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Lepidopus caudatus

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Lepidopus caudatus
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Lepidopus caudatus[2], comummente conhecido como peixe-espada[3] ou peixe-espada-branco[4] (para melhor se distinguir do Aphanopus carbo, conhecido como peixe-espada-preto[5]), é uma espécie de peixe teleósteo da ordem dos perciformes, subordem dos escombrídeos, e família dos Lepidopídeos.

Factos rápidos Estado de conservação, Classificação científica ...
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Descrição

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Perspectiva
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Gravura de Lepidouos caudatis na obra de Jonathan Couch (1877) History of the Fishes of the British Isles, 1877.

Este peixe caracteriza-se pelo corpo comprido e espalmado e pela proeminente crista que lhe assenta na nuca.[6] O ânus situa-se algures sob o 36.º a 40.º raio dorsal, sendo que o espinho posterior ao ânus é pequeno e de formato triangular.[4]

Na boca, apresenta dentes pontiagudos e grandes, dos quais, alguns são dentes palatinos.[6]

No que toca às barbatanas, conta com uma dorsal contínua, sem recorte, que separar a parte espinhosa da mole.[6] A barbatana caudal, por seu turno, é bastante grande. As barbatanas pélvicas, por sinal mais reduzidas[7], inserem-se sob o oitavo ou nono raio dorsal.

Conta com 98 a 110 raios dorsais, 2 espinhos anais, cerca de 59 a 66 raios anais e 105 a 114 vértebras.[8]

No que toca à sua coloração, tem um corpo uniformemente prateado, sem escamas, com a barbata dorsal em tons de cinzento escuro, particularmente no espécimes do Atlântico Norte, e margeado a negro nas membranas entre o 3.º e o 7.º ou 9.º raio dorsal, entre os espécimes do Hemisfério Sul.[6]

Em média, os peixes-espada medem entre 1 metro e 1,35 metros de comprimento[6], se bem que há registo da captura de espécimes com 2,10 metros de comprimento.[9] O peso máximo alguma vez registado para um peixe-espada-branca cifra-se nos 8 kg.[6]

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Distribuição

Marca presença no Nordeste do Atlântico, desde França até ao Senegal, incluindo os arquipélagos dos Açores, da Madeira e das Canárias[6] e a orla do Mar Jónico.[10] Medra, ainda, junto à África do Sul, desde o Cabo Frio até ao Banco das Agulhas.[6] Também se pode encontrar no Índico Sul ao longo das coordenadas a 30 to 35°S, e junto à costa de Nova Gales do Sul, do Sudoeste australiano e da Nova Zelândia.[11]

Ecologia

Trata-se de uma espécie bentopelágica, que privilegia a plataforma continental, desde a superfície até 400 metros de profundidade.[6] Costuma frequentar leitos lamacentos e bancos de areia a profundidades na ordem dos 100 a 250 metros.[11] À noite migra para a zona pelágica da coluna de água.[11]

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Comportamento e alimentação

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Ilustração do livro Le règne animal distribué d'après son organisation, de Georges Cuvier (Tomo 8), 2ª ed., 1828, com a representação da espécie Lepidopus argyreus (hoje L. caudatus).

Trata-se de uma espécie de gregária, que se agrupa em cardumes.[6] Ocasionalmente, encontra-se junto à costa, impelida pelas correntes até à superfície.

Alimenta-se à base de crustáceos, lulas pequenas e peixes pequenos[12]. No Atlântico Oriental, privilegia o consumo das seguintes espécies: Euphausia hanseni Zimmer; Esox lucius; Pasiphaea semispinosa; Todaropsis eblanae; Engraulis capensis; Etrumeus terres; Sardinops ocellata; Maurolicus muelleri; Symbolophorus humbolti; Diaphus dumerili; Lampanyctodes hectoris; Chlorophthalmus sp. e Scomber japonicus.[6]

Os ovos e alevins desta espécie são pelágicos.[12]

Os espécimes do Atlântico Oriental, aos nove anos de idade, tendem a aproximar-se dos 1,25 metros, ao passo que os espécimes do Nordeste do Atlântico podem chegar aos 1,60 metros aos 13 anos.[6] Eclodem entre o final do Inverno e o princípio da Primavera, junto à costa norte-africana, ao passo que na costa neozelandesa, costumam eclodir na Primavera e no Outono.[6]

Pesca

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Exemplares à venda num mercado da Sicília.

