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Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025

30.ª edição da conferência, em Belém do Pará Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025
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A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, ou 30th Conference Of the Parties (abreviado COP30),[2][3] informalmente chamada de COP da Amazônia,[4] foi a 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas.[5][6] Ocorreu entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, na cidade brasileira de Belém (no estado do Pará), segundo o anúncio da ONU em 18 de maio de 2023.[7]

Factos rápidos 30.ª Cúpula do Clima das Nações Unidas em Belém do Pará, Sede ...

A candidatura da cidade brasileira já havia sido anunciada pelo presidente brasileiro Lula da Silva durante sua participação na COP27, realizada na cidade de Xarm el-Xeikh, no Egito,[7] e oficializada, finalmente, em janeiro de 2023.[8][9]

A conferência em Belém teve a presença de 31 chefes de governo, mas totalizando 129 líderes, incluindo os: vice-presidentes, vice-primeiros-ministros e, ministros.[10]

A conferência não teve bom desempenho e houve diversos erros antes de iniciar o evento. O preço de alimentos a valores caros,[11] hospedagens de hotéis a preços exorbitantes,[12] incêndio ocorrido pela primeira vez na história da conferência,[13] ameaças de facções criminosas,[14] a falta de infraestrutura e baixo número de representantes governamentais de outros países fizessem com que a mídia e a imprensa internacional considerassem como "A pior COP da história".[15][16][17] Apelidos provocativos como "COP da Vergonha", "COP do Fracasso", "Flop30" entre outros repercutiram e se concretizaram em toda a internet durante o evento.[18]

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Antecedentes

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Perspectiva

Contexto

De acordo com a prática rotativa entre os grupos regionais das Nações Unidas, a organização da conferência de 2025 é de responsabilidade do Grupo de Países da América Latina e Caribe;[19] Em 2022 durante a COP27 o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva apresenta a candidatura do Brasil para sediar o evento em 2025;[19] Em 2023, Lula anunciou que o Ministério das Relações Exteriores havia formalizado a candidatura do Brasil para sediar esta conferência, e;[20] Em maio de 2023, as Nações Unidas confirmaram Belém como sede da COP30.[21]

Candidatura

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O então presidente-eleito brasileiro, Luís Inácio Lula da Silva, acompanhado de Sônia Guajajara, Joênia Wapichana e Célia Xakriabá, durante a COP27, no Egito.

Em 2022, com a vitória de Luis Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais daquele ano no Brasil, em 30 de outubro, um dos primeiros objetivos do presidente eleito para a política externa brasileira era o reposicionamento na governança climática global.[22] Nesse sentido, pouco mais de duas semanas após as eleições, Lula liderou a comissão brasileira à 27ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, na cidade egípcia de Xarm el-Xeikh (província Sinai do Sul).[23]

Em seu antecipado discurso na conferência, afirmou o compromisso brasileiro com a Declaração de Glasgow, assinada no ano anterior, em que o país prometera zerar o desmatamento em solo brasileiro até 2030, bem como declarou a necessidade de estabelecer o crescimento econômico com respeito à biodiversidade, ao combate às mudanças climáticas, ao equilíbrio ambiental e à proteção da Amazônia.[24][25][26] Além de outras medidas, anunciou sua intenção em oferecer o Brasil como sede da COP-30, dali três anos, "em algum estado amazônico".[26] Em razão do sistema de rotação entre os diferentes grupos regionais da ONU para definir as presidências das conferências, a COP30 seria em um dos países da América Latina e do Caribe.[19][27]

Com o início do segundo governo Lula e o apontamento de Marina Silva para a posição de Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, fortaleceu-se a idéia em formalizar a cidade de Belém para a candidatura, a cidade de Manaus foi considerada a outra opção amazônica com capacidade de sediar o evento, na época como então governador do estado do Amazonas e no prefeito de Manaus opositores do presidente (Wilson Lima e David Almeida, respectivamente), enquanto Belém tinha no governador do estado do Pará e no prefeito de Belém aliados próximos (Helder Barbalho e Edmilson Rodrigues, respectivamente).[28]

Em 11 de janeiro de 2023, após reunião com Helder Barbalho em Brasília, Lula oficializou Belém como a sede da candidatura brasileira à COP30.[19][29] Em 31 de maio, em reunião do Grupo de Países da América Latina e Caribe (GRULAC), a candidatura de Belém foi aprovada pelas lideranças regionais, decisão que viria a ser referendada durante a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, em novembro daquele ano.[21][30]

Foi estabelecido na COP28 que até fevereiro de 2025, os países compromissados com as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) estabelecido no Acordo de Paris (compromissos sobre gases estufa) deveriam publicar suas contribuições, mas até abril do mesmo ano apenas 19 países as submeteram,[31][32] dos 195 signatários e, que os países restantes são responsáveis por 83% das emissões globais.[33] E em setembro cerca de 100 países submeteram ou divulgaram novas NDCs para o clima.[34] Após analisar 64 novos compromissos submetidas de janeiro a setembro de 2025, e algumas metas climáticas de países, as Nações Unidas sugeriram que as emissões globais poderiam cair 10% até o ano de 2035, em comparação com o nível de 2019.[34] No entanto, isso baseia-se na premissa de que os Estados Unidos continuariam com a política climática acordada na era Biden, que ainda é muito inferior à redução de 60% necessária para limitar o aumento da temperatura em 1,5º C.[35] Em novembro após receber NDCs de 113 partes, a ONU elevou sua estimativa de redução de emissões até o ano de 2035 para 12%.[36]

