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Radio Radicale
estação de rádio italiana Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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A Radio Radicale é a estação de rádio do Partido Radical (PR).[1][2] Fundada no ano de 1976 como parte do movimento Radio libere (“Rádio Livre”), não tem anúncios comerciais e é parcialmente financiada pelo partido, com o apoio do governo italiano como parte de um acordo para a transmissão das sessões parlamentares.[3]
Apesar de ser um órgão oficial do partido político, a Rádio Radicale dedica seu tempo de antena à transmissão ao vivo de debates parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado italiano, bem como de importantes processos judiciais. Transmite convenções de partidos políticos italianos de todo o espectro político, da extrema direita à extrema esquerda. O tempo de antena restante é usado para programas sobre eventos atuais relevantes para os posicionamentos ideológicos do Partido Radical.
Em dezembro de 2008, a Radio Radicale foi premiada pelo jornal Italia Oggi [en] como “melhor emissora de rádio especializada”.[4]
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História
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Perspectiva

A Rádio Radicale foi fundada entre 1975 e 1976 por um grupo pertencente ao Partido Radical em um pequeno apartamento perto da Villa Doria Pamphilj, no bairro Gianicolense, em Roma.[5]
Após a liberalização da radiodifusão pelo Tribunal Constitucional entre 1974 e 1976 e a disseminação de pequenas estações de rádio privadas, a Radio Radicale ficou conhecida pelo uso de equipamentos de baixo custo, mas destacou-se por sua filosofia particular.[6][7] A Radio Radicale propôs-se criar uma alternativa válida de serviço público à emissora estatal RAI, usando o nome “Radicale” – radical não apenas em referência ao seu papel como órgão partidário, mas também por uma política editorial caracterizada pela imparcialidade, profissionalismo e inovação.[5]
Juntamente com as notícias sobre o partido, a Rádio Radicale iniciou uma programação dedicada aos principais eventos da vida institucional e política italiana. Desde o início, suas principais características distintivas foram as transmissões ao vivo das sessões parlamentares do parlamento italiano, congressos partidários dos principais partidos do país e julgamentos importantes, tornando-os acessíveis à ampla população, sem interrupções ou comentários jornalísticos.[8] A estação de rádio apresentava resenhas da imprensa, debates ao vivo com políticos, entrevistas com pessoas nas ruas e programas para as comunidades de imigrantes na Itália.[9]
No verão de 1986, quando a emissora corria o risco de fechar por falta de recursos financeiros, recebeu milhares de ligações que foram ao ar sem censura. Esse foi o início da Radio Parolaccia (Rádio Palavrão), um programa original onde os ouvintes podiam expressar suas opiniões sobre diversos temas. O programa foi interrompido pelo tribunal após um mês e o promotor adjunto Pietro Saviotti assinou um decreto de apreensão das secretárias eletrônicas em 14 de agosto, porque os ouvintes haviam cometido crimes como desacato às instituições e apologia ao fascismo. Após dois meses, o Parlamento interveio e estendeu o financiamento público para a publicação do Partido às estações de rádio, o que forçou a Rádio Radicale a tornar-se oficialmente uma filial do Partido.[10] A iniciativa das ligações telefônicas sem censura foi repetida em 1991 e 1993.[10]
O site oficial da estação foi criado em 1998, ampliando a programação de áudio da estação com conteúdo multimídia. O arquivo completo foi disponibilizado online para download gratuito.
Eventos recentes
Em 1997, o primeiro governo Prodi [en] de Romano Prodi recusou renovar o acordo com a Radio Radicale para a transmissão das sessões parlamentares e a RAI começou a desenvolver a sua própria estação de rádio dedicada, sete anos após a lei que a instituiu. Importantes personalidades culturais e políticas pediram ao governo que considerasse nula e sem efeito a chamada “lei Mammì”, que obrigava a Rai a criar um canal de rádio parlamentar. A proposta era prorrogar o acordo com a Radio Radicale por mais 3 anos e permitir uma licitação quando o contrato fosse renovado. Após um debate político com manifestações e iniciativas não violentas dos radicais, o Parlamento aprovou a lei n.º 224, de 11 de julho de 1998, relativa à transmissão radiofônica dos trabalhos do Parlamento e aos benefícios para a publicação.[11] A lei estabeleceu a licitação como uma cláusula do acordo e renovou o contrato com a Radio Radicale por um período de mais três anos. A obrigação da RAI de transmitir as sessões parlamentares foi mantida, mas a empresa pública foi impedida de ampliar sua rede de rádio até a entrada em vigor da reforma geral das telecomunicações.
