Playboy
revista de entretenimento erótico Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Playboy é uma revista de entretenimento adulto voltada ao público masculino, fundada em 1953 por Hugh Hefner. A primeira edição, lançada nos Estados Unidos, trouxe a atriz Marilyn Monroe na capa e foi publicada sem numeração, uma vez que não havia garantia de continuidade do projeto. Destacou-se no período por ser pioneira na publicação de fotografias de mulheres nuas em grande circulação.
Playboy | |
|---|---|
| Editor | Hugh Hefner |
| Categoria | entretenimento adulto |
| Frequência | mensal |
| Circulação | Total: 400 000 (em 2017) |
| Editora | Playboy Enterprises Editora PBB Entertainment Editora CCMEDIA |
| Fundação | 1953 |
| Primeira edição | 1 de dezembro de 1953 |
| Empresa | Playboy Enterprises |
| País | Estados Unidos |
| Idioma | vários |
| ISSN | 0032-1478 |
| Playboy.com vip.abril.com.br/playboy playboy.pt | |
A revista apresenta mensalmente uma figura de destaque na capa e a playmate do mês, além de entrevistas e reportagens sobre temas variados. Seu símbolo é um coelho estilizado, adotado por sua associação a uma imagem considerada sofisticada e sedutora pela marca. Segundo Hefner, o coelho é como o "playboy do mundo animal", por se tratar de um animal sofisticado.[1]
A Playboy possui edições internacionais em diversos países. No Brasil, foi publicada pela Editora Abril entre 1975 e 2015, passando à PBB Entertainment em 2016.[2] Em Portugal, foi publicada entre 2009 e 2010 pela Frestacom, de 2012 a 2013 pela Media Page, e desde 2015 pela editora Black Rabbit.[3] Em Portugal, foi editada pela Frestacom (2009–2010), pela Media Page (2012–2013) e, desde 2015, pela Black Rabbit.
Entre março de 2016 e fevereiro de 2017, a edição norte-americana deixou de publicar nudez, decisão atribuída ao fácil acesso a conteúdo sexual na internet, segundo o então diretor executivo Scott Flanders. As fotografias de nudez voltaram a ser incluídas em 2017.[4]
A circulação da revista declinou ao longo das décadas, passando de cerca de 5,6 milhões de exemplares na década de 1970 para cerca de 800 mil no período recente, o que reduziu sua relevância comercial e cultural. Em algumas edições posteriores, a revista passou a priorizar ensaios sensuais com menor grau de nudez.[5]
Criação
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Perspectiva

Em 1953, Hugh Hefner, então diretor de circulação da revista Children’s Activities, decidiu criar uma revista para o público masculino que refletisse o pensamento dos jovens adultos da época, especialmente porque Hefner pensava que publicações para homens tratavam de diversos tópicos, menos as mulheres. Parte de sua inspiração foi ver a popularidade de publicações com pin-ups no Exército quando Hefner serviu na década anterior. Hefner acreditava que mesmo que o público fosse atraído pelas beldades da publicação, manter-se-ia fiel especialmente pelo conteúdo jornalístico.[6]
Para criar sua revista, Hefner angariou US$ 8 mil empenhando os móveis de seu apartamento e pedindo dinheiro a amigos e parentes, com US$ 500 sendo usados para comprar os direitos de fotos de Marilyn Monroe feitas para um calendário em 1948. Originalmente Hefner tinha pensado em uma publicação chamada Stag Party ("despedida de solteiro"), tendo como mascote um cervo ("stag" em inglês designa cervo machos, mas também é aplicado para homens adultos), mas uma revista chamada Stag ameaçou processar. Então após considerar outros nomes Hefner foi de Playboy, que era o nome de uma marca de carros e também gíria para um estilo de vida e contratou o desenhista Arthur Paul para criar um mascote, que acabou sendo um coelho.[6]
A primeira edição da Playboy foi lançada nas bancas de Chicago em novembro de 1953, com uma tiragem de 69 mil exemplares, mas sem nem ter data na capa, pois Hefner não sabia se conseguiria continuar a publicação. Mais de 50 mil cópias foram vendidas, então uma pequena editora independente chamada Empire News Co. decidiu apoiar a Playboy para torná-la uma publicação nacional, enquanto Hefner contratou repórteres, editores de arte, e publicitários para se tornar a equipe de produção da revista.[6][7]
Playboy pelo mundo
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Perspectiva