Em março de 2025, a Organização Meteorológica Mundial publicou o relatório State of the Global Climate 2024, que afirma, a temperatura média global era de 1,55 ± 0,13°C acima da média pré-industrial (1850-1900), tornando-o o ano mais quente já registrado.[37] O relatório destacou a enorme perturbação econômico-social causada por eventos climáticos extremos e, os impactos a longo prazo do aquecimento recorde dos oceanos e da elevação do nível do mar.[38] Em de setembro de 2025, o Instituto Ambiental de Estocolmo (SEI) apresentou o relatório Production Gap Report 2025,[39] que afirma, dez anos após o Acordo de Paris, os governos planejam produzir, até 2030, 120% do volume de combustíveis fósseis que seria compatível com um limite de aquecimento global de 1,5°C e 77% a mais do que seria compatível com um limite de 2°C; o que equivale a um alargamento da diferença em comparação com a análise de 2023, de 110% e 69%, respectivamente, em relação aos limites de aquecimento de 1,5°C e 2°C.[40][41]

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Mesa da delegação brasileira durante a Cúpula da Amazônia, em Belém, em agosto de 2023.

Cúpula da Amazônia

Ainda em 2023, nos dias 8 e 9 de agosto, foi organizada a IV Cúpula da Amazônia (ou Cúpula Presidencial dos Países Amazônicos[42]), reunião dos presidentes dos Estados que fazem parte da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica, em Belém.[43] O evento reuniu os oito países amazônicos (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela) e serviu como teste operacional para a cidade, além de buscar estabelecer pautas de cooperação regional em antecedência à COP30.[44] Como resultado do evento, foi publicada a Declaração de Belém, documento de 113 compromissos para estabelecer uma visão compartilhada de desenvolvimento sustentável, combate ao desmatamento e outras pautas transnacionais da região amazônica, como o combate ao tráfico de drogas internacional.[43][45]

Diálogo de Petersberg

O 16º Diálogo Climático de Petersberg (PCD16) foi realizado na cidade alemã de Berlim, nos dias 25 e 26 de março de 2025, presidido por Annalena Baerbock, Ministra Federal dos Negócios Estrangeiros, e André Corrêa do Lago, presidente atual da COP30, na presença de ministros e representantes de 40 países e observadores da sociedade civil.[46] Onde os participantes reafirmaram o papel do Acordo de Paris sobre as alterações climáticas como uma "bússola unificadora rumo a um futuro sustentável e próspero" para os caminhos compatíveis com um aumento de temperatura de 1,5°C e resiliente às mudanças climáticas, no contexto da busca pelo desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza.[47][48] A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) defenderam, de uma perspectiva econômica, Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) ambiciosas e ações climáticas aceleradas, onde suas análises preliminares indicam que o aumento das NDCs poderia ajudar a evitar perdas do PIB de pelo menos 3% até 2050 e 13% até 2100; o estudo também constata que políticas climáticas bem elaboradas podem levar a um crescimento econômico mais forte do que cenários de manutenção do status quo. Muitos ministros, reconhecendo as decisões sobre a "Nova Meta Coletiva Quantificada" (NCQG) e o "Roteiro Baku-Belém" como cruciais para alcançar US$ 1,3 trilhão em financiamento climático e fortalecer a cooperação global, enfatizaram que, embora o financiamento público continue sendo essencial, principalmente para a adaptação, é necessária maior atenção ao financiamento privado.[47][48]

Fórum Político de Alto Nível

De 14 a 23 de julho de 2025, o Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável foi realizado em Nova Iorque, sob os auspícios do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (ECOSOC). Seu tema foi "Avançando soluções sustentáveis, inclusivas, baseadas na ciência e em evidências para a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para não deixar ninguém para trás" . Contou com a presença de mais de 6.000 representantes de governos, jovens, sociedade civil, cientistas e setor privado.[49] Trinta e cinco países apresentaram suas Revisões Nacionais Voluntárias (RNVs), compartilhando seu progresso na Agenda 2030.[50] A declaração final, que contém um apelo à paz e ao multilateralismo como elemento fundamental para o desenvolvimento sustentável, foi aprovada por 154 países. Os Estados Unidos e Israel votaram contra, o Irã e o Paraguai se abstiveram.[50]

