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Bitis

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Bitis
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Bitis é um género de víboras venenosas que se distribui pela África e Península Arábica meridional.[1] Inclui as maiores e menores víboras de todo o mundo. Os seus membros são conhecidos pelas suas características demonstrações de ameaça que incluem inflar e desinflar os seus corpos ao mesmo tempo que emitem silvos e sopros bastante audíveis.[2] A espécie-tipo para este género é B. arietans,[1] a qual é também a víbora com maior distribuição em África.[3] Actualmente são reconhecidas 14 espécies.[4]

Factos rápidos Classificação científica, Distribuição geográfica ...

Os membros de este género são vulgarmente conhecidos como víboras-aficanas,[2][3] ou víboras-sopradoras.

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Descrição

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Perspectiva

A variação de tamanhos dentro deste género é muito grande, indo desde a muito pequena B. schneideri, que atinge um comprimento máximo de 28 cm e que é provavelmente o menor viperídeo do mundo, até à muito grande B. gabonica, que pode atingir mais de 2 m de comprimento e é a víbora mais pesada do mundo.[2]

Todas têm uma cabeça alargada e triangular com focinho arredondado, distinta do pescoço, e coberta por pequenas escamas enquilhadas e imbricadas. O seu canthus rostralis é também distinto. Várias espécies possuem escamas rostrais ou supra-oculares que se assemelham a chifres. Os seus olhos são relativamente pequenos. Possuem narinas grandes orientadas para fora e/ou para cima. Até 6 filas de pequenas escamas separam as escamas rostrais das nasais. Todas as espécies possuem um saco supranasal. A parte frontal dos ossos maxilares é muito curta, suportando um único par de presas recurvadas.[2][5]

Estas serpentes são moderada a extremamente corpulentas. Os seus corpos estão cobertos com escamas enquilhadas e imbricadas com fossas apicais. As escamas dorsais são entre 21 e 46. Lateralmente, as escamas dorsais podem ser ligeiramente oblíquas. As escamas ventrais, que são de 112 a 153, são grandes, arredondadas e por vezes com ligeiras quilhas laterais. As suas caudas são curtas e possuem um única escama anal. As escamas subcaudais podem ser de 16 a 37 e por vezes são enquilhadas lateralmente.[2][5]

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Distribuição geográfica

As víboras-sopradoras podem ser encontradas em África e no sul da Península Arábica.[1]

Comportamento

As espécies de Bitis são conhecidas pelo comportamente que exibem ao inflar e desinflar os seus corpos durante demonstrações de ameaça que incluem silvos e sopros. São predadores de emboscada terrestres e parecem ser lentas, mas podem atacar com uma rapidez surpreendente.[2] Ao contrário das víboras de fossetas da subfamília Crotalinae, as espécies de Bitis parecem carecer de órgãos sensíveis ao calor e em testes de laboratório não exibiram comportamentos distintos relativamente a objetos frios e quentes que imitavam presas.[6][7]

Reprodução

Todos os membros são vivíparos e alguns dão à luz uma grande quantidade de crias.[2]

Veneno

Todos os mebros deste género são perigosos — alguns extremamente perigosos.[2] Estão disponíveis pelo menos seis antivenenos polivalentes. Cinco são produzidos por Aventis Pasteur (França), Pasteur Merieux (França) e SAIMR (África do Sul). Todos estes protegem especificamente contra B. arietans e quatro cobrem também B. gabonica.[8][9] Pelo menos um protege especificamente contra mordeduras de B. nasicornis: India Antiserum Africa Polyvalent.[10] No passado, estes antivenenos têm sido usados para tratar mordeduras de outras espécies de Bitis, com resultados variáveis.[2]

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Espécies

Mais informação Espécies, Auoridade ...

*) Não inclui subespécie nominativa.
T) espécie-tipo.

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Taxonomia

Outras espécies podem ser encontradas na literatura, como:[2]

  • B. albanica - Hewitt, 1937
  • B. armata - Smith, 1826

Lenk et al. (1999) usaram dados moleculares (distâncias imunológicas e sequências de ADN mitocondrial) para estimar as relações filogenéticas entre as espécies de Bitis. Identificaram assim quatro grupos monofiléticos principais, para os quais criaram quatro sub-géneros:[2]

  • Bitis - B. arietans
  • Calechidna - B. albanica, B. armata, B. atropos, B. caudalis, B. cornuta, B. heraldica, B. inorata, B. peringueyi, B. rubida, B. schneideri, B. xeropaga
  • Macrocerastes - B. gabonica, B. nasicornis, B. parviocula
  • Keniabitis - B. worthingtoni

Por agora, esta divisão não trouxe grandes consequências no que à nomenclatura diz respeito. No entanto, a definição de sub-géneros é frequentemente um sinal de uma divisão iminente.[2]

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Ver também

Referências

  1. McDiarmid RW, Campbell JA, Touré T. 1999. Snake Species of the World: A Taxonomic and Geographic Reference, Volume 1. Washington, District of Columbia: Herpetologists' League. 511 pp. ISBN 1-893777-00-6 (series). ISBN 1-893777-01-4 (volume).[falta página]
  2. Mallow D, Ludwig D, Nilson G. 2003. True Vipers: Natural History and Toxinology of Old World Vipers. Malabar, Florida: Krieger Publishing Company. 359 pp. ISBN 0-89464-877-2.[falta página]
  3. Spawls S, Branch B. 1995. The Dangerous Snakes of Africa. Dubai: Ralph Curtis Books. Oriental Press. 192 pp. ISBN 0-88359-029-8.[falta página]
  4. «Bitis» (em inglês). ITIS (www.itis.gov). Consultado em 18 de julho de 2006
  5. U.S. Navy. 1965. Poisonous Snakes of the World. Washington, District of Columbia: United States Government Printing Office. 212 pp.[falta página]
  6. Safer, Adam B; Grace, Michael S (2004). «Infrared imaging in vipers: Differential responses of crotaline and viperine snakes to paired thermal targets». Behavioural Brain Research. 154 (1): 55–61. PMID 15302110. doi:10.1016/j.bbr.2004.01.020
  7. Krochmal, Aaron R.; Bakken, George S.; LaDuc, Travis J. (2004). «Heat in evolution's kitchen: evolutionary perspectives on the functions and origin of the facial pit of pitvipers (Viperidae: Crotalinae)». Journal of Experimental Biology. 207 (24): 4231–8. PMID 15531644. doi:10.1242/jeb.01278
  8. «Bitis arietans antivenoms». www.toxinfo.org at «Munich AntiVenom INdex». www.toxinfo.org. Accessed 25 August 2006.
  9. «Bitis gabonica antivenoms». www.toxinfo.org at «Munich AntiVenom INdex». www.toxinfo.org. Accessed 25 August 2006.
  10. «Miami-Dade Fire Rescue Venom Response Unit». www.venomousreptiles.org at «VenomousReptiles.org». www.venomousreptiles.org. Accessed 5 September 2006.
  11. Largen, M., and Spawls, S. 2010. The Amphibians and Reptiles of Ethiopia and Eritrea. Frankfurt am Main: Edition Chimara. ISBN 978-3-89973-466-9[falta página]

Leitura adicional

Ligações externas

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