Acadêmicos de Santa Cruz
Escola de Samba / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos de Santa Cruz (ou simplesmente Santa Cruz) é uma escola de samba brasileira da cidade do Rio de Janeiro, com sede no bairro de Santa Cruz, na zona oeste da cidade.[6] Dentre as escolas de samba do carnaval carioca que já desfilaram na Marquês de Sapucaí, é a que se situa mais distante do sambódromo, localizada na Rua do Império em Santa Cruz. Atualmente é filiada a Super Liga Carnavalesca do Brasil e participa da Série Prata, a terceira divisão do Carnaval Carioca.
Santa Cruz | |
---|---|
Fundação | 18 de fevereiro de 1959 (65 anos) [1][2] |
Escola-madrinha | Unidos de Bangu |
Cores | |
Símbolo | Coroa[1][3] |
Localidade | Santa Cruz[1][4] |
Presidente | Leonardo de Souza Siqueira "Nego Léo" [5] |
Desfile de 2024 | |
Enredo | As Bruxas Estão Soltas! |
Desde a sua estreia no carnaval carioca sempre foi tida como a escola de samba representante da zona rural do Rio, fato este que, por vezes implicava em preconceito por parte da mídia e de sambistas de outras escolas. Já no seu quarto ano de desfiles no Rio de Janeiro figurava entre as grandes do carnaval carioca. Fato este que se repetiria por mais oito vezes. A Acadêmicos de Santa Cruz porém, nunca permaneceu neste grupo.
A Santa Cruz sempre esteve atrelada as manifestações culturais do seu bairro e ligada aos projetos sociais. Estes já beneficiaram crianças e jovens, adultos e idosos ao longo dos anos. Acordos com a iniciativa privada, principalmente empresários e comerciantes locais sempre foram fundamentais para a realização dos seus desfiles e a manutenção destes projetos.[7]
Foi de um bloco de sujo, o Vai Quem Quer, nos anos 1950, que começou a desenhar-se a futura escola de samba Acadêmicos de Santa Cruz, cujas reuniões iniciais aconteciam no pontilhão da Rua do Império, esquina com a Rua Campeiro-Mór.[8]
A escola surgiu de uma dissidência de um grupo de foliões que desfilavam no bloco carnavalesco Garotos do Itá e, mais tarde, em 18 de fevereiro de 1959, fundava-se a nova escola que, nos anos de 1967 e 1968, começou a aglutinar sambistas de outras escolas de samba de Santa Cruz, como, Unidos da Jaqueira, Independentes do Morro do Chá, Garotos do Itá e Unidos do Caxias.[8]
O Acadêmicos de Santa Cruz foi fundado por José Ramos Cordeiro (Zé Taqueiro), Altamiro de Oliveira, Guilherme José de Andrade, Luiz dos Santos Oliveira (Hominho), Benedito Antônio do Nascimento (Coragem), Hélio de Carvalho (Petico), Ubirajara das Neves (Bira), Áureo Cordeiro Ramos (Mestre Áureo), José Vieira Félix (Dindica), Otacílio de Souza, Manoel José de Santana (Biéca), Otávio Dantas (Tavinho) e Luiz Cordeiro Ramos.[8]
Tem as cores verde e branco. Teve como símbolo inicial a figura de um boi como referência ao matadouro que durante anos funcionou no bairro, um capelo fazia referência aos acadêmicos que fundaram a escola, juntamente a um pandeiro e um surdo como marcos da relação com o carnaval. Mais tarde o símbolo da escola foi substituído pela figura de uma coroa, sendo que em alguns anos a escola teve na bandeira uma estrela.[9]
Anos 1960
Afilhada da Unidos de Bangu e madrinha da Unidos do Uraiti e da Acadêmicos de Itaguaí, a Acadêmicos de Santa Cruz desfilou em 1960, 1961 e 1962 na própria localidade de Santa Cruz, zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. Ainda em 1962, filiou-se à Confederação da Escolas de Samba e desfilou pela primeira vez no centro da cidade no dia 2 de dezembro, por ocasião do 1° Congresso do Samba. Em 1963, disputou o carnaval na Praça Onze (Grupo de Acesso B) e foi campeã. Em 1965, a Acadêmicos de Santa Cruz foi campeã do Grupo de Acesso A, por ocasião do carnaval do IV Centenário e já estava entre as grandes escolas do carnaval carioca no ano seguinte.[9]
