Plasencia
Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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Plasencia é um município e cidade da Espanha, na província de Cáceres, comunidade autónoma da Estremadura, com 218 km² de área. Em 2021 tinha 39 558 habitantes (densidade: 181,5 hab./km²).[2] É a capital da diocese com o mesmo nome e de várias comarcas do norte estremenho, o segundo núcleo urbano mais povoado da província de Cáceres e o quarto da Estremadura. Na cidade estão sediados diversos serviços do estado espanhol e do governo autonómico (Junta da Estremadura), que servem todo o norte da Estremadura.[nt 1]
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Município | ||||
De cima para baixo e da esquerda para a direita: 1) Catedral Nova; 2) Casa Consistorial, sede do ayuntamiento, na Plaza Mayor; 3) Palácio dos Monroy (Casa das Duas Torres; 4) Muralhas; 5) Rio Jerte; 6) Aqueduto de San Antón. | ||||
Símbolos | ||||
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Gentílico | Placentino/a[1] | |||
Localização | ||||
Localização de Plasencia na Espanha | ||||
Localização de Plasencia na Estremadura | ||||
Coordenadas | 40° 01′ 39″ N, 6° 05′ 27″ O | |||
País | Espanha | |||
Comunidade autónoma | Estremadura | |||
Província | Cáceres | |||
História | ||||
Fundação | 12 de junho de 1186 (838 anos) | |||
Alcaide | Fernando Pizarro (2011, Partido Popular (Conservador- Dereita)) | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 218 km² | |||
População total (2021) [2] | 39 558 hab. | |||
Densidade | 181,5 hab./km² | |||
Altitude | 350 m | |||
Código postal | 10600 | |||
Código do INE | 10148 | |||
Outras informações | ||||
Orago | São Fulgêncio de Cartagena Virgen del Puerto | |||
Website | www.aytoplasencia.es |
A cidade situa-se na entrada do sopé do vale do Jerte, um dos principais pontos de passagem da fronteira natural montanhosa entre o sul e o norte do centro da Península Ibérica. A situação atual de fronteira entre as comunidades autónomas da Estremadura e de Castela e Leão traduz uma realidade histórica muito antiga. A área, percorrida por uma das rotas comerciais históricas mais importantes e antigas da Península Ibérica, frequentemente designada por Via da Prata, que ligava o que é hoje Cádis ao que é atualmente Astorga, é habitada desde a Pré-história, e à data da fundação oficial da cidade, no século XII, tinha uma importância estratégica acrescida por ser uma zona de fronteira disputada entre cristãos e muçulmanos, e pelos reinos cristãos rivais de Castela, Leão e Portugal.
Cidade importante e próspera desde que foi fundada no século XII, teve o seu apogeu entre os séculos XV e XVII, tendo tido um papel fulcral durante a Guerra de Sucessão de Castela, na segunda metade do século XV. A partir do século XVII assistiu a um declínio gradual e acentuado, para o que muito contribuíram a Guerra da Restauração de Portugal, na segunda metade do século XVII, a Guerra da Sucessão Espanhola, no início do século XVIII, e a Guerra Peninsular, no início do século XIX. A situação estratégica da cidade implicou que ela fosse palco de combates e de base de tropas, que, pelas suas necessidades logísticas, arruinaram a economia local já debilitada. Embora não tendo sido palco de combates durante a Guerra Civil Espanhola, esta afetou negativamente a economia local, a qual também não beneficiou dos financiamentos à reconstrução do pós-guerra por não ter havido estragos físicos provocados pela guerra. A inversão do declínio só chegaria nos anos 1960, com o desenvolvimento industrial e diversas obras públicas, nomeadamente grandes projetos de irrigação e de aproveitamentos hidroelétricos.
Plasencia conta com um rico património histórico, concentrado principalmente no centro histórico bem preservado, onde ainda se respira uma atmosfera muito medieval. Não obstante, a cidade é omitida em muitos dos roteiros turísticos mais populares de Espanha, algo que em grande parte se deve à extraordinária riqueza patrimonial da maior parte das cidades espanholas e à proximidade relativa de outras cidades mais conhecidas, como Salamanca, Ávila e Cáceres Apesar disso, o turismo é uma atividade com alguma importância e a cidade é muito visitada tanto pelo seu património edificado, como pelas belezas naturais da área onde se insere, com destaque para o vale do Jerte as suas famosas cerejeiras, que produzem uma parte considerável das cerejas produzidas em Espanha. Os períodos mais concorridos são, além do verão, a Semana Santa e as festas das cerejeiras em flor no vale do Jerte, que ocorrem geralmente em abril, e que por vezes coincidem com a Semana Santa.
