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Clementina de Orleães

Maria Clementina Leopoldina Carolina Clotilde, era uma princesa francesa da Casa de Orléans, filha do rei Luís Filipe I da França Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Clementina de Orleães
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Maria Clementina Leopoldina Carolina Clotilde de Orleães (em francês: Marie Clémentine Léopoldine Caroline Clotilde d'Orléans; Neuilly-sur-Seine, 3 de junho de 1817Viena, 16 de fevereiro de 1907), foi uma princesa francesa da Casa de Orleães, filha do rei Luís Filipe I da França e de sua esposa, a princesa Maria Amélia das Duas Sicílias. Tornou-se Princesa de Koháry por seu casamento com o príncipe Augusto. Era mãe do príncipe Luís Augusto, Duque de Saxe, marido da princesa Leopoldina do Brasil, e tia do Conde d'Eu, marido da Princesa Isabel.[nota 1][1]

Factos rápidos Princesa Consorte de Koháry, Reinado ...

Referida como uma das princesas mais inteligentes de seu tempo, Clementina também era tida como extremamente ambiciosa e seu maior sonho era tornar-se rainha. Contudo, seu pai era visto como um usurpador por quase toda a realeza europeia e este foi o principal obstáculo às negociações de casamento com um monarca ou um príncipe-herdeiro. Somente com a intervenção de seu cunhado, o rei Leopoldo I da Bélgica, foi possível encontrar um pretendente à mão da princesa: o príncipe Augusto, herdeiro do ramo católico de Koháry da Casa de Saxe-Coburgo-Gota.

Clementina jamais tornou-se rainha, mas procurou realizar seu sonho através de seus filhos. Dois deles chegaram a ser cogitados como possíveis herdeiros do trono da Grécia, outro como provável consorte da herdeira do trono do Brasil, mas todos os planos malograram. A escolha de seu filho mais novo como príncipe-regente da Bulgária - cuja candidatura contou com seu apoio ostensivo - seria o triunfo de seus ideais juvenis. Entretanto, a princesa não realizou o sonho de ver um filho seu tornar-se monarca: Fernando só se tornaria o primeiro czar da Bulgária em 1908, um ano após a morte da mãe.

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Biografia

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Perspectiva

Família e primeiros anos

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Retrato de 1846, por Franz Xaver Winterhalter.

Clementina era a sexta filha (quarta varoa) do rei Luís Filipe I de França e de Maria Amélia de Bourbon-Nápoles. Seus avós paternos foram Luís Filipe II, Duque de Orleães e Luísa Maria de Bourbon e seus avós maternos foram o rei Fernando I das Duas Sicílias[nota 2] e a arquiduquesa Maria Carolina da Áustria (filha da imperatriz Maria Teresa). Nascida no Castelo de Neuilly, Clementina teve como padrinhos de batismo seu tio Leopoldo das Duas Sicílias, Príncipe de Salerno, e sua esposa, a arquiduquesa Clementina da Áustria.[2][nota 3]

Descrita como uma bela jovem,[3][4][nota 4] Clementina teve entre seus professores o radical historiador Jules Michelet, oriundo de uma família de tradições huguenotes, que glorificava a Revolução Francesa enquanto lhe ensinava história.[5] Tornou-se princesa real logo depois da ascensão de seu pai ao trono francês, em 1830 - a chamada Monarquia de Julho.

Casamento

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Augusto de Saxe-Coburgo-Gota e Clementina de Orleães.

Inteligente e extremamente ambiciosa, Clementina sonhava em desposar um monarca ou um herdeiro presuntivo que lhe assegurasse um título de rainha.[6][nota 5] Entretanto, as negociações de casamento tornaram-se bastante difíceis, pois a quase totalidade das casas reais da Europa via Luís Filipe como um usurpador do trono francês e nenhuma delas estava disposta a oferecer um pretendente à mão da princesa - mesmo a Casa Real das Duas Sicílias, onde nascera a rainha Maria Amélia, fechou as portas aos Orleães.[6]

Com as dificuldades em conseguir um pretendente para a filha, Luís Filipe aceitou a intermediação de seu genro, Leopoldo I da Bélgica.[nota 6] O rei dos belgas entrou em negociações com seus irmãos, Ernesto I e Fernando, sobre Augusto, filho deste último, à época com 25 anos.[7][nota 7] Porém, as negociações foram temporariamente suspensas em virtude do trágico falecimento de Fernando Filipe, filho mais velho e herdeiro de Luís Filipe I.[8][nota 8]

Apesar da forte oposição austríaca à união, o contrato nupcial foi assinado em Viena em 25 de fevereiro de 1843, sendo a família do noivo representada no ato por O'Sullivan de Grass e a família da noiva pelo conde de Flahaut. Entre outros itens, o contrato previa o casamento sob separação de bens e fixava o dote da princesa em um milhão de francos. A cerimônia de casamento teve lugar no Castelo de Saint-Cloud, em 20 de abril de 1843.[9]

Inicialmente o casal pensou em residir em Viena, mas a relutância do chanceler Metternich e da corte austríaca em reconhecer o tratamento de Alteza Real dado a Augusto levou-os a fixar residência na França.[10] Após a Revolução de 1848, que depôs Luís Filipe I, exilaram-se com toda a família na Inglaterra, mudando-se em seguida para Coburgo e, posteriormente, para Viena.[11]

Após 1848

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Augusto, Clementina e seus filhos.