A primeira edição internacional da Playboy foi lançada na Alemanha em 1972.[8] A revista atualmente tem versões em 33 países e 30 idiomas,[9] e mais de US$ 50 milhões são conseguidos no licenciamento da marca, cobrindo os prejuízos que a edição impressa tem nos EUA.[10]
A edição brasileira foi criada em 1975 pela Editora Abril, embora com o título Revista do Homem pelo veto do governo militar ao nome Playboy, que só foi adotado na capa da publicação em 1978.[11] Segundo o Código Penal Brasileiro, a fabricação de revistas com material obsceno com finalidades comerciais é proibida, de acordo com o artigo 234. No entanto, tal dispositivo legal não é aplicado na prática.[12]
A Playboy portuguesa teve uma primeira edição através da editora Frestacom, que culminou no seu cancelamento do licenciamento em 2010, depois de publicar uma capa com a imagem de Jesus Cristo.[13] Em 2011 a Playboy portuguesa ressurgiu através de uma nova editora, a Media Page, apresentando um registo e conceito diferente do anterior. A reestreia aconteceu em Maio, com a atriz Rita Pereira na capa. Sob a direcção de Marco António Reis, a revista apresentou uma equipe totalmente nova, composta por profissionais que trabalhavam nas revistas GQ e da Maxmen. A revista assumiu uma nova abordagem, com um posicionamento mais suave.[3] Em abril de 2015, a Playboy portuguesa passa a ser publicada pela editora Black Rabbit.[14]
A edição indonésia da revista foi lançada em março de 2006, mas causou controvérsia antes mesmo da publicação da primeira edição. A editora garantiu que o conteúdo da edição indonésia seria diferente do conteúdo da edição norte-americana. De fato, desde então, a revista foi publicada sem ensaios de nudez. Mesmo assim o governo tentou bani-la do país com base em leis antipornográficas — ainda que o governo indonésio fosse proibido de censurar qualquer forma de mídia.[8][15] Afinal a Playboy Indonésia fechou em meados de 2007, depois de protestos de grupos islâmicos radicais, que levaram à evacuação dos seus escritórios e, afinal, ao encerramento da publicação, logo após a sua décima edição.[16] A controvérsia culminou em batalhas judiciais e na prisão do ex-editor Erwin Arnada. Em 2007, o Ministério Público de Jacarta pediu dois anos de prisão para ele, sob a acusação de atentado ao pudor, em virtude da publicação de conteúdos "indecentes" na primeira edição indonésia da Playboy.[17] Arnada foi absolvido. Mas, em agosto de 2010, foi condenado a dois anos na prisão, tendo sido detido na ilha de Bali, após ignorar ordens para se entregar à polícia.[18] Erwin Arnada cumpriu a sentença até 23 junho de 2011, quando foi absolvido pela Suprema Corte da Indonésia, tendo sido libertado no dia seguinte.[19]
A Playboy é proibida de ser vendida ou distribuída em várias partes da Ásia, incluindo Índia, China continental, Myanmar, Malásia, Tailândia, Singapura e Brunei. O mesmo ocorre na maioria dos países de população muçulmana, como Arábia Saudita, Irã, Líbano e Paquistão, exceto a Turquia.[20][21] Apesar da proibição da revista nesses países, a marca oficial Playboy ainda pode aparecer em vários produtos, tais como perfumes e desodorantes. O Japão teve uma edição própria da revista até 2009,[22] mas era proibido que as modelos mostrassen a região púbica nas fotos.[carece de fontes][23]
Em 1986, a rede norte-americana de lojas de conveniência 7-Eleven baniu a revista de suas lojas. Mas, em 2003, a Playboy voltou a ser comercializada nas lojas da rede.[carece de fontes]
Em várias comunidades pequenas dos Estados Unidos a Playboy não é vendida em lojas. Em outras comunidades, é vendida apenas em lojas de bebidas. Em comunidades onde a venda de bebidas alcoólicas é proibida, a venda de Playboy também costuma ser.[carece de fontes]
A editora Frestacom, foi ainda em 2011 condenada por danos morais por publicar a foto de uma pessoa sem autorização. A Playboy não é vendida no estado de Queensland, Austrália. Aparentemente, toda a versão australiana da revista é separada por estados.[carece de fontes]
A edição em braille da Playboy americana (que contém só reportagens) também quase foi proibida de circular.[24]
Edições da Playboy pelo mundo
- África do Sul (1993–1996; 2011–presente)
- Alemanha (1972–presente)
- Argentina (1985–1995, 2006-2018)
- Austrália (1979–2000; 2017–presente)
- Brasil (1975–2017)
- Bélgica (2006–presente)
