Samba-canção
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Samba-canção é um subgênero musical originário do samba, que surgiu no final da década de 1920 no seio da modernização do samba urbano do Rio de Janeiro,[1] quando este iniciava seu processo de distanciamento do maxixe.[2]
Samba-canção | |
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Jamelão canta durante o espetáculo comemorativo da reinauguração da Rádio Nacional. | |
Origens estilísticas | Samba e modinha (bolero, balada e tango na década de 1950). |
Contexto cultural | Final da década de 1920, no Rio de Janeiro. |
Popularidade | Popular no Brasil entre as décadas de 1930 e 1950. |
Subgêneros | |
Sambalada, Sambolero | |
Formas regionais | |
Brasil |
Também chamado de "samba de meio de ano" (ou seja, sambas feitos fora da época de Carnaval),[3] em linhas gerais, o samba-canção faz uma releitura mais elaborada na melodia - enfatizando-a - e possui um andamento moderado (o mais lento dentro das vertentes do moderno samba urbano), centrado em temáticas de amor, solidão e na chamada "dor-de-cotovelo".[4][5] O samba-canção desenvolveu-se a partir de músicos profissionais que tocavam em teatros de revista cariocas. "Linda Flor (Ai, Ioiô)", do compositor Henrique Vogeler e dos letristas Marques Porto e Luís Peixoto, é considerado o marco inaugural desse estilo de samba.[4]
Praticado por autores tão diversificados, o samba-canção teria seu apogeu nas décadas de 1940 e 1950.[6] Entre intérpretes que se destacaram nesse estilo, estão Jamelão e Elizeth Cardoso, que gravaram canções de Lupicínio Rodrigues, Maysa, Ângela Maria, entre outros.[6] Outros grandes compositores de samba escreveram samba-canção, como Noel Rosa ("Pra que mentir"), Cartola ("As rosas não falam"), Nelson Cavaquinho ("A flor e o espinho", com Guilherme de Brito), Ataulfo Alves ("Boêmios").[3]
O ambiente da década de 1950 estimulou a expansão desse gênero no mercado nacional, mas com transformações dentro do estilo - o que levou alguns estudiosos a marcar uma diferenciação do samba-canção clássico, expressas nos termos (que podem ou não ser considerados como subgêneros, de acordo com cada autor) sambalada e sambolero durante os anos cinquenta.[1][6] As melodias eram marcadas por influências de gêneros musicais estrangeiros - como a balada estadunidense e o bolero cubano, especialmente enfatizado por orquestras. No que diz respeito às letras, uma interpretação pessimista das propostas ligadas à filosofia existencialista (que traduzem um forte desencanto com o mundo).[3] Esse conteúdo melancólico mais tarde incorporaria a palavra "fossa" para o subgênero.[6]
Com o surgimento da Bossa Nova, no final da década de 1950, o samba-canção perderia terrreno dentro da música brasileira, mas manteria um vasto e rico acervo de obras em permanente processo de regravações.[6]