Rio de Janeiro
capital do estado brasileiro do Rio de Janeiro / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Rio de Janeiro, simplesmente referido como Rio, é um município brasileiro, capital do estado homônimo, situado no Sudeste do país. Um dos maiores destinos turísticos internacionais no Brasil,[7] na América Latina e também do Hemisfério Sul. A capital fluminense é a cidade brasileira mais conhecida no exterior,[8] funcionando como um "espelho", ou "retrato" nacional, seja positiva ou negativamente. É a segunda maior metrópole do Brasil (depois de São Paulo), a sétima maior da América e a décima oitava do mundo. Sua população estimada pelo IBGE para o censo de 2022 era de 6 211 423 habitantes.[1] Tem o epíteto de Cidade Maravilhosa,[9] e os que nela nascem são chamados de cariocas.
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Município do Brasil | |||
Símbolos | |||
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Hino | |||
Gentílico | carioca[1] | ||
Localização | |||
Localização do Rio de Janeiro no Rio de Janeiro | |||
Localização do Rio de Janeiro no Brasil | |||
Mapa do Rio de Janeiro | |||
Coordenadas | 22° 54' 10" S 43° 12' 28" O | ||
País | Brasil | ||
Unidade federativa | Rio de Janeiro | ||
Região metropolitana | Rio de Janeiro | ||
Municípios limítrofes | Duque de Caxias, Itaguaí, Seropédica, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu e São João de Meriti | ||
Distância até a capital | 1 148 km[2] | ||
História | |||
Fundação | 1 de março de 1565 (459 anos) | ||
Administração | |||
Distritos | Lista
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Prefeito(a) | Eduardo Paes (PSD, 2021 – 2024) | ||
Características geográficas | |||
Área total [1] | 1 200,329 km² | ||
• Área urbana IBGE/2019[3] | 640,3365 km² | ||
População total (Censo de 2022) [1] | 6 211 423 hab. | ||
• Posição | BR: 2º; RJ: 1º | ||
Densidade | 5 174,8 hab./km² | ||
Clima | tropical atlântico (Aw) | ||
Altitude [4] | 2 m | ||
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) | ||
Indicadores | |||
IDH (PNUD/2010[5]) | 0,799 — alto | ||
• Posição | RJ: 2º | ||
PIB (IBGE/2020[6]) | R$ 331 279 902,03 mil | ||
• Posição | BR: 2º | ||
PIB per capita (IBGE/2020[6]) | R$ 49 094,40 | ||
Sítio | www www |
Classificada como uma metrópole, exerce influência nacional, seja do ponto de vista cultural, econômico ou político brasileiros,[10] e é um dos principais centros econômicos, culturais e financeiros do país, sendo internacionalmente conhecida por diversos ícones culturais e paisagísticos, como o Pão de Açúcar, o morro do Corcovado com a estátua do Cristo Redentor, as praias dos bairros de Copacabana, Ipanema e Barra da Tijuca, entre outras; os estádios do Maracanã e Nilton Santos; o bairro boêmio da Lapa e seus arcos; o Theatro Municipal do Rio de Janeiro; as florestas da Tijuca e da Pedra Branca; a Quinta da Boa Vista; a Biblioteca Nacional; a ilha de Paquetá; o réveillon de Copacabana; o carnaval carioca; a Bossa Nova e o samba. Parte da cidade foi designada Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO em 1 de julho de 2012.[11][12]
Representa o segundo maior PIB do país[13] (e o 30.º maior do mundo[14]), estimado em cerca de 354,981 bilhões de reais (IBGE/2023),[15] e é sede das duas maiores empresas brasileiras — a Petrobras e a Vale, e das principais companhias de petróleo e telefonia do Brasil, além do maior conglomerado de empresas de mídia e comunicações da América Latina, o Grupo Globo.[16] Contemplado por grande número de universidades e institutos, é o segundo maior polo de pesquisa e desenvolvimento do Brasil, responsável por 19% da produção científica nacional, segundo dados de 2005.[17] Rio de Janeiro é considerada uma cidade global beta — pelo inventário de 2008 da Universidade de Loughborough (GaWC).