Anos 1970
A década de 1970 foi marcada por homenagens a grandes músicos da cultura brasileira como a cantora Dalva de Oliveira em 1974, o poeta Catulo da Paixão Cearense em 1977 e o compositor Carlos Gomes em 1978. Viveu períodos instáveis oscilando entre o segundo e terceiro grupo, com momentos de auge e também de grandes dificuldades. A agremiação conquistou um campeonato pelo grupo 3 em 1973.[9]
Anos 1980
Em 1984, o ano de estreia do Sambódromo do Rio de Janeiro, a escola chegou em segundo lugar no Grupo de Acesso A com o enredo afro "Acima da coroa de um rei, só deus". Este resultado garantiu sua presença no supercampeonato, disputado no sábado seguinte ao carnaval. Porém neste desfile, que reunia as seis primeiras colocadas do grupo Especial mais a campeã e a vice do grupo de Acesso A, a Santa Cruz chegou apenas em oitavo lugar. O enredo abordava os santos e divindades das religiões africanas.[9]
O desfile de 1985, foi marcado por um grande atraso causado por um acidente na concentração, envolvendo um dos principais carros da escola e uma grande alegoria da Beija-Flor. Seu desfile, orçado em 800 milhões de cruzeiros, cifra alcançada graças ao patrocínio do champanha Moët et Chandon e do Grupo Monteiro Aranha contou com a presença de muitos colunáveis, inclusive Martha Rocha, que desfilou entre os 2500 componentes. A escola se apresentou com duas alas de baianas e levou para a Sapucaí sob o comando de Mestre Áureo uma das melhores bateria. Aroldo Melodia era o intérprete do samba.[9]
Em 1986, a Santa Cruz fez um tributo aos estados brasileiros com o enredo E você o que é que dá? do carnavalesco José Lima Galvão, explorando suas riquezas, folclore, costumes, misticismo… mostrando a contribuição de cada estado para a grandeza do Brasil. Os anos seguintes foram marcados pelo bom humor e a crítica marcante do carnavalesco Luiz Fernando Reis com o enredo "Quem espera só se cansa" e o enredo "Como se bebe nesta terra…!"; este último enfocando as bebidas no Brasil.[9]
"Stanislaw, Uma História Sem Final", do experiente carnavalesco José Félix, foi o enredo que a escola da zona oeste escolheu para disputar o título do segundo grupo, uma homenagem ao jornalista e escritor Sérgio Porto. Com um desfile tecnicamente perfeito a escola conquistou o título e o acesso ao Grupo Especial no ano seguinte.[9]
Anos 1990
Em 1990 a escola teve seu samba-enredo de maior repercussão: "Os Heróis da Resistência". Em grande parte devido ao intérprete Carlinhos de Pilares. Mais tarde o samba foi gravado na voz de Emílio Santiago. Com um desfile grandioso em homenagem aos criadores do jornal O Pasquim, importante na luta contra a ditadura militar, os Acadêmicos de Santa Cruz não conseguiram se manter no Grupo Especial. O desfile contou com a presença de Adolfo Pérez Esquivel, prêmio Nobel da Paz. No ano de 1991, a escola era favorita mas desfilou às escuras, por conta de um blecaute na Marquês de Sapucaí, onde se apresentava com o enredo "O Boca do Inferno", sobre o poeta baiano Gregório de Mattos e Guerra. O blecaute durou noventa minutos. A escola não foi julgada. Posteriormente ganhou na Justiça o direito de desfilar entre as grandes no carnaval de 1992.[9]