Pré-COP Brasília

A Pré-COP foi realizada na cidade brasileira de Brasília, nos dias 13 e 14 de outubro de 2025, representantes de 67 países participaram da reunião, mas nenhum acordo foi alcançado sobre o financiamento ou a eliminação gradual dos combustíveis fósseis.[51] Onde Brasil, Itália, Japão e, Índia, se comprometeram a quadruplicar a produção e o uso de "combustíveis sustentáveis" até 2035, tendo como referência os níveis de 2024, já reconhecidos pela Agência Internacional de Energia.[51] O Ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad, apresentou as três iniciativas estratégicas da Agenda de Ação da COP30: a criação do «Fundo Florestas Tropicais para Sempre» (TFFF), destinado a recompensar aqueles que preservam suas florestas; a «Coalizão Aberta para a Integração do Mercado de Carbono», destinada a garantir a interoperabilidade dos mercados regulamentados; a «Supertaxonomia», destinada a garantir a comparabilidade e a integridade entre as taxonomias nacionais e orientar os investimentos sustentáveis.[52]

Youth4Climate

Em conjunto com a Pré-COP, o evento anual Juventude pelo Clima (Youth4Climate) foi realizado em Brasília, no mesmo período da Pré-COP Brasília, com a participação de mais de 150 jovens ativistas climáticos.[53][54] No centro da agenda estavam os 50 jovens vencedores do evento Call for Solutions 2025, que receberão 30 mil dólares cada para desenvolver projetos inovadores em seis áreas prioritárias: energia sustentável, agricultura, saúde, meio ambiente, tecnologia digital e a relação entre clima, paz e segurança.[53][54]

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Preparações

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Perspectiva
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O governador do Pará, Helder Barbalho, junto do presidente Lula e do Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, após a confirmação de Belém como a sede da COP30, em maio de 2023.

Articulação diplomática e política

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Delegação brasileira no evento "Estrada de Bacu para Belém", durante a COP29 em Bacu, no Azerbaijão, em 2024.

Troika de presidências

Com a formalização do Brasil como país-sede da COP em novembro de 2023, o país juntou-se à chamada "Troika de presidências", composta também por Emirados Árabes Unidos, que presidiu a COP28 e Azerbaijão, que presidiu a COP29. Com o objetivo de manter o ritmo das negociações globais entre as conferências, a troika lançou em fevereiro de 2024 um documento endereçado para a comunidade internacional, chamando para a elaboração e implementação de um "roteiro" global de novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC's) ambiciosas para a manutenção das temperaturas globais abaixo de 1,5 ºC.[55]

Durante a COP29, em Bacu, no Azerbaijão, a troika promoveu espaços de debate e coordenação sobre as futuras NDC's, incluindo o evento "Estrada de Bacu para Belém" que destacou a necessidade de mobilizar US$ 1,3 trilhão até 2035 para financiamento climático em países em desenvolvimento.[56]

A troika também enfrentou críticas através de um relatório da organização sem fins lucrativos Oil Change International que denunciava que os três países planejavam expandir a produção de petróleo e gás em 32% até 2035, contradizendo seus compromissos climáticos de manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C. O Brasil, especificamente, previa um aumento de 36% na produção de combustíveis fósseis, ocupando o terceiro lugar mundial em novos projetos aprovados em 2024, atrás apenas dos Emirados Árabes Unidos.[57]

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Sessão de abertura da Reunião Ministerial do G20, em Nova Iorque, em setembro de 2024.

Presidência brasileira do G20 (2024-2025)

Como parte da preparação para a agenda política da COP30, o Brasil aproveitou sua posição na presidência do G20 (grupo das 20 maiores economias mundiais) em 2024 para posicionar o enfrentamento às mudanças climáticas como um tema transversal da agenda econômica mundial. Sob o lema "Construindo um mundo justo e um planeta sustentável", a presidência brasileira pautou desenvolvimento sustentável, transição energética e ação climática como pautas prioritárias nas discussões.[58]

A metrópole vizinha Manaus foi sede de um seminário do G20 sobre a floresta amazônica e das florestas tropicais. Também foi debatido questões de usos de bioeconômia e estiagem severa.[59]

Ainda que a presidência brasileira tenha sido enfraquecida pelo contexto geopolítico complexo, em meio à Invasão da Ucrânia pela Rússia, ao conflito em Gaza e à eleição de Donald Trump (poucas semanas antes da reunião de cúpula, em novembro), foi marcada pela criação da Força-Tarefa para Mobilização Global contra a Mudança do Clima (FT Clima), que culminou na primeira reunião conjunta da história do G20 entre Ministros de Finanças, Clima e Meio Ambiente, Relações Exteriores e Presidentes de Bancos Centrais.[60]

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Foto dos líderes presentes na 17ª Cúpula do BRICS, no Rio de Janeiro, em julho de 2025.