O nome da cidade provém do lema que lhe foi dado pelo seu fundador, Afonso VIII de Castela e que consta do brasão - "Ut placeat Deo et hominibus" - "Para que agrade (em castelhano: plazca) a Deus e aos homens".[3]
O gentílico culto, e o mais empregado atualmente é placentino/a. Antigamente era comum, sobretudo nas áreas em volta da cidade, o termo plasencianos, o qual caiu em desuso.[1]
A bandeira é retangular, partida ao meio e apresenta as cores sinopla (verde-esmalte) em baixo e púrpura em cima. No centro encontra-se o brasão da cidade.[4]
Ut placeat deo et hominibus - "Para que agrade a Deus e aos homens" em latim - é a divisa que orla o brasão de Plasencia, em cujo centro sobressai um castelo [[Ameia|ameado]], tendo à direita um castanheiro e à esquerda um pinheiro, ambos com as raízes a descoberto.[5]
A região de Plasencia foi habitada desde a Pré-história, facto comprovado por descobertas arqueológicas, nomeadamente na Gruta de Boquique.[6] Nas imediações da cidade há vestígios de um castro e durante o império romano existiu na zona um acampamento militar das legiões romanas, ligado à estrada romana denominada Via da Prata, rota que se pensa existir desde os tempos de Tartessos (séculos X a VI a.C.).[7]
A área foi conquistada em 1186 por Afonso VIII de Castela, que fundou a cidade atual no mesmo ano e a dotou da muralha que ainda hoje é um dos ex-libris da cidade, sendo considerada um dos conjuntos defensivos medievais mais bem preservados da Europa.[8][9]
A cidade prosperou durante toda a Idade Média e atingiu o seu apogeu nos séculos XV e XVI,[9][10] período em que foi palco de alguns episódios importantes da história peninsular, nomeadamente durante a Guerra de Sucessão de Castela (1475-1479), período em que assistiu ao casamento do rei Afonso V de Portugal com a sua sobrinha Joana de Trastâmara, a Beltraneja, pretendente ao trono de Castela, que viria a perder para a sua meia-irmã Isabel, a Católica.[11][12]
A partir do século XVII a cidade entrou em declínio, uma situação que só seria invertida na década de 1960, tendo sofrido muito com as várias guerras peninsulares - da Restauração portuguesa (1640-1668), Sucessão Espanhola (1702- 1714) e Peninsular (invasões francesas, conhecida em Espanha como Guerra da Independência, 1808-1814).[13]
Plasencia encontra-se a 83 km a norte de Cáceres, 150 km a norte de Mérida, 126 km a sul de Salamanca, 245 km a oeste de Madrid, 150 km a sudoeste de Ávila, 90 km a leste da fronteira de Portugal (Monfortinho), 160 km a leste de Castelo Branco e 380 km a nordeste de Lisboa.[a] A altitude média da cidade é 350 m acima do nível do mar. Situa-se no topo norte da Estremadura, no último troço do Vale do Jerte, nos contrafortes ocidentais do maciço montanhoso do Sistema Central, cujos cumes constituem a fronteira natural entre a província de Cáceres com as de Salamanca e Ávila. O vale é estreito, com orientação NE-SO e é flanqueado a oeste pela Serra de Traslasierra e a leste pela Serra de San Bernabé, que faz parte da Serra de Tormantos. Estas situação e relevo envolvente teem muita influência no clima do município.[14]
O perímetro urbano é delimitado a oeste pela serra del Gordo e serra de Berenguer, ambas pertencentes ao maciço da Serra de Traslasierra, e a leste pela Serra de Santa Bárbara, uma continuação da Serra de San Bernabé. O ponto mais alto do município é o pico del Gordo, com 997 m de altitude acima do nível do mar. A área urbana do município encontra-se representado na folha (em castelhano: hoja) 0598 do MTN (Mapa Topográfico Nacional de Espanha).[14][15]
Municípios limítrofes de Plasencia | ||
Oliva de Plasencia, Valdeobispo | Cabezabellosa | Casas del Castañar |
Aldehuela de Jerte | Gargüera | |
Galisteo | Malpartida de Plasencia, Riolobos | Malpartida de Plasencia |
O município tem 218 km², o que faz dele um dos mais extensos da Estremmadura. Dele fazem parte as povoações de San Gil e Pradochano, classificadas no passado como bairros da cidade e que atualmente são entidades locais menores.[14]
A população tem vindo a aumentar progressivamente de forma moderada nas últimas décadas.[16] No contexto da Estremmadura, a cidade é um dos principais focos de atracção do fluxo migratório, tanto de população de origem espanhola como de origem estrangeira.[14]
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No censo de 2009 foram contabilizados 1 977 habitantes de nacionalidade estrangeira, o que representa 4,58% da população. As comunidades mais numerosas eram a romena (143), boliviana (123) e marroquina (173).[14]
O município enquadra-se no Maciço Hespérico, na parte meridional da Unidade Geológica Centro-ibérica. Do ponto de vista estratigráfico, predominam os sedimentos precâmbricos, constituidos por grauvaques e os ardósias, além de granito da zona Béjar-Plasencia.[18]
Também se encontram sedimentos do Terciário e Quaternário, ligados principalmente ao sistema fluvial. Os depósitos terciários encontram-se na bacia[b] de Cória e na bacia associada à falha de Plasencia.[18]
Os sedimentos quaternários são mais notórios nas diversas plataformas aluviais[c] relacionadas com o rio Jerte. Os materiais mais comuns são seixos rolados de quartzo, xistos e granitos em matriz areno-argilosa. As rochas graníticas da área de Béjar-Plasencia ocupam a parte setentrional do município.[18]
Não existem indícios de explorações minerais na zona. No passado recente existiram pedreiras para extração de diferentes materiais, bem como de cerâmica industrial nos depósitos terciários, mas todas essas explorações estão abandonadas.[18]
Praticamente toda a área do município se encontra nas bacias hidrográficas[b] dos rios Jerte e Alagón (o primeiro é afluente do segundo, que por sua vez é afluente do Tejo).
