Eleições estaduais em São Paulo em 1982
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As eleições estaduais em São Paulo em 1982 aconteceram em 15 de novembro como parte das eleições em 23 estados brasileiros e nos territórios federais do Amapá e Roraima. Foram eleitos nesse dia o governador Franco Montoro, o vice-governador Orestes Quércia, o senador Severo Gomes, 60 deputados federais e 84 estaduais na primeira eleição direta para o Palácio dos Bandeirantes desde a vitória de Ademar de Barros em 1962.[1] Foram observadas regras como o voto vinculado, a sublegenda e a proibição de coligações partidárias. Ressalte-se que os paulistas residentes no Distrito Federal escolheram seus representantes por força da Lei nº 6.091 de 15 de agosto de 1974.[2][nota 1][3]
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Eleições estaduais em São Paulo em 1982 | ||||||
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15 de novembro de 1982 (Turno único) | ||||||
Candidato | Franco Montoro | Reynaldo de Barros | ||||
Partido | PMDB | PDS | ||||
Natural de | São Paulo, SP | São Paulo, SP | ||||
Vice | Orestes Quércia | Afif Domingos | ||||
Votos | 5.209.952 | 2.728.732 | ||||
Porcentagem | 49,04% | 25,68% | ||||
Candidato mais votado por município no estado (572):
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Titular Eleito | ||||||
Nascido em São Paulo, o professor Franco Montoro é formado em Filosofia e Pedagogia e também é advogado, graduações obtidas na Universidade de São Paulo em 1938. Após lecionar na instituição em tela, ministrou aulas na Faculdade de São Bento e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Trabalhou para o governo paulista junto ao Serviço Social da Secretaria de Justiça no governo Ademar de Barros e foi procurador do estado.[4] Após conhecer a Ação Católica Brasileira, ingressou no PDC e foi eleito sucessivamente vereador de São Paulo em 1950 e deputado estadual em 1954 chegando à presidência da Assembleia Legislativa de São Paulo. Eleito deputado federal em 1958, foi ministro do Trabalho[5] a convite do primeiro-ministro Tancredo Neves durante a fase parlamentarista do Governo João Goulart e após ser reeleito à Câmara dos Deputados em 1962 foi escolhido presidente nacional do PDC. Imposto o bipartidarismo renovou o mandato pelo MDB em 1966 e por este partido elegeu-se senador em 1970 e 1978. Após o regresso do pluripartidarismo entrou no PMDB e em 1982 foi eleito governador de São Paulo.[nota 2][6][7]
Em sua primeira experiência profissional Orestes Quércia foi repórter do Diário do Povo em Campinas e a partir deste instante fez carreira como jornalista o que lhe permitiu custear os estudos na Pontifícia Universidade Católica de Campinas onde se formou advogado.[8] Também empresário e administrador de empresas, é natural de Pedregulho, elegeu-se vereador em Campinas via PL em 1962 e durante o Regime Militar de 1964 integrou o MDB sendo eleito deputado estadual em 1966, prefeito de Campinas em 1968 e senador em 1974.[9][8] Influente no seio partidário, conservou sua liderança ao entrar no PMDB e num lance de última hora aceitou a candidatura a vice-governador na chapa de Franco Montoro em 1982.[10][11]
No tocante à eleição para o Senado Federal o vitorioso foi o empresário Severo Gomes. Advogado formado pela Universidade de São Paulo, presidiu a Tecelagem Paraíba e, em paralelo, fez investimentos no ramo agropecuário, razão pela qual foi diretor da Sociedade Rural Brasileira. Conselheiro do Banco Mercantil de São Paulo, da Associação Comercial de São Paulo e do Museu de Arte Moderna de São Paulo, foi diretor da Carteira Agrícola do Banco do Brasil e ministro da Agricultura no governo Castelo Branco[12][13] e durante a maior parte do Governo Ernesto Geisel foi ministro da Indústria e Comércio. Fora do Poder Executivo teve seu nome especulado para concorrer à sucessão do governador Paulo Egídio Martins em 1978, mas não foi candidato.[14] Filiado ao MDB em 1979, seguiu para o PMDB com a restauração do pluripartidarismo e foi eleito senador em 1982.[15]