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Mico-leão-de-cara-preta

espécie de mamífero Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Mico-leão-de-cara-preta
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Mico-leão-de-cara-preta (nome científico: Leontopithecus caissara) é um primata brasileiro da família Cebidae e subfamília Callitrichinae e é endêmico da Mata Atlântica brasileira. Foi descoberto em 1990 na ilha de Superagüi no estado do Paraná, mas também ocorre no litoral sul de São Paulo. Acredita-se que hoje existam apenas 300 exemplares.[6][7]

Factos rápidos Estado de conservação, Classificação científica ...

Há a discussão se é uma espécie propriamente dita ou se é subespécie do mico-leão-preto, mas as evidências apontam para ser uma espécie separada desta última. Habita a floresta ombrófila densa de terras baixas e é um animal insetívoro e frugívoro.

A biologia da espécie não é muito conhecida ainda e corre grave risco de extinção, devido à distribuição geográfica restrita e ao baixo número de indivíduos existentes. Não existe população do mico-leão-de-cara-preta em cativeiro.

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Taxonomia e evolução

O mico-leão-de-cara-preta pertence ao gênero Leontopithecus, grupo monofilético da família Cebidae e subfamília Callitrichinae.[2] Foi descrito em 1990 por Lorini & Persson, a partir da pele de uma fêmea coletada no município de Guaraqueçaba, no Paraná, sendo a última espécie de mico-leão a ser descoberta.[8][9] Existe a discussão de que o mico-leão-de-cara-preta é uma espécie válida, ou uma subespécie do mico-leão-preto: entretanto, estudos moleculares e morfológicos corroboram com a hipótese de que é uma espécie válida, sendo grupo-irmão de um clado contendo o mico-leão-dourado e o mico-leão-preto.[10][11]

Por não serem conhecidos fósseis de mico-leões, o mico-leão-de-cara-preta não tem uma história evolutiva bem documentada por evidências palentológicas.[12]

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Distribuição geográfica e habitat

Possui uma distribuição geográfica restrita (estima-se que seja de cerca de 300 km²), sendo encontrado no litoral do Paraná, no Parque Nacional de Superagüi, e no litoral sul de São Paulo.[13][14] Foram encontrados nos vales do rio dos Patos e do rio Branco, e os limites de sua distribuição geográfica ao norte são até a Serra do Cordeiro, mas esse limite necessita confirmação.[14] Em Cananéia, foi confirmado a ocorrência na região do Ariri, na bacia do rio Turvo, e na região de Itapitangui.[14] Aparentemente, ele também pode ocorrer em locais mais para o interior, na bacia do rio Taquari e do rio Ipiranguinha, podendo ocorrer no Parque Estadual de Jacupiranga.[14] Dentre os calitriquíneos, é o que possui ocorrência mais ao sul.[14]

É encontrado principalmente em florestas pantanosas, áreas inundadas e trechos de florestas secundárias até 40 m de altitude, evitando as áreas de floresta montana e manguezais.[15] Eventualmente é encontrado na floresta ombrófila de terras baixas e nas restingas.[15]

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Descrição

Como os outros mico-leões, possui uma pelagem abundante e brilhante, principalmente na cabeça, formando uma juba.[16] Possui essa "juba" de cor negra, assim como a face, membros e a ponta da cauda.[16] O restante do corpo é de cor ruiva a dourada.

Conservação

A espécie é categorizada como "criticamente em perigo" pela IUCN e o IBAMA e já foi considerado um dos 25 primatas mais ameaçados do mundo.[3][17][9] A espécie possui uma distribuição muito restrita e um número muito baixo de indivíduos: são confirmados a existência de 260 animais, com a maior população no Parque Nacional de Superagüi.[3][9] Outros trabalhos estimam uma população de até 392 indivíduos, somada a uma baixa densidade populacional e distribuição geográfica muito restrita.[15] O Instituto de Pesquisas Ecológicas realiza um projeto específico na conservação dessa espécie, principalmente no município de Cananéia, onde se encontram as populações com maior perigo de extinção.[18]