A desembocadura do rio Jerte no Alagón ocorre a jusante de Plasencia, no município de Galisteo. Quatro quilómetros a montante da cidade encontra-se a barragem de Plasencia, construída em 1985, com capacidade de 59 hm³, a qual regula o caudal que passa na cidade, evitando as enchentes de outrora. A barragem tem como finalidade o abastecimento de água potável à população. Não existem no município aquíferos importantes.[18]
O clima da região é do tipo continental mediterrânico, sendo muito influenciado pelo microclima do Vale do Jerte e pela proximidade da Serra de Gredos. O clima é continental devido às diferenças térmicas entre os verões quentes e os invernos suaves e pela variação de temperaturas ao longo do dia e é mediterrânico pela coincidência do períodos mais secos com com os meses mais quentes de julho e agosto (seca estival). A continentalidade é parcialmente matizada pela proximidade atlântica, que faz sentir a sua influência suavizante nos contrastes térmicos e na abundância da precipitação, ocasionada pelos ventos húmidos e temperados que fluem ao longo do vale do Tejo.[18] A precipitação é notoriamente mais elevada nos meses de outubro a março, com uma pronunciada aridez estival. Os invernos são curtos e suaves, com temperaturas médias mensais superiores a 6,4 °C em janeiro e 7,3 °C em dezembro, e os verões secos e quentes, com temperaturas médias máximas próximas dos 34 °C.[18]
Dados climatológicos para Plasencia | |||||||||||||
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Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Ano |
Temperatura máxima média (°C) | 10 | 12 | 16 | 19 | 23 | 30 | 34 | 34 | 29 | 20 | 14 | 10 | 21 |
Temperatura mínima média (°C) | 3 | 4 | 6 | 8 | 10 | 15 | 18 | 18 | 16 | 11 | 8 | 4 | 10 |
Precipitação (mm) | 135 | 126 | 119 | 68 | 62 | 40 | 8 | 11 | 60 | 100 | 112 | 109 | 950 |
Fonte: Agencia Estatal de Meteorologia (AEMET)[19] 18 de janeiro de 2010 |
O tipo de vegetação presente na região tem sido modificado pela intervenção humana. A flora de tipo mais florestal foi substituída por culturas e pastagens. A cobertura vegetal atual é formada sobretudo por montados de azinheira e sobreiro, por prados, vegetação ribeirinha,[d] regadios e flora urbana de parques e jardins.
O olival encontra-se principalmente na encosta da Serra de Santa Bárbara, disposto em socalcos, mas atualmente área já se está urbanizada. Os azinhais encontram-se em pastagens[e] sazonais densas. Os sobreirais encontram-se na parte norte do município, ocupam aproximadamente 1 200 ha e também formam pastagens,[e] à semelhança dos azinhais.[carece de fontes]
Na dehesa[e] de Valcorchero há zonas mistas de azinhal e sobreiral. As pastagens são usadas para exploração pecuária e correspondem em muitos casos a terrenos de cultivo abandonados. Os matagais da zona são principalmente giestais[f] com pastagens que são igualmente usadas para exploração pecuária sazonal.[carece de fontes]
A vegetação ribeirinha é constituida principalmente por pequenas plantações de choupos. Os terrenos de regadio concentram-se fundamentalmente nas margens do rio Jerte a jusante da cidade, existindo também algumas hortas familiares nas proximidades do núcleo urbano.[18]
Na zona podem-se observar grandes aves de rapina voando em busca de alimento, que vivem no Parque Nacional de Monfragüe e nos contrafortes da Serra de Gredos, a cerca de 20 km de distância.[carece de fontes]
Nas dehesas[e] do município os pastos são aproveitados para o pastoreio, sobretudo de cabras, ovelhas e vacas. Nos meses de verão praticam a transumância em regiões mais fresca de Castela e Leão.[carece de fontes]
Entre os anfíbios e répteis presentes na zona, destacam-se os diversos tipos de sapos , a cobra-rateira, o sardão, vários tipos de lagartixas e a osga-moura.[carece de fontes]
O grupo com maior diversidade é o das aves. As espécies mais comuns são tentilhão, chapim-azul, chamariz, pega-azul, tordoveia, cotovia-pequena, cuco, Certhiidae,[g] picanço-barreteiro, estorninho-preto, chapim-real, pintassilgo-comum, pintarroxo-comum, pardal-doméstico e, no inverno, o pombo-torcaz. Também se encontram a perdiz, codorniz, aves de rapina noturnas, como a coruja, mocho e diurnas, como a águia-calçada, águia-de-bonelli, águia-de-asa-redonda, falcão-peregrino e peneireiro-vulgar.[carece de fontes]
Entre os mamíferos destacam-se diversas espécies de ratos do género Microtus e Apodemus,[h] o ouriço e o coelho.[carece de fontes]
No rio Jerte e nas suas ribeiras, encontram-se as seguintes espécies: barbo, boga, cacho,[i] pardelha,[j] calandino,[k] tenca e verdemã.[18]
Em 2005 a área de Valcorchero e serra del Gordo foi declarada como Paisagem Natural Protegida pela Junta da Estremadura.[20]