Por três anos, em 2001, 2004 e 2006, o acordo com a Radio Radicale foi renovado de acordo com as disposições da lei financeira. Nos termos do contrato, a Radio Radicale deve transmitir, entre as oito da manhã e as nova da noite, ao menos 60% do número total anual de horas dedicadas pelo Parlamento às sessões nas câmaras. Essas transmissões não podem ser interrompidas, precedidas ou seguidas, por um período de trinta minutos a partir do seu início e do seu fim, por anúncios comerciais ou políticos.
Renovação do acordo 2010 até 2013
Para o biênio de 2010 e 2011, o acordo com o Ministério do Desenvolvimento Econômico incluía um financiamento de 9,9 milhões de euros para a Centro di produzione S.p.a.[12] Para 2012, duas leis de 2011, permitiam uma despesa total de 10 milhões de euros e, para 2013, o mesmo montante foi confirmado em 2012.[13][14][15]
Renovação no biênio de 2018 e 2019
Até 2018, a Radio Radicale recebeu 8,2 milhões de euros, de acordo com o acordo com o Ministério do Desenvolvimento Econômico para a transmissão das sessões parlamentares, e outros 4 milhões de euros como contribuição para suas atividades editoriais.[5]
A lei orçamentária de 2019, prolongou o acordo para a transmissão das sessões parlamentares pela Radio Radicale por apenas um semestre, alocando 5 milhões de euros brutos (4 milhões de euros líquidos) para o ano de 2019.[5][16]
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Governança
A Centro di Produzione SpA é a editora da Radio Radicale, do seu arquivo e do seu site. A empresa, com sede em Roma, tem os seguintes acionistas:[5]
- Pannella List [en]: 62.85%
- Sequenza SpA: 25.00%
- Cecilia Maria Angioletti: 6.00%
- Centro di Produzione SpA: 6.15%
Tecnologias
Com 250 transmissores, a Radio Radicale cobre 75% do território italiano, alcançando até 85% da população em AM e FM. Além disso, a transmissão via satélite Eutelsat Hot Bird 13 East permitiu à Radio Radicale expandir sua audiência por toda a Europa e em amplas áreas da África e Ásia, incluindo o Oriente Médio, com uma audiência potencial de 98 milhões de residências.[5]
A Radio Radicale também está disponível em streaming através do site e de um aplicativo oficial para celulares, oferecendo também conteúdo multimídia adicional. É membro do consórcio DAB Italia para o desenvolvimento e difusão das tecnologias DAB na Itália.[5][17]
Organização
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Perspectiva
São gravadas anualmente centenas de horas de áudio e vídeo por meio de um sistema de conexões com instituições públicas e eventos. Os sinais são recebidos através de linhas fixas ou temporárias por cabo, rádio, satélite ou ligações digitais e, quando são utilizadas linhas telefónicas analógicas, as gravações são imediatamente digitalizadas por um sistema de codificação que produz dez canais simultâneos em funcionamento 24 horas por dia. Uma vez chegado o sinal à sede principal, os diferentes sinais são difundidos através de um sistema de matriz ativa que permite a distribuição de 128 sinais.[5]
A Centro di Produzione S.p.A. é proprietária da sede onde opera a Radio Radicale, que inclui três estúdios. Dois deles possuem direção de rádio independente, enquanto o terceiro está ligado a duas direções e é principalmente dedicado à pós-produção. Os quatro estúdios podem transmitir.