É uma espécie de particular importância para a pesca comercial do Noroeste Atlântico, especialmente para Portugal e para Marrocos.[6] Sendo que no hemisfério Sul, na Namíbia e na Nova Zelândia, também conhece particular expressividade no sector das pescas.[6]

É muito apreciada para o consumo humano.[6]

Taxonomia

Descrição

A espécie foi descrita pelo médico, botânico, zoólogo e explorador sueco Bengt Anders Euphrasén,[2] discípulo de Linneu, crismada com o nome Trichiurus caudatus.

Posteriormente foi incluída no género Lepidopus, criado em 1863 pelo botânico e ictiólogo francês Antoine Goüan.[2]

Etimologia

O nome genérico, Lepidopus, provém da aglutinação dos étimos gregos antigos, λεπῐ́ς (lepis), que significa «escama», e πούς (pous), que significa «pé».[8]

O epíteto específico, caudatus, provém do nominativo singular masculino do adjectivo latino caudatis, -a -um, derivado do substantivo cauda, -ae, "cauda", por alusão à longa cauda deste peixe.[13]

Sinónimos

Além do basónimo Lepidopus caudatus, ao longo do tempo esta espécie também foi conhecida pelos seguintes sinónimos:[2]

  • Lepidopus argenteus Bonnaterre, 1788
  • Lepidopus gouanianus Lacepède, 1800
  • Lepidopus lex Phillipps, 1932
  • Lepidopus peronii Risso, 1810
  • Lepidopus xantusi Goode & Bean, 1896
  • Scarcina argyrea Rafinesque, 1810
  • Trichiurus caudatus Euphrasen, 1788 (basónimo)
  • Trichiurus ensiformis Vandelli, 1797
  • Trichiurus gladius Holten, 1802
  • Vandellius lusitanicus Shaw, 1803
  • Ziphotheca tetradens Montagu, 1811


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Referências

  1. Iwamoto, T. (2015). «Lepidopus caudatus». The IUCN Red List of Threatened Species. 2015: e.T198721A42691759. doi:10.2305/IUCN.UK.2015-4.RLTS.T198721A42691759.en
  2. Infopédia. «peixe-espada | Definição ou significado de peixe-espada no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 16 de janeiro de 2022
  3. «Aphanopus carbo». Museu Virtual Biodiversidade. Consultado em 16 de janeiro de 2022
  4. Nielsen, Jørgen (1999). Sea fish (em inglês). Hedehusene, Denmark: Scandinavian Fishing Year Book. 340 páginas. OCLC 42817952
  5. «Lepidopus caudatus, Silver scabbardfish : fisheries, gamefish». www.fishbase.se. Consultado em 16 de janeiro de 2022
  6. Bianchi, G. (1999). FAO species identification guide for fishery purposes. Field guide to the living marine resources of Namibia. Roma, Italia: FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS. 265 páginas. ISBN 92-5-104345-0
  7. Mytilineou, Chryssi (Julho 2005). «Deep-water fish fauna in the Eastern Ionian Sea.» (PDF). Royal Belgian Institute of Natural Sciences. Belgian Journal of Zoology. 135 (2): 229-233
  8. «Lepidopus caudatus, Silver scabbardfish : fisheries, gamefish». www.fishbase.se. Consultado em 16 de janeiro de 2022
  9. Whitehead, Peter James Palmer (1984). Fishes of the North-eastern Atlantic and the Mediterranean, vol 2 (em inglês). Paris, França: Unesco. ISBN 92-3-002215-2. OCLC 13186416
  10. «Cauda- ONLINE LATIN DICTIONARY - Latin - English». www.online-latin-dictionary.com. Consultado em 16 de janeiro de 2022
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