O área classificada tem 1 184 ha. A espécie arbórea largamente dominante é o sobreiro, que originou o nome (Valle del Corcho, vale da cortiça), mas estão também representados o freixo, carvalho, nomeadamente carvalho-negral, pereira silvestre[l] e azinheira. Nos terrenos classificados encontram-se laguns monumentos relevantes, como sejam o santuário da Virgem del Puerto, a Gruta de Boquique e um troço do aqueduto de Plasencia.[21][nt 2]
A administração política do município é feita pelo Ayuntamiento, um órgão de gestão democrática cujos elementos são eleitos de quatro em quatro anos por sufrágio universal. Teem direito a voto todos os residentes do município maiores de 18 anos de nacionalidade espanhola ou de um país membro da União Europeia. Segundo o disposto na "Lei do Regime Eleitoral Geral", que estabelece o número de vereadores elegíveis em função da população do município, a Corporação Municipal de Plasencia é formada por 21 vereadores.[22]
Plasencia tem acordos de geminação com as seguintes cidades:
Espanha, Cuenca[23][24] | Chile, Santiago[25] | |
Espanha, Escalona, desde 1248[26] | Itália, Placência[24] | |
Espanha, San Miguel de Abona[24] | Portugal, Castelo Branco[24] | |
Espanha, Talavera de la Reina, desde 27 de novembro de 1248[27] |
Plasencia faz parte das seguintes redes de cidades:
A economia da cidade baseia-se principalmente no comércio e outros serviços, que representam 63% da atividade económica. A atividade de construção e outras indústrias também são importantes, contando a cidade com três parques industriais, estando um quarto em construção. Sendo a cidade o principal polo sócio-económico da região norte da Estremadura, grande parte da sua economia está orientada para a prestação de serviços a toda essa região.[33]
A Caja de Extremadura, a maior instituição financeira da Estremadura, tem uma das suas duas sedes em Plasencia, devido à desaparecida Caja de Ahorros de Plasencia ter sido uma das duas entidades bancárias que se fundiram para formar a Caja de Extremadura.[34]
O desemprego entre 1998 e 2008 esteve sempre em redor dos 6%, mas em 2009 estava a aumentar significativamente, em consequência da crise económica iniciada em 2008, que na cidade afeta principalmente o setor da construção, o qual foi importante no desenvolvimento económico das últimas décadas.[33][35]
Sendo o centro económico duma região onde as atividades predominantes são a agricultura e pecuária, nas áreas industriais existe uma grande variedade de empresas agropecuárias, desde viveiros até à comercialização de todo o tipo de maquinaria agrícola e pecuária.[33]
Em Plasencia encontra-se a sede do Centro de Investigação e Desenvolvimento em Agricultura Ecológica, cujas atividade principais incidem sobre a sanidade vegetal e a proteção das culturas produzidas de forma ecológica.[36]
Distribuição das empresas industriais de Plasencia por setores[33] | ||||||||||||
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O setor secundário ou industrial é aquele que gera mais emprego estável na cidade, contando esta com três parques industriais e um quarto em construção. Há uma grande variedade de empresas dedicadas a diferentes atividades, todas de pequena ou média dimensão.[33]
Em zonas muito próximas produzem-se produtos com denominação de origem controlada ou protegida - ternera (novilho) da Estremadura,[37] pimentão de La Vera,[38] presunto dehesa[e] da Estremadura e cereja do Jerte - alguns dos quais são transformados ou embalados nas zonas industriais de Plasencia.[39]
O importante património histórico-artístico e monumental de Plasencia e a sua localização numa paisagem natural de grande beleza é muito valorizado pelos visitantes da cidade, embora os números de visitantes estejam longe de outras cidades estremenhas como Mérida, Trujillo ou Cáceres. O turismo é mais intenso na primavera e outono, com um pico na Semana Santa, uma época do ano festiva muito comemorada em Espanha, durante a qual muitos espanhóis fazem férias e que é comum coincidir com as festas das cerejeiras em flor, declarada festa de interesse turístico regional pela Junta da Estremadura. Outro pico de visitantes ocorre na primeira semana de Agosto, por ocasião da feira do Martes Mayor.[40]
A infraestrutura hoteleira inclui hotéis de todas as categorias, desde pousadas da juventude e pensões até hotéis de quatro estrelas, destacando-se entre estes o Parador Nacional, no convento do século XV de São Domingos, e o Hotel Alfonso VIII, ambos no centro histórico da cidade. A poucos km de Plasencia encontram-se diversas estâncias termais, nomeadamente no Vale do Jerte, em Baños de Montemayor e, um pouco mais longe, em Monfortinho, Portugal.[41]
A partir o século XV foram vários os centros de ensino que se criaram na cidade, tendo sido esta a primeira cidade da Estremadura com estudos de nível universitário, vinculados à Universidade de Salamanca. Como prova disso, chegaram aos nosso dias alguns edifícios que albergaram os referidos estudos.[42]