Além dos estúdios principais, a emissora possui quatro centros de produção onde são realizados deslocamentos, pequenas edições e gravações de entrevistas telefónicas. As linhas telefónicas utilizadas para conversas a serem transmitidas são digitalizadas e todas as gravações são feitas em formato MP3 desde julho de 2006.
A Radio Radicale está organizada nas seguintes divisões:[5]
- Direção jornalística;
- Redação;
- Direção administrativa;
- Administração;
- Arquivo e Internet;
- Setor técnico;
- Controle de rede.
Além do pessoal próprio, estas divisões contam também com a colaboração de colaboradores externos e consultores.[5]
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Arquivo
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Perspectiva
O trabalho constante de recolha e preservação documental realizado pela Radio Radicale ao longo da sua atividade permitiu a criação de um arquivo importante e vasto, definido em 1993 pela Superintendência Arquivística como sendo "de notável interesse histórico".[18] No mesmo ano, o arquivo foi mencionado no volume Fonti orali: censimento degli istituti di conservazione, publicado pelo Ministério italiano do Património Cultural e Ambiental,[18] e no ano seguinte foi objeto do Congresso sugli archivi dei partiti politici organizado pelos Arquivos Centrais do Estado [en].[5]
O arquivo pode ser consultado gratuitamente por qualquer pessoa.
Em maio de 2007, durante o congresso L'archivio multimediale di Radio Radicale: un patrimonio per la storia, l'informazione, la democrazia[19] (O arquivo multimidia da Radio Radicale: um património para a história, a informação, a democracia), organizado pela própria Radio Radicale em conjunto com o Doutoramento em História Europeia e a Escola Especial de Arquivistas e Bibliotecários da Universidade de Roma "La Sapienza", vários críticos e arquivistas reconheceram não só o valor histórico e social da produção arquivística da Radio Radicale, mas também a sua complementaridade com as principais coleções documentais italianas, em primeiro lugar as da RAI. A ex-diretora da Rai Teche, Barbara Scaramucci, declarou:
O arquivo da Radio Radicale é absolutamente precioso e totalmente complementar ao da Rai [...] é verdade que uma grande parte dos materiais que estão no arquivo da Radio Radicale não está no arquivo da Rádio Rai e o trabalho feito pela Radio Radicale desde 1976 é completamente diferente daquele feito pela radiodifusão Rai.[19]
Outros testemunharam a singularidade do serviço público prestado por uma rádio privada como a Radio Radicale. Paola Carucci, conselheira do Presidente da República Italiana para o Arquivo Histórico, afirmou:
Comparado ao nosso conceito tradicional de arquivo, ou seja, um conjunto de documentos produzidos por uma entidade no exercício das suas funções, a Radio Radicale é mediadora de um terceiro sujeito que grava e cria uma fonte produzida por outros. E é espantoso que um terceiro sujeito tenha pensado, por exemplo, em gravações sonoras dos debates parlamentares: porque é que a Câmara e o Senado nunca pensaram nisso?[5]
A escolha de Marco Pannella [en] de preservar, catalogar e arquivar todas as gravações sem qualquer manipulação nas fitas permite aos cidadãos consultar 430 000 documentos (cassetes, fitas magnéticas, mp3, mp4, RealAudio e RealVideo), que contêm os eventos mais importantes da história institucional, política, social e cultural de Itália: existem gravações integrais que permitem a qualquer pessoa conhecer e reviver um acontecimento na sua totalidade. O arquivo da rádio está em contínua expansão e recebe diariamente dezenas de novos documentos que se juntam aos já existentes.
