José Lins do Rego
escritor brasileiro / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
José Lins do Rego Cavalcanti (Pilar, 3 de junho de 1901 — Rio de Janeiro, 12 de setembro de 1957) foi um escritor brasileiro que, ao lado de Graciliano Ramos, Érico Veríssimo, Rachel de Queiroz e Jorge Amado, figura como um dos romancistas regionalistas mais prestigiosos da literatura nacional.[1] Segundo Otto Maria Carpeaux, José Lins era "o último contador de histórias".[2] Seu romance de estreia, Menino de Engenho (1932), foi publicado com dificuldade, todavia logo foi elogiado pela crítica.[3]
José Lins do Rego | |
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Secretário-geral da Confederação Brasileira de Desportos | |
Período | 1942–1954 |
Residência | Rua General Garzon 10, Rio de Janeiro RJ, Brazil |
Assinatura |
José Lins do Rego | |
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O jovem José Lins do Rego, em 1918. | |
Nome completo | José Lins do Rego Cavalcanti |
Nascimento | 3 de junho de 1901 Pilar, Paraíba |
Morte | 12 de setembro de 1957 (56 anos) Rio de Janeiro, Distrito Federal |
Nacionalidade | brasileiro |
Cônjuge | Philomena Massa Lins do Rego |
Prémios | Prêmio Carmem Dolores Barbosa (1954) |
Gênero literário | regionalismo |
Movimento literário | Modernismo (Segunda Geração) |
Magnum opus | Fogo Morto |
Assinatura | |
José Lins escreveu cinco livros a que nomeou "Ciclo da cana-de-açúcar", numa referência ao papel que nele ocupa a decadência do engenho açucareiro nordestino, visto de modo cada vez menos nostálgico e mais realista pelo autor: Menino de Engenho (1932), Doidinho (1933), Bangüê (1934), O Moleque Ricardo (1935), e Usina (1936). Sua obra regionalista, contudo, não se encaixa somente na denúncia sócio-política, mas, como afirmou Manuel Cavalcanti Proença, igualmente em sua "sensibilidade à flor da pele, na sinceridade diante da vida, na autenticidade que o caracterizavam".[4]
José Lins nasceu na Paraíba; seus antepassados, que eram em grande parte senhores de engenho, legaram ao garoto a riqueza do engenho de açúcar que lhe ocupou toda a infância. Seu contato com o mundo rural do Nordeste lhe deu a oportunidade de, nostálgica e criticamente, relatar suas experiências através das personagens de seus primeiros romances. Lins era ativo nos meios intelectuais. Ao matricular-se em 1920 na Faculdade de Direito do Recife ampliou seus contatos com o meio literário de Pernambuco, tornando-se amigo de José Américo de Almeida (autor de A Bagaceira).[5] Em 1926, partiu para o Maceió, onde se reunia com importantes nomes, Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Aurélio Buarque de Holanda e Jorge de Lima. Quando partiu para o Rio de Janeiro, em 1935, conquistou ainda mais a crítica e colaborou para a imprensa, escrevendo para os Diários Associados e O Globo.[6]
É atribuída a José Lins do Rego a invenção de um novo romance moderno brasileiro.[7] O conjunto de sua obra é um marco histórico na literatura regionalista por representar o declínio do Nordeste canavieiro. Alguns críticos acreditam que o autor ajudou a construir uma nova forma de escrever fundada na "obtenção de um ritmo oral", que foi tornada possível pela liberdade conquistada e praticada pelos modernistas de 1922.[8] Sua magnum opus, Fogo Morto (1943), é vista como o "romance dos grandes personagens".[9] Massaud Moisés escreveu que esta obra-prima de José Lins "é uma das mais representativas não só da ficção dos anos 30 como de todo o Modernismo".[10]