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Margarida de Connaught
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Margarida Vitória Carlota Augusta Nora de Connaught VA DJStJ (Bagshot Park, 15 de janeiro de 1882 — Estocolmo, 1 de maio de 1920) foi uma princesa britânica por nascimento e duquesa da Escânia e princesa herdeira da Suécia por casamento com o futuro rei Gustavo VI Adolfo. Neta da rainha Vitória do Reino Unido, Margarida foi mãe da rainha consorte Ingrid da Dinamarca e avó dos monarcas Carlos XVI Gustavo da Suécia e Margarida II da Dinamarca e da rainha consorte Ana Maria da Grécia.
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Nascimento
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Por Carl Rudolph Sohn,, 1885.
Nascida em 15 de janeiro de 1882 em Bagshot Park, Margarida era a filha mais velha de Artur, duque de Connaught e Strathearn e de sua esposa Luísa Margarida da Prússia.[1] Em família, era chamada de Daisy.[nota 1]
Ela foi batizada na Capela Privada do Castelo de Windsor em 11 de março de 1882, por Archibald Tait, arcebispo da Cantuária.[3] Os padrinhos da princesa foram sua avó paterna, a rainha Vitória; o imperador da Alemanha (representado pelo embaixador alemão na Grã-Bretanha, conde Münster); a sua tia paterna, a princesa herdeira da Alemanha (representada pela tia paterna, a princesa de Eslésvico-Holsácia); seus avós maternos, o príncipe Frederico Carlos da Prússia e a princesa Maria Ana de Anhalt-Dessau (representados pelos tios paternos, o duque de Edimburgo e a princesa Beatriz do Reino Unido); a duquesa de Cambridge (representada pela tia paterna, a duquesa de Argyll; o seu tio paterno, o príncipe de Gales; e o seu bisavô materno, o príncipe Carlos da Prússia (representado pelo tio paterno, o duque de Albany.[3]
Em março de 1898, aos 16 anos, foi confirmada na Igreja Anglicana, permitindo-a se casar e marcando o fim de sua infância.[4]
Como um membro da família real britânica, Margarida atendia eventos como reuniões familiares e casamentos. Em 6 de julho de 1893, ela, juntamente com sua irmã Patrícia, foi dama de honra no casamento de seu primo, o duque de Iorque, com a princesa Vitória Maria de Teck.[5]
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Casamento
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Margarida e sua irmã mais nova, Patrícia, estavam entre as princesas mais belas e elegíveis da Europa. O tio delas, o rei Eduardo VII, queria que suas sobrinhas desposassem um rei europeu ou um príncipe herdeiro. Em janeiro de 1905, os duques de Connaught e as filhas Margarida e Patrícia visitaram Portugal, onde foram recebidos pelo rei Dom Carlos I, a rainha Dona Amélia e os príncipes Dom Luís Filipe e Dom Manuel.[6] O encontro com os príncipes foi proveitoso e os portugueses esperavam que uma das princesas se tornasse a futura rainha de Portugal, contudo nenhum compromisso concretizou-se.[7] Então, os Connaught foram a Espanha, onde esperava-se que Patrícia se casasse com o rei Afonso XIII, união que também não tomou lugar.[8]
Após deixarem a Espanha, os Connaught seguiram viagem para o Egito e para o Sudão. Em Cairo, as princesas conheceram Gustavo Adolfo, duque da Escânia, filho do príncipe herdeiro da Suécia e neto do rei Óscar II.[9] Apesar de Patrícia ter sido previamente apontada como a candidata ideal a novia do príncipe sueco, Margarida e Gustavo Adolfo apaixonaram-se à primeira vista e ele pediu a sua mão num jantar organizado no Embaixada do Reino Unido no Egito.[9]

Margarida e Gustavo Adolfo se casaram em 15 de junho de 1905 na Capela de São Jorge no Castelo de Windsor.[10] As damas de honra de Margarida foram sua irmã Patrícia e as primas, as princesas Beatriz de Saxe-Coburgo-Gota, Vitória Eugênia de Battenberg e Maria de Gales.[11] Um dos presentes de casamento de Margarida foi a Tiara Connaught, que ainda permanece na coleção de joias da família real sueca.[12] O casal passou a lua de mel na Mansão Adare na Irlanda e chegou à Suécia em 8 de julho de 1905.[13]
Na Suécia, a princesa ficou conhecida pela versão sueca de seu nome, Margareta. O casamento entre Margarida e Gustvao Adolfo foi descrito como um feliz e amoroso.[9] O casal teve cinco filhos:
- Gustavo Adolfo (1906-1947), duque da Bótnia Ocidental e pai do rei Carlos XVI Gustavo;
- Sigvard (1907-2002), duque de Uplândia, depois conde Sigvard Bernadotte de Visburgo;
- Ingrid (1910-2000), depois rainha consorte da Dinamarca e mãe das rainhas Margarida II da Dinamarca e de Ana Maria da Grécia;
- Bertil (1912-1997), duque da Halândia;
- Carlos João (1916-2012), duque de Dalarna, depois conde Carlos João Bernadotte de Wisborg.