História
A história do arquivo está intimamente ligada à da Radio Radicale, que conservou todas as cassetes e fitas dos programas transmitidos desde a sua primeira emissão em 1976.[5] No entanto, o arquivo possui também algumas gravações anteriores a 1976, nomeadamente 52 fitas e 216 cassetes do período 1967-1975, além de algumas fitas de 1941 (uma entrevista radiofónica em inglês recuperada por Ernesto Rossi [en] em que Gaetano Salvemini [en] comentam a obtenção da cidadania estadunidense), de 1960 (a gravação de uma conferência de Ernesto Rossi em Florença intitulada L'antifascismo in carcere e al confino) e de 1966 (Salvemini maestro ed amico, de Ernesto Rossi).[5]
O arquivo propriamente dito, pensado como um serviço com pessoal especializado próprio, foi criado três anos após o início das atividades da rádio, tendo a ordenação das gravações recolhidas começado em 1979. No ano de 1987, a classificação e o arquivo mudaram com a introdução de sistemas informáticos e atualmente a documentação analógica encontra-se num avançado processo de digitalização. A diretora do arquivo é Gabriella Fanello Marcucci desde 1992.[5]
Conteúdo
Os documentos conservados no Arquivo Sonoro da Radio Radicale podem ser classificados em: Arquivo Institucional, Arquivo Judicial, Arquivo dos Partidos e Movimentos Políticos, Arquivo das Associações, Sindicatos e Movimentos e Arquivo Cultural.[5] O arquivo possui um total de 430 718 gravações, 196 101 oradores e 662 404 suportes, incluindo mais de 85 000 entrevistas, 21 000 audiências dos mais importantes julgamentos, 3 000 congressos de partidos, associações ou sindicatos, mais de 26 000 debates e apresentações de livros, mais de 6 000 comícios e manifestações políticas, 19 500 conferências de imprensa e mais de 13 000 convenções.[20]
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Site oficial
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Perspectiva
Online desde 1998, o site da Radio Radicale foi um dos primeiros na Itália a transmitir vídeos de atualidades na internet e, atualmente, eventos políticos, sociais e institucionais do passado e do presente estão sempre disponíveis para todos os cidadãos.[5]
História
Entre fevereiro e março de 1998, os Radicais organizaram uma convenção intitulada Quali lotte e leggi subito per la rivoluzione tecnologica, per la rivoluzione liberale, com a participação dos principais empresários italianos de TI e telecomunicações, advogados e outros especialistas da área.[5][21]
Durante a convenção, foi proposto às instituições e empresas um plano de financiamento para a construção de uma nova sociedade da informação, através da aplicação de novas tecnologias às atividades democráticas. Em particular, juntamente com a introdução do voto eletrônico e do quadro de avisos telemático oficial, a alfabetização informática nas escolas, a liberalização da publicação telemática e das empresas comerciais, a principal proposta dizia respeito à rede online de instituições públicas.[5]
O conteúdo e os objetivos do congresso formaram posteriormente as bases do site RR, com a orientação de Rino Spampanato; a emissora criou o primeiro sistema italiano de transmissão pela internet, disponibilizando gratuitamente as sessões de todas as transmissões e sessões arquivadas do Parlamento italiano.[5]
O site da Radio Radicale possibilitou a transmissão das sessões realizadas pelo Parlamento Europeu, pelo Tribunal de Contas, pelo Conselho Superior da Magistratura e por outras instituições.[5]
Tecnologias computacionais
O site é feito principalmente com software livre, como Linux, PHP, Apache HTTP Server, Apache Solr [en], MariaDB, Varnish [en], Nginx e Icecast. É gerenciado com o CMS Drupal de código aberto, publicado sob a licença GNU GPL.[22]
Todas as unidades de hardware do sistema de arquivo e distribuição de conteúdo estão alocadas em Roma em duas diferentes torres de servidores localizadas na sede da Centro di Produzione Spa.[22]
