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Arsenal Football Club
clube de futebol sediado em Londres, Inglaterra Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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O Arsenal Football Club é um clube de futebol profissional sediado em Islington, no Norte de Londres, Inglaterra.[3] O clube disputa a Premier League, a principal divisão do futebol inglês. No futebol doméstico, o Arsenal conquistou 13 títulos da liga (incluindo um título invicto), um recorde de 14 FA Cups, 2 Copas da Liga e 17 FA Community Shields. No futebol europeu, venceu uma Taça dos Clubes Vencedores de Taças e uma Taça das Cidades com Feiras. Em termos de troféus conquistados, é o terceiro clube mais bem-sucedido do futebol inglês.[4]
O Arsenal foi o primeiro clube do sul da Inglaterra a ingressar na Football League, em 1893, entrando oficialmente na Primeira Divisão em 1904. O Arsenal detém a mais longa sequência ativa ininterrupta na primeira divisão (mais de 105 anos e contando) e concluiu o século XX com a maior média de posições na liga entre todos os clubes.[5] O Arsenal venceu o segundo maior número de partidas da primeira divisão na história do futebol inglês. Na década de 1930, o Arsenal ganhou cinco títulos da Liga e duas FA Cups, com mais uma FA Cup e dois título da Liga após a guerra. Na temporada de 1970–71, conquistou seu primeiro doblete de Liga e FA Cup. Entre 1989 e 2005, o clube venceu cinco títulos da liga e cinco FA Cups, incluindo mais dois dobletes. Entre 1998 e 2017, o Arsenal se classificou para a UEFA Champions League por um recorde inglês de dezenove temporadas consecutivas.[6]
Em 1886, trabalhadores de munições do Royal Arsenal, em Woolwich, fundaram o clube como Dial Square. Em 1913, o clube atravessou a cidade para o Arsenal Stadium, em Highbury, tornando-se vizinho próximo do Tottenham Hotspur e criando o dérbi do Norte de Londres. Herbert Chapman conquistou os primeiros troféus do clube, e seu legado possibilitou um período repleto de conquistas na década de 1930.[7] Ele ajudou a introduzir a formação WM, a iluminação por refletores e a numeração nas camisas; também adicionou as mangas brancas e um vermelho mais vivo ao uniforme do clube.[8] Arsène Wenger foi o treinador que permaneceu por mais tempo no cargo e o que mais conquistou troféus. Ele venceu um recorde de sete FA Cups, e sua terceira e última equipe campeã estabeleceu um recorde inglês para a mais longa sequência invicta na primeira divisão, com 49 jogos entre 2003 e 2004, recebendo o apelido de Os Invencíveis.
Em 2006, o clube mudou-se para o Emirates Stadium. Com uma receita anual de £616,6 milhões na temporada de 2023–24,[9] o Arsenal foi avaliado pela Forbes em US$ 3,4 bilhões, tornando-se o oitavo clube de futebol mais valioso do mundo,[10] além de ser uma das equipes esportivas mais seguidas nas redes sociais.[11] O lema do clube é Victoria Concordia Crescit, em latim, que significa “A Vitória Cresce com a Harmonia”.
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História
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Perspectiva
Primeiros anos (1886–1910)

O clube foi fundado como Dial Square Football Club em 1886 por um grupo de trabalhadores empregados na oficina Dial Square, no Royal Arsenal, uma fábrica de armamentos em Woolwich, que então pertencia ao condado de Kent, mas foi incorporada a Londres em 1889.[12] Eles eram liderados por um escocês, David Danskin, que comprou a primeira bola de futebol do clube, além de Jack Humble e, posteriormente, do ex-goleiro do Nottingham Forest, Fred Beardsley. O Dial Square disputou sua primeira partida em 11 de dezembro de 1886 contra o Eastern Wanderers, em um campo aberto na Isle of Dogs, vencendo por 6–0. O clube foi renomeado para Royal Arsenal logo depois, supostamente no Dia de Natal. Inicialmente, o clube jogava em Plumstead Common, mas logo passou a buscar outros locais, primeiro o Sportsman Ground, em Plumstead, antes de se mudar para o vizinho Manor Ground em 1888. Insatisfeito com as más instalações do Manor Ground, o clube mudou-se para o Invicta Ground em 1890, antes de retornar ao Manor Ground três anos depois, já que o aluguel do Invicta Ground se mostrou caro demais.
Durante esse período, o Royal Arsenal participou da FA Cup pela primeira vez em 1889–90.[13] Logo se tornou evidente a distância entre o Arsenal e os clubes profissionais do norte da Inglaterra, e o Arsenal passou a enfrentar a ameaça de seus jogadores amadores serem atraídos pelo dinheiro oferecido pelas equipes profissionais; depois que o Derby County enfrentou o Arsenal em um jogo da FA Cup em 1891, tentou contratar dois dos jogadores amadores do Arsenal com contratos profissionais. A decisão do Royal Arsenal de se profissionalizar em 1891 foi malvista por muitos clubes amadores do sul, e o clube foi proibido de participar de competições locais pela London Football Association. Com amistosos e a FA Cup como os únicos jogos disponíveis para o Royal Arsenal, o clube tentou criar um equivalente sulista da Football League, mas a iniciativa fracassou. O clube mudou seu nome para Woolwich Arsenal em 1893, quando se transformou em uma sociedade de responsabilidade limitada.[14]
O clube foi convidado a ingressar na Football League em 1893, inicialmente na Segunda Divisão, tornando-se o primeiro clube do sul a entrar na Liga. Em resposta, alguns dos jogadores amadores do clube que rejeitavam o profissionalismo e queriam uma equipe de trabalhadores que representasse apenas o Royal Arsenal se separaram para formar um time alternativo de curta duração, o Royal Ordnance Factories. Uma tragédia ocorreu em 23 de novembro de 1896, quando o jogador do Arsenal e primeiro capitão da história do clube, Joe Powell, morreu aos 23 anos de idade devido ao tétano, após quebrar o braço em um desarme contra um jogador do Kettering.
O Woolwich Arsenal disputou a Segunda Divisão por onze temporadas, geralmente ocupando posições intermediárias na tabela, até a nomeação de Harry Bradshaw como treinador em 1899; Bradshaw e suas contratações, incluindo o goleiro Jimmy Ashcroft, o primeiro internacional inglês do Arsenal, e o capitão Jimmy Jackson, conquistaram o acesso à Primeira Divisão na temporada de 1903–04. Bradshaw transferiu-se para o Fulham em maio de 1904, antes mesmo de o Arsenal disputar uma partida na elite. Apesar de algumas campanhas fortes na FA Cup — o clube chegou às semifinais em 1905–06 e 1906–07[15] — o Arsenal não conseguiu brigar pelo título da liga, terminando acima do décimo lugar na Primeira Divisão apenas duas vezes entre 1904 e 1913. Uma das causas desse declínio foram os problemas financeiros contínuos do clube; apesar do crescimento do futebol no início do século XX, o isolamento geográfico do clube, localizado na relativamente pouco povoada área de Plumstead, então nos arredores da Londres urbana, significava que o público e, consequentemente, a renda eram baixos.
Para se manter, o Woolwich Arsenal foi forçado a vender seus principais jogadores e começou lentamente a cair na tabela, o que agravou ainda mais sua situação financeira à medida que o público diminuía. Ao final da década, a média de público no Manor Ground era de 11.000 pessoas, pouco mais da metade do que havia sido em 1904.[16] O clube esteve próximo da falência e, em 1910, entrou em liquidação voluntária antes de ser adquirido por um consórcio de empresários; o maior acionista entre os novos proprietários era o magnata imobiliário Sir Henry Norris, que também era presidente do Fulham.
Mudança para Highbury e a controvérsia da promoção (1910–1925)

Norris estava plenamente ciente dos problemas associados à localização do Woolwich Arsenal e estava desesperado para aumentar a renda do clube. Primeiro, tentou fundir o Woolwich Arsenal com seu outro clube, o Fulham. Quando isso foi barrado pela Football League, Norris abandonou a ideia da fusão e passou a buscar a mudança do clube para outro local, escolhendo por fim uma área em Highbury, no norte de Londres. Apesar das objeções tanto de torcedores de Woolwich quanto de moradores de Highbury, Norris levou o plano adiante, supostamente gastando £125.000 na construção do novo estádio nos campos esportivos de um colégio de teologia. O Woolwich Arsenal mudou-se para lá no intervalo da temporada de 1913, após ter terminado na última posição e sido rebaixado para a Segunda Divisão na temporada 1912–13.
Em abril de 1914, o clube retirou o termo “Woolwich” de seu nome, substituindo-o por “The”, e finalmente passou a se chamar simplesmente “Arsenal” em novembro de 1919, embora a imprensa da época continuasse a se referir ao time como “The Arsenal”, como alguns ainda fazem hoje.[17] A mudança para Highbury trouxe públicos muito maiores; a média de público na primeira temporada do Arsenal no novo estádio foi de 23.000 pessoas, em comparação com 11.000 no Manor Ground, e aumentou ainda mais após a promoção em 1919, afastando definitivamente o risco de ruína financeira.[18]
O clube retornou de forma controversa à Primeira Divisão em 1919,[19] apesar de ter terminado apenas na sexta colocação em 1914–15, a última temporada de futebol competitivo antes da Primeira Guerra Mundial — embora um erro no cálculo da média de gols significasse que o Arsenal havia, na verdade, terminado em quinto, erro corrigido pela Football League apenas em 1975. A Primeira Divisão estava sendo expandida de 20 para 22 clubes, e as duas novas vagas seriam decididas em uma assembleia geral da Football League. Pelo precedente, essas vagas seriam destinadas aos dois clubes que, de outra forma, teriam sido rebaixados, Chelsea e Tottenham Hotspur. Em vez disso, uma das vagas extras foi concedida ao Chelsea, e uma votação foi realizada para a vaga restante. Os candidatos incluíam o Tottenham, que havia terminado em 20º lugar, e, da Segunda Divisão, Barnsley (terceiro), Wolverhampton Wanderers (quarto), Birmingham (quinto, depois corrigido para sexto), Arsenal, Hull City (sétimo) e Nottingham Forest (18º). A Liga votou pela promoção do Arsenal, que havia terminado em sexto, citando razões históricas em vez de mérito esportivo; Norris argumentou que o Arsenal deveria ser promovido por seu “longo serviço ao futebol da liga”, já que havia sido o primeiro clube do sul a integrar a Football League.[20]
O anúncio do resultado da votação teria pego todos os clubes de surpresa, exceto o Arsenal, e o episódio é um dos principais fatores que alimentaram a rivalidade e a duradoura inimizade entre Arsenal e Tottenham. Também há uma inconsistência no argumento apresentado — se o critério fosse “longo serviço ao futebol da liga”, o Wolverhampton Wanderers, que havia terminado dois pontos à frente do Arsenal e era membro fundador da Football League, pareceria ter uma reivindicação mais forte. Foi alegado que a decisão se deveu a acordos de bastidores ou até mesmo a suborno direto por parte de Sir Henry Norris, em conluio com seu amigo John McKenna, presidente do Liverpool e da Football League, que recomendou a promoção do Arsenal na assembleia. Nenhuma prova conclusiva de irregularidade jamais veio à tona, embora outros aspectos das negociações financeiras de Norris, não relacionados à controvérsia da promoção, tenham alimentado especulações sobre o assunto.