Em 2007 existiam em Plasencia 18 centros de ensino educação infantil e primário, cinco escolas secundárias em funcionamento mais uma em construção, um centro de ensino especial, um centro de professores e recursos, um conservatório (Escuela Hogar Placentina) e uma escola municipal de música. A cidade conta ainda com uma delegação da Universidade Popular, uma "Escola Oficial de Idiomas" e com os seguintes estabelecimentos:[49]
Existem na cidade vestígios de alguns hospitais cujos edifícios têm hoje outros usos, mas que noutros tempos foram importantes no desenvolvimento da atividade sanitária:[52]
Os recursos sanitários disponíveis em Plasencia são:[54]
Dada a situação geográfica da cidade, a meio caminho entre as duas capitais ibéricas, Madrid e Lisboa, e praticamente a meio da mais importante via de comunicação do oeste espanhol, a Via da Prata, Plasencia é um importante nó de comunicações e são várias as autoestradas e estradas que unem a cidade ao resto da Espanha e da Europa, algumas com origem na cidade. As que registam mais tráfego são a Autovía Ruta de la Plata (A-66) e a estrada entre Plasencia e Malpartida de Plasencia. A antiga estrada N-630 já foi na prática substituída na sua totalidade pela nova Autovía Ruta de la Plata, cujo traçado é paralelo à estrada antiga.[56]
Principais estradas | ||
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Identificador | Denominação | Itinerário |
A-66 | Autovía (autoestrada) da Ruta de la Plata, de Sevilha a Gijón | Norte e sul da província de Cáceres (Vale do Ambroz) e da Península Ibérica |
EX-A1 | Autoestrada regional do Norte da Estremadura | Leste da Península (Navalmoral de la Mata, Madrid, etc.), com o oeste da província e Portugal |
N-630 | Estrada nacional N-630 de Sevilha a Gijón | Norte e sul da Península, paralela à Autovía A-66, pelo que é pouco usada |
N-110 | Estrada nacional N-110, de Plasencia a Sória | Vale do Jerte e Ávila. |
EX-203 | Estrada regional (autonómica) | Comarca de La Vera, até ao limite da província de Ávila |
EX-208 | Estrada regional da Estremadura | Parque Nacional de Monfragüe e Trujillo |
EX-108 | Estrada regional da Estremadura | Oeste da província até Monfortinho (Portugal), por Cória |
EX-370 | Estrada regional da Estremadura | Oeste da província até Pozuelo de Zarzón |
EX-304 | Estrada regional da Estremadura | Circunvalação sul de Plasencia |
CC-36 | Estrada da Diputação provincial de Cáceres | Malpartida de Plasencia |
O quadro seguinte mostra as distâncias entre Plasencia e as localidades mais importantes da comarca, província de Cáceres e algumas das capitais de província de Espanha.[57]
Cidades | Distância (km) |
Localidades | Distância (km) |
Capitais | Distância (km) |
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Navalmoral de la Mata | 58 km | Navaconcejo | 30 km | Cáceres | 86 km |
Jarandilla de la Vera | 50 km | Tornavacas | 45 km | Salamanca | 130 km |
Hervás | 42 km | Piornal | 35 km | Sevilha | 338 km |
Trujillo | 118 km | Baños de Montemayor | 48 km | Madrid | 249 km |
Cória | 48 km | Casar de Palomero | 63 km | Barcelona | 868 km |
Valência de Alcântara | 167 km | Montehermoso | 27 km | Badajoz | 208 km |
Mérida | 151 km | Malpartida de Plasencia | 10 km | Lisboa | 392 km |
O núcleo urbano permaneceu durante mais de oito séculos encerrado no recinto muralhado onde o contacto com o exterior se realizava através das diversas portas e postigos que a muralha tinha. No início do século XIX, o crescimento urbanístico da cidade fez-se para noroeste, seguindo o vale do rio Jerte. A principal consequência deste esquema de desenvolvimento urbanístico está patente nos graves problemas actuais de mobilidade urbana, derivados duma morfologia estreita e excessivamente alongada, a modos de cidade linear imperfeita. Esta concepção urbanística foi adoptada seguindo os critérios higienistas que imperavam na altura e pretendia distanciar as novas áreas urbanas da insalubridade do rio, construindo nos terrenos "saudáveis", soalheiros e bem arejados existentes a norte do recinto muralhado.[58]
A chegada do caminho de ferro e o desenvolvimento económico do final do século XIX provocou o aparecimento de novos espaços de uso quase exclusivamente industrial e muito pouco uso residencial a sul da margem do rio oposta à cidade. Ao longo do século XX o modelo do séculoanterior foi sendo ampliado e reforçado, construindo-se mais zonas residenciais a norte e novas zonas industriais a sul, continuando a cidade a crescer dissociando os usos residencial e laboral.[58]