No exílio, Clementina iniciou uma campanha com o objetivo de recuperar os bens da família, arrestados por um decreto de Luís Napoleão, utilizando-se de cartas dirigidas à imprensa francesa.[12] Neste período, recusou publicamente a oferta de 200 mil francos oferecidos pelo imperador francês, em troca da reclamada herança de Luís Filipe.[13]

Ciente de que jamais se tornaria rainha, Clementina tentou realizar seu sonho através de seus filhos. De fato, Filipe e Luís Augusto chegaram a ser cogitados como herdeiros presuntivos de seu tio, Ernesto II, quando este surgiu como provável candidato ao trono da Grécia.[14][nota 9] Pouco depois, Luís Augusto, juntamente com seu primo Gastão de Orleães, Conde d'Eu, seguiram para o Brasil, como pretendentes às mãos das princesas Isabel e Leopoldina, filhas do imperador dom Pedro II.[15] As esperanças de Clementina renovaram-se, pois as negociações apontavam para o casamento de Luís Augusto com a Princesa Imperial, futura imperatriz reinante do Brasil. Entretanto, dom Pedro II deixou a escolha dos noivos a cargo das filhas e dona Isabel decidiu-se por Gastão de Orleães.[16][17][18][19][nota 10]

O trono búlgaro

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A princesa (utilizando um grande aparelho de surdez) com seu filho mais novo, futuro Fernando I da Bulgária.

Em 1886, a renúncia de Alexandre de Battenberg como Knyaz da Bulgária[20] reavivou as expectativas de Clementina de ver um de seus filhos ocupando um trono. Participou ativamente da campanha em prol da candidatura de Fernando, seu filho mais novo, divulgando amplamente suas qualidades, como a educação esmerada, a fluência em diversos idiomas e o interesse pelas ciências - atributos que, segundo ela, fariam de Fernando um excelente rei.[21] Com o apoio da Áustria, Fernando tornou-se o novo Knyaz da Bulgária em 1887.[20][nota 11][nota 12]

Clementina acompanhou o filho quando este instalou-se na Bulgária. Extremamente rica, a princesa tornou-se bastante popular em sua pátria adotiva, por suas vultosas doações - como os 4 milhões de francos doados para a conclusão de uma estrada de ferro que integrava a Bulgária à rede ferroviária da Europa - e pelo financiamento de instituições públicas - como a construção de uma escola para cegos e do Hospital Klimentinskata, além da Cruz Vermelha Búlgara, fundada e mantida por ela.[22] Entretanto, sua tentativa de introduzir um código de etiqueta "à francesa" na simplória corte búlgara, bem como seu desdém por quem não tinha sangue real, também lhe trouxeram fama de arrogante.[23] Referida como "uma das mais inteligentes princesas reais da Europa", Clementina era conhecida por sua "mente perspicaz e uma compreensão notável da política europeia e da diplomacia", sendo, muitas vezes, enviada como representante de Fernando I em missões diplomáticas em toda a Europa.[24]

Em fevereiro de 1896, numa tentativa de reconciliação com a Rússia, Fernando permite a conversão de seu filho mais velho e herdeiro Bóris (batizado na Igreja Católica Romana) à Igreja Ortodoxa Búlgara - ato que rendeu ao Knyaz o rompimento de relações com sua mãe e seus familiares católicos (especialmente o imperador Francisco José I da Áustria) e a excomunhão pela Santa Sé.[25] Posteriormente, como Fernando batizasse seus outros filhos como católicos, foi possível uma reconciliação com sua mãe.[26]

Em 31 de janeiro de 1899, apenas 24 horas após dar à luz a princesa Nadežda, a princesa Maria Luísa de Bourbon-Parma, esposa de Fernando, morre por complicações no parto agravadas por uma pneumonia.[27] Clementina, a exemplo do que havia feito com os filhos do príncipe Luís Augusto por ocasião da morte da princesa Leopoldina, assume a responsabilidade pela educação dos netos.[28]

