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Academia das Ciências de Lisboa
instituição científica portuguesa e órgão consultivo do Governo Português em matéria linguística Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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A Academia das Ciências de Lisboa GCSE (ACL) é uma instituição científica portuguesa[2] e é o órgão consultivo do Governo Português em matéria linguística.[3]
Entre outras missões cabe à Academia incentivar a investigação científica, estimular o estudo da língua e literatura portuguesas e promover o estudo da história portuguesa e das suas relações com outros países.[4]
No que diz respeito à unidade e expansão da língua portuguesa, a Academia deve trabalhar em coordenação com a Academia Brasileira de Letras e com as instituições culturais dos outros países de língua oficial portuguesa e os núcleos portugueses no estrangeiro.[5]
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História
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Perspectiva
Esta Academia das Ciências de Lisboa teve como antecessora a Academia Real da História Portuguesa fundada em 1720, igualmente com sede em Lisboa.
Fundação

A Academia foi fundada no reinado de D. Maria I de Portugal e D. Pedro III de Portugal, a 24 de dezembro de 1779, em pleno Iluminismo, como Academia Real das Ciências[6] de Lisboa.
Com o beneplácito da rainha,[7] os seus fundadores foram, respectivamente o seu primeiro presidente e grande mentor o 2.º Duque de Lafões e o primeiro secretário o Abade Correia da Serra,[8][9] que eram férreos opositores do regime do marquês de Pombal.[10]
A criação deste estabelecimento insere-se numa corrente antipombalina, claramente, contra o estudo das humanidades, que o Marquês fizera questão em manter.[10] Na altura foram criada com duas classes, uma de Ciências e outra de Belas Letras.[7]
Em 1783, D. Maria I e D. Pedro III declararam-se protectores da Academia que, desta forma, recebeu o título de Real Academia.[7]
No século XIX, a meados da década de 30, a Academia empenhou-se na plantação de oliveiras por todo o país e na criação de uma aula de Zoologia, orientada pelo Padre Joseph Mayne.[7]
Em 1851, tinha duas classes autónomas que publicavam os seus próprios boletins: Letras e Ciências.[7]
A República
Depois da implantação da República, passou designar-se Academia das Ciências de Lisboa.[11][12], coexistindo com a Academia das Ciências de Portugal com os seus estatutos recentemente aprovados.
Instalações

A Academia encontra-se, desde outubro de 1834, instalada no antigo Convento de Nossa Senhora de Jesus da Ordem Terceira de São Francisco,[13] na Rua da Academia das Ciências, n.º 19, na parte baixa do Bairro Alto, em Lisboa.[7][14]
Ao longo da sua história a Academia conheceu seis moradas oficiais.[12]
A primeira sede da Academia foi no Palácio das Necessidades, após a extinção das ordens religiosas.[10]
Em 1834 - Na sequência da extinção das ordens religiosas, a comunidade franciscana sai do Convento de Nossa Senhora de Jesus da Ordem Terceira de São Francisco, em Lisboa.
Em 26 e 27 outubro de 1834, dois decretos procedem à doação do edifício do convento à Academia, para seu perpétuo estabelecimento, incluindo-se na doação a livraria, o Museu de História Natural e de Artefactos e a galeria de pinturas;
Em 1836 - O Ministério do Reino incumbiu a Academia de instalar um jardim botânico na cerca conventual;[7]
Em 1838 - Instalação em parte das dependências conventuais do Gabinete de História Natural;[7]
Em 1858 - A pedido de D. Pedro V a Academia cede o segundo andar e algumas dependências do primeiro à Comissão Geológica;[7]
Em 1859 - Instalação do Curso Superior de Letras na ala Oeste do edifício;[7]
Entre 1859-1891 - Novas cedências de espaço para o Curso Superior de Letras (claustro, 2 salas do r/c e compartimentos no 1º andar);
Em 27 de janeiro de 1891 - Decreto onde a Academia aceita a cedência de instalações sob a condição de reverterem de novo ao serviço da Academia logo que possível;[7]
Em 1895 - Funcionamento do Parlamento na Biblioteca da Academia das Ciências de Lisboa, devido ao incêndio que se registara no Palácio de São Bento;[7]
Em 1903 - construção do Liceu Passos Manuel na antiga cerca do convento;[7]
Entre 1910 e 1911 - Extinção da tipografia da Academia das Ciências, que funcionava na cave do edifício, transitando materiais e pessoal para a Imprensa Nacional; transferência definitiva do Liceu Passos Manuel para as novas instalações.[7]
Condecorações
Em 28 de maio de 1930, a Academia foi agraciada com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.[15]

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Estatutos
Os Estatutos da Academia das Ciências foram aprovados pelo Decreto-Lei n.º 5/78, de 12 de janeiro, alterado pelos Decretos-Leis 390/87, de 31 de dezembro, 179/96, de 24 de setembro, 53/2002, de 2 de março, 90/2005, de 3 de junho, 157/2015, de 10 de agosto, com republicação.