O primeiro conjunto de servidores contém os racks dos armazenamentos SAN com arquivos mp3/mp4 e sistemas de distribuição online de streaming de áudio e vídeo (Icecast e Wowza [en], respectivamente), configurados em servidores Dell com o sistema operacional Linux Slackware. O SAN é formado por armazenamentos EMC, Dell e Qnap com discos RAID5 interconectados com a tecnologia iSCSI, com um espaço total de 170 TB.[22]
Ambas as torres de servidores possuem UPSs, geradores e sistemas de ar condicionado para garantir a gestão da continuidade operacional a uma temperatura e umidade constantes.[22] Todo o hardware é redundante para garantir níveis ótimos de tolerância a falhas, eliminando os principais pontos únicos de falha.[22]
A conexão à Internet é feita com dois fluxos em fibra óptica de 1.000 Mbit/s cada, provenientes de dois diferentes provedores de Internet com os quais a Centro di Produzione Spa mantém relações de sistema autônomo.[22]
Para prevenir, controlar e gerenciar as atividades da rede de computadores, o Centro di Produzione Spa utiliza softwares como o Nagios [en] e o NetFlow, que permitem reportar imediatamente qualquer anomalia lógica ou funcional dos serviços fornecidos.[22]
Em dezembro de 2015, teve início a experimentação para a transição para o protocolo IPv6, por meio do endereço atribuído ao Centro di Produzione pela RIPE NCC. Desde fevereiro de 2016, o site da emissora encontra-se disponível em dual-stack IPv4+IPv6, com suporte ao protocolo HTTP/2.[22]
Desde 2016, a Radio Radicale utiliza uma rede de distribuição de conteúdo (CDN) desenvolvida pelo Google por meio da tecnologia Project Shield [en], iniciativa da Google Ideas (atual Jigsaw [en]) destinada a prevenir possíveis ataques de negação de serviço distribuído (DDoS).[22]
Licença Creative Commons
Todos os arquivos publicados no sítio da Radio Radicale possuem a licença Creative Commons Atribuição 2.5 Itália (CC BY 2.5 IT), que permite a reprodução, distribuição e adaptação gratuita do material, tendo como únicas obrigações a atribuição adequada dos créditos e a referência à própria licença.[3][23]
As licenças CC representam um instrumento importante para a concretização do principal objetivo da Radio Radicale: a publicidade dos momentos decisórios democráticos, a promoção do acesso ao conhecimento direto dos eventos políticos pelo maior número possível de cidadãos e a livre circulação de ideias.[23]
Videoparlamento
O serviço Videoparlamento publica na web e disponibiliza aos cidadãos os documentos áudio vídeo integrais de todas as sessões realizadas na Câmara dos Deputados e no Senado da República desde novembro de 1998.
Após a transmissão ao vivo, as sessões parlamentares são organizadas em fichas que respeitam as diversas fases dos trabalhos parlamentares, permitindo o acesso direto a uma única intervenção ou etapa. A atualização ocorre em tempo real desde setembro de 2001. O motor de busca também possibilita pesquisas organizadas em todas as sessões disponíveis. O início da experimentação deste serviço multimídia foi determinado pela lei n.º 350, de 24 de dezembro de 2003.[23][24]
Fai Notizia
Em 2006, a redação do portal RadioRadicale.it criou o FaiNotizia.it, o primeiro site italiano de jornalismo cidadão. Baseado na plataforma Newsvine [en], foi concebido como uma experiência social e jornalística e uma tentativa de aproveitar a nova atitude livre e colaborativa dos meios digitais da época, criando um novo modelo de informação.[25]
No Fai Notizia, os usuários registrados podiam colaborar na busca e redação de notícias, enviando textos, vídeos e fotos, destacando notícias interessantes encontradas em outros sites ou blogs.[26] Os usuários comentavam e votavam nos relatos feitos por outros membros e podiam iniciar investigações colaborativas. Todo o conteúdo era publicado sob licenças Creative Commons.
Em 2012, o Fai Notizia foi totalmente renovado e transformado num formato de investigações distribuídas pela Radio Radicale, que passou a oferecer pequenos pagamentos a quem colabora na produção de reportagens sobre grandes temas de interesse público.