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Após a Revolta de Ilinden, em 1903, a Bulgária recebeu um grande contingente de refugiados macedônios e Clementina coordenou uma campanha humanitária que recolheu donativos por toda a Europa - incluindo 2 mil francos doados pelo kaiser Guilherme II.[29] Neste mesmo ano, a princesa e seu neto, o príncipe Bóris, sofreram um acidente quando viajavam a bordo do Expresso do Oriente nas proximidades da fronteira com a Sérvia. Apesar da seriedade do acidente, eles não se feriram.[30]

Últimos anos

Com o decorrer do tempo, Clementina foi perdendo progressivamente a audição e, em seus últimos anos, tornou-se dependente de um grande aparelho auditivo. No entanto, mesmo após os oitenta anos de idade, a princesa continuava a viajar regularmente a Paris para fazer compras e inteirar-se sobre as novidades da moda.[24]

A saúde da velha princesa começou a causar preocupação em fevereiro de 1898, quando sofreu uma infecção no pulmão direito, logo debelada.[31][32] No início de fevereiro de 1907, foi acometida por uma forte gripe que deixou-a extremamente enfraquecida.[33] Clementina de Orleães morreu no Palácio Coburgo, em Viena, em 16 de fevereiro de 1907, aos 89 anos de idade. Seu corpo foi sepultado na cripta da St. Augustinkirche, em Coburgo.[34][35]

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Descendência

Mais informação Nome, Foto ...
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Títulos, estilos e honrarias

Títulos e estilos

  • 6 de março de 1817 — 22 de setembro de 1824: "Sua Alteza Sereníssima, Mademoiselle de Beaujolais"
  • 22 de setembro de 1824 — 9 de agosto de 1830: "Sua Alteza Real, Mademoiselle de Beaujolais"
  • 9 de agosto de 1830 — 20 de abril de 1843: "Sua Alteza Real, a Princesa Clementina Orleães"
  • 20 de abril de 1843 — 16 de fevereiro de 1907: "Sua Alteza Real, a Princesa Clementina de Saxe-Coburgo-Gota, Princesa de Koháry, Princesa de Orleães, Duquesa da Saxônia"

Honrarias

 Áustria-Hungria

Senhora da Ordem da Cruz Estrelada

Reino da Baviera

Senhora de honra da Ordem de Thérèse

Senhora da Primeira Classe da Ordem de Santa Isabel

Reino da Espanha

Senhora da Ordem da Rainha Maria Luísa [36]

Ancestrais

Notas

  1. Um decreto real, assinado por Luís Filipe I em 13 de agosto de 1830, definia a forma como seus filhos e sua irmã continuariam a ostentar o nome e as armas da Casa de Orleães:
    "Ordonnance du roi qui détermine les noms et titres des princes et princesses de la famille royale.
    LOUIS PHILIPPE ROI DES FRANÇAIS, à tous présens et à venir, salut.
    Notre avènement à la couronne ayant rendu nécessaire de déterminer les noms et les titres que devaient porter à l'avenir les princes et princesses nos enfans, ainsi que notre bien-aimée sœur,
    Nous avons ordonné et ordonnons ce qui suit :
    Les princes et princesses nos bien-aimés enfans, ainsi que notre bien-aimée sœur, continueront à porter le nom et les armes d'Orléans.
    Notre bien-aimé fils aîné, le duc de Chartres, portera, comme prince royal, le titre de duc d'Orléans.
    Nos bien-aimés fils puînés conserveront les titres qu'ils ont portés jusqu'à ce jour.
    Nos bien-aimées filles et notre bien-aimée sœur ne porteront d'autre titre que celui de princesses d'Orléans, en se distinguant entre elles par leurs prénoms.
    Il sera fait, en conséquence, sur les registres de l'état civil de la Maison royale, dans les archives de la Chambre des Pairs, toutes les rectifications qui résultent des dispositions ci-dessus [...].
    "
  2. À época de seu nascimento, seu pai ainda ostentava o título de Fernando IV de Nápoles.
  3. Maria Clementina era filha de Francisco I da Áustria e tinha entre seus irmãos Maria Luísa, imperatriz da França, Fernando I, imperador da Áustria, Maria Leopoldina, imperatriz do Brasil e Maria Carolina, rainha da Saxônia.
  4. Henriqueta da Bélgica, duquesa de Vendôme, registrou que a beleza de Clementina teria fascinado o rei Carlos X a ponto deste ter declarado a Luís Filipe: "Senhor meu Primo, tivesse eu 40 anos menos, pediria sua filha em casamento e a faria Rainha de França!" (Defrance, p. 25)
  5. Sobre as ambições da filha, Luís Filipe costumava dizer: "Ela quer ser rainha." (Defrance, op. cit.)
  6. Casado desde 1832 com Luísa Maria, segunda filha (primeira varoa) de Luís Filipe.
  7. Sobre o jovem príncipe, este já havia sido sondado pelo ministro brasileiro em Londres como possível pretendente à mão da princesa Januária de Bragança, irmã do imperador Pedro II do Brasil e, até então, segunda na linha de sucessão ao trono brasileiro. (Defrance, op. cit.)
  8. Fernando Filipe morreu em 13 de julho de 1842, aos 32 anos de idade, em um acidente com sua carruagem.
  9. A série de exigências feitas por Ernesto II para aceitar o trono grego levaram-no a perder o apoio das potências europeias à sua candidatura. O candidato escolhido em junho de 1863 foi o príncipe Jorge da Dinamarca, filho do rei Cristiano IX. (Defrance, op. cit.)
  10. Sobre a escolha dos noivos, a princesa Dona Isabel registraria mais tarde: "Papai desejava essa viagem, tendo em mira nossos casamentos. Pensava-se no Conde d'Eu para minha irmã e no Duque de Saxe para mim. Deus e os nossos corações decidiram diferentemente, e a 15 de outubro tinha eu a felicidade de desposar o Conde d'Eu." Bragança (1959), pp. 74-75
  11. A candidatura do príncipe não era apoiada pela Rússia nem pela Grã-Bretanha. A rainha Vitória considerava-o "impróprio, delicado, excêntrico e efeminado" e chegou a encarregar seu primeiro-ministro de frear a candidatura do primo. (Aronson, p. 83)
  12. Fernando ocuparia este posto até 1908, quando proclamou formalmente a independência búlgara do Império Otomano e tornou-se Czar com o título de Fernando I. (Finestone, op. cit.)
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    Referências