A cidade foi, sucessivamente, capital da colônia portuguesa do Estado do Brasil (1763–1815), depois do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1815–1822), do Império do Brasil (1822–1889) e da República dos Estados Unidos do Brasil (1889–1968) até 1960, quando a sede do governo foi transferida definitivamente para a recém-construída Brasília. Naquele ano, o Rio foi transformado em uma cidade-estado com o nome de Guanabara e, somente em 1975, torna-se a capital do estado do Rio de Janeiro.
A Baía de Guanabara, à margem da qual a cidade se organizou, foi descoberta pelo explorador português Gaspar de Lemos em 1 de janeiro de 1502.[18] Embora se afirme que o nome "Rio de Janeiro" tenha sido escolhido em virtude de os portugueses acreditarem tratar-se a baía da foz de um rio, na verdade, à época, não havia qualquer distinção de nomenclatura entre rios, sacos e baías — motivo pelo qual foi o corpo d'água corretamente designado como rio.[livro 1]
Colonização portuguesa e invasões estrangeiras
O litoral do atual estado do Rio de Janeiro era habitado por índios do tronco linguístico macro-jê há milhares de anos. Por volta do ano 1000, a região foi conquistada por povos de língua tupi procedentes da Amazônia. Um destes povos, os tamoios, também conhecidos como tupinambás, ocupava a região ao redor da Baía de Guanabara no século XVI, quando os portugueses chegaram à região.[19]
A Baía de Guanabara, à margem da qual a cidade foi fundada, foi descoberta pelo explorador português Gaspar de Lemos em 1 de janeiro de 1502.[18] No entanto, em 1 de novembro de 1555, os franceses, capitaneados por Nicolas Durand de Villegagnon, apossaram-se da Baía da Guanabara, estabelecendo uma colônia na ilha de Sergipe (atual ilha de Villegagnon).[livro 1] Lá, ergueram o Forte Coligny, enquanto consolidavam alianças com os índios tupinambás locais. Enquanto isso, os portugueses se aliaram a um grupo indígena rival dos tupinambás, os temiminós e foi com o auxílio destes que atacaram e destruíram a colônia francesa em 1560.[livro 1] Os franceses só foram completamente expulsos da região pelos portugueses em 1567.[livro 1]
Persistindo a presença francesa na região, os portugueses, sob o comando de Estácio de Sá, acompanhado por um grupo de fundadores incluindo também D. Antônio de Mariz, desembarcaram num istmo entre o Morro Cara de Cão e o Morro do Pão de Açúcar, fundando, a 1 de março de 1565, a cidade de "São Sebastião do Rio de Janeiro".[livro 1] Uma vez conquistado o território, em uma pequena praia protegida pelo Morro do Pão de Açúcar, edificaram uma fortificação de faxina e terra, o embrião da Fortaleza de São João.[livro 1]
A expulsão e derrota definitiva dos franceses e seus aliados indígenas, no entanto, só se deu em janeiro de 1567.[livro 1] A vitória de Estácio de Sá, subjugando elementos remanescentes franceses (os quais, aliados aos tamoios, dedicavam-se ao comércio e ameaçavam o domínio português na costa do Brasil), garantiu a posse do Rio de Janeiro, rechaçando, a partir daí, novas tentativas de invasões estrangeiras e expandindo, à custa de guerras, seu domínio sobre as ilhas e o continente.[livro 1] A povoação foi refundada no alto do antigo Morro do Castelo, que se localizava no atual centro da cidade. O morro foi removido em 1922 como parte de uma reforma urbanística. O novo povoado marcou o começo de fato da expansão da cidade.[livro 1]