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Financiamento
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Perspectiva
A Radio Radicale recebe anualmente financiamento público de 8,33 milhões de euros em virtude do convênio com o Estado italiano para a transmissão das sessões parlamentares, além de 4,431 milhões de euros provenientes do fundo de apoio à editoria, devido à sua condição de órgão da Pannella List [en].[27] Em agosto de 2008, a Radio Radicale foi a única emissora excluída do corte geral nos subsídios à imprensa[28] por ser uma rádio privada que exerce atividade de interesse geral conforme a lei n.º 230, de 7 de agosto de 1990.[29]
A lei de 1990 reconheceu 'como emissoras privadas de interesse informativo geral' aquelas que transmitiam 'programas informativos próprios sobre eventos políticos, religiosos, econômicos, sociais, sindicais ou literários por não menos de nove horas diárias entre as 7h e as 20h'[30] e que 'estendessem a cobertura a pelo menos 50 % das províncias e 85 % das regiões'.[31]
Entre todos os beneficiários de verbas públicas do setor, a Radio Radicale é a única que possui rede de cobertura nacional[3] – gastando mais de 3,7 milhões de euros anuais apenas com a manutenção técnica da rede – e também a única que dedica quase toda a sua programação à transmissão de programas de serviço público.[32]
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Programação
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Perspectiva
A programação da Radio Radicale gira em torno das sessões parlamentares, em cumprimento do convênio celebrado com o antigo Ministério das Comunicações (atualmente integrado ao Ministério do Desenvolvimento Econômico [en]), cobrindo mais de 60 % das sessões das duas câmaras no horário das 8h às 20h.[3] No tempo restante, a emissora documenta também as atividades de outras instituições (conselhos municipais, Ministério do Desenvolvimento Econômico [en], Conselho Superior da Magistratura [en], Parlamento Europeu), além de congressos, festivais e grandes reuniões de todos os partidos políticos, eventos organizados por sindicatos, manifestações, conferências de imprensa importantes, debates e apresentações de livros.[3]
Os noticiários são transmitidos diariamente e construídos a partir de entrevistas e da leitura de despachos das agências de imprensa.
O espaço concedido a políticos e parlamentares é uma característica típica da Radio Radicale, embora, por ser órgão partidário, não esteja obrigada a respeitar a par condicio. Ainda assim, mantém certo equilíbrio entre os diversos grupos políticos. Os políticos participam frequentemente do programa Filodiretto (Linha direta), no qual dialogam com os ouvintes sem restrições de acesso, limitados apenas a 40 segundos por ligação. Nos últimos anos esses programas foram reduzidos, mas a emissora ainda convida um político por semana.
Um programa histórico foi a Conversazione settimanale con Marco Pannella (Conversa semanal com Marco Pannella), transmitida de 2001 a janeiro de 2016. O ex-diretor da rádio, Massimo Bordin (alternando-se com Valter Vecellio), entrevistava Marco Pannella [en] sobre temas políticos e iniciativas radicais.
À meia-noite, é feita a leitura das primeiras páginas dos jornais do dia seguinte, iniciando a programação noturna, na qual são retransmitidos eventos não exibidos durante o dia e gravações selecionadas do acervo.
Programas no ar
Fonte:[33]
- Bollettino del Garante privacy – quinzenal sobre a atividade da Autoridade Italiana de Proteção de Dados
- Notiziario del Mattino
- Stampa e Regime – revista diária da imprensa com análise crítica das posições dos jornais nacionais
- Rassegna stampa estera
- Fuor di Pagina – revista de imprensa da Associação Radicale Certi Diritti
- Radio Carcere – programa sobre justiça penal e condições carcerárias
- Focus Europa
- Neureka
- L'attualità in Archivio – atualidade política lida a partir de materiais do arquivo da rádio
- Albania italianofona – programa semanal de Tirana com entrevistas em italiano na Albânia