Presidência brasileira do BRICS

Em 2025, o Brasil assumiu a presidência rotativa do BRICS, adotando estratégia similar à que havia adotado no ano anterior com o G20 em pautas climáticas, trazendo temas tradicionalmente tratados exclusivamente nas negociações da Convenção-Quadro das Nações Unidas para a cúpula do grupo, aproveitando os espaços decisórios multilaterais para para buscar consensos que facilitem as discussões em Belém.[61]

Poucos meses antes da COP, em julho de 2025, durante a 17ª Cúpula do BRICS, no Rio de Janeiro, foi anunciada a "Declaração-Marco dos Líderes do BRICS sobre Finanças Climáticas", declarando diversos compromissos como: destinar 40% dos financiamentos do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) a projetos climáticos até 2026, apoiar finanças mistas e instrumentos de financiamento como títulos verdes, promover uso de moedas locais para mitigar risco cambial e fortalecer cooperação entre os bancos de desenvolvimento do bloco.[62]

A declaração conjunta dos países do BRICS também cobrou dos países mais ricos a ampliarem as metas de financiamento climático, fortalecendo a meta em atingir o valor total de 1,3 trilhões de dólares em financiamento até a COP30.[63]

Também foi criado o "Marco de Cooperação do BRICS para Melhorar o Financiamento da Ação Climática", conduzido por autoridades ministeriais e técnicas com revisões quinquenais. O grupo também prestou apoio explícito à presidência brasileira na COP30, prometendo trabalhar construtivamente para avanços concretos rumo a um sistema financeiro mais equitativo.[64]

Infraestrutura e logística

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Vista aérea do Parque da Cidade em obras, local onde acontece a Conferência em novembro de 2025 na capital paraense (Brasil)

A preparação de Belém para sediar a COP30 tem enfrentado desafios significativos de infraestrutura, especialmente uma crise de hospedagem marcada pela oferta limitada de leitos e por preços considerados "extorsivos".[65] A situação gerou preocupação entre as delegações internacionais e impactou a população local. Há também questionamentos sobre a poluição, desigualdade social e o desmatamento da Amazônia.[66][67][68]

Visando preparar a capital paraense para um evento de grande porte, uma série de obras estruturantes foi anunciada para melhor atender a comunidade internacional. Somente em 2024, Belém recebeu um investimento de R$ 4 bilhões, oriundos de fontes como: Tesouro Estadual; Itaipu Binacional; Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);[4][69] Caixa Econômica Federal; Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS); Orçamento Geral da União; Fundo Geral de Turismo (Fungetur); iniciativa privada, e; mineradora Vale, por compensação ao estado do Pará.[69]

Definiu-se que o local da COP ocorrerá no Parque da Cidade, área de 500 mil m² construído no antigo Aeroporto Brigadeiro Protásio (com investimentos estimados em R$700 milhões), onde funcionarão a blue zone (local das negociações administrado pela ONU) e a green zone (local de eventos paralelos administrado pelo governo anfitrião).[69]

Entre as obras urbanas, está a revitalização das avenidas Visconde de Souza Franco e Tamandaré, convertendo os canais em praças públicas e espaços de convivência (parque linear),[70][71] o que inclui também a instalação de um novo sistema de drenagem para armazenamento de águas da chuva e rede de esgoto.[70]

Além disso, outras vias públicas também passaram por obras de revitalização para melhoria da mobilidade (Avenida Duque de Caxias, Avenida Dr. Freitas, Avenida Pedro Álvares Cabral, Avenida Senador Lemos, Rua Belém, Rua Municipalidade e, Rua da Marinha), com modernização dos semáforos e da iluminação, controle de tráfego por vídeo, faixas inteligentes com iluminação indicativa, paradas de ônibus com totens informativos e internet wifi e, implantação de ciclovias.[4] Para modernizar o transporte na cidade, houve a entrega de ônibus elétricos e de outros movidos à diesel no padrão Euro-6, instalação de novos viadutos, criação de rotas alternativas e a conclusão do BRT Metropolitano de Belém (atendendo as cidades Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Bárbara do Pará, Santa Izabel do Pará e Castanhal).[4][71][72]

A questão hoteleira foi provida por: hotéis privados (como a Vila Galé Collection Amazônia); Vila COP (escolas adaptadas como hostel) e, dois navios transatlânticos ancorados no porto do distrito de Outeiro.[69]

A Vila COP é um complexo de hospedagens na capital paraense com 19 mil próximo ao centro de convenções Hangar com suítes que podem ser alugadas para os representantes internacionais e as equipes técnicas (até US$ 300 dólares/dia[73]).[74] E após o evento, será transformado na sede administrativa do governo paraense.[74] Esta vila é formada por seis blocos, sendo cinco para à hospedagem com 405 suítes e, um bloco de serviços com: exposição, comércio de artesanato, restaurante, academia, salas de reunião e, lobby.[74][73] O mobiliário da vila foi produzido por custodiados da Unidade de Custódia e Reinserção do Coqueiro (UCRC), do programa de ressocialização e o trabalho “Construindo Novas Histórias” da Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP).[74]

Educação

Em um acordo firmado entre o governo do estado, o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação Pública do Estado do Pará (SINTEPP) e o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Pará (SINEPE-PA), as escolas e as universidades públicas e privadas, além do Instituto Federal do Pará (IFPA), decidiram dividir as férias do mês de julho em dois períodos: o primeiro sendo de 30 de junho a 13 de julho e o segundo de 5 a 21 de novembro, sendo válido para Belém, Ananindeua e Marituba. A ideia é reduzir o trânsito de pessoas na cidade de Belém durante o evento, de modo que os estudantes não ficassem prejudicados com os constantes engarrafamentos.[75][76]

