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Roberto Burle Marx

artista plástico e paisagista brasileiro Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Roberto Burle Marx
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 Nota: "Burle Marx" redireciona para este artigo. Para outros significados, veja Burle Marx (desambiguação).

Roberto Burle Marx (São Paulo, 4 de agosto de 1909Rio de Janeiro, 4 de junho de 1994) foi um artista plástico e paisagista brasileiro. Embora tenha ficado conhecido internacionalmente ao exercer a profissão de paisagista, também era pintor, desenhista, designer, escultor e cantor.[1][2]

Factos rápidos Burle Marx, Nome completo ...

É o responsável por ter introduzido o paisagismo modernista no Brasil. Burle Marx deixou um legado mundial e foi um dos primeiros paisagistas a utilizar plantas nativas brasileiras em seus projetos. Seu trabalho teve uma grande influência mundialmente no design de jardins tropicais no século XX, sendo que jardins aquáticos foram um tema popular em suas obras.[1] Burle Marx foi um dos pioneiros a reivindicar a conservação das florestas tropicais no Brasil.[3] Ele organizou inúmeras expedições e excursões pelos biomas brasileiros, sendo responsável pela descoberta de novas espécies. Mais de 30 plantas levam seu nome.[3]

Morou grande parte de sua vida no Rio de Janeiro, onde estão localizados seus principais trabalhos, embora sua obra possa ser encontrada ao redor de todo o mundo.[4] É no Rio de Janeiro que Burle Marx adquiriu o Sítio Santo Antônio da Bica, em Guaratiba, hoje conhecido como Sítio Roberto Burle Marx e sob direção do IPHAN. O Sítio era usado como espaço de aclimatação de plantas e hoje possui mais de 3 500 espécies de plantas diferentes.[3][2]

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Parede esculpida por Bourle Marx em propriedade na Barra da Tijuca em 1982

Pioneiro na Barra da Tijuca fez o paisagismo da Mansão de Fernando Antonio Mendes em 1982 mostrando como estava a frente do tempo.[5]


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Biografia

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Perspectiva
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Roberto Burle Marx regando uma muda de pau-brasil. Foto de Marcio Scavone

Era o quarto filho de Cecília Burle, membro da tradicional família pernambucana de ascendência francesa Burle Dubeux, e de Wilhelm Marx, judeu alemão nascido em Estugarda e criado em Tréveris. O casal, que residia no bairro da Boa Vista no Recife, mudou-se para São Paulo quando Cecília estava grávida, tendo Roberto nascido na capital paulista aos quatro dias do mês de agosto de 1909.[6]

A mãe, exímia pianista e cantora, despertou nos filhos o amor pela música e pelas plantas. Roberto a acompanhava, desde muito pequeno, nos cuidados diários com as rosas, begônias, antúrios, gladíolos, tinhorões e muitas outras espécies que plantava no seu jardim.[7]

Ida para o Rio de Janeiro

Quando os negócios começaram a ir mal em São Paulo, seu pai resolveu mudar-se para o Rio de Janeiro em 1913.[4] A família viveu um tempo em casa de familiares e, quando a nova empresa de exportação e importação de couros de Wilhelm Marx começou a ter resultados positivos, finalmente se mudaram para um casarão no Leme. Nesse casarão, Burle Marx, então com 8 anos, começou a sua própria coleção de plantas e a cultivar suas mudas.[carece de fontes?]

Período na Alemanha

Aos 19 anos, Burle Marx teve um problema nos olhos e a família se mudou para Alemanha em busca de tratamento. Permaneceram na Alemanha de 1928 a 1929, onde Burle Marx entrou em contato com as vanguardas artísticas. Lá conheceu um Jardim Botânico com uma estufa mantendo vegetação brasileira, pela qual ficou fascinado.[carece de fontes?]

As diversas exposições que visitou e, dentre as mais importantes, a de Pablo Picasso, Henri Matisse, Paul Klee e Vincent van Gogh, lhe causaram grande impressão, levando-o à decisão de estudar pintura.[carece de fontes?]

Formação acadêmica em Artes Plásticas (Belas Artes)

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Praça dos Cristais em Brasília, obra paisagística de Roberto Burle Marx.