Durante quase todo o século XVII, a cidade acenou com um desenvolvimento lento.[livro 1] Uma rede de pequenas ruelas conectava entre si as igrejas, ligando-as ao Paço e ao Mercado do Peixe, à beira do cais. A partir delas, nasceram as principais ruas do atual Centro.[livro 1] Com cerca de 30 000 habitantes na segunda metade do século XVII, o Rio de Janeiro tornara-se a cidade mais populosa do Brasil, passando a ter importância fundamental para o domínio colonial.[livro 1]
Essa importância tornou-se ainda maior com a exploração de jazidas de ouro em Minas Gerais, no século XVIII: a proximidade levou à consolidação da cidade como proeminente centro portuário e econômico. Em 1763, o ministro português Marquês de Pombal transferiu a sede da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro.[livro 1]
Vinda da corte portuguesa e período imperial
A vinda da corte portuguesa, em 1808, marcaria profundamente a cidade, então convertida no centro de decisão do Império Português, debilitado com as guerras napoleônicas. Após a Abertura dos Portos, tornou-se um proeminente centro comercial. Nos primeiros decênios, foram criados diversos estabelecimentos de ensino, como a Academia Militar, a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios e a Academia Imperial de Belas Artes, além da Biblioteca Nacional — com o maior acervo da América Latina[20] — e o Jardim Botânico. O primeiro jornal impresso do Brasil, a Gazeta do Rio de Janeiro,[21] entrou em circulação nesse período. Foi a única cidade no mundo a sediar um império europeu fora da Europa.[livro 1]
Foi a capital do Brasil de 1763 a 1960, quando o governo transferiu-se para Brasília. Entre 1808 e 1815, foi capital do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, como era oficialmente designado Portugal na época. Entre 1815 e abril de 1821, sediou o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, após elevação do Brasil à parte integrante do reino unido supracitado.[livro 1]
Após a Independência do Brasil (1822), a cidade tornou-se a capital do Império do Brasil, enquanto a província enriquecia com a agricultura canavieira da região de Campos e, principalmente, com o novo cultivo do café no Vale do Paraíba.[livro 1] Em 1823, o Rio de Janeiro recebeu o título de Muito Leal e Heroica por carta imperial de D. Pedro I, por seus habitantes terem apoiado o então príncipe regente em sua decisão de permanecer no Brasil, no que viria ser conhecido como Dia do Fico.[22] De modo a separar a província da capital do Império, a cidade foi convertida, no ano de 1834, em Município Neutro, passando a província do Rio de Janeiro a ter Niterói como capital.[livro 1]
Como centro político do país, o "Rio" concentrava a vida político-partidária do Império. Foi palco principal dos movimentos abolicionista e republicano na metade final do século XIX.[livro 1] Durante a República Velha (1889–1930), com a decadência de suas áreas cafeeiras, o estado do Rio de Janeiro perdeu força política para São Paulo e Minas Gerais.[livro 1]
Período republicano
Com a Proclamação da República, nas últimas décadas do século XIX e início do XX, o Rio de Janeiro enfrentava graves problemas sociais advindos do crescimento rápido e desordenado. Com o declínio do trabalho escravo, a cidade passara a receber grandes contingentes de imigrantes europeus e de ex-escravos, atraídos pelas oportunidades que ali se abriam ao trabalho assalariado.[livro 1] Entre 1872 e 1890, sua população duplicou, passando de 274 mil para 522 mil habitantes.[livro 1]
O aumento da pobreza agravou a crise habitacional, traço constante na vida urbana do Rio desde meados do século XIX. O epicentro dessa crise era ainda, e cada vez mais, o miolo central — a Cidade Velha e suas adjacências —, onde se multiplicavam os Cortiços e eclodiam as violentas epidemias de febre amarela, varíola, cólera-morbo, que conferiam à cidade fama internacional de porto sujo.[livro 1]