Classes, secções e institutos
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Perspectiva
A Academia das Ciências de Lisboa é constituída por duas classes académicas, a Classe de Ciências e a Classe de Letras, e compreende o Instituto de Altos Estudos e o Instituto de Lexicologia e Lexicografia da Língua Portuguesa.[16]
Classes
À época da fundação, a Academia era formada por três classes (Ciências Naturais, Ciências Exactas e Belas-Letras). Em 1851, as duas primeiras juntaram-se na Classe de Ciências e a segunda deu origem à Classe de Letras.[12] As classes organizam-se em secções.
Secções da Classe de Ciências
As secções da Classe de Ciências são as seguintes:
- 1.ª — Matemática;
- 2.ª — Física;
- 3.ª — Química;
- 4.ª — Ciências da Terra e do Espaço;
- 5.ª — Ciências Biológicas;
- 6.ª — Ciências Médicas e da Saúde;
- 7.ª — Ciências da Engenharia;
- 8.ª — Ciências e Tecnologias da Informação;
- 9.ª — Tecnologias, Conhecimento e Sociedade.
Secções da Classe de Letras
As secções da Classe de Letras são as seguintes:
- 1.ª secção — Literatura e Estudos Literários;
- 2.ª secção — Filologia e Linguística;
- 3.ª secção — Filosofia, Psicologia e Ciências da Educação;
- 4.ª secção — História;
- 5.ª secção — Direito;
- 6.ª secção — Economia e Finanças;
- 7.ª secção — Ciências Sociais e Políticas;
- 8.ª Secção — Geografia e Ordenamento do Território;
- 9.ª Secção — Comunicação e Artes.[17]
Órgãos das classes
Cada classe tem um presidente e um vice-presidente, um secretário e um vice-secretário. O presidente e o vice-presidente, o secretário-geral e o vice-secretário-geral da Academia são, por inerência, respetivamente, presidentes e secretários das classes a que pertencerem. Os vice-presidentes e vice -secretários das classes são eleitos anualmente por escrutínio secreto.[18]
Institutos
Instituto de Altos Estudos
Aberto a peritos e cientistas não pertencentes à Academia, este Instituto tem por objetivo a promoção de estudos avançados em Ciências e Humanidades.[19]
Instituto de Lexicologia e Lexicografia da Língua Portuguesa
Este Instituto visa estimular a preservação e expansão da língua portuguesa, estando aberto também à participação de peritos e cientistas não pertencentes à Academia. De entre as obras realizadas pelo Instituto de Lexicologia e Lexicografia da ACL conta-se o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea.[20]
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Presidência da Academia
A presidência da Academia é constituída por um presidente e por um vice-presidente, eleitos pelo plenário da Academia por um período de três anos, devendo pertencer a classes diferentes.[21]
No biénio 2025-2026, a Academia é dirigida por José Francisco Rodrigues, presidente da Academia e presidente da Classe de Ciências, e José Luís Cardoso, vice-presidente da Academia e presidente da Classe de Letras.[1]
Entre os antigos presidentes podemos encontrar nomes como Adriano Moreira e Eduardo Arantes e Oliveira.[22]
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Outros cargos académicos
Os restantes cargos estão assim atribuídos:[1]
- Vice-presidente da Classe de Ciências - Miguel Miranda;
- Vice-presidente da Classe de Letras - Maria da Glória Garcia;
- Secretária-geral e secretária da Classe de Ciências - Isabel Sá-Correia;
- Vice-secretária-geral e secretária da Classe de Letras - Maria Lucinda Fonseca;
- Tesoureiro - Luís de Oliveira e Silva;
- Vice-secretário da Classe de Ciências - Fernando Ferreira;
- Vice-secretário da Classe de Letras - José Esteves Pereira;
- Inspetor da Biblioteca - Henrique Leitão;
- Presidente do Instituto de Altos Estudos - Maria Salomé Pais;
- Presidente do Instituto de Lexicologia e Lexicografia da Língua Portuguesa - Ana Salgado;
- Diretor do Museu Maynense - João Luís Cardoso;
- Presidente do Seminário de Jovens Cientistas - Pedro Pita Barros;
- Diretor do Arquivo Histórico - José Augusto de Sottomayor-Pizarro.
