Eleições estaduais na Bahia em 1986
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As eleições estaduais na Bahia em 1986 aconteceram em 15 de novembro como parte das eleições gerais no Distrito Federal, em 23 estados e nos territórios federais do Amapá e Roraima. Numa época onde não ocorriam os dois turnos em eleições majoritárias para cargos executivos, foram eleitos o governador Waldir Pires, o vice-governador Nilo Coelho, os senadores Jutahy Magalhães e Rui Bacelar, além de 39 deputados federais e 63 estaduais.[1][nota 1]
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Eleições estaduais na Bahia em 1986 | ||||
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15 de novembro de 1986 (Turno único) | ||||
Candidato | Waldir Pires | Josaphat Marinho | ||
Partido | PMDB | PFL | ||
Natural de | Acajutiba, BA | Ubaíra, BA | ||
Vice | Nilo Coelho | José Penedo | ||
Votos | 2.675.108 | 1.218.520 | ||
Porcentagem | 66,95% | 30,50% | ||
Candidato mais votado por município (368):
Waldir Pires (262)
Josaphat Marinho (106) | ||||
Titular Eleito | ||||
O triunfo do PMDB ocorreu num contexto onde a Bahia rompeu o ciclo de poder exercido por Antônio Carlos Magalhães no cenário político local a ponto de não apenas exercer o governo como indicar quais seriam os titulares, receita vigente desde 1970 e que só foi contrariada em 1974, quando o presidente Ernesto Geisel escolheu Roberto Santos como titular do Palácio de Ondina. Há quatro anos o PMDB foi derrotado na eleição para governador por João Durval Carneiro, que foi lançado como candidato após a morte de Clériston Andrade, ocorrida num acidente aéreo em Caatiba, o que levou o carlismo à vitória. Entretanto, tão logo notou o desgaste do Regime Militar de 1964, Magalhães aderiu à Nova República e entrou no PFL, mesmo tendo que conviver com adversários como Carlos Sant'Anna, Roberto Santos e Waldir Pires no ministério do Governo Sarney.
Estimulado pela vitória de Mário Kertesz à prefeitura de Salvador em 1985, o PMDB aproximou-se de antigos carlistas para integrar a chapa liderada por Waldir Pires e recebeu políticos que apoiaram João Durval Carneiro em 1982: Nilo Coelho foi escolhido vice-governador e para concorrer na eleição de senador foram escolhidos Rui Bacelar e Jutahy Magalhães. Em sentido inverso, os pefelistas apresentaram como candidato um expoente do antigo MDB, o jurista Josaphat Marinho.
Apoiado por dois terços dos eleitores, o advogado Waldir Pires tornou-se governador após uma carreira política iniciada em 1945, quando entrou na Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, onde se formou.[2] Professor da Universidade Católica de Salvador e da Universidade de Brasília, foi secretário de Governo de Régis Pacheco, a quem seguiu no ingresso ao PSD, e delegado federal de Educação por escolha do ministro Antônio Balbino. Eleito deputado estadual em 1954 e deputado federal em 1958, foi derrotado por Lomanto Júnior ao disputar o governo em 1962 e a seguir foi nomeado consultor-geral da República pelo presidente João Goulart.[2] Cassado pelo Ato Institucional Número Um do Regime Militar de 1964, Pires partiu para o exílio no Uruguai e na França, onde lecionou em universidades até voltar ao Brasil em 1970. Em 1979 filiou-se ao MDB e depois ao PMDB, sendo derrotado por Luís Viana Filho na disputa para senador em 1982. Seu último cargo público foi o de Ministro da Previdência Social.[2] Seu mandato como governador teve fim em 14 de maio de 1989, quando renunciou para concorrer a vice-presidente na chapa de Ulysses Guimarães e foi sucedido por Nilo Coelho, político egresso do PDS.