Muitas campanhas de erradicação, perpetradas pelos governos da época, não foram bem recebidas pela população carioca. Houve muitas revoltas populares, entre elas, a Revolta da Vacina, de 1904, que também teve como causa a tomada de medidas impopulares, como as reformas urbanas do centro, executadas pelo engenheiro Pereira Passos.[livro 1] Vários cortiços foram demolidos e a população pobre da região central deslocada para as encostas de morros, na zona portuária e no Caju, sobretudo os morros da Saúde e da Providência.[livro 1]
Tais povoamentos cresceram de maneira desordenada, dando início ao processo de favelização (ainda não muito preocupante na época) — o que não impediu a adoção de várias outras reformas urbanas e sanitárias que modificaram a imagem da então capital da República. Data desse período a abertura do Theatro Municipal e da Avenida Rio Branco, com os edifícios inspirados em elementos da Belle Époque parisiense, e a inauguração, em 1908, do Bondinho do Pão de Açúcar, um dos marcos da engenharia brasileira, em comemoração aos 100 anos da Abertura dos Portos.[23]
A ocupação da atual zona sul efetivou-se com a abertura do Túnel Velho, que fazia a conexão entre Botafogo e Copacabana. O surgimento do Copacabana Palace, em 1923, consagrou definitivamente o processo de ocupação e o turismo na região, que experimentou uma explosão demográfica. O Cristo Redentor seria inaugurado em 1931, tornando-se um dos cartões-postais do Rio e do Brasil.[24] Após a transferência da Capital Federal para Brasília em 1960, o Rio foi transformado numa cidade-estado com o nome de Guanabara. Em 15 de março de 1975 ocorreu a fusão com o antigo estado do Rio de Janeiro e, em 23 de julho, foi promulgada a sua constituição.[livro 1]
Em 1992, sediou a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUCED), mais conhecida como Rio-92, ou ECO-92 — a primeira conferência internacional de peso realizada após o fim da Guerra Fria, com a presença de delegações de 175 países.[25][26]
Em 2007, foi sede dos Jogos Pan-Americanos, ocasião à qual realizou investimentos em estruturas esportivas (incluindo a construção do Estádio Nilton Santos) e nas áreas de transportes, segurança pública e infraestrutura urbana;[27] e de sete jogos da Copa do Mundo de 2014.[28] Ainda no âmbito esportivo, a cidade também sediou os Jogos Olímpicos de Verão de 2016.[29][30]
Entre a noite de sábado, 20 de novembro, até o dia 27 de novembro de 2010, sucederam-se na Região Metropolitana do Rio de Janeiro vários atos de violência organizada. Durante os ataques e depois, durante as operações, registrou-se que pelo menos 181 veículos teriam sido incendiados pelos criminosos. Nesse período, ocorreram ainda 39 mortes, cerca de duzentas detenções para averiguação e quase setenta prisões.[31][32]
No dia 25 de novembro, deu-se a maior ofensiva da Polícia Militar do Rio de Janeiro, com seu Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) atuando ao lado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, encabeçada pela Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) e em parceria com o Corpo de Fuzileiros Navais, que disponibilizou seis blindados e um grupamento de fuzileiros navais da mesma unidade para apoio logístico da operação, que resultou na ocupação do território da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão, regiões da cidade que até então estava em poder dos narcotraficantes do Comando Vermelho.[33]
