Loading AI tools
cantor brasileiro Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Antônio Moreira da Silva[1] (Rio de Janeiro, 1 de abril de 1902[1] — Ibid., 6 de junho de 2000[2]) foi um cantor e compositor brasileiro, também conhecido como Kid Morengueira.[3] É considerado o criador do samba-de-breque, embora o breque já existisse em composições mais antigas como "Cansei", de Sinhô.[4] Moreira da Silva nasceu no começo do século XX, 1902, quando o Rio de Janeiro estava em transformação, com a inauguração das primeiras salas de cinema.
Moreira da Silva | |
---|---|
Informação geral | |
Nome completo | Antônio Moreira da Silva |
Também conhecido(a) como | Kid Morengueira |
Nascimento | 1 de abril de 1902 |
Local de nascimento | Rio de Janeiro, RJ, Brasil |
Morte | 6 de junho de 2000 (98 anos) |
Local de morte | Rio de Janeiro, RJ, Brasil |
Nacionalidade | Brasileiro |
Gênero(s) | Samba Samba-canção samba-de-breque |
Instrumento(s) | vocal |
Período em atividade | 1931 — 2000 |
Outras ocupações | compositor |
Gravadora(s) | Odeon Victor Columbia Star Carnaval Continental Santa Anita Cantagalo CID Polydor Top Tape EMI |
Afiliação(ões) | Dicró Bezerra da Silva |
Antonio Moreira da Silva nasceu na Rua Santo Henrique (atual Carlos Vasconcelos) no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro. Filho mais velho de Bernardino da Silva Paranhos, trombonista da Polícia Militar e da dona de casa Pauladina da Silva Paranhos.[1]
Abandonou a escola aos treze anos, quando o pai morreu (outra fonte afirma que o pai morreu de cirrose por consequência do excesso de consumo de bebidas alcoólicas quando Moreira tinha 5 anos[1]), e a família ficou sem um maior apoio. Assim, trabalhou como vendedor de doce, entregador de marmita e catador de papel,[1] tendo trabalhado até sua aposentadoria como servidor público.[5] Na adolescência, atuou também numa barraca da festa da Penha, numa fábrica de meias e noutra de cigarro. Mais tarde, foi motorista de táxi e, depois, de ambulância.[1]
Formou família ao se casar em 1928, permanecendo casado por 50 anos.[5] Quando frequentava a zona do meretrício do Rio, Moreira conheceu Estera Gladkowicer, uma imigrante judia russa naturalizada brasileira que integrava a Associação Beneficente Funerária e Religiosa Israelita. Depois de algum tempo se prostituindo, Estera virou cafetina e administrou um bordel no Mangue, onde Moreira se encontrava com ela. Os dois ficaram juntos por 18 anos.[6]
Um dia, ao fazer uma corrida para Ismael Silva, este lhe sugeriu que fizesse um teste na Odeon, por achar que ele tinha talento. Moreira foi à gravadora e passou no teste, gravando um disco com duas composições de Getúlio Marinho: "Ererê" e "Rei da Umbanda". Foi no terceiro que alcançou o sucesso, com o lado B "Arrasta a Sandália", de Aurélio Gomes e Baiaco.[7]
Em 1934, entrou para a equipe do Programa Casé, da Rádio Philips. No mesmo ano, pela Columbia, lançou mais um sucesso: "Implorar", escrita por ele em parceria com Kid Pepe e J. Gaspar.[8] Em 1937, a convite do então diretor artístico da Rádio Mayrink Veiga César Ladeira, foi para a emissora por um salário de quinhentos mil-réis, juntando-se a Francisco Alves, Carmen e Aurora Miranda, Gastão Formenti, João Petra de Barros, Patrício Teixeira, Mário Reis, Jorge Fernandes, Cyro Monteiro, Eriberto Muraro, José Maria de Abreu, Nonô, entre outras estrelas da rádio na época.[8] Em 1939, a convite do fadista Manuel Monteiro, foi se apresentar em Portugal, o que lhe rendeu uma participação no filme A Varanda dos Rouxinóis, de José Leitão de Barros.[9] Moreira ficou no país europeu por três meses.[6]
