Eleições estaduais em Minas Gerais em 1960
De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
As eleições estaduais em Minas Gerais em 1960 aconteceram em 3 de outubro como parte das eleições gerais em nove estados cujos governadores exerciam um mandato de cinco anos.[1] No presente caso foram eleitos o governador Magalhães Pinto, o vice-governador Clóvis Salgado da Gama e o senador Nogueira da Gama.[nota 1][nota 2]
← 1958 1962 → | ||||
Eleições estaduais em Minas Gerais em 1960 | ||||
---|---|---|---|---|
3 de outubro de 1960 (Turno único) | ||||
Candidato | Magalhães Pinto | Tancredo Neves | ||
Partido | UDN | PSD | ||
Natural de | Santo Antônio do Monte, MG | São João del-Rei, MG | ||
Vice | Ver abaixo | Ver abaixo | ||
Votos | 760.427 | 680.539 | ||
Porcentagem | 50,68% | 45,35% | ||
Candidato mais votado por município (485):
Magalhães Pinto (290)
Tancredo Neves (194)
José Ribeiro Pena (1) | ||||
Titular Eleito | ||||
Nascido em Santo Antônio do Monte, o advogado Magalhães Pinto viveu em Formiga e Juiz de Fora até o ingresso no Banco do Estado de Minas Gerais antes de trabalhar junto ao Banco Real no Rio de Janeiro. Presidente da Associação Comercial de Minas Gerais e da Federação de Comércio de Minas Gerais, fez incursões no ramo da siderurgia e assumiu a presidência do Sindicato Nacional dos Exportadores de Ferro e Metais Básicos. Formado pela Universidade Federal de Minas Gerais, assinou o Manifesto dos Mineiros em oposição ao Estado Novo.[2] Por retaliação foi afastado das atividades que exercia e em 1944 fundou o Banco Nacional.[3] Membro fundador da UDN, elegeu-se deputado federal em 1945 e sob a condição de constituinte assinou a Carta Magna de 1946. Durante a passagem de Milton Campos pelo governo mineiro após as eleições de 1947 foi secretário de Fazenda. Reeleito deputado federal em 1950, 1954 e 1958, assumiu a presidência nacional da UDN no ano seguinte e em 1960 foi eleito governador de Minas Gerais. O mandato de Magalhães Pinto à frente do Executivo mineiro foi marcado pela sua participação na queda do presidente João Goulart e a subsequente instauração do Regime Militar de 1964, o qual apoiou.[3][4][5][nota 3]
Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, o médico Clóvis Salgado da Gama nasceu em Leopoldina. Após sua graduação voltou à cidade natal como fundador do jornal Nova Fase. Membro da Aliança Liberal, apoiou Getúlio Vargas à presidência da República, mas em solidariedade ao ex-presidente Artur Bernardes, seu correligionário no Partido Republicano Mineiro, fixou-se na oposição à Era Vargas após a Revolução de 1930. Professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, lecionou também na Universidade de Minas Gerais, onde dirigiu o Hospital das Clínicas. Organizador da Cruz Vermelha em solo mineiro em 1942, filiou-se ao PR nos estertores do Estado Novo e em 1950 elegeu-se vice-governador na chapa de Juscelino Kubitschek. Em 31 de março de 1955 assumiu o governo quando o titular renunciou. Eleito presidente naquele mesmo ano, Kubitschek nomeou Clóvis Salgado da Gama seu ministro da Educação, cargo do qual se afastou para disputar um segundo mandato de vice-governador de Minas Gerais, cargo para o qual foi eleito em 1960.[6]
Por fim houve a convocação de eleições para senador mediante o falecimento de Lima Guimarães.[7] Neste caso o vitorioso foi o advogado Nogueira da Gama. Nascido em Cataguases, formou-se na Universidade Federal do Rio de Janeiro e foi procurador interino no Rio de Janeiro. Após prestar serviços advocatícios ao Banco do Brasil, foi chefe de gabinete de Osvaldo Aranha no Ministério da Fazenda durante o segundo governo Getúlio Vargas. Jornalista e professor, trabalhou em órgãos como a Caixa de Mobilização Bancária e o Conselho Nacional do Petróleo. Eleito deputado federal via PTB em 1954 e 1958, obteve uma vaga de senador em 1960.[8][9]