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Vila Real

município de Portugal Da Wikipédia, a enciclopédia livre

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 Nota: Para outros significados, veja Vila Real (desambiguação).

Vila Real é uma cidade portuguesa e capital da sub-região do Douro, pertencendo à região do Norte e ao Distrito de Vila Real e ainda à antiga província de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Factos rápidos

É sede do município de Vila Real[2] que tem uma área total de 378,80 km2[3], 49 574 habitantes[4] em 2021 e uma densidade populacional de 131 habitantes por km2, subdividido em 20 freguesias[5]. O município é limitado a norte pelos municípios de Ribeira de Pena e de Vila Pouca de Aguiar, a leste por Sabrosa, a sul pelo Peso da Régua, a sudoeste por Santa Marta de Penaguião, a oeste por Amarante e a noroeste por Mondim de Basto.

Localizada num planalto situado a cerca de 450 m de altitude[6], sobre o promontório formado pela confluência dos rios Corgo e Cabril, onde se situa a sua parte mais antiga (Vila Velha), a cidade está enquadrada numa bela paisagem natural (Escarpas do Corgo), tendo como pano de fundo as serras do Alvão e, mais distante, do Marão. Com mais de 700 anos de existência, Vila Real foi outrora conhecida como a "Corte de Trás-os-Montes", devido ao elevado número de casas brasonadas que então tinha, por virtude da presença dos nobres que aqui se fixaram por influência da Casa dos Marqueses de Vila Real, presença ainda hoje visível nas inúmeras pedras-de-armas que atestam os títulos de nobreza dos seus históricos proprietários.[7]

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História

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Perspectiva

A região de Vila Real possui indícios de ter sido habitada desde o paleolítico. Vestígios de povoamentos posteriores, como o Santuário Rupestre de Panóias, revelam a presença romana. Porém, com as invasões bárbaras e muçulmanas verifica-se um despovoamento gradual.

Nos finais do século XI, em 1096, o conde D. Henrique atribui foral a Constantim de Panóias, como forma de promover o povoamento da região. Em 1272, como novo incentivo ao povoamento, atribuiu D. Afonso III foral para a fundação (sem sucesso) de uma Vila Real de Panoias, que alguns autores[8] defendem ter sido prevista para um local diferente do actual (provavelmente o lugar da aldeia de Ponte na freguesia de Mouçós). Somente em 1289, por foral do rei D. Dinis, é fundada efetivamente a Vila Real de Panóias, que se tornará a cidade atual. No entanto, ao que parece,[8] já em 1139 se chamava «Vila Rial» ao promontório onde nasceu a cidade atual, na altura pertencente à freguesia de Vila Marim.

A localização privilegiada, no cruzamento das estradas Porto-Bragança e Viseu-Chaves, permite um crescimento sustentado. A presença, a partir do século XVII, da Casa dos Marqueses de Vila Real faz com que muitos nobres da corte também se fixem, facto comprovado pelas inúmeras pedras-de-armas com os títulos de nobreza dos seus proprietários que ainda hoje se vêem na cidade.

Com o aumento da população, Vila Real adquiriu no século XIX o estatuto de capital de distrito (homónimo) e posteriormente no século XX o de capital da província histórica de Trás-os-Montes e Alto Douro. Em 1922 foi criada a Diocese de Vila Real, territorialmente coincidente com o respectivo distrito, por desanexação das dioceses de Braga, Lamego e Bragança-Miranda, e em 1925 a localidade foi elevada a cidade.

Foi a terceira cidade portuguesa a receber abastecimento de energia pública e a primeira a produzir energia hidroelétrica, no ano de 1894, na Central Hidroelétrica do Biel, localizada no Rio Corgo, pela mão de Emílio Biel, que funcionou até 1926.

Conheceu um grande desenvolvimento com a criação da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em 1986 (embora esse já viesse a acontecer desde 1979, com o Instituto Universitário de Trás-os-Montes e Alto Douro, sucessor do Instituto Politécnico de Vila Real, criado em 1973), que contribuiu para o aumento demográfico e revitalização da população, possuindo 6 651 alunos inscritos no ensino superior (2017)[9].

Nos últimos anos, foram criados em Vila Real vários equipamentos culturais, que trouxeram novo dinamismo à cidade, como o Teatro de Vila Real, o Museu da Vila Velha, Museu do Som e Imagem e o Conservatório Regional de Música, e a transferência da Biblioteca Municipal e do Arquivo Municipal para edifícios específicos para esse fim. Têm também sido valorizadas várias áreas da cidade, como o Centro Histórico e a Vila Velha e os bairros tradicionais da cidade, como o Bairro dos Ferreiros e o Bairro S. Vicente de Paula. A área envolvente do Rio Corgo tem também sido reabilitada, tendo-se transformado no Parque Corgo, Parque Florestal e o Complexo Recreativo de Codessais, incluindo componentes culturais como o Centro de Ciência e o Teatro Municipal.