No ano de 1992, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), em inédita decisão obrigou a Liesa a deixar que a Acadêmicos de Santa Cruz abrisse o desfile do Grupo Especial. Porém a decisão veio semanas antes do carnaval. O enredo "De quatro em quatro, eu chego lá", dos carnavalescos Albeci Pereira e Ney Ayan, morto em 1991, tentou mostrar a mística do algarismo 4 e sua relação com o homem desde a pré-história. O despreparo da escola para desfilar no grupo de elite era evidente. Com um desfile marcado por atrasos, correria e quebras de carros o rebaixamento era dado como certo na quarta-feira de cinzas.[9]
Em 1993 a Acadêmicos de Santa Cruz conseguiu desenvolver uma mensagem política com propriedade. Financiada pelo Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro) e do fundo de pensão da estatal, o Petros, a escola conseguiu defender o monopólio estatal do petróleo com um bom samba. A escola, entretanto, não apresentou o carro abre-alas, fazendo com que o início de seu desfile não causasse tanto impacto. Entre os destaques, o ex-deputado Euzébio Rocha, autor do projeto que instituiu o monopólio da Petrobras em 1953, e Jair Amorim, um dos membros mais antigos do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e um dos líderes da campanha "O petróleo é nosso".[9]
No ano seguinte, o enredo abordava as grandes rotas comerciais pelos cinco cantos do mundo. Os comércios da Pérsia, China e Índia foram retratados em carros alegóricos. Para o carnaval de 1995, a Santa Cruz desenvolveu um enredo afro, "Deuses e costumes nas terras de Santa Cruz" que enfocava a música, a dança, a culinária e religiões da cultura africana. O samba foi puxado pela cantora Leci Brandão. No carnaval de 1996, com notas máximas em todos os quesitos a Santa Cruz levou o título do grupo de acesso A. O enredo "Ribalta, sonho, luz e ilusão" agradou os jurados, e enfim veio a vitória. Assim, a escola teve mais uma tentativa de permanecer na elite do carnaval em 1997.[9]
Com "Não Se Vive Sem Bandeira", do carnavalesco Albeci Pereira, a Santa Cruz iniciou a segunda noite de desfiles disposta a se safar das quatro últimas posições que determinavam o rebaixamento. O desfile ficou marcado pela nudez das musas da vinheta de carnaval da Rede Manchete. A sumária fantasia das três madrinhas da bateria, Kelly Cristina, Juli Alves e Marcela Milk teve de ser encoberta por três camisetas da escola, que foram amarradas na cintura das moças, então, liberadas para desfilar. No ano seguinte, o desfile, aguardado com polêmica, se revelou uma bela homenagem ao cantor e compositor do rock nacional Cazuza.[9]
Os desfiles de 1999 e 2000 a escola não obteve a pontuação necessária ao acesso à elite do carnaval carioca. Em 1999, o enredo homenageava o empresário e comunicador Abraham Medina que criou na televisão brasileira o programa Noite de gala - e que fez da rede de eletrodomésticos Rei da Voz um verdadeiro império. Apesar do bom samba, plasticamente a escola desfilou pobre e pouco criativa para contar o enredo. Já no carnaval do ano 2000, a Santa Cruz exaltou a reciclagem do lixo. As fantasias leves facilitavam a evolução do componente. Na apuração, notas baixas nos quesitos enredo e alegorias garantiram apenas a sexta colocação.[9]
Anos 2000
Em 2001, o desfile foi em homenagem ao ator, compositor e escritor Mário Lago. O artista porém fora proibido pelos médicos de desfilar. O destaque do desfile foram as alas que representavam máquinas de escrever, tesouras (a censura), o Bola Preta, a televisão e o Fluminense, seu time de coração. Por pouco a escola não conseguiu o acesso ao Grupo Especial.[9]