Além disso, em um acordo com o Ministério da Educação, as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) tiveram as suas datas modificadas para Belém, Ananindeua e Marituba, sendo realizadas em um período separado dos 141 municípios do Pará e nos 26 estados, incluindo o Distrito Federal. Os dias escolhidos foram 30 de novembro e 7 de dezembro.[77][78]

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Capital brasileira

No período de 11 e 21 de novembro de 2025, ocorreu a transferência temporária da capital federal brasileira da cidade de Brasília para a cidade de Belém,[79] projeto sancionado pelo presidente Lula da Silva no dia 4 de novembro de 2025, que está previsto na Constituição Federal do Brasil (artigo 48 e inciso VII).[79] Durante este período os poderes governamentais (Executivo, Legislativo e, Judiciário) mudam de cidade para a condução de suas atividades.[79]

O Planalto Central informa que: “A nova sede administrativa ampliará a interlocução entre as autoridades brasileiras e as delegações estrangeiras durante a conferência, além de impulsionar o desenvolvimento local e consolidar o protagonismo do país nas negociações climáticas”.[69]

Coordenação

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Perspectiva
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André Corrêa do Lago

Anualmente, a cada edição, um dos países membros da UNFCCC assume a presidência da COP e sedia o evento. Em 2025 o Brasil será o responsável pela primeira vez e, o diplomata brasileiro André Corrêa do Lago foi indicado para presidir e mediar a conferência desta edição (conduzir os debates, mediar divergencias e, facilitar acordos).[80][81][82] Decisão comentada positivamente por ativistas climáticos brasileiros, devido a experiência de Corrêa do Lago em justiça climática,[83] um diplomata experiente, Secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, além de negociador-chefe do Brasil na COP28 (2023) e na COP29 (2024).[84]

A presidência possui quatro eixos de atuação:

  • Cúpula de chefes de Estado: nos dias 6 e 7 de novembro de 2025 será a reunião dos presidentes sobre o clima (sem caráter deliberativo);[82]
  • Negociação: os delegados indicados pelos países negociarão em reunião na área da zona azul metas e ações pelo clima.[82] Está zona durante a conferência, é um território oficial da ONU, e a segurança é do Departamento de Segurança da ONU (UNDSS);[85]
  • Agenda de Ação: a partir da COP21 (Paris 2015) existe a agenda de ação, conjunto de ações voluntárias para implementar o que foi negociado, ações de países, empresas, governos locais e, sociedade civil.[82] Reunião que busca uma estrutura permanente de mobilização global e, também acelerar a adaptação climática e a transição para economias sustentáveis, com base no primeiro Balanço Global (GST-1) — mecanismo do Acordo de Paris que, a cada cinco anos, avalia o progresso coletivo.[82] A Presidência da COP30 propõe traduzir os resultados do primeiro «Balanço Global» (Global Stocktake-1) em seis eixos temáticos principais[nota 1] e trinta objetivos-chave;[86][87]
  • Mobilização: o presidente/intermediador viabilizar o engajamento da sociedade em torno dos debates da conferência, um Mutirão Global.[82]

Junto ao presidente André do Lago trabalha Ana Toni, indicada à função de diretora-executiva (CEO) da conferência,[82][84] para: coordenar a articulação com a sociedade civil, ampliar a participação social no processo e, diálogo entre governos, organizações e, comunidades.[82]

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Participação

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A reunião da COP deste ano teve a presença de 31 chefes de Estado e governo, uma participação razoavelmente baixa de governantes desde a conferência de Madri em 2019.[10] Sendo 18 presidentes, 11 primeiros-ministros, um rei e, o secretário de Estado do Vaticano.[10] Mas de acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, a participação de representante políticos chegou a 129, que além dos presidentes, também incluem na conta os vice-presidentes, vice-primeiros-ministros e, ministros.[10]

Mas apesar das ausências dos líderes mundiais, segundo a Carbon Brief a participação popular foi imensa, com mais de 56 mil delegados inscritos para participar presencialmente da conferência deste ano, o que a torna como a segunda maior em participação da história, atrás apenas da COP28 em Dubai com mais de 80 mil pessoas.[88] O país anfitrião da cúpula tem a maior delegação, com 3 805 pessoas inscritas, seguido pela China (789) e pela Nigéria (749).[88]

A edição da COP em um país democrático foi marcada por um número maior de manifestações sociais que nas últimas três edições da conferência, que aconteceram em países com restrições de protestos.[89] Assim indígenas, quilombolas, ribeirinhos, pesquisadores e, ativistas pressionam o governo pelo fim da dependência dos combustíveis fósseis.[89]

Os Estados Unidos não enviaram representantes à cúpula, após o governo Trump fechar seu escritório de diplomacia climática.[90][91][92] No entanto, o governador da Califórnia, Gavin Newsom, participou de forma não oficial.[93]