Norris renunciou ao cargo de presidente e deixou o clube em 1929, após ter sido considerado culpado pela Football Association de irregularidades financeiras; concluiu-se que ele havia feito uso indevido de sua conta de despesas e embolsado o dinheiro da venda do ônibus do time do Arsenal. Independentemente das circunstâncias da promoção, o Arsenal permanece na primeira divisão desde 1919 e, como resultado, detém o recorde inglês da mais longa sequência ininterrupta na elite do futebol. Não existem registros conhecidos das reuniões que elegeram o Arsenal para a Primeira Divisão em 1919; no entanto, o livro Making the Arsenal propõe uma explicação alternativa, argumentando que problemas de manipulação de resultados no último ano de futebol antes da guerra foram usados por Norris como arma em sua campanha para promover o Arsenal. Ele teria exigido que Liverpool e Manchester United fossem punidos com rebaixamento ou expulsão e ameaçado organizar uma dissidência da liga caso nada fosse feito. Para apaziguá-lo, a Liga teria oferecido ao Arsenal uma vaga na Primeira Divisão.
O retorno do clube à Primeira Divisão não foi imediatamente bem-sucedido. Sob o comando de Leslie Knighton, o clube nunca terminou acima do nono lugar e, na temporada de 1923–24, esteve perto de voltar à Segunda Divisão, finalizando em 19º lugar, apenas um ponto acima da zona de rebaixamento.[21] O Arsenal não se saiu melhor na temporada seguinte, terminando em 20º lugar — embora, dessa vez, estivesse em situação mais segura, com sete pontos de vantagem sobre o rebaixamento.[22] Isso foi a gota d’água para Norris, que demitiu Knighton em maio de 1925 e nomeou em seu lugar o treinador do Huddersfield Town, Herbert Chapman.
Era Chapman (1925–1934)

Chapman reformou muitas das práticas do clube, incluindo a modernização dos regimes de treinamento e fisioterapia, a introdução de números nas camisas dos jogadores em agosto de 1928 e a mudança das cores do time, acrescentando mangas brancas à camisa vermelha em março de 1933. Chapman também insistiu que os jornalistas abandonassem o artigo definido no nome do clube, passando a ser apenas “Arsenal”, e fez uma campanha bem-sucedida para que a estação de metrô local, Gillespie Road, fosse renomeada para Arsenal. Ao mesmo tempo, Chapman passou a contar com um grande orçamento para transferências graças ao aumento da receita do Arsenal com o novo estádio e a uma mudança de postura de Henry Norris; antes um presidente extremamente prudente, Norris passou a determinar que houvesse forte investimento em novos jogadores. Isso levou o Arsenal a ser conhecido como o “clube do Banco da Inglaterra”.
A primeira contratação de Chapman foi o veterano Charlie Buchan, do Sunderland; além de suas contribuições em campo, Buchan teria um papel importante fora dele. Depois de o Arsenal ser derrotado por 7–0 pelo Newcastle United em outubro de 1925, Buchan sugeriu uma mudança tática para se adaptar ao relaxamento da regra do impedimento, ajustando a formação do Arsenal para o esquema “WM”, fortalecendo a defesa ao recuar o half central para a zaga e empurrar os laterais para as alas. Com o tempo, Chapman desenvolveu ainda mais a formação, dando ênfase a uma linha ofensiva veloz, pontas que cortavam para dentro e ao papel de um meio-campista criativo e articulador.
O Arsenal terminou em segundo lugar na primeira temporada de Chapman, sua melhor colocação até então, mas nas temporadas seguintes ficou no meio da tabela enquanto Chapman montava sua equipe com calma, encaixando novas contratações como o ponta Joe Hulme, o atacante Jack Lambert e os defensores Tom Parker e Herbie Roberts em seu novo esquema. Em 1926–27, o Arsenal chegou à sua primeira final da FA Cup, mas perdeu por 1–0 para o Cardiff City, depois que o goleiro Dan Lewis deixou um chute aparentemente inofensivo escapar por entre os braços e entrar no gol; foi a única vez na história em que a FA Cup foi vencida por um clube fora da Inglaterra. Chapman não se deixou abater e continuou a construir o time, contratando o futuro capitão Eddie Hapgood, além de três grandes atacantes da história do clube: David Jack, Alex James e Cliff Bastin. Em especial James, o armador do Arsenal no meio-campo, abastecendo o ataque e os pontas, tornou-se célebre como o motor da equipe.
Três anos após a primeira final de copa, em 1929–30, o Arsenal voltou a Wembley, desta vez contra o antigo clube de Chapman, o Huddersfield Town. A partida ficou marcada pela passagem do enorme dirigível alemão Graf Zeppelin sobre o estádio. O Arsenal não se distraiu e venceu por 2–0, com gols de James e Lambert, conquistando o primeiro grande troféu do clube. Esse título da FA Cup foi o primeiro de uma década em que o Arsenal se tornaria o clube dominante da Inglaterra. Em 1930–31, venceu a Primeira Divisão pela primeira vez. O Arsenal teve uma campanha ofensiva impressionante em uma disputa de título com o Aston Villa, registrando várias goleadas, incluindo 7–1 sobre o Blackpool, 7–2 contra o Leicester City e 9–1 diante do Grimsby Town. O Arsenal terminou a temporada como campeão, com 127 gols marcados na liga, um recorde do clube, embora o vice-campeão Aston Villa tenha marcado 128, um recorde de gols em uma temporada da primeira divisão inglesa.
Na temporada seguinte, 1931–32, o Arsenal chegou novamente à final da FA Cup, perdendo de forma controversa para o Newcastle United. O Arsenal vencia por 1–0, com gol de Bob John, mas o empate do Newcastle surgiu após um lançamento longo que aparentemente havia ultrapassado a linha de fundo e deveria resultar em tiro de meta. Ainda assim, o ponta Jimmy Richardson cruzou a bola de volta para a área, e Jack Allen empatou a partida; Allen marcou novamente no segundo tempo e garantiu a vitória por 2–1 para os Magpies. O Everton também superou o Arsenal na disputa pelo título da liga; um início fraco na campanha de 1931–32 fez com que o Arsenal passasse a maior parte da temporada correndo atrás, terminando dois pontos atrás do campeão.
O Arsenal se recuperou na temporada seguinte, conquistando seu segundo título da liga. O time começou mal, mas depois engatou uma longa sequência de vitórias para alcançar e ultrapassar o Aston Villa, rival direto na disputa, que foi derrotado por 5–0 em Highbury em abril, selando o título. Nessa altura, as primeiras contratações de Chapman já começavam a mostrar sinais de idade, e, pensando no futuro, ele promoveu George Male ao time principal para substituir Parker e contratou Ray Bowden para assumir o lugar de Jack. Ainda assim, o Arsenal sofreu uma grande surpresa na FA Cup ao ser derrotado pelo Walsall, da Third Division North; cinco titulares estavam fora por lesão ou gripe e foram substituídos por reservas, e, sem eles, o Arsenal perdeu por 2–0 em uma das maiores zebras da história da competição. Um dos substitutos, Tommy Black, foi particularmente responsabilizado, ao cometer o pênalti do segundo gol do Walsall, e foi vendido por um Chapman enfurecido ao Plymouth Argyle dentro de uma semana após o resultado; outro, o atacante Charlie Walsh, foi transferido para o Brentford uma semana depois.
Tricampeonato da Liga (1934–1939)
O Arsenal havia iniciado a temporada 1933–34 de forma sólida, mas, em janeiro de 1934, Chapman morreu repentinamente de pneumonia. Apesar disso, sob o comando interino de Joe Shaw, o Arsenal manteve o título naquela temporada. Hulme e James ficaram fora por lesão durante grande parte do período, e, por isso, o Arsenal não foi o time ofensivo que havia sido na temporada anterior, marcando apenas 75 gols na liga, em comparação com 118 em 1932–33.
George Allison, que anteriormente havia sido diretor do clube, assumiu o cargo de treinador no verão de 1934 e logo contratou novos jogadores para a equipe, incluindo os meio-campistas Jack Crayston e Wilf Copping (contratações que já haviam sido iniciadas por Chapman) e o atacante Ted Drake. Com esses reforços, Allison conduziu a conclusão de um tricampeonato da liga em 1934–35, e o Arsenal voltou ao seu melhor futebol ofensivo; Drake marcou um recorde do clube de 42 gols na liga naquela temporada, e o Arsenal acumulou uma série de placares extremamente elásticos, lembrando a temporada 1930–31, incluindo vitórias por 7–0 contra o Wolves, 8–1 contra o Liverpool e duas goleadas por 8–0, contra Leicester City e Middlesbrough.
A força do Arsenal era tamanha que sete dos jogadores que atuaram pela Inglaterra contra a Itália, campeã mundial, em 1934, pertenciam ao elenco do clube; em 2019, esse número ainda permanecia como um recorde de jogadores de um único clube em uma seleção inglesa. A Inglaterra venceu por 3–2 em uma partida agressiva que ficou conhecida como a “Batalha de Highbury”.
O sucesso contínuo do Arsenal atraiu públicos cada vez maiores. A casa do clube, Highbury, foi completamente remodelada, com as arquibancadas projetadas por Leitch em 1913 sendo demolidas e substituídas por estruturas modernas em estilo Art Déco, partes das quais permanecem até hoje — a fachada da East Stand é atualmente um edifício tombado como Grau II, e ambas as fachadas foram preservadas como parte da transformação moderna de Highbury em um complexo residencial. Enquanto isso, as arquibancadas North Bank e Clock End receberam coberturas. O novo estádio registrou seu maior público, 73.295 pessoas, em 9 de março de 1935, em uma partida contra o Sunderland.