A cidade tem uma rede viária urbana muito deficitária e pouco hierarquizada, faltando a fluidez de uma cidade moderna, já que a maior parte da população vive a norte da cidade e as principais vias de comunicação se encontra a sul. No final do século XX surgem as primeiras propostas de medidas corretoras. O Plano Geral de Ordenação Urbana (PGOU)[m] incidiu especialmente neste aspecto, mas sem grande sucesso assinalável, já que também continuou a fomentar a urbanização de terrenos em Valcorchero, a norte.[58]
No século XXI, o novo PGOU estabelece o incremento da densidade de edificação nas zonas não desenvolvidas do atual planeamento, edificando em zonas verdes, e que Plasencia vai continuar a alargar a sua paisagem urbana a sul, onde o novo plano prevê a criação de mais zonas industriais e logísticas. As urbanizações entre as montanhas e o Vale do Jerte foram e ainda são um enclave de difícil acessibilidade. A localização preferente dos principais equipamentos públicos na zonas norte da trama urbana aumenta os problemas de acessibilidade e mobilidade.[58]
Em consequência de tudo isso, as modernas infraestruturas de transporte são bastante distantes da cidade. As entradas da autoestrada A-66 ficam a sudoeste e a sul. A futura estação do AVE (Alta Velocidad Española, comboios de alta velocidade) vai também ficar distante da cidade, já que é tecnicamente impossível aproximar-se dela devido às barreiras topográficas.[58]
Centro histórico de Plasencia. As áreas mais escuras correspondem à muralha e aos principais monumentos históricos. |
O extenso património arquitetónico da cidade encontra-se principalmente na parte antiga, em volta da Plaza Mayor.[12][66][67][68]
O estatuto de sede episcopal foi concedido a Plasencia pelo papa Clemente III em 1189 e determinou em grande medida a história e paisagem da cidade. A catedral avista-se antes de entrar na cidade e preside ao centro histórico. O processo construtivo desenvolvido ao longo dos séculos permitiu combinar num só edifício duas catedrais perfeitamente diferenciadas que a convertem na igreja mais ricamente ornamentada da Estremadura.[69]
As ordens militares de Santiago e de Alcântara, com grande importância política na região, promoveram a construção de numerosas igrejas na cidade, na sua maioria em estilo românico e o gótico, edificadas a partir do século XIII, algumas delas sobre construções muçulmanas. Entre as inúmeras igrejas importantes de Plasencia, cabe destacar as seguintes:
No passado existiram numerosos conventos em Plasencia. Na atualidade (2009), muitos deles estão desativados. Pelo seu valor patrimonial, podem-se destacar os seguintes:
Durante a Baixa Idade Média (séculos XI a XV) e Renascimento (séculos XV a XVII), viveram em Plasencia as famílias nobres mais importantes da Estremadura, que deixaram como legado do passado numerosos palácios e casas senhoriais, entre as quais se destacam o Palácio do marquês de Mirabel, o Palácio dos Monroy, a Casa del Deán e a Casa das Argolas.[86]
O Palácio do marquês de Mirabel foi construído no século XV, em estilo renascentista, com partes góticas na parte mais antiga. Está unido à igreja e convento de Santo Domingo e atualmente alberga um museu de cinegético com peças de diversas espécies autóctones e de outras zonas.[87]
O Palácio dos Monroy, que ficou conhecido popularmente como casa das duas torres, é a mansão senhorial mais antiga da cidade, construída nos finais do século XIII, início do século XIV. Ao longo do tempo sofreu várias intervenções, mas ainda conserva o pórtico gótico original. Na primeira metade do século XX foi restaurado em estilo neo-histórico e modernista. Está classificado como Património Histórico Espanhol;[88] Casa das Infantas Casa solarenga de finais do século XVI, foi remodelado várias vezes, apresentando acrescentos de neorrenascentistas.[89]
A Casa del Deán (Casa do Deão, também chamada de Casa do Marquês de Santa Cruz ou dos Paniagua Loaisas) é uma casa-palácio do século XVII construída em silhar, em que se destaca o pórtico com lintéis e colunas toscanas e uma grande varanda de esquina em estilo neoclássico e ordem coríntia. Atualmente o edifício serve de sede dos tribunais da cidade;[90]
A Casa das Argolas ou de Joana, a Beltraneja é um esbelto torreão que na parte superior das esquinas tem dois grandes escudos nobiliárquicos sustentados por dois leões de grande valor escultórico.[91]
Para além dos já mencionados, Plasencia conta com outras construções e lugares de valor histórico ou arquitetónico relevante. A arquitetura contemporânea da localidade é de menor expressão, à exceção é a Casa Sacerdotal Diocesana, uma Obra vanguardista premiada dos arquitetos Andrés Jaque, Miguel de Guzmán e Enrique Krahe.[92] Entre outros edifícios históricos e lugares de interesse da população local e visitantes podem referir-se o Aqueduto, a Plaza Mayor, a Casa Consistorial, judiaria e a Gruta de Boquique.