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Manifestações

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Perspectiva

Atos quilombolas

11 de novembro de 2025

Um grupo de manifestantes indígenas Mudurukus invadiu a área da Blue Zone entre o Parque da Cidade e o Hangar, causando tumultos e quebra-quebra na noite do 11 de novembro, sendo expulsos por seguranças no local, com alguns sendo feridos.[94] Após os movimentos, a ONU e o Governo Federal repudiaram o ocorrido e isolaram a área invadida no dia seguinte (12), obrigando aqueles que possuem o credenciamento a seguir outro percurso para adentrar o local.[95]

14 de novembro de 2025

Um segundo ato na Blue Zone aconteceu na manhã do 14, mas, ao contrário das manifestações do dia 11, as forças de segurança bloquearam o acesso ao local reservado aos credenciados e os manifestantes, novamente índios Mudurukus, que estavam do lado de fora, exigiam uma reunião com o presidente Lula a respeito da demarcação de terras em uma rodada de negociações com as forças de segurança, com o ato sendo considerado pacífico.[96][97] Os manifestantes acabariam sendo atendidos pela ministra do Meio-Ambiente, Marina Silva (REDE-SP), pela ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara (PSOL-SP), e pelo embaixador André Corrêa do Lago.[98] Enquanto acontecia a manifestação e as rodadas de negociações, uma grande fila se formou na Avenida Brigadeiro Protássio, próximo ao Hangar, e na Avenida Júlio César, com os credenciados sendo orientados a entrar em outros lugares.[99]

Barqueata

No dia 12 de novembro de 2025, o grupo intitulado Cúpula dos Povos, junto com movimentos indígenas e alguns militantes de esquerda de vários estados brasileiros, realizaram uma Barqueata, reunindo mais de 200 embarcações pela Baía do Guajará, passando por pontos turísticos de Belém como o Porto Futuro II, Estação das Docas e o Mercado Ver-o-Peso. A saída aconteceu em frente ao mirante do campus principal da Universidade Federal do Pará (UFPA) em Belém e a chegada foi marcada na comunidade da Vila da Barca. O movimento teve como objetivo denunciar algumas medidas que supostamente seriam a favor do clima, mas que prejudicariam a natureza e a Amazônia, cobrando mais ações do presidente Lula.[100][101]

Marcha Mundial pelo Clima

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Passagem da Marcha Mundial pelo Clima na Travessa Mauriti em Belém

No dia 15 de novembro de 2025, aconteceu a Marcha Mundial pelo Clima, que reuniu aproximadamente 70 mil manifestantes, segundo a organização, enquanto eram estimados números entre 30 e 50 mil,[102][103][104] através de movimentos sociais ligados ao clima e de indígenas, além de lideranças e partidos políticos de esquerda.[105] Os atos saíram de frente do Mercado de São Brás e tiveram como ponto de chegada a Aldeia de Cultura Amazônica Davi Miguel, de onde seria publicada uma carta com todas as reivindicações pelo combate ao aquecimento global e a preservação de territórios indígenas. O evento contou com a participação da ativista sueca Greta Thunberg, além da ministra do Meio-Ambiente, Marina Silva, e da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara.[106][107]

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Propostas

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Na COP30, a transição energética é um dos grandes temas de debatidos, por ser um dos maiores desafios nas próximas décadas: mudar a forma como o mundo produz e consome energia, mudando a dependência dos combustíveis fósseis para as fontes renováveis.[108]

A organização humanitária europeia, a Christian Aid afirmou que os três principais resultados que serão buscados na cúpula são: acordo entre governos de países desenvolvidos sobre "como eles forneceriam os 300 bilhões de dólares em financiamento climático que se comprometeram na COP29; Todos os governos devem comprometer-se a interromper novos investimentos em combustíveis fósseis e, apoiar um mecanismo justo que permita aos países desenvolvidos fazerem a transição para economias de baixo carbono de uma forma socialmente justa; os países devem apresentar planos futuros de alterações climáticas suficientemente ambiciosos, além dos seus compromissos existentes.[109]

As partes na COP29 concordaram que "todos os atores trabalhariam juntos para permitir o aumento do financiamento para os países em desenvolvimento para ações climáticas, proveniente de todas as fontes públicas e privadas, para pelo menos 1,3 trilhões de dólares por ano até 2035", chamado de acordo Baku to Belém Roadmap to 1.3T.[110] Espera-se que haja negociações sobre como o financiamento climático internacional será ampliado de US$ 300 bilhões acordados em Baku para US$ 1,3 trilhão.[111]

Assim o governo brasileiro anunciou o Compromisso de Belém pelos Combustíveis Sustentáveis, que foi chamado de "Belém 4X", a proposta que foi assinada por 19 países busca quadruplicar o uso de combustíveis sustentáveis até 2035, com acompanhamento regular da Agência Internacional de Energia (AIE).[108] A eletrificação não é suficiente para descarbonizar setores intensivos, como transporte pesado e a indústria, buscando alternativas como hidrogênio e derivados, biocombustíveis e sintéticos, que devem ser produzidos em escala com preços competitivos, somado às fontes renováveis tradicionais.[108] Mas este plano não foi unânime, organizações da sociedade civil chamaram de "atalho" e, informam que acelerar o uso de combustíveis sustentáveis não podem diminuir o esforço para reduzir o consumo de petróleo e a busca pela transição energética.[108]