- Bulgária (2002–presente)
- Canadá (1999–presente)
- Coreia do Sul (2017–presente)
- Croácia (1997–presente)
- Dinamarca (2021–presente)
- Eslováquia (1997–2002; 2005–presente)
- Eslovênia (2001–presente)
- Espanha (1978–2012; 2017–presente)
- Estados Unidos (1953–presente)
- Estônia (2007–presente)[27]
- França (1973–2011-presente)
- Grécia (1985–2015)
- Geórgia (2007–2008)[28]
- Hong Kong (1986–1993)
- Hungria (1989–1993; 1999-presente)
- Indonésia (2006–2008)
- Israel (2013)
- Itália (1972–2003; 2008–presente)
- Japão (1975–2009)
- México (1976–1998; 2002–presente)
- Moldávia (2011–presente)[10]
- Mongólia (2012–2015)
- Noruega (1998–1999)
- Países Baixos (1983–presente)
- Portugal (2009–2010; 2012–presente)
- Polônia (1992–presente)
- República Checa (1991–presente)
- Romênia (1999–presente)
- Rússia (1995–presente)
- Sérvia (2004–2015)
- Suécia (1998–1999; 2017–presente)
- Taiwan (1990–2003)
- Turquia (1986–1995)
- Ucrânia (2005–presente)
- Venezuela (2006–presente)
Ver também
Referências
- Daniel Nunes Gonçalves (11 de dezembro de 2009). «Playboy e trufas: números curiosos da semana». Veja São Paulo. Consultado em 21 de novembro de 2025
- Elsa Pereira (16 de fevereiro de 2012). «Nova Playboy não quer tratar mulheres como objecto sexual». Meios&Publicidade. Consultado em 21 de novembro de 2025
- «Fotografias de mulheres nuas regressam à "Playboy"». Jornal de Notícias. 14 de fevereiro de 2017. Consultado em 21 de novembro de 2025
- Somaiya, Ravi (12 de outubro de 2015). «Nudes Are Old News at Playboy». The New York Times. ISSN 0362-4331
- Mr. Hefner's Biography, Hugh M. Hefner Foundation
- "Jakarta struggles with the politics of pornography as Playboy comes to town", John Aglionby, January 30, 2006, The Guardian. Retrieved June 23, 2007.
- «CNN.com - Transcripts». transcripts.cnn.com. Consultado em 29 de maio de 2021
- Galloway, Stephen (20 de setembro de 2011). «Hugh Hefner: The Playboy Interview». The Hollywood Reporter. Consultado em 21 de fevereiro de 2012
- Risério, Manoel. "Playboy vs. Censura – 1975/1980". Playboy Brasil, Editora Abril, nº 423, agosto de 2010, p. 244
- «Índice Fundamental do Direito». DJI - Direito & Justiça Informática. Consultado em 7 de julho de 2009. Arquivado do original em 18 de setembro de 2013
- Playboy deve pagar R$ 17,5 mil por danos morais, Conjur, acesso em 7 de setembro de 2011
- Ana Marcela (27 de abril de 2015). «À terceira é de vez? Playboy portuguesa regressa às bancas». Dinheiro Vivo. Consultado em 21 de novembro de 2025
- «Justiça da Indonésia inocenta editor da Playboy de crime de indecência». BBC News Brasil. 23 de junho de 2011. Consultado em 21 de novembro de 2025
- CPJ urges Indonesia to reverse Playboy editor’s conviction. CPJ, 9 de setembro de 2010.
- Dois anos de prisão para director da 'Playboy'. Diário de Noticias, 13 de março de 2007.
- Indonesian Playboy editor arrested to serve sentence. BBC, 9 de outubro de 2010.
- «Justiça da Indonésia inocenta editor da Playboy de crime de indecência». g1. 23 de junho de 2011. Consultado em 21 de novembro de 2025
- Megna, Michelle (30 de março de 2003). «Foreign Web sites offer alternate perspectives on the conflict in Iraq». New York: Daily News. Cópia arquivada em 13 de maio de 2012
- «Middle East and Arab World Headline News». Al Bawaba. 1º de janeiro de 1970. Cópia arquivada em 18 de junho de 2012
- «「月刊PLAYBOY(日本版)」休刊へ». J-CASTモノウォッチ. J-Cast. 1 de agosto de 2008. Consultado em 8 de agosto de 2010
- «PLAYBOY:Japanese Official Website». m-playboy.shueisha.co.jp. Consultado em 29 de maio de 2021
- «RULING ON BRAILLE PLAYBOY». The New York Times. 29 de agosto de 1986. Consultado em 16 de outubro de 2011
- «Revista 'Playboy' lança em Israel a primeira edição em hebraico». g1. 5 de março de 2013. Consultado em 21 de novembro de 2025
- «Notizie di cronaca del Corriere della Sera» (em italiano). Corriere della Sera. 4 de dezembro de 2008. Consultado em 21 de novembro de 2025
- «"Playboy Magazine Enters Estonia"». Consultado em 24 de abril de 2009. Arquivado do original em 10 de julho de 2007
- "Playboy Magazine Enters Georgia, Plans to Conquer Market"Cópia arquivada no Wayback Machine, Nino Edilashvili, The Georgian Times, 21 de maio de 2007
Leituras adicionais
Ligações externas
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