O Arsenal conquistou sua segunda FA Cup na temporada 1935–36, vencendo a final por 1–0 contra o Sheffield United, e garantiu seu quinto título da liga em 1937–38, superando o Wolves no último dia da temporada, encerrando assim uma década extremamente bem-sucedida.
Segunda Guerra Mundial (1939–1945)
Pouco depois do início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, todo o futebol de primeira classe na Grã-Bretanha foi suspenso, e a temporada 1939–40 da Football League foi anulada. Highbury foi requisitado como um posto da Defesa Civil Aérea (ARP), com um balão de barragem operando atrás da arquibancada Clock End. Durante a Blitz, uma bomba caiu sobre a North Bank, destruindo o teto e incendiando o material sucateado que estava armazenado na arquibancada. Com Highbury fechado, o Arsenal passou a mandar seus jogos como mandante em White Hart Lane, casa de seus rivais, o Tottenham Hotspur.
As partidas disputadas durante a guerra não contam para as estatísticas oficiais; as competições eram organizadas de forma regional, e as equipes muitas vezes não completavam uma temporada inteira. Muitos jogadores serviram nas forças armadas como treinadores ou instrutores e ficavam afastados de seus clubes por longos períodos, o que fazia com que frequentemente atuassem como “convidados” por outras equipes. O Arsenal venceu a Football League War Cup (Sul) em 1942–43 e conquistou os títulos da Football League (Sul) ou da London League nas temporadas 1939–40, 1941–42 e 1942–43.
Em 1941, o Arsenal foi um dos vários clubes expulsos da Football League por se recusar a participar da Football League (Sul) em tempos de guerra e por organizar uma London League dissidente; somente em abril de 1942 o clube foi readmitido, após expressar arrependimento e pagar uma multa de £10.
Em novembro de 1945, com as competições da liga ainda suspensas, o Arsenal foi uma das equipes que enfrentaram o Dynamo Moscou, que realizava uma turnê pelo Reino Unido. Com muitos jogadores ainda servindo no exterior nas forças armadas, o Arsenal estava severamente desfalcado e utilizou seis jogadores convidados, incluindo Stanley Matthews e Stan Mortensen, o que levou o Dynamo a declarar que estava enfrentando uma seleção da Inglaterra. A partida, disputada em White Hart Lane, começou sob um nevoeiro intenso, e o Dynamo venceu por 4–3, depois de o Arsenal ter ido para o intervalo vencendo por 3–1.
Embora o placar seja geralmente aceito, a partir daí os relatos sobre o jogo divergem; até mesmo a identidade dos autores dos gols é contestada. Relatos ingleses alegaram que o Dynamo chegou a colocar doze jogadores em campo em determinado momento e tentou pressionar o árbitro a encerrar a partida quando estava perdendo; por sua vez, os soviéticos acusaram o Arsenal de faltas constantes e chegaram até a alegar que Allison havia apostado dinheiro no resultado, uma acusação que mais tarde foi retirada. A animosidade após o jogo foi tamanha que inspirou George Orwell a escrever seu ensaio de 1945, The Sporting Spirit, no qual refletiu sobre a natureza do esporte, afirmando que, em sua visão, “ele é uma guerra sem tiros”.
Anos do pós-guerra (1945–1966)
A guerra tirou a vida de nove jogadores do Arsenal, o maior número entre todos os clubes da primeira divisão, e o período de interrupção encurtou a carreira de vários outros, incluindo Bastin e Drake. Além disso, as dívidas decorrentes da construção de Highbury e os custos de reparação dos danos causados pela guerra representaram um pesado fardo financeiro, e o Arsenal enfrentou dificuldades iniciais quando o futebol competitivo foi retomado em 1946. O clube perdeu por 6–1 no placar agregado para o West Ham United na terceira fase da FA Cup de 1945–46 e, com a retomada da liga em 1946–47, terminou na 13ª posição, sua pior colocação em 17 anos. Allison decidiu se aposentar do futebol ao fim dessa temporada e foi substituído por seu assistente Tom Whittaker, um servidor de longa data do clube que havia sido preparador físico sob o comando de Chapman.
Whittaker obteve sucesso imediato, conquistando o título da liga na temporada 1947–48; liderado pela forte defesa comandada pelo capitão Joe Mercer e pelos gols da dupla de ataque formada por Reg Lewis e Ronnie Rooke, o Arsenal liderou a tabela de outubro até o fim da temporada, vencendo com sete pontos de vantagem. No entanto, dada a idade do elenco à época — Rooke e Mercer tinham mais de trinta anos, assim como os irmãos Denis e Leslie Compton —, o sucesso a longo prazo não era viável. Em resposta, Whittaker trouxe jogadores mais jovens, como Doug Lishman, Alex Forbes e Cliff Holton. Embora o Arsenal não conseguisse sustentar uma disputa constante pelo título da liga, com esse novo sangue venceu a FA Cup em 1949–50, com Reg Lewis marcando os dois gols na vitória por 2–0 sobre o Liverpool na final.
A temporada 1951–52 viu o clube chegar perto de conquistar o “doblete” da liga e da FA Cup, mas acabar sem títulos; uma série de lesões e adiamentos fez com que o time tivesse de disputar dez partidas em um único mês ao fim da temporada, o que levou o Arsenal a perder seus dois últimos jogos, incluindo o confronto decisivo pelo título contra o eventual campeão Manchester United em Old Trafford, na última rodada. Após a derrota por 6–1, os Gunners terminaram em terceiro lugar, empatados em pontos com o Tottenham. Uma semana depois, o Arsenal enfrentou o Newcastle United na final da FA Cup de 1952, com vários jogadores retornando às pressas ao time principal ainda em recuperação; Walley Barnes saiu lesionado com uma torção no joelho após 35 minutos, e o Arsenal, com dez jogadores, sofreu novas lesões em Holton, Roper e Daniel, de modo que, ao fim da partida, apenas sete atletas estavam plenamente aptos em campo. Com a vantagem numérica, o Newcastle venceu por 1–0, com gol de George Robledo.
O Arsenal conquistou seu sétimo título da liga na temporada 1952–53; em uma das disputas mais acirradas da história, superou o Preston North End na média de gols após terminar empatado em pontos. O título parecia destinado ao Preston depois que o Arsenal perdeu por 2–0 em Deepdale no penúltimo jogo da temporada, mas o Arsenal reagiu e venceu o Burnley por 3–2, garantindo o campeonato por uma diferença de apenas 0,099 na média de gols. Esse acabou sendo o último troféu do Arsenal por 17 anos, à medida que a sorte do clube começou a declinar, especialmente após a morte inesperada de Whittaker em outubro de 1956.
Com o declínio do desempenho, o clube passou a ter dificuldade para atrair grandes nomes — sendo o goleiro galês Jack Kelsey uma exceção notável —, enquanto jogadores promissores como David Herd deixaram o Arsenal rumo a clubes mais bem-sucedidos. Jack Crayston e George Swindin, ambos ex-jogadores, sucederam Whittaker, mas não conseguiram repetir seu sucesso. Fora os terceiros lugares em 1958–59 e os quintos lugares em 1955–56 e 1956–57, o Arsenal geralmente terminou no meio da tabela. Tampouco o clube teve grande sucesso na FA Cup — após chegar à final em 1951–52, o Arsenal não voltou a ultrapassar as quartas de final até 1970–71. Enquanto isso, o rival Tottenham Hotspur conquistou o doblete em 1960–61.
Em 1962, o Arsenal deu um passo ousado, porém malsucedido, ao nomear o ex-capitão da seleção inglesa e do Wolves, Billy Wright, como treinador, apesar de sua falta de experiência na função e de não ter qualquer vínculo prévio com o clube. Assim como seus dois predecessores imediatos, Wright não teve grande sucesso, embora sob seu comando o clube tenha feito sua estreia em competições europeias, na Taça das Cidades com Feiras de 1963–64, após terminar em sétimo lugar em 1962–63. Em sua última temporada, o Arsenal terminou em 14º lugar, sua pior colocação em 36 anos, e registrou o menor público de sua história em Highbury — 4.554 pessoas em uma partida contra o Leeds United em 5 de maio de 1966. O único jogador do Arsenal presente no elenco da Inglaterra campeã da Copa do Mundo de 1966 foi George Eastham, que não chegou a atuar no torneio. Wright foi demitido pela diretoria do Arsenal no verão de 1966 e substituído pelo fisioterapeuta do clube, Bertie Mee.
O primeiro Double (1966–1976)
Após a demissão do treinador Billy Wright em junho de 1966, o fisioterapeuta do clube, Bertie Mee, foi nomeado treinador interino. Mee, ex-ponta cuja carreira como jogador foi interrompida por uma lesão, ingressou no Royal Army Medical Corps, onde se formou como fisioterapeuta antes de chegar ao clube. Mee buscou reverter os efeitos do desastroso período de Wright e revitalizar uma equipe que não conquistava um grande título havia mais de 13 temporadas, marcando o período mais malsucedido do clube desde a década de 1920. A dupla contratou vários jogadores, incluindo o meia-atacante Colin Addison, o lateral Bob McNab, vindo do Huddersfield Town, e o atacante George Graham, que chegou do Chelsea como parte de uma troca envolvendo a saída de Tommy Baldwin. O Arsenal terminou a temporada 1966–67 em sétimo lugar, demonstrando uma melhora significativa em relação ao 14º lugar obtido na última temporada de Wright. Foi também a primeira temporada em que o Arsenal disputou a Copa da Liga Inglesa. O clube foi eliminado na terceira fase após uma derrota por 3–1 para o West Ham United em Highbury.
Na temporada seguinte, Don Howe foi escolhido para substituir o técnico principal Dave Sexton. O Arsenal perdeu duas finais consecutivas da Copa da Liga, em 1968 e 1969. Na segunda derrota, o clube foi derrotado de forma humilhante pelo Swindon Town, da Terceira Divisão. Depois de abrir o placar aos 34 minutos, um erro do goleiro do Swindon, aproveitado por Bobby Gould, levou a partida à prorrogação. Dois gols de Don Rodgers garantiram que o Swindon completasse uma surpresa sem precedentes contra um Arsenal humilhado. Ainda assim, a temporada não foi um desastre completo, pois o clube terminou em quarto lugar, garantindo vaga em competições europeias na temporada 1969–70.
