Binot Paulmier de Gonneville
De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Binot Paulmier de Gonneville foi um navegador francês, da Normandia, que percorreu as costas do Brasil no século XVI[1].
Binot Paulmier de Gonneville | |
---|---|
Nascimento | século XV Gonneville-sur-Honfleur |
Morte | século XVI |
Cidadania | França |
Ocupação | explorador, navegador |
Nobre da Normandia (região norte da França), Binot Paulmier de Gonneville partiu do porto de Honfleur em 24 de junho de 1503, no comando do navio L'Espoir (A Esperança), com destino às Índias Orientais. Após escala nas Cabo Verde e em vários trechos do litoral africano, chegou ao Cabo da Boa Esperança, onde uma tempestade desviou seu navio da rota original e o fez vagar durante semanas pelo Atlântico. Em 6 de janeiro de 1504, o capitão Gonneville ancorou nas proximidades do estuário de um pequeno rio, que ele compara ao Orne, no litoral sul do Brasil. Neste local, frequentemente identificado como sendo São Francisco do Sul[2][3][4], ilha localizada ao norte de Santa Catarina, permaneceu durante seis meses, estabelecendo amizade com os indígenas locais, liderados por um ancião chamado Arô Içá, a que os franceses, pelas características de sua língua natal, chamavam Arosca. Ao partir, Gonneville levou consigo o filho do cacique Arosca, Içá Mirim, então com 14 anos de idade, para "ensinar-lhe a arte da artilharia e mostrar-lhe a vida entre os cristãos", conforme assinala o escritor Carlos da Costa Pereira, em Um Capítulo da Expansão Bandeirante. Prometeu a Arosca que o traria de volta em "vinte luas", mas o naufrágio do L'Espoir já no litoral da França o impediu de cumprir a palavra empenhada.
Içá-Mirim, acompanhado por um guerreiro da tribo Carijós, chamado Namoa, embarcou para a França e recebeu o batismo a bordo do l'Espoir, adotando o nome de Binot. Namoa faleceu na viagem, provavelmente de escorbuto. Içá-Mirim foi educado na França, e casou-se com Suzanne, uma das filhas do Capitão Binot Paulmier, com a condição de que os descendentes do casal usassem o nome e o brasão de armas da tradicional família francesa. Içá Mirim, chamado Essomeric ou Binot entre os franceses, nunca mais retornou ao Brasil, mas tornou-se um homem de grande importância e cultura, tendo recebido o título de Barão. Faleceu aos noventa e seis anos de idade. Tornou-se célebre o abade Jean de Gonneville, bispo de Saint Pierre de Lissieux, em Calvados, que era neto de Essomeric e que tentou localizar a Declaração de Viagem de seu trisavô Binot Paulmier, empreendimento no qual não teve sucesso. O documento da viagem foi encontrado no século XIX, por Paul Gaffarel, no Almirantado da Normandia. Foi graças a ele que se pôde reconstruir boa parte da história da heroica e ousada viagem do Conde Binot Paulmier de Gonneville.