receitas provenientes de doações.[6]

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Conteúdo e acessos

Os artigos do Jihad Watch começam com comentários editoriais e, em seguida, geralmente apresentam um trecho com link de um site de notícias.

O Jihad Watch é um dos sites mais populares do mundo sobre o tema do terrorismo, com mais de 6.000 outros sites vinculados a ele.[7] É o blog contrajihad mais popular.[8]

Recepção

Resumir
Perspectiva

O Jihad Watch tem sido amplamente descrito como um blog anti-muçulmano,[7][9][10][11][12][13][14][15][16][17][18] e criticado por retratar o Islã como uma doutrina política totalitária.[9] O Southern Poverty Law Center e a Liga Antidifamação consideram o Jihad Watch um grupo de ódio ativo devido à sua “hostilidade extrema contra muçulmanos”.[2] O jornalista Brian Whitaker, do The Guardian, descreveu o site como “notoriamente islamofóbico”.[19] Outros críticos, como Dinesh D'Souza,[20] Karen Armstrong e Cathy Young, apontaram o que consideram serem “distorções deliberadas” do Islã e dos muçulmanos feitas por Spencer, apresentando-os como inerentemente violentos e, portanto, propensos ao terrorismo.[21][22]

A ex-primeira-ministra do Paquistão, Benazir Bhutto, escreveu em seu livro Reconciliation: Islam, Democracy, and the West que Spencer usa o Jihad Watch para espalhar desinformação e ódio contra o Islã. Ela acrescenta que ele apresenta uma narrativa distorcida, unilateral e inflamatória que apenas contribui para semear um conflito civilizacional.[23]

Abdel Bari Atwan, editor-chefe do jornal pan-árabe Al-Quds Al-Arabi, com sede em Londres, escreveu que “a maior parte do trabalho eficaz de monitoramento de sites jihadistas está sendo feita não pelo FBI ou MI6, mas por grupos privados. Os mais conhecidos e bem-sucedidos são o [Internet] Haganah, o SITE [Institute] e o Jihad Watch”.[24]

O site foi citado 64 vezes pelo terrorista de extrema-direita norueguês Anders Behring Breivik, responsável pelos atentados na Noruega em 2011.[25]

Em 2017, Christine Douglass-Williams foi destituída de seu cargo no conselho da Canadian Race Relations Foundation por seus textos publicados no blog.[26]

Referências

  1. Pertwee, Ed (10 de dezembro de 2020). «Donald Trump, the anti-Muslim far right and the new conservative revolution». Ethnic and Racial Studies (16): 211–230. ISSN 0141-9870. doi:10.1080/01419870.2020.1749688. Consultado em 31 de maio de 2025
  2. Kirchner, Julia Angwin,Jeff Larson,Madeleine Varner,Lauren (19 de agosto de 2017). «Despite Disavowals, Leading Tech Companies Help Extremist Sites Monetize Hate». ProPublica (em inglês). Consultado em 31 de maio de 2025
  3. «Outraged, And Outrageous» (em inglês). Consultado em 1 de junho de 2025
  4. Oborne, Peter (10 de novembro de 2011). «The shameful Islamophobia at the heart of Britain's press». Independent. Consultado em 1 de junho de 2025
  5. Russonello, Giovanni; Vogel, Keneth P. (9 de abril de 2010). «Latest mosque issue: The money trail». Politico. Consultado em 1 de junho de 2025
  6. Angwin, Julia; Larson, Jeff; Varner, Madeleine; Kirchner, Lauren (19 August 2017). «Despite Disavowals, Leading Tech Companies Help Extremist Sites Monetize Hate». ProPublica (em inglês). Consultado em 3 January 2020. Arquivado do original em 6 May 2021
  7. «Terrified | Princeton University Press». press.princeton.edu (em inglês). 2 de agosto de 2016. Consultado em 31 de maio de 2025
  8. Pertwee, Ed (10 de dezembro de 2020). «Donald Trump, the anti-Muslim far right and the new conservative revolution». Ethnic and Racial Studies (16): 211–230. ISSN 0141-9870. doi:10.1080/01419870.2020.1749688. Consultado em 31 de maio de 2025
  9. Kundnani, Arun (June 2012). "Blind Spot? Security Narratives and Far-Right Violence in Europe" (PDF). International Centre for Counter-terrorism.
  10. «New Media and Society». NYU Press (em inglês). Consultado em 31 de maio de 2025
  11. Herndon, Astead W. (20 de junho de 2019). «'These People Aren't Coming From Norway': Refugees in a Minnesota City Face a Backlash». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 31 de maio de 2025
  12. Huang, Frankie (4 de junho de 2025). «China's Most Popular App Is Full of Hate». Foreign Policy (em inglês). Consultado em 31 de maio de 2025
  13. Palma, Bethania (6 de abril de 2018). «Did a 'Muslima' Nurse Practitioner Decapitate Her Son Because of Her Religion?». Snopes (em inglês). Consultado em 31 de maio de 2025
  14. Palma, Bethania (6 de abril de 2018). «Did a 'Muslima' Nurse Practitioner Decapitate Her Son Because of Her Religion?». Snopes (em inglês). Consultado em 31 de maio de 2025
  15. «Wayback Machine» (PDF). www12.georgetown.edu. Consultado em 31 de maio de 2025. Cópia arquivada (PDF) em 24 de março de 2012
  16. Varisco, Daniel Martin (1 de abril de 2010). «Muslims and the media in the blogosphere». Contemporary Islam (em inglês) (1): 157–177. ISSN 1872-0226. doi:10.1007/s11562-009-0106-y. Consultado em 31 de maio de 2025
  17. Topal, Semiha (1 de setembro de 2012). «Everybody Wants Secularism—But Which One? Contesting Definitions of Secularism in Contemporary Turkey». International Journal of Politics, Culture, and Society (em inglês) (1): 1–14. ISSN 1573-3416. doi:10.1007/s10767-011-9114-z. Consultado em 31 de maio de 2025
  18. Deland, Mats; Minkenberg, Michael; Mays, Christin, eds. (2014). In the tracks of Breivik: far right networks in Northern and Eastern Europe. Berlin: LIT Verl. Consultado em 31 de maio de 2025
  19. Whitaker, Brian (7 de fevereiro de 2006). «Drawn conclusions». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077. Consultado em 31 de maio de 2025
  20. «Letting Bin Laden Define Islam - News Bloggers». newsbloggers.aol.com (em inglês). Consultado em 31 de maio de 2025. Cópia arquivada em 4 de março de 2007
  21. «Balancing the Prophet». www.ft.com (em inglês). Consultado em 31 de maio de 2025
  22. Young, Cathy (6 de junho de 2006). «The Jihad Against Muslims». Reason.com (em inglês). Consultado em 31 de maio de 2025
  23. Benazir Bhutto, Reconciliation: Islam, Democracy, and the West, Harper, 2008, pp. 245–6.
  24. Atwan, Abdel Bari (2008). The Secret History of Al Qaeda (em inglês). [S.l.]: University of California Press. Consultado em 31 de maio de 2025
  25. Shane, Scott (25 de julho de 2011). «Killings in Norway Spotlight Anti-Muslim Thought in U.S.». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 31 de maio de 2025
  26. «Race relations board member says she's been fired over writings about Islam». CBS News Toronto. 21 de dezembro de 2017. Consultado em 1 de junho de 2025
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Ligações externas

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