Isso levou o Arsenal a conquistar seu primeiro troféu em dezessete anos e também seu primeiro título europeu, a Taça das Cidades com Feiras de 1969–70. O Arsenal venceu o Ajax por 3–1 no placar agregado nas semifinais e, em seguida, protagonizou uma virada histórica contra o Anderlecht na final. O Arsenal perdia por 3–0 aos 74 minutos do jogo de ida, no Stade Émile Versé, mas Ray Kennedy marcou um gol fora de casa nos minutos finais, dando aos Gunners uma esperança. No jogo de volta, diante de um Highbury lotado e inspirado pelo capitão Frank McLintock, o Arsenal venceu por 3–0, com gols de John Radford, Eddie Kelly e Jon Sammels, conquistando o título por 4–3 no agregado.
Na mesma temporada, o Arsenal terminou apenas em 12º lugar na liga, possivelmente distraído pela campanha europeia, e não parecia um candidato ao título. No entanto, na temporada seguinte, 1970–71, o Arsenal se tornou apenas o segundo clube do século XX a conquistar o Double da FA Cup e da Liga — o primeiro da história do clube. Após um início promissor, o Arsenal parecia fora da briga pelo título depois de uma derrota por 5–0 para o Stoke City em setembro. Contudo, o time se recuperou e engatou uma forte sequência (não perdeu novamente na liga até janeiro) e, à medida que a temporada avançava, entrou em uma disputa acirrada com o Leeds United.
O Arsenal foi levado ao limite: após perder por 1–0 para o Leeds em abril, precisava vencer ou empatar em 0–0 com o rival do norte de Londres, o Tottenham Hotspur, em White Hart Lane, na última rodada, para conquistar o título pelo critério de média de gols. Um gol de Ray Kennedy aos 87 minutos deu ao Arsenal a vitória por 1–0 e, apesar das tentativas desesperadas do Spurs de empatar, o Arsenal resistiu e garantiu o título. Paralelamente, o clube também havia alcançado a final da FA Cup, após uma semifinal épica contra o Stoke City, na qual o Arsenal buscou uma virada depois de estar perdendo por 2–0, forçando um replay e conquistando a vitória. Na final, cinco dias após a vitória sobre o Tottenham, o Arsenal venceu o Liverpool por 2–1 em Wembley; o Arsenal saiu atrás no início da prorrogação, antes de Eddie Kelly empatar aos 101 minutos com um chute à queima-roupa. Dez minutos depois, Charlie George marcou o gol da vitória da entrada da área, garantindo o título e o Double para o Arsenal.
O Double acabou se mostrando um auge prematuro de uma década marcada por uma série de quase conquistas. Apesar da contratação do campeão mundial Alan Ball por um valor recorde do clube, £220.000, na pré-temporada, o Arsenal começou mal a campanha 1971–72, perdendo três partidas em agosto, e foi obrigado a correr atrás do prejuízo durante o restante da temporada, terminando em quinto lugar. A estreia na Copa dos Campeões da Europa foi animadora, mas o clube foi eliminado nas quartas de final por um Ajax inspirado por Johan Cruyff, que acabou conquistando o troféu como parte de um tricampeonato europeu. O Arsenal também chegou à final da FA Cup pela segunda temporada consecutiva; em uma repetição da final da Copa da Liga de 1968, perdeu por 1–0 para o Leeds United, em uma partida feia, com poucas chances reais. O Arsenal terminou como vice-campeão da Primeira Divisão em 1972–73, mas, em menos de um ano, a equipe campeã do Double foi desmantelada, e Mee não conseguiu montar um novo time à sua altura.
A forma do clube caiu drasticamente, terminando em 16º lugar em 1974–75 e em 17º em 1975–76, suas piores posições em mais de quarenta anos, o que levou à renúncia de Mee. O treinador do Tottenham, Terry Neill, ex-jogador do Arsenal, foi nomeado seu substituto, apesar de nunca ter levado o Spurs além do meio da tabela, tornando-se o treinador mais jovem da história do Arsenal.
Terry Neill e a estagnação (1976–1986)
O Arsenal voltou à metade superior da tabela, impulsionado em parte pela ascensão do astro irlandês Liam Brady. Brady integrou um grande contingente irlandês em Highbury, que incluía Pat Rice, Frank Stapleton, Pat Jennings, Sammy Nelson, John Devine e o jovem David O’Leary. A isso somaram-se contratações experientes, como Malcolm Macdonald e Alan Hudson, além do retorno de Don Howe — que havia feito parte da comissão técnica na conquista do Double — ao quadro de treinadores do Arsenal.
Embora não conseguissem desafiar o domínio do Liverpool na liga naquele período, ao final da década o Arsenal demonstrou sua força na FA Cup. O clube chegou a três finais consecutivas (1978, 1979 e 1980), mas venceu apenas uma, a final de 1979 contra o Manchester United. Em grande parte inspirado por Brady, o Arsenal abriu 2–0 com gols de Brian Talbot e Frank Stapleton e parecia caminhar para a vitória; faltando cinco minutos, porém, o United marcou dois gols em rápida sucessão e empatou a partida. A prorrogação parecia inevitável, mas Alan Sunderland converteu um cruzamento de Graham Rix nos acréscimos, garantindo uma vitória histórica por 3–2.
A temporada seguinte, 1979–80, foi cruel: o Arsenal disputou um recorde de 70 partidas e chegou a duas finais de copas, apenas para terminar a temporada sem títulos. O Arsenal era favorito contra o West Ham United, da Segunda Divisão, na final da FA Cup, mas perdeu por 1–0 com um gol de cabeça de Trevor Brooking. Paralelamente, o clube também alcançou a final da Taça dos Vencedores das Taças contra o Valencia, após um gol de Paul Vaessen garantir uma vitória memorável sobre a Juventus na semifinal; a final terminou sem gols, e o Arsenal perdeu nos pênaltis, com as cobranças de Brady e Rix defendidas.
Liam Brady deixou o Arsenal rumo à Juventus no verão de 1980, e a equipe entrou em outro período de escassez de conquistas. No início da década de 1980, o clube continuou a terminar entre os quatro primeiros, mas nunca pareceu realmente perto de vencer o título, e tampouco conseguiu recuperar o bom desempenho na FA Cup — à exceção de 1982–83, quando chegou às semifinais de ambas as copas, sendo eliminado nas duas pelo Manchester United. Neill teve dificuldades para controlar o elenco em alguns momentos; ao longo de sua passagem, desentendeu-se com vários jogadores (incluindo Hudson e Macdonald) e não conseguiu conter a cultura de consumo excessivo de álcool dentro do grupo. As contratações para substituir Brady e Stapleton não tiveram o mesmo impacto e, nos últimos anos de Neill, o clube sofreu diversas eliminações vexatórias em copas; entre elas, a derrota para os semiprofissionais do K.F.C. Winterslag na Copa da UEFA de 1981–82 e para o Walsall, da Terceira Divisão, na Copa da Liga de 1983–84. Neill foi demitido em dezembro de 1983, pouco depois deste último resultado.
Don Howe, assistente de Neill, assumiu o comando, mas também não conseguiu levar a equipe a um troféu. Embora o Arsenal tenha terminado em sexto e sétimo sob sua direção, nunca disputou seriamente o título (apesar de ter liderado a liga brevemente em outubro de 1984) e foi eliminado da FA Cup de 1984–85 pelo York City, da Terceira Divisão. Os torcedores estavam cada vez mais desiludidos com o desempenho confuso do clube, e o público começou a cair para abaixo de 20.000 pessoas. Em março de 1986, após saber que a diretoria havia abordado o treinador do Barcelona, Terry Venables, como possível substituto, Howe pediu demissão. Steve Burtenshaw atuou brevemente como treinador interino, mas o clube decidiu buscar fora o sucessor definitivo de Howe.
A diretoria do Arsenal chegou a contatar o clube escocês Aberdeen com a intenção de oferecer o cargo a seu treinador, Alex Ferguson (ao mesmo tempo em que preparava uma proposta para que George Graham, então no Millwall, se tornasse auxiliar técnico do Arsenal), mas Ferguson recusou a oferta. No entanto, seis meses depois, ele cruzaria a fronteira para substituir Ron Atkinson no Manchester United.
George Graham e o interregno (1986–1996)
Em maio de 1986, o treinador do Millwall, George Graham, ex-jogador do Arsenal, foi nomeado como substituto definitivo de Don Howe, marcando o início de uma nova era de sucesso em Highbury. Graham vendeu gradualmente a maioria dos jogadores mais velhos e os substituiu por novas contratações e atletas promovidos das categorias de base, ao mesmo tempo em que impôs uma disciplina muito mais rigorosa do que a de seus antecessores, tanto no vestiário quanto em campo. O desempenho do Arsenal melhorou imediatamente, a ponto de o clube liderar a liga no Natal de 1986.
Jogadores como Kenny Sansom, Steve Williams, Tommy Caton, Charlie Nicholas e Gus Caesar foram sendo dispensados, e um novo Arsenal passou a contar com atletas como Lee Dixon, Nigel Winterburn, Steve Bould, David Rocastle, Alan Smith, Tony Adams e Paul Merson.
Embora o Arsenal tenha terminado em quarto lugar na primeira temporada de Graham no comando — apesar de ter liderado a Primeira Divisão durante grande parte do inverno —, o clube conquistou a Copa da Liga, em uma campanha marcada por viradas. O Arsenal enfrentou o Tottenham Hotspur nas semifinais; após perder por 1–0 em Highbury no jogo de ida e sofrer um segundo gol no primeiro tempo da partida de volta em White Hart Lane, o Arsenal marcou duas vezes com Viv Anderson e Niall Quinn, empatando o placar agregado em 2–2 e forçando um replay. No jogo desempate, o Spurs abriu o placar, mas o Arsenal reagiu novamente com gols tardios de Ian Allinson e David Rocastle para vencer. A final contra o Liverpool seguiu o mesmo roteiro: depois de sair atrás com um gol de Ian Rush, dois gols de Charlie Nicholas garantiram ao Arsenal sua primeira Copa da Liga e o primeiro grande troféu em oito anos. No entanto, a UEFA decidiu manter o banimento dos clubes ingleses das competições europeias, imposto após o desastre de Heysel em 1985, por uma terceira temporada, o que impediu o Arsenal de disputar a Copa da UEFA de 1987–88.