Em 1 de julho de 2012, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) designou parte da cidade como Patrimônio Cultural da Humanidade[11][12] e, em 18 de janeiro de 2019, a mesma instituição elegeu o Rio de Janeiro como a primeira Capital Mundial da Arquitetura.[34]
De acordo com a divisão regional vigente desde 2017, instituída pelo IBGE,[35] o município pertence às regiões geográficas intermediária e imediata do Rio de Janeiro. Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, fazia parte da Microrregião do Rio de Janeiro, que por sua vez estava incluída na Mesorregião Metropolitana do Rio de Janeiro.[36] Com cerca de 1 200 km² de área,[1] o município se estende desde a margem ocidental da baía de Guanabara até parte da Restinga da Marambaia e ocupa ilhas como Governador e Paquetá.[livro 2]
A cidade se desenvolveu sobre estreitas planícies aluviais comprimidas entre montanhas e morros[livro 2] e está assentada sobre três grandes maciços:[livro 2] Pedra Branca,[37] Gericinó e o da Tijuca,[38] com picos de interesse turístico como o Bico do Papagaio, Andaraí, Pedra da Gávea,[39] Corcovado, o Dois Irmãos e o Pão de Açúcar.[40] O Rio de Janeiro conta ainda com parques e reservas ecológicas, como o Parque Nacional da Tijuca, considerado "Patrimônio Ambiental e Reserva da Biosfera" pela UNESCO; o Complexo da Quinta da Boa Vista; o Jardim Botânico;[41] o Jardim Zoológico do Rio;[42] o Parque Estadual da Pedra Branca[37] e o Passeio Público.[43]
Litoral
Seu litoral tem 197 km de extensão e inclui mais de cem ilhas que ocupam 37 km², e desdobra-se em três partes, voltadas à baía de Sepetiba, ao oceano Atlântico e à baía de Guanabara. O litoral da baía de Sepetiba tem como único acidente geográfico de expressão a Restinga da Marambaia e é arenoso, baixo e pouco recortado. O litoral da baía de Guanabara é recortado, baixo, abarca muitas ilhas (como a do Governador com 29 km²) e, em suas margens, situam-se o centro comercial e os subúrbios industriais.[livro 2]
O litoral Atlântico expressa alternâncias consideráveis, apresentando-se ora alto, quando em contato com as ramificações costeiras dos maciços da Pedra Branca e da Tijuca, ora baixo, trecho pelo qual se estendem as praias integradas à paisagem urbana. Diversas lagoas, como as da Tijuca, Marapendi, Jacarepaguá e Rodrigo de Freitas formaram-se nas baixadas, muitas de terreno pantanoso a ainda não completamente drenado.[livro 2]
Clima
A cidade do Rio de Janeiro possui um clima tropical de savana (Aw), na fronteira com um clima tropical monçônico (Am), de acordo com a classificação climática de Köppen-Geiger, geralmente caracterizado por longos períodos de fortes chuvas entre dezembro e março.[44] A cidade experimenta verões quentes e úmidos e invernos quentes e ensolarados. Nas áreas interiores da cidade, temperaturas acima de 40 °C são comuns durante o verão, embora raramente por longos períodos, enquanto temperaturas máximas acima de 23 °C podem ocorrer mensalmente.[45]
Ao longo da costa, os ventos marítimos moderam a temperatura. Devido à sua localização geográfica, a cidade pode receber frentes frias que avançam da Antártica, especialmente durante o outono e o inverno, podendo ter quedas de temperatura.[46] No verão, pode haver chuvas fortes e tempestades que, em algumas ocasiões, provocam alagamentos e deslizamentos de terra catastróficos.[47][48] As áreas mais montanhosas da cidade costumam registrar as maiores quantidades de precipitação, devido à maior incidência de chuvas orográficas.[49] Algumas áreas da cidade ocasionalmente são suscetíveis à queda de granizo.[50]
