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Circuito de Spa-Francorchamps

Autódromo belga Da Wikipédia, a enciclopédia livre

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O Circuito de Spa-Francorchamps é um autódromo belga localizado nos arredores das cidades de Spa, Stavelot e Malmedy, na província de Liège. É conhecido pela sua história e importância, sendo uma das grandes catedrais do automobilismo. Recebe a Fórmula 1 e as 24 Horas de Spa anualmente.

Factos rápidos Informação geral, pit lane e chicane Bus Stop (2007–presente) ...
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A pista

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Perspectiva

História

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Traçado original de 15km

Em 1921, Jules de Their e Henri Langlois Van Ophem idealizaram este circuito, que veio a receber a sua primeira prova em 1922, apesar da inauguração estar prevista para Agosto de 1921, mas na altura só houve um concorrente, por isso, a prova foi cancelada. Dois anos mais tarde realizou-se pela primeira vez as 24 Horas de Spa e em 1950, realizou-se o primeiro Grande Prêmio de Fórmula 1.

Inicialmente, Spa-Francorchamps não era um circuito permanente, usava estradas públicas que passavam pelas colinas Ardennes, entre a vila Francorchamps (situada em Stavelot) e Malmedy. Tinha uma forma triangular e estendia-se por cerca de 15 km. Esta versão do circuito consistia num circuito muito rápido e exigente, o que obrigava a uma pilotagem mais rigorosa do que num circuito de velocidades mediana, sendo mais um fator apelativo que ajudou Spa a ficar muito famoso desde o início.

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Traçado alterado, com 14,120km

Naquela época, os belgas se orgulhavam do fato de terem um circuito muito rápido, por isso, removeram o trecho Douane Ancienne, que se situava no início do circuito, dando origem ao famoso conjunto de curvas Eau Rouge e Raidillon, melhorando assim, a velocidade média do circuito. Depois dessas curvas, o circuito continuava subindo até à zona mais alta do circuito, as curvas Kemmel, atualmente transformadas em reta. Esta subida terminava em Les Combes, uma esquerda que iniciava uma descida para Burnenville. Depois passava-se por esta aldeia realizando uma direita muito rápida, sempre em aceleração. Chegando perto de Malmedy, a reta Masta começava e terminava na curva Masta Kink, antes de chegar à cidade de Stavelot. Em seguida, a pista atravessava uma secção em linha reta com algumas curvas chamadas de La Carriere, passando por duas esquerdas rapidíssimas, a primeira sem nome e a segunda chamada de Blanchimont, até que no fim chegava-se à La Source, um gancho para a direita, no qual os carros chegavam com muita velocidade e por isso os pilotos tinham que realizar uma travada muito forte. Com este layout, a extensão do circuito passou para 14,12 km.

As características de Spa-Francorchamps naquela altura o tornava em um circuito muito perigoso, no qual se assistiu a muitas mortes. Para diminuir a possibilidade de mortes, em 1970 fez-se algumas alterações que não alteraram muito o layout do circuito, mas diminuíram, como pretendido, as mortes.

Outra característica atrativa do circuito era o clima da floresta Ardennes, que era muito imprevisível e o circuito era de tal forma extenso que era possível estar a chover numa zona do circuito e na outra a pista estar completamente seca.

Presente desde o início oficial da Fórmula 1 em 1950, ficou ausente entre 1971 e 1982. Neste período, o Grande Prêmio da Bélgica realizou-se em 1972 e 1974 em Nivelles, enquanto que em 1973, de 1975 a 1982 e 1984 em Zolder.

A pista foi remodelada e em 1983, Spa-Francorchamps voltou a receber um Grande Prêmio, mas nesse ano ele foi apresentado com um novo layout e, embora o novo circuito tivesse a metade do comprimento original, ele manteve muitas das características anteriores. Mesmo com esta redução, o clima foi sempre um fator instável e, embora com menos probabilidade, ainda era possível que chovesse numa zona do circuito e outra zona esteve completamente seca.