Na temporada seguinte, o Arsenal perdeu a final da Copa da Liga em uma surpreendente derrota por 3–2 para o Luton Town e caiu para o sexto lugar na liga. Ainda assim, o desempenho no campeonato melhorou gradualmente, em grande parte graças a uma defesa reformulada, composta por Lee Dixon, Nigel Winterburn, Steve Bould e Tony Adams, que se tornaria a base dos sucessos do clube por mais de uma década. Até sua saída em 1993, o experiente defensor David O’Leary continuou sendo um membro importante do elenco, frequentemente entrando como substituto e cobrindo ausências na linha defensiva. Apesar disso, o Arsenal de Graham não era apenas um time defensivo; ele também contava com meio-campistas talentosos como David Rocastle, Michael Thomas e Paul Merson, além do atacante Alan Smith, cuja impressionante capacidade de marcar gols lhe rendeu regularmente mais de 20 gols em cada uma das oito temporadas que passou no clube.
Na terceira temporada de Graham, em 1988–89, o Arsenal venceu o Troféu do Centenário da Football League e, em seguida, conquistou seu primeiro título da liga desde 1971, de forma extremamente dramática. Depois de liderar a liga desde o Natal, o Arsenal foi ultrapassado pelo Liverpool após perder para o Derby County e empatar em casa com o Wimbledon em maio. O título parecia perdido, mas o jogo final da temporada, em 26 de maio, foi justamente contra o Liverpool, em Anfield. O Arsenal precisava vencer por dois gols de diferença para ficar com o título; o Liverpool já havia vencido a FA Cup e era favorito para completar o Double. Alan Smith marcou no início do segundo tempo, fazendo 1–0, mas o tempo foi passando e o segundo gol não vinha. Com os 90 minutos praticamente encerrados, parecia que o título ficaria em Anfield. Contudo, nos segundos finais, um desvio de Smith encontrou Michael Thomas avançando pela defesa do Liverpool; o jovem meio-campista encobriu Bruce Grobbelaar e marcou o gol que deu o título ao Arsenal.
O Arsenal não conseguiu defender o título na temporada seguinte; terminou em quarto lugar em 1989–90, atrás do campeão Liverpool, do vice Aston Villa e do terceiro colocado Tottenham Hotspur. O clube também não teve destaque nas copas, e o banimento pós-Heysel ainda impedia a participação de equipes inglesas em competições europeias, o que impossibilitou o Arsenal de representar a Inglaterra na Copa dos Campeões. O banimento foi suspenso ao fim da temporada, embora o Liverpool tenha sido obrigado a cumprir um ano adicional.
Graham se preparou para uma nova disputa pelo título ao contratar o goleiro David Seaman e o ponta sueco Anders Limpar no verão de 1990; ambos foram fundamentais na conquista do título da temporada 1990–91, apesar de dois grandes contratempos. O Arsenal perdeu dois pontos em novembro de 1990 após uma briga envolvendo dez de seus jogadores e atletas do Manchester United em Old Trafford, e o capitão Tony Adams foi condenado a quatro meses de prisão por dirigir alcoolizado pouco antes do Natal. Apesar disso, o Arsenal perdeu apenas uma partida da liga em toda a temporada e terminou sete pontos à frente do Liverpool, em uma disputa que, durante grande parte do ano, foi entre apenas dois clubes. O Arsenal também chegou às semifinais da FA Cup, onde enfrentou o Tottenham Hotspur; Paul Gascoigne marcou logo aos cinco minutos com uma falta de longa distância, e o Tottenham venceu por 3–1, encerrando as esperanças de um segundo Double.
Em setembro de 1991, o Arsenal pagou um valor recorde do clube, £2,5 milhões, pelo atacante do Crystal Palace, Ian Wright, que passaria sete anos no clube e se tornaria seu maior artilheiro de todos os tempos. A temporada 1991–92 marcou a primeira participação do Arsenal na Copa dos Campeões da Europa em 20 anos. A campanha europeia foi frustrante: o clube foi eliminado pelo Benfica na segunda fase e não alcançou a lucrativa fase de grupos. A temporada piorou ainda mais com a eliminação precoce na FA Cup para o modesto Wrexham, embora o Arsenal tenha se recuperado para terminar em quarto lugar na liga. Apesar de o banimento dos clubes ingleses das competições europeias ter sido suspenso dois anos antes, o Arsenal não conseguiu vaga na Copa da UEFA, pois, naquele momento, apenas os segundos e terceiros colocados se classificavam.
Na pré-temporada de 1992, o clube contratou o meio-campista dinamarquês John Jensen, recém-campeão da Eurocopa de 1992, tendo marcado um gol na vitória da Dinamarca sobre a Alemanha na final. A chegada de Jensen coincidiu com a saída de David Rocastle para o Leeds United, então campeão da liga. A partir desse momento, Graham mudou sua abordagem tática, tornando a equipe mais defensiva e menos voltada ao ataque, passando a depender principalmente dos gols de Wright. Entre 1986–87 e 1991–92, o Arsenal marcou em média 66 gols por temporada na liga, mas entre 1992–93 e 1994–95 essa média caiu para 48, incluindo apenas 40 gols em 1992–93, quando o clube terminou em décimo lugar na temporada inaugural da Premier League, marcando menos gols do que qualquer outro time da divisão, apesar de ter liderado a tabela brevemente em novembro.
O Arsenal foi membro fundador da Premier League na temporada 1992–93. Perdeu seu primeiro jogo na nova competição por 4–2, após abrir 2–0 contra o Norwich City em Highbury; o Norwich, apontado como candidato ao rebaixamento antes da temporada, terminou em terceiro, enquanto o Arsenal ficou em décimo.
O desempenho do Arsenal nas copas foi muito superior ao da liga, e em 1992–93 o clube se tornou o primeiro a conquistar o Double da FA Cup e da Copa da Liga. Na final da Copa da Liga, o Arsenal enfrentou o Sheffield Wednesday; inspirado por Paul Merson, o time virou o jogo e venceu por 2–1, com gol de Steve Morrow. Na FA Cup, o Arsenal derrotou o Tottenham por 1–0 na semifinal, vingando a eliminação de 1991, e voltou a enfrentar o Sheffield Wednesday na final. A partida terminou empatada em 1–1 e foi para o replay; Ian Wright abriu o placar, Chris Waddle empatou, e, após a prorrogação, Andy Linighan marcou de cabeça aos 120 minutos, garantindo a vitória e o Double para o Arsenal.
Em 1993–94, o Arsenal conquistou seu segundo título europeu. Mesmo desfalcado — com John Jensen e Martin Keown lesionados e Ian Wright suspenso —, o time venceu o Parma por 1–0 na final da Taça dos Vencedores das Taças, em Copenhague, com uma atuação defensiva sólida e um gol de voleio de pé esquerdo de Alan Smith aos 21 minutos. Esse troféu foi o último de George Graham no clube; em fevereiro do ano seguinte, o treinador escocês foi demitido após quase nove anos no cargo, depois que se descobriu que ele havia aceitado um pagamento ilegal de £425.000 do agente norueguês Rune Hauge, relacionado à contratação de John Jensen em 1992.
Nas semanas anteriores à sua demissão, Graham realizou três contratações importantes. O ponta holandês Glenn Helder, vindo do Vitesse, foi titular por mais de um ano antes de ser emprestado ao Benfica e, posteriormente, vendido ao NAC Breda. O meia-atacante Chris Kiwomya, contratado do Ipswich Town, marcou três gols em 17 jogos, mas nunca mais atuou pelo clube, deixando-o em definitivo em 1998. O jovem atacante galês John Hartson, então com 19 anos, chegou do Luton Town e assumiu a vaga de Alan Smith, que se aposentaria pouco depois por causa de lesões; no entanto, Hartson não se firmou e foi vendido ao West Ham United em 1997.
A última temporada de George Graham também marcou a saída de vários jogadores importantes. Alan Smith se aposentou forçado por lesões, Paul Davis recebeu uma transferência gratuita após perder espaço no time, o sueco Stefan Schwarz foi vendido à Fiorentina após apenas uma temporada, Kevin Campbell foi negociado com o Nottingham Forest, e o ponta Jimmy Carter foi vendido ao Portsmouth.
O auxiliar Stewart Houston assumiu o comando até o fim da temporada 1994–95, na qual o Arsenal terminou em 12º lugar na Premier League. Ainda assim, o clube voltou à final da Taça dos Vencedores das Taças, após uma semifinal épica contra a Sampdoria, vencida nos pênaltis depois de um empate por 5–5 no agregado. Na final contra o Real Zaragoza, Esnáider abriu o placar para os espanhóis e John Hartson empatou. A partida caminhava para os pênaltis quando, aos 120 minutos, o meio-campista Nayim acertou um chute de cerca de 40 metros, no último lance do jogo, surpreendendo David Seaman.
Em junho de 1995, o Arsenal nomeou Bruce Rioch como treinador, após ele levar o Bolton Wanderers à final da Copa da Liga e à promoção à primeira divisão. Rioch quebrou brevemente o recorde de transferências inglês ao pagar £7,5 milhões à Internazionale pelo atacante holandês Dennis Bergkamp, que formou uma parceria impressionante com Ian Wright. O Arsenal chegou às semifinais da Copa da Liga e terminou a temporada 1995–96 em quinto lugar, garantindo vaga na Copa da UEFA e renovando as esperanças de disputar títulos. No entanto, a era Rioch terminou abruptamente: em agosto de 1996, pouco antes do início da nova temporada, ele foi demitido após um desentendimento com a diretoria sobre verbas para contratações, desencadeando um período de instabilidade no clube. Stewart Houston voltou a assumir interinamente, mas deixou o cargo para treinar o QPR. O técnico das categorias de base, Pat Rice, comandou a equipe por alguns jogos, antes de dar lugar ao francês Arsène Wenger no fim de setembro.
A chegada de Wenger (1996–2003)
A equipe melhorou imediatamente sob o comando de Wenger, terminando em terceiro lugar e garantindo vaga na Copa da UEFA na temporada 1996–97, ficando fora do segundo lugar — e de uma vaga na Champions League — apenas pelo saldo de gols. Wenger reconstruiu o elenco do Arsenal com um grupo de jogadores franceses em grande parte desconhecidos no Reino Unido. Patrick Vieira havia sido contratado por recomendação de Wenger antes mesmo de ele assumir oficialmente o cargo, e, no verão de 1997, Wenger acrescentou Nicolas Anelka e Emmanuel Petit, além do ponta holandês Marc Overmars. Wenger integrou os recém-chegados a parte da “velha guarda”, mantendo Adams, Dixon, Winterburn, Keown e Bould, e conservou Pat Rice como auxiliar técnico.
