Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias
imperatriz consorte do Brasil (1843–1889) / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias (Nápoles, 14 de março de 1822 – Porto, 28 de dezembro de 1889), cognominada de "Mãe dos Brasileiros",[1] foi a esposa do Imperador Pedro II e Imperatriz Consorte do Brasil de 1842 até a Proclamação da República do Brasil, em 1889. Nascida como Princesa do Reino das Duas Sicílias, ela era filha do rei Francisco I das Duas Sicílias, pertencente ao ramo italiano da Casa de Bourbon-Duas Sicílias da Casa de Bourbon, e de sua esposa, a infanta Maria Isabel da Espanha, sua mãe era uma das irmãs mais novas de D. Carlota Joaquina de Bourbon, a avó paterna de seu marido o Imperador D. Pedro II. Dona Teresa Cristina, também era neta dos reis da Espanha por parte de sua mãe, Maria Isabel de Bourbon, pertencente ao ramo espanhol da Casa Real Europeia de Bourbon.
Teresa Cristina | |
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Retrato por Félix Nadar, 1880 | |
Imperatriz Consorte do Brasil | |
Reinado | 30 de maio de 1843 a 15 de novembro de 1889 |
Predecessora | Amélia de Leuchtenberg |
Sucessora | Monarquia abolida |
Nascimento | 14 de março de 1822 |
Palácio Real, Nápoles, Duas Sicílias | |
Morte | 28 de dezembro de 1889 (67 anos) |
Porto, Portugal | |
Sepultado em | 5 de dezembro de 1939, Panteão da Dinastia de Bragança (1889-1921) Catedral de S. Pedro de Alcântara, Petrópolis, Rio de Janeiro, Brasil (1939-atual) |
Nome completo | |
Teresa Cristina Maria Josefa Gaspar Baltasar Melchior Januária Rosalía Lúcia Francisca de Assis Isabel Francisca de Pádua Donata Bonosa Andréia de Avelino Rita Liutgarda Gertrude Venância Tadea Spiridione Roca Matilde de Bourbon-Duas Sicílias | |
Marido | Pedro II do Brasil |
Descendência | Afonso, Príncipe Imperial Isabel, Princesa Imperial Leopoldina do Brasil Pedro, Príncipe Imperial |
Casa | Bourbon-Duas Sicílias (nascimento) Bragança (casamento) |
Pai | Francisco I das Duas Sicílias |
Mãe | Maria Isabel da Espanha |
Religião | Catolicismo |
Assinatura | |
Brasão |
Casou por procuração com Pedro II do Brasil em 1842. Existe a narrativa de que Dom Pedro II, ficou insatisfeito com aparência simples de sua noiva, ao encontrá-la pela primeira vez, entretanto não condiz com o relato de quem esteve presente ao encontro. Eugênio Rodríguez, oficial da Marinha Napolitana que acompanhou a viagem d'além mar de Dona Teresa Cristina e fez um extenso relato da mesma, registrou que ao se encontrarem, ambos estavam bastante nervosos, e Pedro a abraçou, demonstrando sua ansiedade. Teresa Cristina patrocinou estudos arqueológicos na Itália e ajudou à Imigração italiana no Brasil.
No casamento de Teresa Cristina e Pedro, ao contrário do que se dissemina, havia amor; as cartas de Teresa para Pedro transbordam isso, e Pedro a correspondia, pois mesmo na velhice custavam a se separar. Muito se diz que era passiva, entretanto, dentro do convívio familiar Teresa é tida como "controladora, e quer que tudo vá do seu jeito" como narra sua filha Leopoldina. Há cartas em que Teresa pede desculpas a Pedro pelo seu gênio. Teresa foi criada e educada como uma nobre que era, e os princípios dessa educação era respeito às instituições, consciente de seu papel como Imperatriz, resguardou-se de emitir opiniões, compartilhando suas opiniões sobre política com o marido, o que o auxiliou a tomada de decisões. O que mais contrastava na personalidade de Teresa Cristina era sua amabilidade e simplicidade. Mesmo sendo Imperatriz do Brasil, com uma educação primorosa, conseguia fazer qualquer um ficar à vontade em sua presença. Devido à sua personalidade, era tratada com respeito e a sua posição, na corte e em casa, esteve sempre assegurada. Dos quatro filhos que Teresa Cristina e Pedro tiveram, dois meninos morreram preturamente ainda na infância e sua filha a princesa Leopoldina de Bragança morreu de febre tifóide, precocemente aos 24 anos.
A Família imperial brasileira foi exilada em 1889, depois da Proclamação da República do Brasil por oficiais militares. Ser exilada de sua terra adotiva teve um efeito devastador em sua saúde e em seu espírito. Adoeceu, e em lamentação, morreu de uma paragem cardiorrespiratória no dia 28 de dezembro de 1889, na cidade do Porto, em Portugal. Foi muito amada e respeitada pelos seus súditos, em vida e depois de sua morte, e era respeitada até pelos republicanos que derrubaram o império. Teresa Cristina é bem vista por historiadores por causa de sua personalidade, comportamento irrepreensível e patrocínio da Cultura do Brasil.