- Bollettino dell'Antitrust – resumo semanal das decisões da Autoridade Garante da Concorrência e do Mercado [en]
- Derrick – programa breve semanal sobre energia, meio ambiente e mercados
- Fai Notizia – reportagens, investigações e aprofundamentos da Itália e do mundo
- Cittadini in divisa
- Speciale Giustizia – dedicado ao mundo da magistratura; às segundas-feiras cobre o Conselho Superior da Magistratura e associações de juízes; transmite também julgamentos importantes na íntegra
- Spazio Transnazionale
- Notiziario antiproibizionista – sobre drogas e dependências
- Adapt – em colaboração com Adapt.it e o professor Michele Tiraboschi [en]
- Il mondo a pezzi
- Alta sostenibilità – sobre os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Aliança Italiana para o Desenvolvimento Sustentável
- Due microfoni – entrevistas noturnas com escritores, atores, músicos, jornalistas e personalidades culturais
- Capire per conoscere – noções de economia
- Rassegna della stampa e della blogsfera cinese
- #Agricoltura? Parliamone – direito à alimentação, desenvolvimento humano e renovação social no meio rural
- Rassegna di geopolitica
- Speciale Commissioni – atividade das comissões parlamentares
- Passaggio a Sud Est – situação política do Sudeste Europeu
- Il diritto alla conoscenza – campanha do Partido Radical pelo reconhecimento do direito ao saber
- Overshoot – meio ambiente, território e limites do desenvolvimento
- Osservatorio giustizia
- Fatto in Italia – programa semanal de Oliviero Toscani e Nicolas Ballario sobre temas urbanos
- Media e dintorni – eventos relacionados aos meios de comunicação
- Rassegna stampa vaticana
- L'America Latina con Roberto Lovari – América Latina vista pela imprensa e televisão
- Translimen – da Associação Radical “Esperanto”
- Troppi diritti
- Forum Mediterrano
- Il Maratoneta – da Associazione Luca Coscioni [en], sobre pesquisa científica
- Fortezza Italia – informação política e crítica sobre imigração na Itália
- Voci dalla Libia - Speciale Fortezza Italia
- Rassegna stampa africana
- Rassegna stampa turca
- Cinema & Cinema
- L'ora di Cindia – acontecimentos na China e na Índia
- Il Medio Oriente visto da Gerusalemme
- L'ultimo spettacolo - cinema e teatro ai tempi della crisi
- Le parole e le cose – conversas com grandes escritores e intelectuais
- LavorareInfo
- Africa Oggi
- Dei diritti e delle pene – com Elisabetta Zamparutti, do Comitê para a Prevenção da Tortura do Conselho da Europa
- La nuda verità – amor, afetividade e sexualidade de pessoas com deficiência
- A che punto è la notte?
- Non C'è Pace Senza Giustizia
- America Sociale
- Connessioni - editoriale sull'economia
- Asiatica – geopolítica, sociedade e economia do continente asiático
- Maestri – retratos de mestres notáveis
- RadicalNonviolentNews
- Il rovescio del diritto – do Comitê Radical pela Justiça Piero Calamandrei
- Scegliere il futuro
- Partito Radicale: trasmissione autogestita
- Voci africane – pelo Movimento dos Africanos
- Critica e militanti
- Lo stato del diritto
- Diario di iniziativa radicale
- Agenda settimanale delle Istituzioni
- Visto dall'America – política internacional vista pelos Estados Unidos
- In dialogo
- Quota 3001
- Ricerca e futuro – por Lorenzo Fioramonti [en], ex-vice-ministro da Educação, Universidade e Pesquisa
- L'Italia in crisi
- Fortezza Europa – observatório sobre políticas migratórias europeias e italianas
- Lettere eretiche
- AgiChina
- Le petizioni online su Change.org – entrevista semanal com promotores de petições italianas no Change.org
- UNPO
- Divorziobreve.it
- Musulmane laiche – da Liga das Mulheres Muçulmanas Laicas
- Italiani per sbaglio – mensal, com Valter Vecellio e Gianmarco Pondrano, sobre figuras liberais/radicais
- Le ragioni personali
- Rassegna stampa culturale
- Set - Cinema fuoricampo
- Dietro le parole
- LAB 4.0 – laboratório sobre Indústria 4.0 e economia de compartilhamento