    1. Defrance, p. 14
    2. Defrance, p. 14
    3. Defrance, 19
    4. The Sydney Gazette and New South Wales Advertiser, "From the Latest London Papers", 13 September 1836, p. 3
    5. Mansel, p. 311
    6. Defrance, p. 35-37
    7. Defrance, p. 60
    8. Defrance, pp. 59, 61-62
    9. Defrance, p. 65
    10. The Eclectic Magazine of Foreign Literature, Science, and Art, Leavitt, Trow, & Co., v. 1 (Jan. – Apr. 1843), p. 431
    11. Defrance, p. 133
    12. The Moreton Bay Courier, "British and Foreign", 1 November 1856, p. 4
    13. News of the World, "Protest of the Princess Clémentine", 13 July 1856, p. 2
    14. Defrance, pp. 198-200
    15. Defrance, pp. 204-205
    16. Barman (2002), p. 58
    17. Barman (1999), pp. 156-157
    18. Defrance, pp. 206-207
    19. Longo, pp. 113-117
    20. Finestone, p. 227
    21. Ilchev, I., Kolev, V. & Yanchev, V., p. 55
    22. Constant, pp. 107-108
    23. Radziwell, p. 137
    24. The London Journal, "Princess Clementine of Orleans", 8 July 1893, p. 11
    25. The Brisbane Courier, "Baptism of Prince Boris", 8 February 1896, p. 5
    26. Constant, p. 183
    27. Marlborough Express, "Death of a Princess", 3 February 1899, p. 2
    28. Defrance, pp. 233-234
    29. Hawera and Normanby Star, "The Balkans", 3-121903, p. 2
    30. The Advertiser (Adelaide), "Serious Railway Accident", 5-10-1903, p. 5
    31. The Times, "Court Circular, 12-2-1898, p. 12
    32. The Times, "Court Circular", 17 February 1898, p. 6
    33. The Times, "Court Circular", 5 February 1907, p. 7
    34. New York Times, "Princess Dead Aged 89", 17 February 1907, p. 9
    35. The Star, "Princess Clementine of Saxe-Coburg", 18 February 1907, p. 3
    36. «almanaque popular de la questione social para el ano». Latin American Anarchist and Labour Periodicals. Consultado em 7 de novembro de 2021
    37. Phillips, Walter Alison (1911). «Louis Philippe I.». In: Chisholm, Hugh. Encyclopædia Britannica (em inglês) 11.ª ed. Encyclopædia Britannica, Inc. (atualmente em domínio público)
    38. Genealogie ascendante jusqu'au quatrieme degre inclusivement de tous les Rois et Princes de maisons souveraines de l'Europe actuellement vivans [Genealogy up to the fourth degree inclusive of all the Kings and Princes of sovereign houses of Europe currently living] (em francês). Bourdeaux: Frederic Guillaume Birnstiel. 1768. p. 90.
    39. Delille, E. (1822). Journal de la vie de S.A.S. madame la Dsse. d'Orléans, douairière (em francês). J.-J. Blaise. pp. 1–2.
    40. Genealogie ascendante, p. 9
    41. Genealogie ascendante, p. 1
    42. Genealogie ascendante, p. 86
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    Bibliografia

    Nota

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