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), desde 1931 a temperatura mínima absoluta registrada no Rio de Janeiro foi de 6,4 °C em 18 de agosto de 1933,[51] na estação meteorológica do bairro Bangu (desativada em março de 2004). A mesma estação, no bairro mais quente da cidade,[52] registrou máxima de 43,1 °C em 14 de janeiro de 1984, que foi o recorde de maior temperatura na cidade até 26 de dezembro de 2012, quando foram registrados 43,2 °C na estação do bairro Santa Cruz.[53] O recorde de chuva em 24 horas é de 349,4 mm em 26 de fevereiro de 1971, registrados na antiga estação do bairro Engenho de Dentro.[54]
Dados climatológicos para Rio de Janeiro (Alto da Boa Vista)[54][55] | |||||||||||||
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Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Ano |
Temperatura máxima recorde (°C) | 37,5 | 36,5 | 36,8 | 34,8 | 33 | 32,9 | 32,7 | 38,5 | 37,5 | 38,5 | 37,1 | 38,5 | 38,5 |
Temperatura máxima média (°C) | 30,2 | 30,6 | 29,1 | 27,5 | 25 | 24,3 | 24,1 | 24,6 | 25,2 | 26,3 | 26,8 | 29,1 | 26,9 |
Temperatura mínima média (°C) | 20,8 | 21 | 20,2 | 18,8 | 16,5 | 15,6 | 15,1 | 15,4 | 16,5 | 17,6 | 18,5 | 20 | 18 |
Temperatura mínima recorde (°C) | 12 | 15,2 | 14,5 | 11,5 | 10,2 | 6,7 | 7,3 | 8,7 | 8,1 | 10,5 | 11,4 | 10,2 | 6,7 |
Precipitação (mm) | 228,6 | 177,8 | 252 | 201,1 | 180,8 | 154,1 | 179,9 | 150,5 | 219,5 | 194,7 | 239 | 236,8 | 2 414,8 |
Dias com precipitação | 11 | 9 | 11 | 9 | 9 | 8 | 8 | 9 | 11 | 11 | 13 | 12 | 121 |
Fonte: INMET (normal climatológica de 1991-2020; recordes de temperatura: 01/06/1966-presente) |
Dados climatológicos para Rio de Janeiro (Bangu)[54][55][51] | |||||||||||||
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Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Ano |
Temperatura máxima recorde (°C) | 43,1 | 40,8 | 41,2 | 38,9 | 36,8 | 35,7 | 36,1 | 40,2 | 42 | 41,6 | 41,6 | 41,1 | 43,1 |
Temperatura máxima média (°C) | 33,9 | 34,8 | 33 | 31,5 | 29 | 28,2 | 27,5 | 28,4 | 28,3 | 29,9 | 31,5 | 32,8 | 30,7 |
Temperatura mínima média (°C) | 23,8 | 24 | 23,2 | 21,7 | 19,3 | 17,8 | 17,1 | 17,7 | 18,6 | 20,3 | 21,7 | 22,9 | 20,7 |
Temperatura mínima recorde (°C) | 16,9 | 15 | 15,4 | 12,5 | 9,8 | 6,8 | 8,8 | 6,4 | 9,8 | 8,9 | 11,4 | 14 | 6,4 |
Precipitação (mm) | 204,9 | 148,7 | 155,7 | 108,7 | 74,8 | 56,4 | 43,5 | 38,8 | 81,2 | 80,9 | 105 | 152,4 | 1 251 |
Dias com precipitação (≥ 1 mm) | 12 | 9 | 10 | 7 | 7 | 5 | 5 | 5 | 9 | 9 | 9 | 11 | 98 |
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) (normal climatológica de 1981-2010; recordes de temperatura: 01/01/1931 a 31/03/2004) |
Dados climatológicos para Rio de Janeiro (Realengo)[54][55] | |||||||||||||
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Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Ano |
Temperatura máxima recorde (°C) | 40,5 | 40,3 | 39,5 | 38 | 35,6 | 35,4 | 35,5 | 38,5 | 40,6 | 42 | 40,3 | 41,5 | 42 |
Temperatura máxima média (°C) | 32,6 | 33,3 | 32,5 | 30,8 | 28,1 | 27,7 | 26,9 | 28 | 28 | 29,2 | 30,4 | 31,3 | 29,9 |
Temperatura mínima média (°C) | 23,5 | 23,5 | 23,1 | 21,3 | 18,4 | 16,8 | 16,4 | 17,4 | 18,2 | 20 | 21,3 | 22,6 | 20,2 |
Temperatura mínima recorde (°C) | 17,8 | 16,9 | 17,3 | 13,7 | 12,2 | 9 | 8,5 | 9,8 | 10 | 11,6 | 13,2 | 16,5 | 8,5 |
Precipitação (mm) | 169,4 | 113,4 | 137,8 | 92,4 | 52,8 | 32,8 | 43,7 | 26,6 | 48,1 | 82,2 | 111,7 | 163,9 | 1 074,8 |
Fonte: INMET (normal climatológica de 1981-2010; recordes de temperatura: 01/04/1971 a 31/10/1976, 01/06/1986 a 30/11/1986 e 01/01/1999-presente) |
Dados climatológicos para Rio de Janeiro (Santa Cruz)[54][55] | |||||||||||||
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Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Ano |
