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WASP-17
estrela Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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WASP-17 é uma estrela de classe F na constelação de Scorpius, com uma magnitude aparente visual de 11,5.[2] De acordo com dados de paralaxe, do terceiro lançamento do catálogo Gaia, está localizada a uma distância de aproximadamente 1 320 anos-luz (400 parsecs) da Terra.[5] Em 2009, foi descoberto um planeta extrassolar Júpiter quente por trânsito em uma órbita retrógrada ao redor da estrela.[3]
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Características
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WASP-17 já foi classificada com um tipo espectral de F6[3] ou F4,[4] e é uma estrela evoluída mais brilhante que uma típica estrela da sequência principal. Modelos evolucionários indicam que esta estrela tem uma massa de aproximadamente 1,29 vezes a massa solar e expandiu-se para um raio 1,58 vezes superior ao raio solar, com uma idade de 2,7 bilhões de anos.[6] A temperatura efetiva de sua fotosfera já foi estimada entre 6 500 e 6 650 K,[2][4] dando à estrela a coloração branco-amarela típica de estrelas de classe F.[8] A metalicidade de WASP-17 parece ser um pouco menor que a solar, com estimativas de sua abundância de ferro variando entre 56% da solar ([Fe/H] = -0,25)[3] e 95% da solar (Fe/H] = -0,02).[7] Sua velocidade de rotação projetada, determinada diretamente da observação do trânsito do planeta, é de 10 km/s.[4]
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Sistema planetário
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Em 2009, foi descoberto pelo projeto SuperWASP um planeta extrassolar em trânsito orbitando esta estrela, denominado WASP-17b.[3] Sua órbita tem um período curto de 3,735 dias e está inclinada em 86,7° em relação ao plano do céu.[6] Inicialmente, os dados indicavam uma excentricidade orbital considerável de 0,13,[3] mas observações mais recentes mostraram que a órbita é circular.[6]
Esse planeta é um Júpiter quente com uma massa de 48% da massa de Júpiter a uma distância de apenas 0,051 UA da estrela.[6] O trânsito do planeta tem duração de 4,3 horas e apresenta uma curva de luz bastante profunda, com uma diminuição de 1,7% no brilho total da estrela.[3] Isso indica que o planeta é muito grande, com um raio de 1,93 vezes o raio de Júpiter, correspondendo a uma baixa densidade de 0,08 g/cm3. Em 2012, ele era o maior planeta conhecido. Esse fenômeno de inflação no raio planetário devido à alta irradiação estelar é observado em vários Júpiteres quentes, principalmente em torno de estrelas quentes de classe F, e permanece um desafio aos modelos teóricos de física planetária.[6]
Observações infravermelhas a 4,5 e 8 µm pelo Telescópio Espacial Spitzer detectaram diminuição de 0,2% no brilho do sistema durante o eclipse secundário, quando o planeta passa atrás da estrela. Isso indica que o planeta é quente e emite energia termal significativa, com uma temperatura efetiva estimada em 1881 ± 50 e 1580 ± 150 K pela emissão a 4,5 e 8 µm respectivamente. Esses valores são consistentes com um baixo albedo e uma eficiente recirculação de energia entre o lado iluminado e o escuro do planeta, já que sua temperatura de equilíbrio calculada para essas condições é de 1771 ± 35 K.[9]
Quando um planeta passa na frente de uma estrela em rotação, ele bloqueia parte da luz da estrela se afastando e se aproximando do observador, causando uma aparente mudança na velocidade radial da estrela durante o trânsito. Esse fenômeno, conhecido como efeito Rossiter–McLaughlin, foi usado para mostrar que WASP-17b orbita sua estrela de forma retrógrada, na direção oposta à de rotação estelar, com um ângulo de cerca de 150° entre o plano da órbita e o eixo de rotação estelar. Isso significa que o planeta provavelmente evoluiu para sua posição atual por interações gravitacionais com um segundo planeta ou estrela no sistema. Acredita-se que todos os Júpiteres quentes foram originalmente formados distantes de suas estrelas, depois da linha do gelo, e migraram para perto por algum tipo de interação com o gás ou poeira circunstelar ou outros objetos.[3][10][4]
Observações espectroscópicas do trânsito em diferentes comprimentos de onda permitem explorar a composição atmosférica de um planeta, já que o raio do planeta parecerá maior em regiões do espectro em que a opacidade atmosférica é aumentada devido à absorção da luz estelar por um certo componente químico. Essa técnica, chamada de espectroscopia de transmissão, foi usada em diversos estudos para detectar sódio (Na),[11][12] água (H2O),[13] e potássio (K) na atmosfera de WASP-17b.[14] As intensas linhas de absorção desses componentes indicam que a atmosfera do planeta não possui cobertura significativa de nuvens ou névoa.[15]
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Referências
- «TYC 6787-1927-1 -- Star». SIMBAD. Centre de Données astronomiques de Strasbourg. Consultado em 19 de março de 2018
- Maxted, P. F. L.; Koen, C.; Smalley, B. (dezembro de 2011). «UBV(RI)C photometry of transiting planet hosting stars». Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. 418 (2): 1039-1042. Bibcode:2011MNRAS.418.1039M. doi:10.1111/j.1365-2966.2011.19554.x
- Anderson, D. R.; et al. (janeiro de 2010). «WASP-17b: An Ultra-Low Density Planet in a Probable Retrograde Orbit». The Astrophysical Journal. 709 (1): 159-167. Bibcode:2010ApJ...709..159A. doi:10.1088/0004-637X/709/1/159
- Triaud, A. H. M. J.; et al. (dezembro de 2010). «Spin-orbit angle measurements for six southern transiting planets. New insights into the dynamical origins of hot Jupiters». Astronomy and Astrophysics. 524: A25, 22. Bibcode:2010A&A...524A..25T. doi:10.1051/0004-6361/201014525
- Gaia Collaboration: Brown, A. G. A.; Vallenari, A.; Prusti, T.; et al. (maio de 2021). «Gaia Early Data Release 3. Summary of the contents and survey properties». Astronomy & Astrophysics. 649: A1, 20 pp. Bibcode:2021A&A...649A...1G. arXiv:2012.01533
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