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Referências

  1. Groves, C.P. (2005). Wilson, D. E.; Reeder, D. M, eds. Mammal Species of the World 3.ª ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press. 133 páginas. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494
  2. Rylands AB, Mittermeier RA (2009). «The Diversity of the New World Primates (Platyrrhini)». In: Garber PA, Estrada A, Bicca-Marques JC, Heymann EW, Strier KB. South American Primates: Comparative Perspectives in the Study of Behavior, Ecology, and Conservation. [S.l.]: Springer. pp. 23–54. ISBN 978-0-387-78704-6 Erro no estilo Vancouver: wikilink (ajuda)
  3. Ludwig, G.; Nascimento, A.T.A.; Miranda, J.M.D.; Martins, M.; Jerusalinsky, L.; Mittermeier, R.A. (2021). «Leontopithecus caissara». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2021: e.T11503A206547044
  4. «Appendices | CITES». cites.org. Consultado em 14 de janeiro de 2022
  5. Lorini, M.L; Persson, V.G. (1990). «Uma nova espécie de Leontopithecus Lesson, 1840, do sul do Brasil (Primates, Callitrichidae)». Boletim do Museu Nacional. 338: 1–14
  6. Anderson Gonçalves (6 de outubro de 2012). «Confira dez dos animais mais famosos da fauna paranaense». Gazeta do Povo. Consultado em 13 de outubro de 2012
  7. «Mico-leão-da-cara-preta (Leontopithecus caissara)». MMA/SINAMA. Ambiente Brasil. Consultado em 13 de outubro de 2012
  8. Rylands, A.B.; Mallinson, J.J.; Kleiman, D.G.; Coimbra-Filho, A.F.; Mittermeier, R.A.; Câmara, I.G.; Valladares-Pádua, C.B.; Bampi, M.I. (2008). «História da pesquisa e da conservação do mico-leão». In: Kleiman, D.G.; Rylands, A.B. Mico-leões: Biologia e conservação. Brasília: Ministério do Meio Ambiente. pp. 23–69. ISBN 978-85-7300-101-2 Verifique |isbn= (ajuda)
  9. Mittermeier, R.;; et al. (2006). «Primates in Peril: The World's 25 Most Endangered Primates 2004–2006» (PDF). Primate Conservation. Consultado em 22 de setembro de 2012[ligação inativa]
  10. Perez-Sweeney, B.M.;; et al. (2008). «Examination of the Taxonomy and Diversification of Leontopithecus using the Mitochondrial Control Region». International Journal of Primatology. 29 (1): 245-263. doi:10.1007/s10764-007-9224-7
  11. Burity, C. H. F.;; et al. (1999). «Cranial and mandibular morphometry in Leontopithecus lesson, 1840 (Callitrichidae, Primates)». American Journal of Primatology. 48 (3): 185-196. doi:10.1002/(SICI)1098-2345(1999)48:3<185::AID-AJP2>3.0.CO;2-7
  12. Kleiman, D.G. (1981). «Leontopithecus rosalia» (PDF). Mammalian Species. 148: 1-7
  13. Rylands, A.B.; Kierulff, M.C.M.; Pinto, L.P.S. (2008). «Distribuição e status dos mico-leões». In: Kleiman, D.G.; Rylands, A.B. Mico-leões: Biologia e conservação. Brasília: Ministério do Meio Ambiente. pp. 69–105. ISBN 978-85-7300-101-2 Verifique |isbn= (ajuda)
  14. Nascimento, A.T.; Schmidilin, L.A.J. (2011). «Habitat selection by, and carrying capacity for, the Critically Endangered black-faced lion tamarin Leontopithecus caissara (Primates: Callitrichidae)». Oryx. 45 (2): 288-295. doi:10.1017/S0030605310000943
  15. AURICCHIO, P. (1995). «Gênero Leontopithecus». Primatas do Brasil. São Paulo - Brasil: Terra Brasilis Comércio de Material didático e Editora LTda - ME. 168 páginas. ISBN 85-85712-01-5
  16. COSTA, L.;; et al. (2005). «Conservação de Mamíferos no Brasil» (PDF). Megadiversidade. 1 (1): 103-112. Consultado em 22 de setembro de 2012. Arquivado do original (PDF) em 9 de novembro de 2013
  17. «Programa para a Conservação do Mico-Leão-da-Cara-Preta». Consultado em 23 de setembro de 2012 Parâmetro desconhecido |publicaco= ignorado (ajuda)
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