No ano seguinte, ainda se realizou um Grande Prêmio em Zolder, mas em 1985 voltou definitivamente para a Fórmula 1 e até agora, foi sempre Spa-Francorchamps que abrigou o Grande Prêmio da Bélgica desde essa altura. Ficou ausente, novamente, do calendário em 2003 e 2006, supostamente, por motivos comerciais.

Michael Schumacher foi quem venceu mais corridas em Spa, registando seis vitórias, um recorde aplicável a todas as versões do circuito.

Eau Rouge e Raidillon

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A famosa combinação da curvas Eau Rouge e Raidillon.

A combinação das curvas Eau Rouge e Raidillon são a mais famosa, e, na opinião unânime dos pilotos de Fórmula 1, a mais traiçoeira, difícil e prazerosa curva do automobilismo.[1] Segundo a revista Mundo Estranho (edição 49), ela é o trecho mais perigoso dos circuitos de F-1.[2] Além disso, por ser uma curva em “S” de alta antecedido por uma generosa descida, ela é a única curva no qual o grande desafio é a força G vertical, e não lateral.[3] Desde sua inauguração, o circuito de Spa-Francorchamps foi modificado várias vezes, com redução do tamanho de 15 para sete quilômetros e reformulações visando maior segurança. A Eau Rouge, entretanto, nunca foi modificada. Em 1994, porém, ela foi transformada em uma chicane usando pilhas de pneus em resposta as mortes de Roland Ratzenberger e Ayrton Senna em Imola.[4] No entanto, essa modificação durou apenas um ano. Já na edição de 1995, o autódromo de Spa-Francorchamps voltaria a usar a Eau Rouge clássica até os dias atuais.

O seu nome (Eau Rouge, em francês, quer dizer "Água Vermelha") provem de um pequeno rio junto a pista que tem essa cor.[5]

Ela está localizada logo no início da volta. Depois de passar pelo hairpin La Source, os pilotos descem em velocidade máxima até a curva. A Eau Rouge é formada por três curvas em níveis distintos. Primeiro, vira-se para a esquerda, sobre uma leve subida. Depois, vira-se para a direita. Nesse momento, passando sobre uma subida repentina, o piloto precisa aliviar a pressão sobre o acelerador e diminuir um pouco a velocidade. A última curva é feita para a esquerda, de onde se atinge o início de uma longa reta, a Kemmel Straight.[5] O grande problema da curva é a mudança brusca do relevo: primeiro vem uma descida e depois uma curva subindo, o que não permite que o piloto veja onde ela acaba. Para piorar, a curva é longa, o que faz com que quem tira o pé do acelerador no meio dela perca preciosos segundos.[2]

"Vitimas" da Eau Rouge e Raidillon

  • 1985: Stefan Bellof - Bellof perseguia Jacky Ickx. Na descida até à aproximação a Eau Rouge, os dois carros se tocaram e Bellof, de 27 anos, bateu de frente contra o muro e morreu.
  • 1999: Jacques Villeneuve - Depois da colisão, Villeneuve descreveu o acidente como "o maior acidente de sua carreira".
  • 1999: Ricardo Zonta, companheiro de Villeneuve na BAR, resolveu "imitar" o canadense e conseguiu: também bateu forte contra os pneus de proteção, após capotar. O piloto, assim como Villeneuve, nada sofreu.
  • 2016: Kevin Magnussen - Perdeu o controle da Renault na desafiadora subida da Eau Rouge e bateu violentamente na barreira de proteção de localizada na saída da curva. O impacto foi tão forte que o protetor do cockpit foi arremessado. O safety car foi acionado, mas os fiscais tiveram dificuldades para reconstruir a proteção de pneus, a bandeira vermelha precisou ser acionada e a corrida ficou paralisada por 20 minutos. O piloto não sofreu ferimentos graves, apenas um corte no tornozelo, e saiu mancando do carro. Ele foi para um hospital próximo ao autódromo para exames.
  • 2019: Anthoine Hubert - Se envolveu em um grave acidente durante a Fórmula 2, após perder o controle e ser atingido lateralmente pelo piloto Juan Manuel Correa. Após o acidente, ele foi transportado para o centro médico do circuito, entretanto morreu devido aos ferimentos.