Pouco antes de ir para Portugal, Moreira se desligara da Mayrink. Além disso, por ter ficado três meses fora do país, não gravou nenhum disco e sua execução nas rádios caiu. Entre 1938 e 1939, ele gravou várias músicas pela Odeon e pela Columbia, mas nenhuma delas estourou. Além disso, a Rádio Nacional não quis renovar seu contrato e ofereceu-lhe somente um cachê simbólico por apresentações esporádicas. Em 1940, ele tentou dois discos, de novo sem sucesso.[10] Em 1942, após temporada de um mês na Bahia, Moreira tentou o sucesso novamente comprando uma composição ("Lembranças da Bahia", para a qual constou como coescritor) de Geraldo Pereira, mas ainda não foi daquela vez.[11]
Moreira começou a lentamente reconstruir sua carreira no início dos anos 1950, quando Jorge Veiga foi da Tupi para a Rádio Nacional, abrindo uma vaga para Moreira.[12] Ainda nos anos 1950, mais precisamente em 1954, tentou carreira política, candidatando-se a vereador do Distrito Federal, mas recebeu pouco menos de 400 votos.[12] Em 1958, completou 32 anos de carreira no funcionalismo público e se aposentou como encarregado de garagem.[13]
Em dado momento, a Odeon o convidou a gravar um disco com antigos sucessos, que saiu com o nome O Último Malandro. O LP renovou sua carreira, levando-o de volta às rádios e aos programas de televisão e rendendo um prêmio de Disco de Ouro, entre outros. A amizade com o poeta e radialista Miguel Gustavo começa nesta fase.[14]
Contudo, a chegada da bossa nova (que o cantor desmereceu) e da Jovem Guarda tiraram espaço dele e outros sambistas. Seu último disco, Moreira da Silva, o Tal Malandro, vendeu 1,5 mil cópias, resultado que levou a Odeon a colocá-lo na "geladeira".[15] Contrariado pela relutância da gravadora em lançar um disco cheio seu, Moreira rescindiu seu contrato e foi para a Cantagalo, por meio da qual lançou os discos O Sucesso Continua e Manchete do Dia.[15]
Em 1976, fez um show com Jards Macalé descrito como "antológico" por quem o assistiu.[16] No ano seguinte, a dupla juntou-se ao Projeto Pixinguinha e excursionou por diversas capitais estaduais do Brasil.[17] Participou do histórico disco de Chico Buarque de Holanda, a Ópera do Malandro de 1979, fazendo dueto com o próprio Chico.
Em 1992, foi tema do enredo da escola de samba Unidos de Manguinhos. Em 1995 gravou Os 3 Malandros in Concert com Dicró e Bezerra da Silva, aos 93 anos de idade. Em 1996, foi tema do livro Moreira da Silva - O Último dos Malandros. Com 98 anos de idade, ainda se apresentava em shows.
Nos anos 1990, vivendo sua décima década de vida, Moreira tinha apenas 10% da visão no olho direito, tomado pela catarata. Realizou uma operação para resolver o problema, mas logo depois, teve de operar também a próstata. Sofrendo de insônia, passa a tomar lorax, o que o deixa debilitado ao longo do dia. Mesmo assim, seguiu fazendo shows até uma nova operação afastá-lo dos palcos por cinco meses. Seu último espetáculo foi Os 3 Malandros in Concert.[2]
Em 29 de abril de 2000, Moreira da Silva caiu em casa e foi internado numa clínica particular, sendo depois levado ao Hospital dos Servidores do Estado, no Rio de Janeiro, em função dos altos custos da permanência na UTI. O cantor morreu na manhã de 6 de junho de 2000[2] em função de falência múltipla de órgãos.[5]
Do lançamento mais novo para o mais antigo. Adaptado das fontes.[18][19]
Adaptado da fonte.[20]
Seamless Wikipedia browsing. On steroids.
Every time you click a link to Wikipedia, Wiktionary or Wikiquote in your browser's search results, it will show the modern Wikiwand interface.
Wikiwand extension is a five stars, simple, with minimum permission required to keep your browsing private, safe and transparent.