Em 2002, finalmente a escola conseguiu o sonhado retorno ao grupo principal das escolas de samba. Foi a campeã do grupo A com um enredo sobre a história e origem do papel, superando escolas tradicionais como Vila Isabel, Estácio e União da Ilha.[11] Mas a apuração das notas na quarta-feira de cinzas gerou acusações de manipulação de resultados por parte da Unidos de Vila Isabel. A Vila Isabel alegou na Justiça que uma das notas que recebera de uma jurada do desfile tinha sido trocada. Uma liminar favorável à azul-e-branco fez com que ela fosse aclamada campeã do Grupo de Acesso. O suposto erro deu o título de campeã à escola Acadêmicos de Santa Cruz, com um décimo de vantagem sobre a Vila Isabel, segunda colocada.[12]
A Santa Cruz em 2003 desfilou com pouco dinheiro, mas mesmo assim, segundo a crítica, fez um ótimo desfile contando a história do teatro pelo mundo com o enredo "Do Universo teatral à Ribalta do Carnaval". Na quarta-feira de cinzas a escola foi rebaixada com apenas uma nota dez dos jurados.[13]
De volta ao Grupo de Acesso, a escola ficou com o vice-campeonato em 2004, com um enredo sobre o bairro de Santa Cruz e toda sua importância histórica para o Brasil. Na concentração, minutos antes do desfile veio a falecer de infarto um dos diretores de bateria. A perda do título veio de um erro da comissão de frente.[14] O intérprete Luizinho Andanças tem o seu talento notadamente reconhecido e é contratado pela Porto da Pedra após o carnaval.[15]
Em 2005 com alegorias grandes, embora sem criatividade, a Santa Cruz contou as conquistas e glórias da cidade do Rio de Janeiro. Com um desfile tecnicamente correto foi apontada entre as possíveis campeãs. No entanto, faltou samba e emoção. Rocinha, União da Ilha e São Clemente foram melhores e a Santa Cruz ficou com o quarto lugar. O samba foi resultado de uma junção entre duas obras empatadas na decisão.[9]
Em 2006, o enredo sobre a França surgiu em retribuição ao evento cultural Ano do Brasil na França. O patrocínio veio de um grupo de empresários franceses que frequentaram a quadra em inúmeras ocasiões. A escola levou componentes para se apresentar durante o evento na França. A homenagem a França proporcionou um desfile bem tradicional para a Santa Cruz porém não passou todo o luxo e glamour que o enredo pedia. A escola terminou a apuração na sexta posição.[9]
A proposta para 2007 era de uma mudança de estilo. Desvencilhar-se dos enredos históricos que sempre foi a marca da escola. Para isso se deu a contratação de um dos integrantes da vitoriosa comissão de carnaval da Beija-Flor, Fran-Sérgio, para ajudar a compor o enredo sobre o "tempo", já visto algumas vezes na avenida. Também foi contratado uma "voz de peso" para o microfone da escola: David do Pandeiro. Para 2008 a Santa Cruz aceita a proposta da prefeitura de elaborar um enredo temático dos 200 anos da chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil, embora já tivesse firmado acordo com a prefeitura de Itaguaí. O enredo, então, conseguiu unir a abertura dos portos, momento da chegada dos portugueses, com a cidade de Itaguaí, que abriga um dos maiores portos da América Latina: o porto de Itaguaí. O samba escolhido foi resultante de uma fusão entre duas parcerias.[16]
O ano de 2009, ano do jubileu de ouro da escola, foi marcado por perdas dentro da agremiação, como a da primeira dama e carnavalesca Rosele Nicolau, dias depois do carnaval.[17] O desfile do ano seguinte acabaria lhe prestando uma homenagem.