Temperatura máxima recorde (°C) | 42,5 | 41,5 | 40,1 | 38,5 | 36 | 35,2 | 36 | 39,1 | 41,2 | 41,2 | 40,5 | 43,2 | 43,2 |
Temperatura máxima média (°C) | 32,7 | 33,6 | 32,3 | 30,8 | 28,2 | 27,6 | 26,7 | 27,7 | 27,4 | 28,7 | 30 | 31,2 | 29,7 |
Temperatura mínima média (°C) | 22,9 | 23,1 | 22,6 | 21,4 | 19,1 | 18 | 17,3 | 17,8 | 18,5 | 19,7 | 20,9 | 22 | 20,3 |
Temperatura mínima recorde (°C) | 16,9 | 17,8 | 16,4 | 13,2 | 12 | 9 | 9,7 | 11,6 | 11,3 | 13,3 | 14,6 | 16,1 | 9 |
Precipitação (mm) | 143,8 | 100,1 | 110,6 | 101,3 | 67,7 | 48 | 52,2 | 36,7 | 71,4 | 76,7 | 92,8 | 138,9 | 1 040,2 |
Dias com precipitação (≥ 1 mm) | 11 | 8 | 9 | 7 | 7 | 5 | 6 | 6 | 8 | 8 | 9 | 11 | 95 |
Fonte: INMET (normal climatológica de 1981-2010; recordes de temperatura: 01/01/1963 a 16/10/1994 e 05/04/1998-presente) |
Problemas ambientais
Em razão da alta concentração de indústrias na região metropolitana, a cidade tem enfrentado sérios problemas de poluição ambiental. A baía de Guanabara perdeu áreas de manguezal e sofre com resíduos provenientes de esgotos domiciliares e industriais, óleos e metais pesados. Não obstante suas águas se renovem ao confluírem para o mar, a baía é receptora final de todos os afluentes gerados nas suas margens e nas bacias dos muitos rios e riachos que nela deságuam. Os níveis de material particulado no ar se encontram duas vezes acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde, em parte devido à numerosa frota de veículos em circulação. Em uma pesquisa divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo em 2007, o Rio de Janeiro foi apontado como a quinta capital mais poluída do Brasil, atrás apenas de São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte e Curitiba.[56][57]
As águas da baía de Sepetiba seguem lentamente o caminho traçado pela baía de Guanabara, com esgotos domiciliares produzidos por uma população da ordem de 1,29 milhão de habitantes sendo lançados sem tratamento em valões, córregos ou rios. Com relação à poluição industrial, rejeitos de grande toxicidade, dotados de altas concentrações de metais pesados — principalmente zinco e cádmio —, já foram despejados ao longo dos anos por fábricas dos distritos industriais de Santa Cruz, Itaguaí e Nova Iguaçu, implantados sob orientação de políticas estaduais.[58]
Algumas praias da orla carioca, na maior parte do ano, encontram-se impróprias para o banho sendo comum após fortes chuvas a formação de "línguas negras" nas areias das praias.[59] Segundo boletim da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, parte de Ipanema, Arpoador e Praia Vermelha, além de Bica, Guanabara e Central (Urca), são consideradas impróprias para o banho, haja vista que suas areias têm alta concentração de coliformes e da bactéria Escherichia coli, que indica a presença de lixo e fezes.[60]
As lagoas Marapendi e a Rodrigo de Freitas têm sofrido com a leniência das autoridades e o avanço dos condomínios no local. O despejo de esgoto por ligações clandestinas e a consequente proliferação de algas diminuem a oxigenação das águas, ocasionando a mortandade de peixes.[61][62] Há, por outro lado, sinais de despoluição na lagoa Rodrigo de Freitas feita através de uma parceria público-privada estabelecida em 2008 visa garantir que as águas da lagoa estejam próprias para o banho. As ações de despoluição envolvem a planificação do leito, com transferência de lodo para grandes crateras presentes na própria lagoa, e a criação de uma nova ligação direta e subterrânea com o mar, que contribuirá no sentido de aumentar a troca diária de água entre os dois ambientes.[63][64]