O Aqueduto é popularmente conhecido como arcos de San Antón (Santo Antão) e foi construído no século XVI para levar à cidadela e alcáçova água captada nas serras de Cabezabellosa e El Torno.[93]
A Plaza Mayor é uma praça medieval com arcadas a toda a sua volta, localizada no centro da zona antiga e histórica da cidade. A presidir à praça encontra-se o edifício do Casa Consistorial. Desde a Idade Média que todas as terças-feiras se ali se realiza um mercado, no qual se vendem todos os produtos típicos dos arredores, como sejam artesanato, gado e produtos agrícolas. Da praça saem para as portas principais da muralha sete ruas radiais.[68][94]
A Casa Consistorial, sede do Ayuntamiento (paços do concelho) localiza-se na Plaza Mayor e foi construída no século XVI em estilo de transição do Gótico para o Renascimento. Apresenta na fachada uma arcada renascentista dupla. O edifício atual é uma reconstrução neo-historicista de 1966, baseada no edifício renascentista projetado em 1523. Na torre principal encontra-se um, boneco articulado autómato, conhecido por todos os placentinos como o Avô Mayorga, que atua quando o relógio da torre toca, a cada meia-hora.[68]
A judiaria é um símbolo judeu da cidade, referida no foral de 1189. Nos século XIII e XIV os judeus residiam na zona de La Mota e em algumas das ruas que saem da Plaza Mayor - Don Marcos (hoje Santa Isabel), Zapatería e Trujillo - que constituíam a judiaria de Plasencia. Nessa zona os judeus edificaram uma grande sinagoga que seria demolida posteriormente para construir o palácio dos marqueses de Mirabel. Quando se deu a expulsão dos judeus, a sinagoga ainda existente foi transformada na igreja de Santa Isabel. Na zona extramuros de El Berrocal situava-se a necrópole judia, onde ainda se conservam restos de túmulos antropomórficos escavados na rocha.[95]
A Gruta de Boquique, situada na Serra de Traslasierra, na dehesa[e] de Valcorchero, no sítio conhecido como Era de la Guijosa, mais que uma gruta, trata-se de um abrigo rochoso de granito. Foi lugar de refúgio de opositores às tropas de ocupação francesas durante a Guerra Peninsular (1807-1814) e de ladrões e bandoleiros noutras épocas. Nas imediações foram encontrados numerosos vestígios pré-históricos que foram sistematicamente escavados. A gruta deu nome a um tipo de cerâmica ("de Boquique") pré-histórica.[6]
Há ainda praças e ruas históricas, como a Praça de Sant'Ana, Praça de San Nicolás, Praça da Cruz Dourada e Rua do Bom Sucesso.[91]
Além dos museus acima mencionado, cabe destacar os três espaços para exposições de arte mais importantes da cidade: o do antigo convento de São Fancisco, que foi posteriormente o "Teatro Sequeira",[101] a galeria da Caja Duero, na Porta de Talavera.[102] e a igreja de São João. Esta última foi a matriz da paróquia do bairro de Toledillo e foi adaptada para albergar não só uma galeria, mas também um auditório e a sede de algumas associações da cidade.[103]
No ano de 1917, o pintor valenciano Joaquín Sorolla imortalizou a cidade num dos seus quadros — Extremadura. El mercado, — que mostra a cidade vista desde as margens dos rio Jerte, com o paço episcopal, a catedral, a ponte de Trujillo e mulheres ataviadas com o traje de Montehermoso (uma localidade próxima de Plasencia). O quadro faz parte de uma série de 14 grandes telas intitulada "Visões de Espanha", encomendada a Sorolla pelo magnata americano Archer Milton Huntington, destinada a decorar uma das salas mais importantes do museu da Hispanic Society of America, em Nova Iorque.[104][105]
Cabe destacar dois certames de pintura que ocorrem em Plasencia:
Desde 2006 que se realiza em Plasencia o Concurso Internacional de Escultura de Caja de Extremadura, que foi criado para comemorar o centenário da fundação da Caja de Ahorros de Plasencia. As obras premiadas são instaladas em diferentes pontos da cidade, dado que um dos objetivos do concurso é converter Plasencia num museu de escultura ao ar livre. Até 2009 tinham sido premiadas duas obras: El Entrenamiento, do malaguenho Manuel Mediavilla[107] e El Espacio Recorrido da madrilena Mar Soler.[108]
A Associação Cultural Pedro de Trejo promove anualmente este prémio com o objetivo de incentivar a investigação e conhecer melhor a evolução histórica de Plasencia e seus arredores.[119]
A Semana Santa é um grande acontecimento em Plasencia, com grandes procissões muito participadas e coloridas, organizadas pelas várias confrarias da cidade. A Semana Santa de Plasencia está classificada como "Festa de Interesse Turístico Regional" pela Junta da Estremadura e aspira converter-se em "Festa de Interesse Turístico Nacional".[126]
Estão registadas no Ayuntamiento numerosas associações culturais de todos os tipos. No sítio web do Ayuntamiento está uma lista completa de todas elas.[127]
A biblioteca municipal foi inaugurada em 1981 e situa-se da rua de Trujillo. Tem aproximadamente 50 000 volumes, incluindo novos suportes, como DVD, CD, etc, além de cerca de 250 publicações periódicas. Tem uma secção infantil e juvenil independente e uma secção de audiovisuais, ambas criadas em 2002, e uma sala de Internet. Oferece serviços de empréstimos, informação bibliográfica, livros pedidos, etc.
Além da biblioteca municipal, existem ainda duas bibliotecas de bairro, uma no bairro de La Data e outra no bairro de São Miguel.[132]
A gastronomia placentina está muito relacionada com os produtos que se encontram na região. No mercado de Martes (terça-feira) podem encontrar-se todas as frutas e hortaliças dos regadios vizinhos, o pimentão de La Vera, mel, pólen de Las Hurdes, enchidos, queijos, espargos, confeitaria tradicional, etc.
Na comida caseira existem as sopas canas (à base de pão e leite), as batatas em escabeche, o revuelto de criadillas (ovos mexidos com testículos), o solomillo (lombo) de javali e os lagartos em molho verde com alho e salsa. Também são muito consumidos os produtos derivados do porco, como o presunto, morcelas e outros enchidos, tec. Das frutas frescas destacam-se os melões, morangos e cereja. Na confeitaria são de referir as perrunillas (biscoitos), buñuelos de viento (bolas de massa fritas), rosquillas de alfajores (rodelas delgadas de massa juntas com doce), pestiños (massa frita), hornazos (espécie de bôla ou empadão) e mantecados (amassado com banha).[133]
Nos numerosos restaurantes podem degustar-se os pratos típicos estremenhos: salada de zorongollo, migas[p], espargos, morcelas patateras (com batata) e calabaceras (com abóbora), calderetas (caldeirada ou ensopado) de cabrito ou borrego, além de trutas e tencas produzidas na zona. Um produto típico de pastelaria são os bombons de figo ou bolota com aguardente de cereja. Nas temporadas adequadas existem coxas de rã e caracóis. Um hábito muito arreigado na cidade é o de tapeo (petisco), tanto ao meio-dia como ao fim da tarde e início da noite, alturas do dia preferidas para saborear as tapas (petiscos) da gastronomia local.