Anos 2010
No carnaval de 2011, a proposta de enredo era voltar no tempo para mostrar as transformações culturais, científicas e políticas dos anos 60.[18] Em 2012 a Santa Cruz homenageou em seu enredo o radialista Antônio Carlos e seu programa nas manhãs do rádio do Brasil.[19] No carnaval de 2013, a Santa Cruz contou com Paulinho Mocidade como puxador de samba, e o retorno de Sylvio Cunha. O enredo contou as lendas do Ceará, como a do Dragão do mar e Iracema.[20] O enredo escolhido para 2014 teve como referência Jundiaí e a qualidade de vida da cidade do interior paulista com uma proposta de intercâmbio entre o carnaval das duas cidades.[21] Em 2015 levou para a avenida um enredo irreverente em homenagem ao centenário de Grande Otelo.[22]
Para 2016 a grande novidade foi a estreia de Gabby Moura, ex-participante da segunda edição do The Voice Brasil no microfone principal do carro de som juntamente com o intérprete Pavarotti.[23] Mais uma vez apostando na temática ambiental terminou em décimo segundo lugar, mesma colocação de 2017, quando abordou a literatura infantil em seu desfile. Para o carnaval de 2018, a escola aposta no experiente carnavalesco Max Lopes.[24] Para assumir o carro de som, o experiente intérprete Quinho, que fez seu retorno ao carnaval carioca após quatro anos de ausência, e o estreante Roninho, com passagem pelo carro de som da Mocidade Independente. Com o enredo "No voo mágico da esperança, quem acredita sempre alcança" a escola fez um desfile problemático nos quesitos plásticos e de evolução, terminando na décima colocação.[9]
A preparação para o carnaval de 2019 foi bastante conturbada. A escola teve o barracão lacrado por representantes de uma empresa privada, que comprou o terreno que a escola ocupava e teve menos de dois meses para preparar o desfile com a liberação de uso do espaço.[25] O enredo foi uma justa homenagem a atriz Ruth de Souza através do enredo "Ruth de Souza - Senhora liberdade. Abre as asas sobre nós", desenvolvido pelo carnavalesco Cahê Rodrigues, que retornou a Santa Cruz após 16 anos.[26] O samba encomendado, foi considerado um dos melhores do Carnaval. A escola obteve a 5ª colocação ao fim da apuração.[9]
Para 2020, a escola renovou com o carnavalesco Cahê Rodrigues para desenvolver um enredo sobre o município de Barbalha no interior do Ceará através do enredo "Santa Cruz de Barbalha - Um conto popular no Cariri Cearense".[27] O samba foi encomendado aos compositores Elson Ramires, Samir Trindade e Junior Fionda e foi premiado com o Estandarte de Ouro.[28]
Anos 2020
Devido a pandemia de covid-19, não houve desfiles no ano de 2021. O enredo programado para o carnaval 2021 foi transferido para o ano seguinte: uma homenagem ao ator Milton Gonçalves,[29] de autoria do carnavalesco Cid Carvalho.[30] O samba foi, mais uma vez, encomendado pelos compositores vencedores do prêmio Estandarte de Ouro de melhor samba, no último carnaval.[31] Por decisão de autoridades municipais e sanitárias foi decidido que os desfiles do Carnaval 2022 deviam ser realizados no feriado prolongado de 21 de abril em decorrência da pandemia do coronavírus.[32] O desfile em si não contou com a presença do homenageado. O ator, por motivos de saúde, não pode desfilar. O enredo contou passagens da vida de Milton desde a infância em Monte Santo, Minas Gerais, passando pela início de carreira na cidade de São Paulo, e seu pioneirismo no meio artístico para a negritude, representada por amigos e artistas. Na apuração, o julgamento dos quesitos revelou-se incoerente e bastante tendencioso. O rebaixamento da agremiação juntamente com a Acadêmicos do Cubango foi considerado injusto por parte de escolas de samba co-irmãs e da mídia carnavalesca causando a revolta do público em geral.[33]