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Académicos
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Perspectiva
Cada uma das secções tem sócios efetivos (sete académicos) e sócios correspondentes (14 académicos). Além destes, conta ainda com sócios correspondentes brasileiros, sócios correspondentes estrangeiros, sócios honorários e sócios eméritos.[23]
Classe de Ciências
Classe de Letras
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As vítimas do terramoto de 1755
Em 2004, ao proceder-se a obras de manutenção no pavimento do claustro, foram descobertas sepulturas com ossadas amontoadas. Após investigações preliminares feitas pelo director do Museu Maynense da Academia das Ciências de Lisboa, Miguel Telles Antunes, descobriu-se que, misturadas com as ossadas dos frades do convento, estavam ossadas das vítimas do Terramoto de 1755. As ossadas têm sido estudadas por diversos investigadores, tendo sido feitos dois colóquios inter-académicos no Salão Nobre da ACL sobre esta temática.[27]
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Galeria
Ver também
Referências
- Cf. artigo 1.º dos Estatutos da Academia das Ciências de Lisboa, aprovados pelo Decreto-Lei n.º 5/78, de 12 de janeiro, alterado pelos Decretos-Leis n.os 390/87, de 31 de dezembro, 179/96, de 24 de setembro, 53/2002, de 2 de março, 90/2005, de 3 de junho, e 157/2015, de 10 de agosto, com republicação.
- Cf. artigo 5.º dos Estatutos da Academia das Ciências de Lisboa.
- Cf. artigo 4.º dos Estatutos da Academia das Ciências de Lisboa.
- Cf. artigo 6.º dos Estatutos da Academia das Ciências de Lisboa
- "Sciencias", segundo a grafia da época.Memorias da Academia Real das Sciencias de Lisboa. Volume 1. Desde 1780 a 1788. Lisboa: Typografia da Academia. 1797. p. 1. Consultado em 7 de maio de 2013
- Luísa Cortesão e Ângelo Silveira (1994), Teresa Vale e Carlos Gomes (1995), Margarida Elias (2011) / Margarida Elias (2011) (1994–2011). «Convento de Nossa Senhora de Jesus da Ordem Terceira de São Francisco / Academia das Ciências de Lisboa». Sistema de Informação para o Património Arquitetónico. Consultado em 7 de maio de 2013
- Medina 2004, pp. 446-447.
- Ribeiro 1871-1914, pp. 37-61
- Academia das Ciências de Lisboa, Infopédia (Em linha). Arquivado em 8 de outubro de 2014, no Wayback Machine. Porto: Porto Editora, 2003-2014. (Consult. 2014-03-15).
- AMARAL, Ilídio do. Nótulas Históricas Sobre os Primeiros Tempos da Academia das Ciências de Lisboa. Lisboa: Colibri, 2012. ISBN 978-989-689-261-6.
- Santana 1994, pp. 5-7 s. v. «Academia das Ciências de Lisboa»
- «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Academia das Ciências de Lisboa". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 28 de dezembro de 2012
- Cf. artigo 8.º dos Estatutos da Academia das Ciências de Lisboa.
- Cf. artigo 10.º dos Estatutos da Academia das Ciências de Lisboa.
- Cf. artigo 11.º dos Estatutos da Academia das Ciências de Lisboa.
- Instituto de Altos Estudos Arquivado em 8 de novembro de 2013, no Wayback Machine. na página da Academia das Ciências de Lisboa.
- ANSELMO, Artur. Bases para a reedição do Dicionário da Academia Arquivado em 9 de novembro de 2013, no Wayback Machine.
- Cf. artigos 55.º a 60.º.º dos Estatutos da Academia das Ciências de Lisboa.
- Cf., entre outros, o Aviso n.º 899/2012, de 20 de janeiro.
- ANTUNES, Telles. Vítimas do Terramoto de 1755 no Convento de Jesus (Academia das Ciências de Lisboa) Arquivado em 27 de junho de 2011, no Wayback Machine..
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Bibliografia
Ligações externas
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