Wenger conquistou seus primeiros troféus na temporada seguinte e tornou-se o primeiro treinador estrangeiro a vencer a liga inglesa, ao conduzir a equipe ao seu segundo Double. Em dezembro, parecia que o Arsenal estava fora da disputa após perder por 3–1 em casa para o Blackburn, mas o time superou uma desvantagem de doze pontos para ultrapassar o Manchester United; uma vitória por 4–0 sobre o Everton em Highbury, em 3 de maio, garantiu o título com duas rodadas de antecedência. Em 16 de maio, o Arsenal venceu o Newcastle United por 2–0 na final da FA Cup, completando o Double. Para coroar a temporada, Ian Wright quebrou o recorde de gols de Cliff Bastin, alcançando 185 gols antes de deixar o clube no verão de 1998.
Dennis Bergkamp foi presença constante nas primeiras equipes de Wenger.
Apesar das contratações de Freddie Ljungberg em 1998 e Thierry Henry no ano seguinte, o Arsenal atravessou um período menos vitorioso nos anos seguintes, embora tenha chegado perto em várias ocasiões. O Arsenal liderou a liga durante grande parte da temporada 1998–99, até que uma derrota por 1–0 para o Leeds United permitiu que o Manchester United os ultrapassasse. O Arsenal venceu o Aston Villa na última rodada, mas a vitória do United sobre o Tottenham garantiu o título aos rivais. Para piorar, o Arsenal também perdeu o último replay de semifinal da FA Cup da história, justamente para o Manchester United; Dennis Bergkamp desperdiçou um pênalti no tempo normal, e Ryan Giggs marcou o gol da vitória na prorrogação após uma arrancada memorável por entre a defesa do Arsenal. O retorno do Arsenal à Champions League após sete anos também foi frustrante, já que o clube não conseguiu avançar além da fase de grupos.
O Arsenal terminou novamente em segundo lugar em 1999–2000; desta vez, não houve uma disputa real pelo título, e o clube terminou a temporada 18 pontos atrás do campeão Manchester United. A campanha na Champions League foi novamente decepcionante, com o Arsenal ficando em terceiro em seu grupo; isso rendeu uma vaga de consolação na Copa da UEFA, na qual o clube chegou à final, enfrentando o Galatasaray em Copenhague, palco da conquista da Taça dos Vencedores das Taças de 1994. A partida foi morna, um empate em 0–0 com poucas chances claras, e foi decidida nos pênaltis, com derrota do Arsenal após erros de Davor Šuker e Patrick Vieira.
O Arsenal voltou a terminar em segundo lugar em 2000–01, desta vez dez pontos atrás do Manchester United; a disputa pelo título estava praticamente encerrada desde fevereiro, quando o Arsenal perdeu por 6–1 em Old Trafford. A equipe priorizou as copas e as competições europeias. Eliminou o Tottenham nas semifinais e enfrentou o Liverpool na final, disputada no Millennium Stadium, em Cardiff; o Arsenal dominou a maior parte do jogo e teve um gol impedido injustamente pelo toque de mão do zagueiro Stéphane Henchoz, que não foi punido. O Arsenal chegou a abrir o placar com Ljungberg, mas sofreu dois gols tardios de Michael Owen e perdeu por 2–1. Na Europa, o Arsenal alcançou as quartas de final da Champions League pela primeira vez desde 1972, sendo eliminado pelo critério de gols fora de casa pelo Valencia, futuro finalista.
Nesse momento, Wenger já havia sido obrigado a reconstruir grande parte da equipe campeã do Double de 1998; Anelka, Overmars e Petit haviam se transferido para clubes espanhóis por valores elevados, enquanto a idade começava a pesar na famosa linha defensiva. Bould e Winterburn já haviam saído, e Adams e Dixon resistiriam apenas mais uma temporada antes de se aposentarem. Para substituí-los, Wenger contratou jogadores como Sol Campbell e Lauren para a defesa, além de promover Ashley Cole das categorias de base. No meio-campo, acrescentou o carismático Robert Pirès e contratou o compatriota Sylvain Wiltord para o ataque, enquanto Thierry Henry se adaptava plenamente ao futebol inglês e se tornava um dos melhores atacantes da Premiership.
O ataque foi o grande trunfo do Arsenal na temporada 2001–02, quando o clube conquistou um terceiro Double, igualando um recorde. Os Gunners foram o único time a marcar gols em todas as partidas da Premiership e permaneceram invictos fora de casa nas competições domésticas. Após uma disputa inicial equilibrada — com apenas três pontos separando os quatro primeiros em fevereiro —, o Arsenal disparou com uma sequência de 13 vitórias consecutivas, terminando sete pontos à frente do vice-campeão Liverpool. O título foi assegurado na penúltima rodada com uma vitória por 1–0 sobre o Manchester United em Old Trafford, com gol de Wiltord. No fim de semana anterior, o Arsenal já havia garantido sua oitava FA Cup, vencendo o Chelsea por 2–0, com gols de Ray Parlour e Freddie Ljungberg.
Em 2002–03, o Arsenal tornou-se o primeiro clube em mais de 20 anos a defender o título da FA Cup, vencendo o Southampton por 1–0, com gol de Pirès. A alegria, porém, foi amenizada pelo fato de o clube ter ficado muito perto de conquistar novamente o título da Premiership. O Arsenal chegou a abrir uma vantagem de oito pontos sobre o eventual campeão Manchester United, mas seu desempenho despencou no final da temporada; empatou por 2–2 fora de casa com o Bolton Wanderers após estar vencendo por 2–0 e, na semana seguinte, perdeu por 3–2 em casa para o Leeds United, resultados que acabaram entregando o título ao United.
“Os Invencíveis” e a final da Champions League (2003–2006)
A derrota para o Leeds seria a última do Arsenal na liga por mais de um ano. A temporada 2003–04 foi histórica e recordista para o Arsenal, que conquistou a Premier League de forma invicta, com 26 vitórias, 12 empates e nenhuma derrota, terminando 11 pontos à frente do segundo colocado, o Chelsea. O clube tornou-se apenas o segundo a conseguir tal feito, sendo o primeiro o Preston North End em 1888–89. Os rivais, porém, deram o troco em outras competições — o Arsenal foi eliminado nas quartas de final da Champions League pelo Chelsea e nas semifinais da FA Cup pelo Manchester United, em partidas consecutivas. O Arsenal se recuperou de desvantagens de 1–0 e 2–1 contra o Liverpool em um jogo da liga em Highbury para vencer por 4–2, graças a um hat-trick de Thierry Henry, e confirmou o título com um empate em 2–2 fora de casa contra o Tottenham Hotspur, repetindo o sucesso de 1971.
O Arsenal não conseguiu defender o título em 2004–05, terminando em segundo lugar, 12 pontos atrás de um Chelsea recordista. Ainda assim, os Gunners ampliaram sua sequência invicta para 49 partidas consecutivas, um recorde do futebol inglês. A marca foi igualada com uma dramática vitória por 5–3 sobre o Middlesbrough — após o Arsenal estar perdendo por 3–1 logo depois do intervalo — e superada com um triunfo por 3–0 sobre o Blackburn Rovers em agosto de 2004, antes de a série invicta chegar ao fim com uma derrota por 2–0 fora de casa para o Manchester United. Essa derrota desencadeou uma queda de rendimento, e o Arsenal saiu da briga pelo título antes de se recuperar com uma arrancada final para terminar em segundo lugar, selada por uma goleada de 7–0 sobre o Everton na penúltima rodada. O sonho da Champions League escapou novamente, com o clube sendo eliminado pelo Bayern de Munique por 3–2 no placar agregado na segunda fase. Ainda assim, o Arsenal conquistou sua terceira FA Cup em quatro anos, vencendo o Manchester United por 5–4 nos pênaltis após um empate em 0–0, jogando com um homem a menos.
Enfraquecido pela venda do capitão Patrick Vieira para a Juventus no verão de 2005, a temporada 2005–06 do Arsenal foi relativamente decepcionante no cenário doméstico, e o clube não conseguiu disputar títulos nacionais. Na liga, o fraco desempenho fora de casa foi um problema constante e, apesar de algumas vitórias expressivas em Highbury, como 5–0 sobre o Aston Villa e 7–0 contra o Middlesbrough, o Arsenal passou grande parte da reta final da temporada em quinto lugar ou abaixo, parecendo prestes a ficar fora da Champions League pela primeira vez desde 1997. No entanto, o time venceu seus últimos três jogos, culminando em uma vitória por 4–2 sobre o Wigan Athletic na última partida da história em Highbury; somada à derrota do Tottenham Hotspur para o West Ham no mesmo dia, essa combinação permitiu que o Arsenal ultrapassasse o Spurs e garantisse o quarto lugar e a vaga na Champions League.
O desempenho do Arsenal na Europa em 2005–06 foi muito mais forte. O clube chegou pela primeira vez à final da Champions League, tornando-se o primeiro clube londrino a alcançar esse feito. O Arsenal terminou invicto na liderança de seu grupo, à frente de Ajax, Thun e Sparta Praga, contra quem Thierry Henry marcou dois gols fora de casa para se tornar o maior artilheiro da história do clube. No mata-mata, o Arsenal eliminou o Real Madrid — tornando-se o primeiro time britânico a vencer no Estádio Santiago Bernabéu —, depois a Juventus e, em seguida, o Villarreal, alcançando a final e estabelecendo um recorde da competição de dez partidas consecutivas sem sofrer gols. Na final, contra o Barcelona, o Arsenal ficou com dez jogadores logo no início, quando o goleiro Jens Lehmann foi expulso por uma falta profissional; ainda assim, foi o Arsenal quem abriu o placar, com Sol Campbell marcando de cabeça após cobrança de falta aos 37 minutos. O Arsenal defendeu sua vantagem com bravura, mas dois gols tardios de Samuel Eto’o e Juliano Belletti garantiram a vitória do Barcelona por 2–1.
Mudança para o Emirates (2006–2018)
O Arsenal havia sido extremamente bem-sucedido nas décadas de 1990 e 2000, mas a capacidade de Highbury era limitada a apenas 38.500 lugares na era pós-Relatório Taylor; praticamente todas as partidas tinham ingressos esgotados, e o clube não conseguia maximizar a receita em dias de jogo. Como a expansão de Highbury era inviável, em 1999 o Arsenal anunciou planos para se mudar para a vizinha Ashburton Grove; a construção começou em dezembro de 2002 com a demolição dos prédios existentes no local e, em julho de 2006, o novo Emirates Stadium foi inaugurado, pronto para o início da temporada 2006–07.