Em 2023, a Santa Cruz desfilou pela primeira vez na Intendente Magalhães, disputando a Série Prata, com o enredo "Santa é minha cruz. É luz da preservação. Meu canto é flecha certeira, para findar o pranto da devastação", que abordava a preservação da natureza. Apesar de ser apontada como uma das favoritas ao acesso, a escola terminou na quinta colocação do desfile de sexta-feira. Após o carnaval, Moisés Antônio Coutinho, o Zezo, deixou oficialmente a presidência da Santa Cruz após 25 anos no cargo. Uma nova diretoria foi eleita em maio do mesmo ano, tendo Bianca Canedo como nova presidente, Leonardo de Souza Siqueira "Nego Léo" como vice-presidente e Venilton Stabile Segundo como presidente de honra.[34] Com a posse da nova diretoria, a Santa Cruz iniciou sua preparação para o carnaval 2024, reformulando sua equipe contratando o intérprete Luizinho Andanças, que retorna à escola após 20 anos, para fazer dupla com Roninho.[35]
Presidentes
Nome[36] | Mandato[37] |
---|---|
Guilherme José de Andrade | 1959 a 1965 |
Abílio Correia de Souza | maio/1965 a abril/1966 |
Paulo Emílio Tofani | abril/1966 a dezembro/1966 |
José Ramos Cordeiro | dezembro/1966 a maio/1971 |
Valter Teixeira de Abreu | maio/1971 a maio/1973 |
José Giovanini | maio/1975 a setembro/1976 |
Rubens Fausto | setembro/1976 a outubro/1978 |
José Lima Galvão | 1978 a 1986 |
Arthur Sabino da Costa Filho | 1987 a 1988 |
José Colagrossi Neto "Juca Colagrossi" | 1988 a 1990 |
Carlos Alberto Ferreira | 1991 a 1993 |
Arthur Sabino da Costa Filho | 1993 a 1994 |
Edgar Raimundo de Freitas | 1994 a 1997 |
Nicolau Darze | 1997 a 1998 |
Moisés Antônio Coutinho Filho "Zezo" | 1998 - 2023 |
Leonardo de Souza Siqueira "Nego Léo"[38] | 2023 - atualidade |
Intérpretes
Carnavais | Intérprete oficial[39] |
---|---|
1970–1972 | Valdir Cruz |
1974 | Coro da escola |
1975 | Amauri de Castro |
1976 | Bené |
1978 | Dominguinhos do Estácio |
1981–1982 | Quinzinho[40] |
1983–1984 | Enoque |
1985–1986 | Aroldo Melodia[41] |
1987–1988 | Quinzinho[40] |
1989 | Marcos Moran[42] |
1990 | Carlinhos de Pilares[43] |
1991–1993 | Sobrinho[44] |
1994 | Quinzinho[40] |
1995 | Leci Brandão[45] |
1996–1997 | Cláudio Tricolor |
1998–2000 | Carlinhos de Pilares[43] |
2001 | Cláudio Tricolor |
2002–2004 | Luizinho Andanças[46] |
2005–2006 | Daniel Silva[47] |
2007–2008 | David do Pandeiro[48] |
2009 | Celino Dias[49] |
2010 | Igor Vianna[50] |
2011–2012 | David do Pandeiro[48] |
2013–2014 | Paulinho Mocidade[51] |
2015 | Carlos Pavarotti e David do Pandeiro[48] |
2016–2017 | Carlos Pavarotti e Gabby Moura |
2018 | Quinho e Roninho[52] |
2019-2023 | Roninho |
2024- | Roninho e Luizinho Andanças[53] |
Diretores
Ano | Diretor de Carnaval | Diretor Geral de Harmonia |
---|---|---|
2009 | Mario José de Siqueira Campos "Zeca"[54] | Waldemir Rodrigues de Paula - Mica |
2010 | Jorge Hindriches (Alemão)[5] | Canjica e Cachimbo[5] |
2011-12 | Vladimir Peixoto[55] | Waldemir Rodrigues de Paula - Mica[55] |
2013 | Vladimir Peixoto e Lúcio Costa[55] | Carlson Renato (Renatinho)[55] |
2014 | Lúcio Costa[55] | Carlson Renato (Renatinho)[55] |
2015 | Riec Santos e Lúcio Costa[55] | Carlson Renato (Renatinho)[55] |
2016 | Ricardo Simpatia e Lúcio Costa[56] | Claudio Domicianiano[56] |
2017-2019 | Ricardo Simpatia[57][58][59] | Marquinhos Harmonia[57][58][59] |
2020-2023 | Ricardo Simpatia[60] | Elson Bragança e Cobrinha[60] |
2024- | Marquinho Harmonia, Cristiano Amorim, Édson Rosa e Rubens Brito[61] | Wallace Capoeira[61] |
Comissão de Frente
Casal de Mestre-sala e Porta-bandeira
|
|
Corte de Bateria
Mestres
|
Rainhas
|