O Brasil anunciou também um aporte inicial de um financiamento ambiental articulado pelo governo brasileiro para à preservação das florestas tropicais (5,5 bilhões de dólares), chamado Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF).[112][113] Uma abordagem diferente que inclui repassar valores diretamente aos países que possuem florestas preservadas.[112] Projetando o Brasil como um líder político-ambiental que propõe agendas multilaterais e ferramentas financeiras referente ao ambientalismo.[112] O modelo deste fundo prevê o investimento de 125 bilhões de dólares através do financiamento misto,[114] com o investimento desses recursos aportados em ativos financeiros de alto retorno, onde os juros seria usada para remunerar os investidores e, o valor destinado a pagamentos anuais de US$ 4 por cada hectare de floresta protegida.[115] Mais detalhes eram esperados após a conferência SB-62 em Bonn, em junho de 2025.[116]

Foi proposto a Coalizão Climática para integrar os mercados de carbono, incluindo um ajuste de carbono na fronteira para países não membros, semelhante à iniciativa do clube climático do G7.[117] O plano é criar um teto global de emissões, começando com um nível próximo à taxa de emissões atual, reduzindo-o gradualmente até atingir emissões líquidas zero em 2050.[118][119] Para qualquer atividade que cause emissões, as empresas comprariam licenças de emissão e, à medida que o teto diminui, o custo das licenças aumentará, criando um incentivo para a descarbonização..[118][119] Havendo um mecanismo de ajuste na fronteira, gerenciado por todos os participantes, onde os países mais pobres que não puderem pagar, a parte da receita será destinada a ajudá-los a enfrentar a crise climática. A ideia poderá se tornar um dos principais resultados da COP30, segundo Rafael Dubeux, subsecretário executivo do Ministério da Fazenda: "Tudo o que é necessário é uma coalizão forte o suficiente para avançar, se incluir Brasil, UE e, China, poderá incentivar outros a aderirem. Outro ator relevante é o estado da Califórnia, que — se fosse um país — seria a quarta maior economia do mundo." "Esperamos ter uma declaração conjunta dos países na COP30 ara estabelecer a coalizão".[118][119] Para promover esta proposta, foi criada a Coligação Aberta sobre Mercados de Carbono de Conformidade, que inclui Brasil, China, União Europeia, Reino Unido, Canadá, Chile, Alemanha, México, Armênia, Zâmbia, França, Ruanda e, está aberta a novos membros.[120]

Segundo um relatório da Universidade de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, isso resultaria em: os membros da coalizão reduziram as emissões sete vezes mais rápido do que atualmente; 200 bilhões de dólares por ano para energia limpa e programas sociais, e; um aumento moderado nos preços em alguns setores, com perdas insignificantes para os produtores.[121]

A entidade ONU Mulheres pediu a adoção de um Plano de Ação de Gênero reforçado, enfatizando que mulheres e meninas são afetadas de forma desproporcional pelas mudanças climáticas, embora também sejam atores-chave na adaptação climática, como resiliência e liderança comunitária.[122][123] A ONU Mulheres instigou os governos participantes da COP30 a garantir que a igualdade de gênero seja integrada nos processos de tomada de decisão climática, mecanismos de financiamento e, políticas de implementação, destacando a liderança feminina como essencial para uma ação climática eficaz.[122][123]

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Pacote de Belém

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Perspectiva

No dia 22 de novembro de 2025, ocorreu a aprovação do Pacote de Belém por 195 países, que aprovaram 29 decisões por consenso, avançando em transição justa, financiamento da adaptação, comércio, gênero e tecnologia. Entre as decisões aprovadas estão: [124]

  • Transição energética e Mapa do Caminho: Mais de 80 países aderiram à ideia de transição para um mundo sem combustíveis fósseis, ainda sem consenso global formal, mas com avanços significativos no cenário internacional.[124]
  • Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF): Lançado pelo Brasil, já mobilizou mais de US$ 6,7 bilhões, recompensando financeiramente países que mantêm florestas tropicais em pé e criando uma economia de conservação sustentável.[124]
  • Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs): 122 países apresentaram novas metas para reduzir emissões até 2035, fortalecendo o multilateralismo climático e estimulando compromisso global.[124]
  • Financiamento climático: Decisão de triplicar os recursos para adaptação até 2035, com ênfase em apoio a países em desenvolvimento e implementação do Roteiro de Adaptação de Baku (2026–2028).[124]
  • Indicadores de adaptação: 59 indicadores voluntários foram estabelecidos para monitorar progresso em água, alimentação, saúde, ecossistemas, infraestrutura e meios de subsistência, incluindo finanças e tecnologia.[124]
  • Justiça social e transição justa: Mecanismo aprovado coloca pessoas e equidade no centro da luta climática, reconhecendo povos indígenas, afrodescendentes e comunidades tradicionais.[124]
  • Gênero: Plano de Ação de Gênero fortalece liderança de mulheres indígenas, afrodescendentes e rurais, amplia financiamento sensível ao gênero e aprimora pontos focais nacionais.[124]
  • Implementação e iniciativas de impacto: Lançamento do Acelerador RAIZ, FINI e Plano de Ação de Saúde de Belém, mobilizando bilhões em restauração de terras, adaptação e sistemas de saúde resilientes ao clima.[124]
  • Oceanos e participação social: Blue NDC Challenge e Ocean Breakthroughs comprometem US$ 20 bilhões para soluções oce[124]ano-clima, enquanto mais de 900 povos indígenas e a sociedade civil reforçaram a ligação entre justiça climática e participação social.
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Incêndio