O Arsenal levou algum tempo para se adaptar ao novo ambiente e, já em novembro, o técnico Arsène Wenger admitiu que sua equipe dificilmente faria uma disputa séria pelo título. Prejudicado por um fraco desempenho fora de casa ao longo da temporada, o Arsenal acabou terminando em quarto lugar, empatado em pontos com o terceiro colocado Liverpool. Com um elenco em grande parte composto por reservas e jogadores jovens, o clube chegou à final da Copa da Liga, mas perdeu por 2–1 para o Chelsea. Nas demais competições, porém, teve desempenho inferior, sendo eliminado precocemente tanto na Champions League quanto na FA Cup.
A mudança para o Emirates teve efeitos de transição dentro e fora de campo, pois o Arsenal perdeu vários integrantes do time dos Invencíveis, incluindo Robert Pirès, Dennis Bergkamp, Lauren, Ashley Cole e Sol Campbell em 2006, e, um ano depois, o capitão e maior artilheiro da história do clube, Thierry Henry, transferiu-se para o Barcelona. Wenger montou um novo time, incorporando jogadores como Cesc Fàbregas, Emmanuel Adebayor e Theo Walcott. A equipe jovem fez uma forte campanha pelo título em 2007–08, completando uma sequência invicta de 28 partidas e liderando a liga até fevereiro, quando uma lesão do atacante Eduardo se mostrou decisiva, e os Gunners terminaram em terceiro lugar.
O time voltou a disputar o título em 2010 e 2011, mas ambas as campanhas seguiram um padrão semelhante: o Arsenal permaneceu na briga até a fase final da temporada, antes de sofrer uma queda de rendimento no momento decisivo. O clube também passou a fazer campanhas mais fortes na Champions League, chegando às quartas de final em 2008 e 2010 e às semifinais em 2009.
Apesar disso, a equipe jovem acabou não conquistando troféus; a maior aproximação ocorreu com a derrota na final da Copa da Liga para o Birmingham City em 2011. Como consequência, o elenco começou a se desmanchar: o Arsenal perdeu Fàbregas e Samir Nasri em 2011 e o capitão Robin van Persie em 2012. Nas temporadas 2011–12 e 2012–13, o clube lutou para ficar entre os quatro primeiros, enfrentando dificuldades para competir com as vantagens financeiras de Manchester United, Chelsea e Manchester City. Na Europa, o Arsenal foi eliminado nas oitavas de final da Champions League por sete temporadas consecutivas, entre 2011 e 2017, apesar de ter conquistado uma vitória memorável no jogo de ida contra o Barcelona em 2011.
A seca de títulos do Arsenal, que durou nove anos, chegou ao fim em 2014, quando o clube venceu a FA Cup pela quinta vez sob o comando de Wenger. Uma nova era havia começado com a contratação do astro alemão Mesut Özil, do Real Madrid, no verão de 2013, por £42,4 milhões, quebrando o recorde de transferências do clube. Os Gunners tiveram um ótimo início de temporada na liga, liderando a tabela até fevereiro, mas novamente perderam rendimento nos meses decisivos e terminaram em quarto lugar. Na FA Cup, porém, o Arsenal chegou à final sem sair de Londres e, após estar perdendo por 2–0 para o Hull City em apenas oito minutos, virou o jogo para vencer por 3–2 e encerrar o jejum de títulos. O Arsenal defendeu o título da FA Cup com uma goleada de 4–0 sobre o Aston Villa em 2015, após a contratação do atacante chileno Alexis Sánchez, vindo do Barcelona, no verão anterior.
Em 2016, o Arsenal registrou sua melhor campanha na liga no Emirates, terminando em segundo lugar, atrás do improvável campeão Leicester City, cotado a 5000–1 no início da temporada, depois de novamente liderar a liga em fevereiro.
Em 2017, o Arsenal venceu a FA Cup pela décima terceira vez, um recorde, e pela sétima vez sob o comando de Wenger, que se tornou o treinador mais vitorioso da história da competição. No entanto, o clube ficou fora do top quatro pela primeira vez desde 1996, terminando em quinto lugar e encerrando uma sequência de 19 participações consecutivas na Champions League. Na temporada seguinte, os Gunners foram eliminados nas semifinais da UEFA Europa League e chegaram à final da Copa da Liga pela terceira vez sob Wenger, perdendo por 3–0 para o Manchester City. Fora de campo, foi uma temporada agitada: o clube perdeu Theo Walcott, Olivier Giroud e Alexis Sánchez em janeiro e quebrou duas vezes o recorde de transferências do clube, com Alexandre Lacazette no verão e o gabonês Pierre-Emerick Aubameyang em janeiro.
Arsène Wenger anunciou sua renúncia após 22 anos no comando, deixando o clube como o treinador mais longevo e bem-sucedido de sua história, e o ex-treinador do Paris Saint-Germain, Unai Emery, assumiu o cargo.
Anos pós-Wenger (2018–Presente)
Apesar de uma promessa inicial, a passagem de Unai Emery pelo Arsenal acabou sendo curta, e ele foi demitido apenas 18 meses após assumir o cargo. Depois de uma sequência invicta de 22 jogos no início da temporada, o time não conseguiu retornar à Champions League, terminando o campeonato em quinto lugar. Na Europa League, o Arsenal chegou à final, sua primeira decisão europeia em 13 anos, mas perdeu por 4–1 para o Chelsea, em Baku. Uma sequência de nove jogos sem vitória entre outubro e novembro da temporada seguinte levou à demissão de Emery do cargo de treinador principal pela diretoria do Arsenal.
Após um período interino de três semanas comandado pelo auxiliar e ex-Invencível Freddie Ljungberg, o Arsenal contratou o ex-capitão do clube Mikel Arteta como treinador principal. Arteta vinha trabalhando anteriormente como auxiliar de Pep Guardiola no Manchester City. No entanto, menos de três meses após o início de seu trabalho, a temporada foi suspensa devido à pandemia de COVID-19. Com a retomada do campeonato em junho de 2020, com todas as partidas disputadas sem público, o Arsenal terminou a liga em 8º lugar, mas compensou com a conquista recorde de sua 14ª FA Cup, obtida apenas 28 jogos após o início da era Arteta; Pierre-Emerick Aubameyang, nomeado capitão em novembro, marcou dois gols na vitória por 2–1 sobre o Chelsea na final.
Apesar de mostrar alguma evolução no início da temporada, o Arsenal voltou a terminar em 8º lugar na Premier League em 2020–21 e foi eliminado nas semifinais da Europa League, o que significou que o clube disputaria a temporada 2021–22 sem competições europeias pela primeira vez desde 1995–96. Em abril de 2021, o Arsenal foi um dos doze clubes fundadores da dissidente Superliga Europeia, mas se retirou do projeto após forte reação negativa do público. Na temporada 2021–22, o Arsenal chegou a ocupar a última colocação da liga ao fim de agosto, mas se recuperou e passou a disputar uma vaga entre os quatro primeiros. Em maio, chegou a ter vantagem sobre o Tottenham Hotspur, mas acabou terminando em quinto lugar, além de ser eliminado das duas copas em janeiro — pelo Nottingham Forest na terceira fase da FA Cup e pelo Liverpool nas semifinais da Copa da Liga.
Na temporada seguinte, o Arsenal venceu todos os seus jogos em agosto de 2022, uma reviravolta completa em relação ao ano anterior, e liderava a liga quando começou a Copa do Mundo de 2022, no Catar. Após ocupar o topo da tabela durante a maior parte da temporada, apenas quatro vitórias nos dois últimos meses fizeram com que o clube terminasse como vice-campeão, atrás do Manchester City, além de estabelecer o recorde de maior número de dias na liderança sem conquistar o título. O Arsenal também foi eliminado pelo City na quarta fase da FA Cup.
Na temporada 2023–24, o Arsenal voltou a terminar em segundo lugar na liga, novamente atrás do Manchester City, e disputou a Champions League pela primeira vez desde 2017, alcançando as quartas de final após 14 anos, ao derrotar o FC Porto nos pênaltis nas oitavas de final. Os Gunners estabeleceram um recorde de vitórias na Premier League, com 27 triunfos, em 12 de maio de 2024, contra o Manchester United em Old Trafford, e encerraram a temporada com 28 vitórias na liga após bater o Everton no Emirates.
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Clássicos e rivalidades
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Tottenham Hotspur
Vizinhos e rivais, é a grande rivalidade da cidade de Londres. A rivalidade começou quando o Arsenal se mudou do leste para o norte da cidade, passando a jogar no estádio de Highbury, próximo ao estádio do Tottenham Hotspur. O primeiro confronto entre as equipes aconteceu em 1887.[carece de fontes]
A rivalidade se intensificou ainda mais nas primeiras décadas do século seguinte, mais precisamente em 1919, logo após a Primeira Guerra Mundial, quando o Arsenal foi convidado para uma vaga na primeira divisão, ocupando exatamente a vaga que seria do Tottenham.
No dia 26 de fevereiro de 2012, o Arsenal goleou o Tottenham por 5 a 2, após sair perdendo por 2 a 0.[23]
Chelsea

Outro rival local, mas esta foi ampliada mais recentemente, na década de 2000, principalmente a partir do momento em que o Chelsea se tornou um dos times do chamado Big Four inglês, após a chegada do milionário Roman Abramovich.
Está diretamente ligada também à disputa de títulos e jogadores, como Ashley Cole, que saiu do Arsenal rumo ao Chelsea, o que causou uma grande polêmica na Inglaterra. Cole, que até então era ídolo nos Gunners, assinou contrato com os Blues em circunstâncias ásperas, e desde então passou a ser marcado como um dos jogadores mais odiados do Arsenal.
Os comentários de José Mourinho, por muitos anos treinador do Chelsea, que constantemente atacava Arsène Wenger em coletivas de imprensa e entrevistas em geral, também promoveram tal rivalidade.