Atualmente, Vila Real vive uma fase de crescente desenvolvimento, a nível industrial, comercial e dos serviços, com relevo para a saúde, o ensino, o turismo, apresentando-se como local de eleição para o investimento externo, sendo a cidade conhecida internacionalmente devido à etapa da Corrida de Portugal da Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA (WTCR), que decorre no Circuito Internacional de Vila Real.[10]

Numa relação estreita com a história e arqueologia do concelho de Vila Real, a memória coletiva preservou, ao longo das gerações, um valioso património lendário, alvo de divulgação e estudo pelo escritor e etnógrafo Alexandre Parafita. Boa parte desse património é apresentada na obra Património Imaterial do Douro, vol. III.[11]

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Heráldica do Município de Vila Real

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Perspectiva

De acordo com a Portaria publicada no Diário do Governo n.º 26, II Série, de 31 de Janeiro de 1962, a heráldica municipal de Vila Real é a seguinte:[12]

Armas — De ouro, com uma coroa de carrasco folhados e frutados de sua cor, enfiada por uma espada de prata, empunhada por uma mão de carnação movente do pé do escudo, estando ao centro da coroa a palavra «ALEU», a vermelho.

Bandeiras — Gironada de verde e de branco com um listel branco e os dizeres «Vila Real» de negro.

Selo — Circular, tendo ao centro as peças das armas sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres «Câmara Municipal de Vila Real».

Evolução da heráldica municipal

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Subdivisão em freguesias com a sede destacada ao centro.

Desde o foral de D. Afonso III (1272) que o brasão de Vila Real ostentava uma mão segurando uma espada com a ponta virada para cima, tendo-lhe sido acrescentado a inscrição "ALLEO" (grafia moderna: ALEU) após a conquista de Ceuta (ver Lenda da origem da palavra Aleu). No entanto, em 1641, na sequência da Restauração da Independência (1 de Dezembro de 1640), os Marqueses de Vila Real abraçaram a causa da união com Espanha, pelo que, como castigo, D. João IV ordenou que daí em diante a espada figurasse com a ponta virada para baixo, em sinal de desonra. Só em 1941, na sequência de um requerimento da Câmara Municipal ao Ministro do Interior, é que a espada voltou à sua posição original, terminando com 300 anos de vergonha.[13]

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A escultura de Pedro de Meneses em Ceuta.
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A palavra Aleo escrita no túmulo de Pedro de Meneses, presente na Igreja da Graça (Santarém), Portugal.

Um sinal ainda existente desses 300 anos de vergonha é a posição invertida em que se encontra o brasão de armas que encima a chamada Fonte Nova. Tendo ela sido construída em 1588 (logo, antes do castigo imposto por D. João IV), a espada figurava naturalmente com a ponta virada para cima. Em virtude do édito de 1641, e dado que a pedra do escudo é independente do resto da construção, nomeadamente da coroa real em timbre, o escudo pôde ser invertido de forma a que a ponta da espada ficasse virada para baixo, passando assim a parte redonda do escudo a estar em cima. Esta configuração estranha não foi alterada com o regresso oficial da espada à posição de honra, nem sequer mais recentemente, quando obras ditaram o total desmantelamento da fonte e a sua posterior remontagem. De facto, algumas personalidades locais, entre os quais o poeta A. M. Pires Cabral, manifestaram-se a favor da manutenção da posição invertida, com o argumento de que, apesar de lembrar um episódio de vergonha da história da cidade, ainda assim era uma memória dessa mesma história.

Lenda da origem da palavra Aleu

Enquanto João I de Portugal estava a investigar os governadores de Ceuta, depois de Conquista de Ceuta em 2 de setembro de 1415 (comemorado no Dia de Ceuta). o jovem Pedro estava por perto, jogando distraidamente à choca (uma espécie de hóquei medieval) com um taco de zambujeiro ou Aleo (oliveira silvestre). O jovem Pedro de Meneses, 1.º Conde de Vila Real deu um passo em frente e aproximou-se do rei com seu taco de jogo (Aleo) na mão e lhe disse que, com apenas esse taco, ele poderia defender Ceuta de todo o poder de Marrocos. Como resultado dessa história, todos os futuros governadores portugueses de Ceuta receberiam um zambujeiro como símbolo de seu cargo após a investidura. O Aleo usado por Pedro é mantido na Igreja de Santa María de África em Ceuta.[14][15] Aleu ou Aleo podem ser vistos no brasão de armas de Alcoutim e Vila Real, onde os descendentes de Pedro foram feitos conde de Alcoutim ou conde de Vila Real, respetivamente.

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Evolução da população do município

★ Os Recenseamentos Gerais da população portuguesa tiveram lugar a partir de 1864, regendo-se pelas orientações do Congresso Internacional de Estatística de Bruxelas de 1853. Encontram-se disponíveis para consulta no site do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Clima

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