Eleições estaduais em Minas Gerais em 1945
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As eleições estaduais em Minas Gerais em 1945 ocorreram à 2 de dezembro sob as regras fixadas no decreto-lei nº 7.586 e numa resolução do Tribunal Superior Eleitoral editada em 8 de setembro como parte das eleições gerais no Distrito Federal, 20 estados e no território federal do Acre.[nota 1] Foram escolhidos dois senadores e trinta e cinco deputados federais enviados à Assembleia Nacional Constituinte para elaborar a Constituição de 1946 e assim restaurar o regime democrático após o Estado Novo.[1][2][3]
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Eleições estaduais em Minas Gerais em 1945 | ||||
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2 de dezembro de 1945 (Turno único) Senadores eleitos | ||||
Candidato | Levindo Coelho | Melo Viana | ||
Partido | PSD | PSD | ||
Natural de | Catas Altas da Noruega, MG | Sabará, MG | ||
Votos | 469.078 | 461.918 | ||
Porcentagem | 27,41% | 27,00% | ||
Titular Eleito | ||||
Eleito senador com a maior votação nominal do país,[nota 2] Levindo Coelho nasceu em Catas Altas da Noruega e foi professor de inglês em Ouro Preto antes tornar-se funcionário dos Correios. Graduado em Química pela Universidade Federal de Ouro Preto e em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, fixou residência em Ubá como fazendeiro, além de jornalista.[nota 3][4] Atendendo a um convite do governador Raul Soares de Moura, ingressou à legenda do Partido Republicano Mineiro sendo eleito vereador em Ubá e deputado federal, dentre outros mandatos. Leal à Revolução de 1930, foi secretário de Educação e prefeito interino de Belo Horizonte por opção do governador Olegário Maciel. Eleito deputado federal, participou da elaboração da Constituição 1934 e, mesmo reeleito, teve o mandato extinto pelo Estado Novo. Seu último cargo público antes de eleger-se senador pelo PSD foi a prefeitura de Ubá no governo de Benedito Valadares.[5]
Mineiro de Sabará, o advogado Fernando de Melo Viana foi premiado com a vaga remanescente de senador.[6] Formado na Universidade Federal de Minas Gerais, viveu em Mar de Espanha, onde foi eleito vereador em 1901. Eleito deputado estadual em 1903, renunciou por razões de saúde e foi advogar em Sete Lagoas; depois atuou como promotor de justiça em Carangola, Conceição do Mato Dentro, Mar de Espanha, Pará de Minas e Uberaba. Pelas mãos do governador Artur Bernardes tornou-se advogado-geral do estado de Minas Gerais e secretário do Interior de Raul Soares de Moura. Eleito governador de Minas Gerais em 1924 devido à morte deste último, chegou a vice-presidente da República na chapa de Washington Luís em 1926. Expoente do Partido Republicano Mineiro até sair da legenda, viveu dois anos fora do Brasil por causa da Revolução de 1930 e ao voltar fixou-se na cidade do Rio de Janeiro. Filiado ao PSD, elegeu-se senador e a seguir presidiu a Assembleia Nacional Constituinte que promulgou a Constituição de 1946.