Durante a estada na Alemanha, Burle Marx estudou pintura no ateliê de Degner Klemn. De volta ao Rio de Janeiro, em 1930, Lúcio Costa, que era seu amigo e vizinho do Leme, o incentivou a ingressar na Escola Nacional de Belas Artes, atual Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro.[7] Burle Marx conviveu na universidade com aqueles que se tornariam reconhecidos na arquitetura moderna brasileira: Oscar Niemeyer, Hélio Uchôa, Milton Roberto, entre outros.[4]

Início do paisagismo no Recife

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Praça do Entroncamento, uma das praças recifenses projetadas por Burle Marx.[8]

O primeiro projeto de jardim público idealizado por Burle Marx foi a Praça de Casa Forte, no Recife, em 1934. Nesse mesmo ano assumiu o cargo de Diretor de Parques e Jardins do Departamento de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco, onde ainda lidava com um trabalho de inspiração levemente eclética, projetando mais de 10 praças. Nesse cargo, fez uso intenso da vegetação nativa nacional e começou a ganhar renome, sendo convidado a projetar os jardins do Edifício Gustavo Capanema (então Ministério da Educação e da Saúde).[4] Em 1935, ao projetar a Praça Euclides da Cunha (a Praça do Internacional, conhecida também como Cactário Madalena) ornamentada com plantas da caatinga e do sertão nordestino, buscou livrar os jardins do "cunho europeu", semeando a alma brasileira e divulgando o "senso de brasilidade". Seu grupo do movimento arquitetônico modernista (junto com Luís Nunes, da Diretoria de Arquitetura e Construção, e Attílio Correa Lima, responsável pelo Plano Urbanístico da cidade), ganhou opositores como Mário Melo e simpatizantes como Gilberto Freyre, Joaquim Cardozo e Cícero Dias, com os quais sempre se reunia. Em 1937 criou o primeiro Parque Ecológico do Recife.[7]

Ruptura e modernidade

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Praça Adhemar de Barros, com projeto de paisagismo de Burle Marx, localizada em Águas de Lindoia, São Paulo.
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Painel, acervo do Palácio do Planalto
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Tapeçaria, 1973, acervo do Congresso Nacional

Sua participação na definição da Arquitetura Moderna Brasileira foi fundamental, tendo atuado nas equipes responsáveis por diversos projetos célebres. O terraço-jardim que projetou para o Edifício Gustavo Capanema é considerado um marco de ruptura no paisagismo brasileiro. Definido por vegetação nativa e formas sinuosas, o jardim (com espaços contemplativos e de estar) possuía uma configuração inédita no país e no mundo.[4]

A partir daí, Burle Marx passou a trabalhar com uma linguagem bastante orgânica e evolutiva, identificando-a muito com vanguardas artísticas como a arte abstrata, o concretismo, o construtivismo, entre outras.[7] As plantas baixas de seus projetos lembram em muitas vezes telas abstratas, nas quais os espaços criados privilegiam a formação de recantos e caminhos através dos elementos de vegetação nativa.[carece de fontes?]

Vida pessoal

Burle Marx era sabidamente homossexual.[9] Atualmente, pessoas LGBTQIA+ lembram de seu nome como uma referência e um exemplo a ser seguido:

"E toda vez que um garoto for chorar sozinho numa praça, porque não é aceito em casa pela sua orientação sexual, e olhar para o trabalho de Burle Marx, ele não vai se sentir tão sozinho por saber que quem fez aquilo foi um cara igual a ele".[10]

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Cronologia

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Celebrações

Desde 2009, celebra-se no Recife a Semana Burle Marx, no início do mês de agosto.[14] (Lei Municipal nº 17 571/2009). Será tema do enredo da Escola de Samba Botafogo Samba Clube no Carnaval de 2026.[15]

Ver também

Referências

  1. Cultural, Instituto Itaú. «Burle Marx». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 22 de outubro de 2020
  2. «Página - IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional». portal.iphan.gov.br. Consultado em 22 de outubro de 2020
  3. «Burle Marx». Instituto Burle Marx. Consultado em 22 de Outubro de 2020
  4. «Roberto Burle Marx - Biografia». UOL - Biografia. Consultado em 3 de julho de 2012
  5. «Conheça seis obras do paisagista Burle Marx na cidade do Rio». O Globo. 19 de julho de 2024. Consultado em 13 de agosto de 2025
  6. MCLELLAN, David. Karl Marx: vida e pensamento. Petropolis, RJ: Vozes, 1990. [16]p. de estampas ((Vidas famosas)) ISBN 8532602886 (broch.)
  7. «Roberto Burle Marx». R7. Brasil Escola. Consultado em 3 de agosto de 2012
  8. «Burle Marx era gay. E o que temos com isso? | Metrópoles». www.metropoles.com. 4 de julho de 2017. Consultado em 20 de maio de 2024
  9. Pinheiro, Maria Lúcia Bressan (2008). «Arquitetura residencial verticalizada em São Paulo nas décadas de 1930 e 1940». Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material. 16 (1): 109–149. ISSN 0101-4714. doi:10.1590/S0101-47142008000100004
  10. Carnavalesco, Redação (4 de junho de 2025). «Botafogo Samba Clube exaltará legado de Roberto Burle Marx no Carnaval 2026 - Carnavalesco». Consultado em 5 de junho de 2025
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Bibliografia

Ligações externas

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