- Diplomatic – conversa com Maurizio Molinari [en], diretor do jornal La Stampa, sobre dossiês internacionais
- Potere pubblico e giustizia amministrativa
- Radio Europa – em colaboração com a Representação da Comissão Europeia na Itália
- Oikonomia
- Presi per il web
- Il Medio Oriente visto dal Cairo
- Public policy
- Benelux e dintorni
- Notiziario della guerra e della droga
Programas encerrados
- Conversazione settimanale con Marco Pannella
- Filodiretto del lunedì – linha direta semanal com um político
- Filodiretto del lunedì notte – dedicado aos ouvintes sobre temas radicais italianos
- Blogroll
- Controluce
- Catallassi – economia
- Rond Point Schumann
- Sucamericana
- La nota di politica interna di Iuri Maria Prado
- Generazione elle
- Media dossier
- La rassegna delle prime pagine dei quotidiani internazionali
- Il lessico dell'economia
- Vincino l'impresentabile – a semana vista pelo cartunista Vincino (falecido em 2018)
- Supplemento economico di Stampa e Regime
- Staminali e dintorni
- Buddhismo in occidente
- Speciale Global
- Notiziario Aids
Desde 1980, nos intervalos entre programas, a Radio Radicale transmite trechos de réquiem como símbolo de luto e protesto contra as mortes por fome que ocorrem diariamente no mundo. Os mais utilizados são trechos do Requiem em ré menor de W. A. Mozart, mas também são tocados o Dies Irae da Messa da Requiem de Giuseppe Verdi e, raramente, o Sanctus do Requiem [en] de Gabriel Fauré.[34]
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Ver também
Referências
- «"A Farnesina nunca gostou dos italianos no exterior", diz Lorenzato à rádio de Roma». Italianismo – Notícias sobre a Itália. 10 de abril de 2025. Consultado em 17 de novembro de 2025. Cópia arquivada em 30 de abril de 2025
- Sassoon, Donald (25 de maio de 2016). «Marco Pannella obituary». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077. Consultado em 17 de novembro de 2025. Cópia arquivada em 23 de setembro de 2023
- «FAQ». Radio Radicale (em italiano). 20 de maio de 2015. Consultado em 31 de outubro de 2025. Cópia arquivada em 3 de outubro de 2025
- «Radio Radicale premiata come miglior emittente radiofonica specializzata». Radio Radicale. 12 de dezembro de 2008. Consultado em 18 de dezembro de 2008. Arquivado do original em 18 de dezembro de 2008
- «Dossier Radio Radicale». Radio Radicale (em italiano). 25 de fevereiro de 2015. Consultado em 31 de outubro de 2025. Cópia arquivada em 3 de outubro de 2025
- «Sentenza 225/1974 (ECLI:IT:COST:1974:225)». Tribunal Constitucional da República Italiana. 29 de maio de 1974. Consultado em 17 de novembro de 2025. Cópia arquivada em 17 de novembro de 2025
- «Sentenza 202/1976 (ECLI:IT:COST:1976:202)». Tribunal Constitucional da República Italiana (em inglês). 15 de julho de 1976. Consultado em 17 de novembro de 2025
- Borghetto, Enrico (2023), Virtual Parliament in Italy: if not now, when? The debate about a virtual Parliament during the pandemic emergency (em inglês), doi:10.1285/I20398573V9N1P5, consultado em 17 de novembro de 2025
- «Argomenti: IMMIGRAZIONE». Radio Radicale (em italiano). Consultado em 17 de novembro de 2025. Cópia arquivada em 3 de outubro de 2025
- «Cos'è Radio Radicale». Radio Radicale. Consultado em 4 de dezembro de 2016. Cópia arquivada em 4 de dezembro de 2016
- «LEGGE 11 luglio 1998, n. 224 - Normattiva». Normativva. 11 de julho de 1998. Consultado em 17 de novembro de 2025. Cópia arquivada em 8 de setembro de 2025
- «DECRETO-LEGGE 30 dicembre 2009, n. 194 - Normattiva». Normativva. Consultado em 17 de novembro de 2025. Cópia arquivada em 30 de janeiro de 2023
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Come siamo finanziati: [...] Radio Radicale è l’unico soggetto tra quelli che ottengono i contributi ad avere una rete nazionale (spende oltre 3,7 milioni di euro l’anno solo per la gestione tecnica della rete) ed è anche l’unica a destinare la quasi totalità del palinsesto per mandare in onda programmi di servizio pubblico.
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