O traçado atual

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Vista aérea do circuito

Atualmente, Spa-Francorchamps ainda integra o Campeonato mundial de Fórmula 1, estando, juntamente com Silverstone, Mônaco, e Monza, na lista dos circuitos clássicos utilizados atualmente. Mesmo passados todos estes anos, Spa ainda é uma pista muito importante. É o circuito preferido da maioria dos pilotos e não é difícil saber porquê.

A maioria das pessoas relacionadas com a Fórmula 1, desde profissionais a fãs, acreditam que quando o circuito diminuiu para metade do seu perímetro, ficou melhor, pois manteve-se um circuito rápido, com curvas rápidas e clima instável. É um circuito bastante completo e variado, com os três sectores bem distribuídos, cada um com suas características.

O primeiro sector começa com a La Source, que continuou a ser um gancho. Interessantemente, esta de última passou para primeira curva, pois a meta passou para a reta de cima. Depois, percorre-se a antiga reta da meta que vai dar à Eau Rouge, percorrida a mais de 300 Km/h por um carro de Fórmula 1, e continua até ao final da gigantesca subida em reta, a chamada Kemmel. Concluindo, neste setor só se trava em La Source, depois, se está em aceleração, até à travada para a chicane Les Combes, que outrora também era a travada desta zona, embora fosse uma curva para a esquerda localizada em outra zona.

Enquanto o primeiro setor caracteriza-se por ser rápido, o segundo caracteriza-se por ser técnico. A maior parte das curvas integram este setor, e são curvas médias e rápidas. A curva Bruxelles é a curva mais lenta, sendo um ganho largo que forma uma descida. Este sector técnico termina com a curva stavelot e assim inicia-se o terceiro setor, também caracterizado por ser muito rápido. A única travada deste setor é para a chicane Bus Stop, localizada na entrada para a reta da meta. Assim como o primeiro setor, só tem uma travada e ambas as travadas são fortes.

Apesar de seu layout muito alterado, manteve suas características principais e mesmo com curvas mais lentas, 71% deste traçado é percorrido em aceleração total e, exceptuando a curva La Source e a chicane Bus Stop, as curvas deste circuito são realizadas em velocidades superiores a 140 km/h.

A pista ainda tem outra característica apelativa. No calendário atual, Spa-Francorchamps é o circuito com maior diferença de altitude entre a zona mais baixa e a zona mais alta do circuito e também possui o maior trecho em declive. Desde a reta que antecede a curva Rivage até setenta metros depois da curva de Stavelot são percorridos 2,5 km a descer.

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Vencedores

O fundo rosa indica que a prova não fez parte do Mundial de Fórmula 1.
O fundo creme indica a prova fez parte do Campeonato Europeu de Automobilismo, anterior à 2ª Guerra Mundial.

Mais informação Ano, Piloto ...

Por pilotos, equipes e países que mais venceram1

↑1 (Última atualização: GP da Bélgica de 2025)
Contabilizados somente os resultados válidos pelo Mundial de Fórmula 1

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Recordes em Spa-Francorchamps

Mais informação Piloto, Chassi/Motor ...

↑2 Traçado antigo

Referências

  1. lemyrmartins.com.br/ A terrível Eau Rouge
  2. mundoestranho.abril.com.br/ Quais são os trechos mais perigosos dos circuitos de F-1?
  3. flatout.com.br/ Os desafios da Eau Rouge
  4. flatout.com.br/ Eau Rouge 1991-2013 - Duas decadas da mais famosa curva da F-1
  5. esporte.ig.com.br/ Grande atrativo de Spa, Eau Rouge é uma das curvas mais temidas pelos pilotos

Ligações externas

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