Gustvao Adolfo fora criado sob estrita disciplina militar, instituída por sua rígida mãe alemã, e sentiu-se muito atraído pelos diferentes e liberais costumes ingleses da esposa.[9] Margarida era uma mãe dedicada aos filhos e estava determinada a passar tempo com eles. Ela não estava interessada em deixá-los serem criados por tutores e governantas num berçario real, como era de costume na realeza da época.[14]
Quando a infanta Eulália da Espanha visitou a Suécia, ela escreveu a princesa herdeira deu à corte sueca um toque da elegância da corte inglesa de St. James e destacou que Margarida amava sua vida "burguesa" no novo país.[15]
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Princesa herdeira da Suécia
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Após dois anos na Suécia, Margarida já falava bem o sueco. Ela também estava ansiosa para descobrir mais sobre a Suécia e, em muitas ocasiões, viajava pelo país como uma incógnita.[16] Durante seus primeiros anos na Suécia, Margarida se comportou com grande seriedade e era considerada rígida, mas com o tempo ela mostrou mais relaxada e natural. A princesa se interessava muito por esportes; no invernos ela esquiava, patinava no gelo e jogava hóquei, e durante os verões ela jogava tênis e golfe.

Por Oscar Björck, 1909.

Margarida também se interessava por arte e era admiradora das obras de Claude Monet.[14] Ela tinha grande interesse em fotografia e jardinagem. Ela e seu esposo receberam o Castelo de Sofiero como presente de casamento, onde passavam os verões e ordenaram a replantação em estilo inglês dos jardins da propriedade. Em 1915, Margarida publicou o livro Vår trädgård på Sofiero ("Nosso Jardim em Sofiero") e, dois anos depois, Från blomstergården ("Do Jardim das Flores"), ilustrado com seus próprios desenhos e fotografias, que foram vendidos em benefício de escolas domésticas e creches.