No dia 29 de outubro de 2011, o Arsenal aplicou um histórico 5 a 3 sobre o Chelsea em pleno Stamford Bridge. Nesta partida, o holandês Robin van Persie teve grande atuação e marcou três gols.[24] Já no dia 22 de março de 2014, o Arsenal sofreu uma goleada histórica no Stamford Bridge, pois o Chelsea venceu por incontestáveis 6 a 0, aplicando assim sua maior vitória no clássico.[25] Em 2019, fizeram a final da UEFA Europa League, vencida pelo Chelsea pelo placar de 4 a 1. Na temporada seguinte, Arsenal e Chelsea disputaram outra final de FA Cup, que terminou com uma vitória por 2–1 do Arsenal com dois gols de Aubameyang, garantindo seu 14º título.
Manchester United

O Manchester United é um rival de muitas décadas, devido ao fato de ambos os clubes serem reconhecidos por suas vitoriosas e tradicionais histórias no futebol inglês. No período entre 1996 e 2004, a Premier League foi vencida pelo Arsenal ou pelo Manchester United, e a partir daí as equipes desenvolveram uma rivalidade ainda maior nesta competição e em outros campeonatos.
Contra os Red Devils, há vários confrontos marcados pela violência em campo, com dezenas de expulsões ao longo das partidas. Um ponto-chave desta rivalidade foi durante a temporada 2003-04 da Premier League. Nesta temporada, o Arsenal foi campeão com um espetacular recorde de invencibilidade, sem perder nenhum jogo durante todo o campeonato e, durante um dos jogos com o Manchester United, um empate em 0 a 0 no Old Trafford, num jogo chamado de "A Batalha de Old Trafford", o então capitão do Arsenal, Patrick Vieira, foi expulso aos 80 minutos, fato que culminou num grande tumulto, e resultou em quatro cartões amarelos para cada lado.
No dia 27 de agosto de 2011 sofre a maior goleada imposta no clássico entre os times. Jogando em Old Trafford o Arsenal perde para o Manchester United por 8 a 2.[26][27]
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Estádios
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Arsenal Stadium
O Arsenal Stadium, também chamado de Highbury devido ao bairro no qual se situa, foi o primeiro estádio do Arsenal. Localizado no norte da cidade de Londres, na Inglaterra, foi inaugurado em 6 de setembro de 1913 e possuía capacidade para 38.419 espectadores.
O Arsenal deixou o Highbury em 2006 e transferiu-se para o Emirates. O estádio foi demolido e transformado em um conjunto de apartamentos, chamado de Highbury Square.[28]
Em homenagem ao antigo estádio, durante a temporada 2005-06, última temporada jogando no Highbury, o Arsenal usou como uniforme principal a cor de vinho, escolhida por ter sido a usada no ano de inauguração do estádio, em 1913.

Emirates Stadium
O Emirates Stadium é o novo estádio do Arsenal, e começou a ser utilizado na temporada 2006-07. Fica localizado em Holloway, no bairro londrino de Islington, no norte da cidade.[29]
O estádio foi inaugurado em 22 de julho de 2006 e tem uma capacidade de 60.432 espectadores sentados, tornando-se o quarto maior estádio de futebol no Reino Unido, e o segundo maior estádio da Premier League, atrás apenas do Old Trafford. É também o terceiro maior estádio de Londres, depois de Wembley e Twickenham, que sedia partidas de rugby.[30]
A primeira partida oficial do estádio ocorreu em 19 de agosto de 2006, no empate em 1 a 1 com o Aston Villa pela Premier League 2006-07. primeiro gol foi marcado pelo zagueiro sueco Olof Mellberg.[31]
Títulos
- Legenda
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Campanhas de destaque
Liga dos Campeões da UEFA (1): vice-campeão (2005–06)[32]
Copa UEFA / Liga Europa da UEFA (2): vice-campeão (1999–00, 2018–19)[33]
Recopa Europeia (2): vice-campeão (1979–80, 1994–95)
Supercopa da UEFA (1): vice-campeão (1994)
Campeonato Inglês (12): vice-campeão (1925–26, 1931–32, 1972–73, 1998–99, 1999–2000, 2000–01, 2002–03, 2004–05, 2015–16, 2022–23, 2023–24, 2024–25)
Copa da Inglaterra (7): vice-campeão (1926–27, 1931–32, 1951–52, 1971–72, 1977–78, 1979–80, 2000–01)
Copa da Liga Inglesa (6): vice-campeão (1967–68, 1968–69, 1987–88, 2006–07, 2010–11, 2017–2018)
Supercopa da Inglaterra (7): vice-campeão (1935, 1936, 1977, 1979, 1993, 2003, 2005)
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Escudo e cores
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Revelado em 1888, o primeiro brasão do Royal Arsenal FC apresentava três canhões vistos de cima, apontando para o norte, semelhante ao brasão do Metropolitan Borough of Woolwich (atualmente transferido para o brasão do Royal Borough of Greenwich). Às vezes, podem ser confundidos com chaminés, mas a presença de uma cabeça de leão esculpida e uma cascata em cada uma são indicadores claros de que são canhões. Isso foi abandonado após a mudança para Highbury em 1913, apenas para ser reintegrado em 1922, quando o clube adotou um brasão com um único canhão, apontando para o leste, com o apelido do clube, The Gunners, inscrito ao lado; este escudo só durou até 1925, quando o canhão foi invertido para apontar para o oeste e seu cano emagrecido.
Em 1949, o clube revelou um brasão modernizado com o mesmo estilo de canhão abaixo do nome do clube, em letras pretas e acima do brasão do Metropolitan Borough of Islington e um pergaminho inscrito com o lema latino recém-adotado do clube, Victoria Concordia Crescit - "A vitória vem da harmonia" - cunhado pelo editor do programa do clube, Harry Homer. Pela primeira vez, o brasão foi reproduzido em cores, que variaram ligeiramente ao longo da vida útil do brasão, tornando-se finalmente vermelho, dourado e verde. Por causa das numerosas revisões do brasão, o Arsenal foi incapaz de protegê-lo dos direitos autorais. Embora o clube tenha conseguido registrar o brasão como marca registrada e lutado (e eventualmente vencido) uma longa batalha legal com um comerciante de rua local que vendia mercadorias "não oficiais" do Arsenal, o Arsenal acabou buscando uma proteção legal mais abrangente. Portanto, em 2002, eles introduziram um novo emblema com linhas curvas mais modernas e um estilo simplificado, que era protegido por direitos autorais. O canhão mais uma vez está voltado para o leste e o nome do clube está escrito em uma fonte sem serifa acima do canhão. Verde foi substituído por azul escuro. O novo brasão foi criticado por alguns apoiadores; a Associação de Torcedores Independentes do Arsenal afirmou que o clube havia ignorado grande parte da história e tradição do Arsenal com um design tão moderno e radical, e que os torcedores não foram devidamente consultados sobre o assunto. Até a década de 1960, um distintivo era usado na camisa do jogador apenas para partidas de alto nível, como as finais da FA Cup, geralmente na forma de um monograma das iniciais do clube em vermelho sobre fundo branco.
O tema do monograma foi desenvolvido em um distintivo de estilo Art Déco no qual as letras A e C emolduravam uma bola de futebol em vez da letra F, o conjunto todo dentro de uma borda hexagonal. Este primeiro exemplo de um logotipo corporativo, introduzido como parte da reformulação da marca do clube por Herbert Chapman na década de 1930, foi usado não apenas nas camisas da Final da Copa, mas como um elemento de design em todo o Highbury Stadium, inclusive acima da entrada principal e embutido nos pisos. A partir de 1967, o canhão branco passou a ser usado regularmente nas camisas, até ser substituído pelo escudo do clube, às vezes com o acréscimo do apelido de "The Gunners", na década de 1990.
Na temporada 2011-12, o Arsenal comemorou seu 125º aniversário. As comemorações incluíram uma versão modificada do brasão atual usado em suas camisetas para a temporada. Ele era todo branco, rodeada por 15 folhas de carvalho à direita e 15 folhas de louro à esquerda. As folhas de carvalho representam os 15 membros fundadores do clube que se conheceram no pub Royal Oak. As 15 folhas de louro representam o detalhe do design nas peças de seis pence pagas pelos fundadores para estabelecer o clube. As folhas de louro também representam força. Para completar o brasão, as datas 1886 e 2011 são mostrados em ambos os lados do lema "Avançar" na parte inferior do emblema.
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Uniformes
Material esportivo e patrocinadores
Forneceram uniformes e material esportivo ao clube a Bukta (anos 1930 até anos 1970), Umbro (anos 1970 a 1986), Adidas (1986–1994), Nike (1994–2014), Puma (2014-2019) e Adidas novamente (2019-).[34][35]
A partir de 1982 o clube passou a apresentar patrocínio em suas camisas: JVC (1982–1999), Sega (1999–2002), O2 (2002–2006) e Emirates Airlines (desde 2006).[36]
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Treinadores
Abaixo está a lista de treinadores do Arsenal desde 1894.[37]
Elenco
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Última atualização: 21 de setembro de 2024.[38]
As 10 contratações mais caras da história do Arsenal
Fonte: [carece de fontes]
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Ver também
Referências
- «Club Profile Arsenal - Premier League.com». Consultado em 14 de outubro de 2009
- «Arsenal Football Club - Official Site of the Premier League». Consultado em 2 de abril de 2012
- «THE ARSENAL FOOTBALL CLUB PUBLIC LIMITED COMPANY overview - Find and update company information - GOV.UK». find-and-update.company-information.service.gov.uk (em inglês). Consultado em 22 de dezembro de 2025. Cópia arquivada em 13 de julho de 2022
- «Arsenal FC - history, facts and records». footballhistory.org (em inglês). Consultado em 22 de dezembro de 2025. Cópia arquivada em 25 de setembro de 2023
- «Football: How consistency and caution made Arsenal England's greatest». The Independent (em inglês). 17 de dezembro de 1999. Consultado em 22 de dezembro de 2025
- «Here's how much money Arsenal has lost after failing to qualify for the Champions League». Business Insider (em inglês). Consultado em 22 de dezembro de 2025
- «Herbert Chapman Hall Of Fame profile». NFM (em inglês). Consultado em 22 de dezembro de 2025
- «Arsenal - Historical Football Kits». historicalkits.co.uk (em inglês). Consultado em 22 de dezembro de 2025. Cópia arquivada em 11 de julho de 2020
- «Financial Results». Financial Results (em inglês). 23 de dezembro de 2025. Consultado em 22 de dezembro de 2025
- «Arsenal on the Forbes Soccer Team Valuations List». Forbes (em inglês). Consultado em 22 de dezembro de 2025
- «Top 10: These are Europe's most popular football clubs». Ispo.com (em inglês). Consultado em 22 de dezembro de 2025
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