Ao longo do ano celebram-se várias festas, jornadas e feiras nas quais a gastronomia é um aspeto importante, como a Feira da Tapa, Martes Mayor e outras realizadas individualmente por restaurantes da cidade.[124]
A cidade e a região teem uma vasta e antiga tradição tauromáquica. A primeira referência escrita sobre touradas em Plasencia encontra-se nas Cantigas de Santa Maria, de Afonso X de Castela, o Sábio, do século XIII, no chamado "Touro de Plasencia", na qual se narra o que aconteceu numa corrida de touros celebrada na Plaza Mayor.[134]
A praça de touros, inaugurada em 1882, foi construída nos terrenos do Cotillo de San Antón por uma sociedade de placentinos criada para o efeito, que emitiu ações de 25 pesetas para o financiamento. O projeto ficou a cargo do arquiteto municipal Vicente Paredes Guillén. Na inauguração, touros da ganadaria de Trespalacios foram lidados pelos ilustres toureiros Cara-Ancha e Frascuelo.[carece de fontes]
Em 1894 a praça sofreu um incêndio que destruiu as barreiras e assentos, construídos em madeira. Por não ter meios para a reconstruir, a sociedade cedeu a praça ao ayuntamiento, que a reconstruiu com a traça atual. A reinauguração ocorreu em 1896, ano em que se organizaram duas touradas. Durante a reconstrução a madeira foi substituída por granito nas partes ardidas. A praça, considerada de segunda categoria, é uma construção de dois pisos, com capacidade para 6 800 espectadores. O redondel tem 45 metros de diâmetro. Está classificada como "Bem de Interesse Cultural" pela Junta da Estremadura.[135]
As touradas mais importantes teem lugar durante a Feira de Junho, durante a qual decorrem três ou quatro corridas com a participação de toureiros dos mais elevados escalões. Além destas, há também uma tourada no Martes Mayor, na primeira terça-feira de agosto, e várias novilhadas de promoção. Embora propriedade do ayuntamiento, a praça é gerida por uma empresa privada.[136]
Plasencia conta com diversas desportivas, na sua maior parte construídas e geridas pelo ayuntamiento. A Cidade Desportiva Municipal (Ciudad Deportiva Municipal) é um complexo polidesportivo com 108 000 m² que inclui um estádio[137] e dois campos de futebol, piscinas ao ar livre, dois pavilhões, um ginásio com sala de musculação, dois muros de escalada (um coberto e outro ao ar livre), uma pista de atletismo, quatro campos de ténis, onze campos de pádel, um ringue de patinagem, um campo de basquetebol, uma pista de ciclismo de cross e três campos de pelota basca. Outras estruturas desportivas municipais incluem uma piscina coberta e aquecida,[138] e pelo menos vinte espaços espalhados pela cidade, como campos de futebol, pavilhões, petanca, pádel e calva (um jogo tradicional espanhol semelhante à petanca).[139] O Club Deportivo y Social Ciudad de Plasencia tem também instalações desportivas próprias.[140] Segundo o ayuntamiento, mais de 10 000 placentinos praticam desporto assiduamente.[141]
Os principais clubes de futebol da cidade são a União Polidesportiva Plasencia (UP Plasencia) e o Agrupamento Desportivo Cidade de Plasencia (AD Ciudad de Plasencia).[carece de fontes]
A UP Plasencia foi fundada em 1945 que já jogou cinco vezes na 2ª divisão espanhola nos últimos 25 anos, mas desde 1999 que não vai além da 3ª divisão, onde foi campeão em 1985 e em 1992. Na temporada de 2009-10 jogou no "Grupo I de la Regional Preferente de Extremadura", tendo voltado à 3ª divisão espanhola, grupo XIV (Estremadura), em 2010-11. Tem uma escola de futebol para jovens de ambos os sexos com idades compreendidas entre os 7 e os 18 anos.[142][143][144]
O AD Ciudad de Plasencia foi fundado em 1998. Em 2009 a equipa masculina estava na 3ª divisão espanhola, no grupo da Estremadura. A equipa feminina está na 1ª divisão espanhola em 2010-11. Tem uma escola para jovens com idades compreendidas entre os 7 e os 18 anos.[145][146]
O Clube de Basquetebol Plasencia Ambroz foi fundado em 1978. Em 2010 a equipa masculina profissional disputa a Liga Española de Baloncesto (Adecco LEB Plata) e foi várias vezes campeã regional da Estremadura. Tem equipas masculinas e femininas de todos os escalões etários, exceto seniores femininos.[147][148]
Além destes clubes, a cidade tem outras associações desportivas, como o clube de basquete Nardeiros Plasencia, dois clubes de natação, o Clube de Natação de Plasencia e a Associação Desportiva Plasencia 96,[149] e o Clube Desportivo Parque de Monfragüe, entre muitas outras.[150]
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