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Rio atmosférico

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Rio atmosférico
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Os rios atmosféricos, também conhecidos como rios voadores ou rios aéreos, consistem em fluxos concentrados de vapor de água em médios e altos níveis da atmosfera.[1] Embora se use a terminologia "rio" para o fenômeno, trata-se apenas de uma analogia; os rios atmosféricos são invisíveis e não tem margens claramente definidas, ao contrário do que é observado nos rios terrestres.[2]

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Imagens de satélite exibindo rio atmosférico atuando entre a Ásia e a América do Norte
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Importância

Os rios atmosféricos têm um papel preponderante no ciclo hidrológico global. Todos os dias, os rios atmosféricos respondem por mais de 90% do transporte global de vapor de água no sentido meridional (norte-sul). Contudo, sua atuação recobre menos de 10% da circunferência da Terra.[3]

Esses fluxos atmosféricos também são a principal causa de eventos de precipitação extrema que causam inundações severas e deslizamentos de encostas em muitas localidades, principalmente nos setores costeiros ocidentais do mundo, incluindo a costa oeste da América do Norte, Sudeste da América do Sul, Europa Ocidental, costa oeste do norte da África, Península Ibérica, Irã e Nova Zelândia. Igualmente, a ausência de rios atmosféricos em determinados períodos tem sido atribuída à ocorrência de secas em várias partes do mundo, incluindo África do Sul, Brasil, Espanha e Portugal.[3]

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Rios atmosféricos na América do Sul

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Perspectiva
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Fotografia aérea de parte da Floresta Amazônica, região de origem dos rios atmosféricos que atuam na América do Sul.

Na América do Sul, o fenômeno dos rios atmosféricos tem início a partir de certas regiões da Amazônia.[4] Estes fluxos de ar saturado com vapor d'água são alimentados pela umidade fornecida pela floresta, transportando umidade e vapor de água advindos da evapotranspiração das árvores para outras regiões. No Brasil, normalmente estão relacionados ao registro de chuvas intensas e duradouras nas regiões sudeste, sul e centro-oeste.[5]

A umidade evaporada a partir do Oceano Atlântico próximo à linha do equador é transportada pelos ventos alísios,[6] formando nuvens capazes de causar muita precipitação. Quando chegam sobre a floresta amazônica, essas nuvens geram chuvas. Posteriormente, as árvores que absorveram essa água sofrem evapotranspiração, devolvendo para a atmosfera a umidade absorvida, na forma de vapor de água. Dessa forma, o mecanismo é retroalimentado e o ar continua sendo transportado até setores no entorno do estado brasileiro do Acre. Devido à presença da Cordilheira dos Andes, as massas de ar não conseguem continuar no rumo em que seguiam (oeste), sendo desviadas no sentido sul, avançando assim sobre o leste da Bolívia e Paraguai, chegando posteriormente aos estados brasileiros de MT, MS, MG, SP, PR, SC, RJ e RS. Ao longo desse processo, essas massas de ar também causam precipitações significativas em trechos da porção oriental dos Andes centrais, dando origem a diversos rios da bacia amazônica.[5][2]

Capacidade

A vazão dos rios flutuantes é equivalente a vazão dos rios amazônicos, lançando cerca de 200 000 m3/s. Isso acontece porque uma árvore bombeia para a atmosfera mais de 300 litros de água, em um dia, sendo que uma árvore maior, pode evapotranspirar mais de 1 000 litros por dia. Imagina-se que haja 600 bilhões de árvores na Amazônia.[5]

Importância

A umidade levada para o sudeste e centro-oeste brasileiro garante a esta região capacidade para não se tornar um deserto, uma vez que outras regiões na mesma faixa subtropical são desertos, como o Australiano, Kalahari, Namíbia e o Atacama, localizados nas regiões próximas da latitude de 30° sul.[7]

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Referências

  1. Paltan, Homero; Waliser, Duane; Lim, Wee Ho; Guan, Bin; Yamazaki, Dai; Pant, Raghav; Dadson, Simon (25 de outubro de 2017). «Global Floods and Water Availability Driven by Atmospheric Rivers». Geophysical Research Letters (em inglês). 44 (20): 10,387–10,395. Bibcode:2017GeoRL..4410387P. ISSN 0094-8276. doi:10.1002/2017gl074882Acessível livremente
  2. Digital, Olhar (31 de janeiro de 2022). «Entenda por que as chuvas devastadoras em São Paulo vêm de "rio no céu"». Olhar Digital. Consultado em 2 de fevereiro de 2022
  3. Molion, Luiz. «Climatologia Dinâmica da Região Amazônica: Mecanismos de Precipitação»
  4. Augusto Diniz Lira, André. «DESERTOS E DESERTIFICAÇÃO: ABORDAGENS TEÓRICAS E CONCEITUAIS»
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