Durante a Primeira Guerra Mundial, Margarida criou uma sociedade de costura na Suécia para apoiar a Cruz Vermelha. A sociedade fornecia roupas adequadas as forças armadas suecas. Ela também atuou como intermediária para parentes de lados opostos no conflito. Com sua ajuda, cartas privadas e solicitações para rastrear homens desaparecidos em ação foram repassadas. Ela ajudou prisioneiros de guerra em campos de batalha pela Europa, especialmente cidadãos britânicos. Os esforços da princesa durante a guerra eram pró-britânicos, em contraste com a atitude estritamente pró-alemã de sua sogra, Vitória, nascida uma princesa alemã do Grão-ducado de Baden. No final da guerra, quando do estabelecimento da democracia liberal na Suécia, a atitude positiva de Margarida em relação à reforma influenciou seu marido, o príncipe herdeiro, a aceitar as transformações no cenário político, ao contrário dos sogros de Margarida, hostis à reforma. Acredita-se que isso tenha aliviado as tensões políticas e preservado a monarquia sueca.[17]
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Morte
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Em 1 de maio de 1920, às 2:00 da manhã de sábado, a princesa herdeira, então grávida de oito meses de seu sexto filho, morreu repentinamente em Estocolmo após um choque séptico. Margarida já vinha sofrendo com problemas de saúde desde o inverno anterior; a princesa teve sarampo, que compromteu seu audição, e passou por uma cirurgia para remover uma mastoide. No domingo anterior a sua morte, ela sofria de uma dor atrás dos olhos e os médicos decidiram realizar outro procedimento. Na quinta-feira, os sintomas de erisipela apareceram sob sua orelha direita e na sexta-feira à noite ela ficou gravemente doente, com os sintomas de sepse tornando-se evidentes. Ela morreu poucas horas depois na madrugada de sábado.[18] Ao anunciar sua morte durante as tradicionais celebrações do Dia Internacional dos Trabalhadores, o primeiro-ministro sueco Hjalmar Branting disse: o raio de sol no Palácio de Estocolmo se apagou.[19][20]
No Reino Unido havia rumores de que Margarida, infeliz com o estado atual do mundo pós-guerra, tivesse se suicidado.[21]
Ela foi enterrada no Cemitério Real do Palácio de Haga (seguindo seus desejos específicos e detalhados, escritos em 1914) com seu vestido e véu de noiva e um crucifixo nas mãos em um caixão simples feito de carvalho inglês e coberto com as bandeiras britânica e sueca.[22] Ela também solicitou que não houvesse velório após sua morte.[22]
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Legado
Em 2000, o famoso paisagista britânico David CH Austin nomeou uma rosa, Crown Princess Margareta, em sua homenagem; a princesa Margarida era uma talentosa jardineira e paisagista e teve um papel importante no projeto e cuidado dos jardins do Castelo de Sofiero.[23]
Em 2021, uma exposição intitulada Daisy. Crown Princess Margareta, 1882–1920 foi organizada em sua homenagem no Palácio Real de Estocolmo.[24]
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Títulos, estilos, honras e brasões
Títulos e estilos
- 15 de janeiro de 1882 – 15 de junho de 1905: Sua Alteza Real, a Princesa Margarida de Connaught
- 15 de junho de 1905 – 8 de dezembro de 1907: Sua Alteza Real, a Duquesa da Escânia
- 8 de dezembro de 1907 – 1 de maio de 1920: Sua Alteza Real, a Princesa Herdeira da Suécia, Duquesa da Escânia
Honras
- VA: Membro da Segunda Classe da Real Ordem de Vitória e Alberto[25]
- DJStJ: Dama da Venerável Ordem de São João[26]
- Brasão como Princesa do Reino Unido[27]
- Brasão como Princesa Herdeira da Suécia
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Ancestrais
Notas
- Seu neto, o rei Carlos XVI Gustavo da Suécia citou a alcunha da avó e enfatizou o papel de Margarida como princesa herdeira sueca, durante as celebrações da exibição Daisy Princesa Herdeira da Suécia, 1882–1920 em 2021, no Palácio Real de Estocolmo: "Minha avó, a princesa Margarida- conhecida como Daisy para pela família - era uma pessoa multitalentosa com uma presença poderosa. Ela estava genuinamente interessada e envolvida em muitas áreas diferentes: arte, esporte, trabalho de caridade social e jardinagem. uma mãe amorosa, com uma visão de criança bastante moderna na época, escreveu certa vez: "As crianças e as flores precisam tanto de sol quanto de amor". Infelizmente, minha avó morreu muito jovem com apenas 38 anos. Ela deixou meu avô, meu pai e seus quatro irmãos mais novos em luto profundo. A vida e o trabalho da princesa Margarida – e seu significado para minha família e nosso país – merecem ser reconhecidos."[2]
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Ligações externas
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