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No dia 20 de novembro de 2025, no penúltimo dia do evento, um incêndio ocorreu na Zona Azul, área restrita da COP30 no interior do Parque da Cidade, no local de um antigo aeródromo.[69] A área destina-se à realização de negociações oficiais, encontros entre chefes de Estado, reuniões técnicas e atividades dos pavilhões nacionais, sendo considerada o centro estratégico do evento, onde são discutidos e encaminhados os principais acordos e decisões que orientam as políticas climáticas globais. O espaço é administrado pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), sendo uma área restrita apenas acessada apenas por delegações oficiais, observadores credenciados e profissionais da imprensa.[70]

O fogo teve início cerca das 14h00 locais,[125] próximo ao estande da China, tendo sido logo acionado o corpo de bombeiros estadual.[4] A eletricidade do recinto caiu e as luzes se apagaram no momento em que as chamas surgiram, causando o pânico no local.[70][26][79]

Fontes da Polícia Federal confirmaram que o incêndio começou em um dos estandes internacionais, após uma sobrecarga em uma régua de tomadas, que na ocasião concentrava vários dispositivos ligados simultâneamente, os quais somados excediam a capacidade elétrica prevista para o espaço. A fiação superaqueceu, derreteu e provocou o curto-circuito que deu início ao fogo. Segundo os técnicos que participaram na inspeção, o padrão de energia disponível no pavilhão era inferior ao necessário para os equipamentos que estavam sendo usados simultaneamente.[126]

Controvérsias

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Crise política no Pará (2024-2025)

No final de 2024, a aprovação da Lei Estadual n.º 10.820 no Pará, que implementava o ensino à distância para comunidades indígenas e ribeirinhas e extinguia programas de educação presencial, gerou uma crise no governo de Helder Barbalho.[127] A medida provocou intensos protestos de servidores e povos indígenas, que exigiam a revogação da lei, a demissão do secretário de educação Rossieli Soares e o impeachment do governador, especialmente após episódios de repressão policial contra manifestantes.[128][129] O movimento ganhou repercussão nacional[130][131][132] e, após semanas de mobilização e negociações, o governo cedeu. Em fevereiro de 2025, Barbalho assinou um termo para anular a legislação, cuja revogação foi aprovada pela Assembleia Legislativa no dia 11 do mesmo mês.[133][134] Paralelamente, o governador foi condenado pela justiça por divulgar informações consideradas falsas sobre os protestos.[135]

Crise de hospedagem, preços elevados e xenofobia

Meses antes do evento, a imprensa brasileira e documentos do próprio governo federal já apontavam para a especulação imobiliária em Belém. Em abril de 2025, a Secretaria Extraordinária para a COP30, da Casa Civil, classificou os preços como "elevadíssimos, de forma incompreensível e muito acima do praticado no maior evento anual da cidade, o Círio de Belém".[136] Relatos indicavam diárias de até R$ 6.500 em hotéis e aluguéis de imóveis simples por mais de R$ 1 milhão para o período da conferência, valores que superavam os de cidades como Nova Iorque.[137][12] Em resposta, o governo federal anunciou, em abril de 2025, um acordo com redes hoteleiras para coibir preços abusivos, além de medidas como a destinação de 300 milhões de reais para o setor e o uso de navios de cruzeiro como hospedagem.[136]

No entanto, em julho de 2025, o acordo para regular os preços ainda não havia sido assinado, enfrentando resistência do setor hoteleiro e de plataformas de aluguel.[137] A crise gerou forte reação internacional. O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, admitiu que países participantes pressionaram o Brasil para transferir o evento para outra cidade.[65] Duas semanas depois, foi revelado que 27 países haviam assinado uma carta cobrando soluções para a infraestrutura de Belém, com destaque para a alta de preço.[138] Em meio à pressão, Corrêa do Lago publicou uma carta aberta convidando a comunidade internacional a fazer de Belém "um ritual de passagem.[138]

A menos de três meses para o evento, os altos custos e a falta de vagas continuavam a ser o principal obstáculo para os participantes. Dados do governo federal, divulgados em agosto de 2025, indicavam que apenas 47 dos 196 países (24%) tinham hospedagem confirmada.[139] Uma sondagem da própria Convenção do Clima da ONU, com 147 países respondentes, revelou um número ainda menor: apenas 18 nações afirmaram ter acomodação garantida. Na mesma pesquisa, 78% dos respondentes apontaram os preços elevados como a principal dificuldade.[139] A situação levou a delegações, como a da Áustria, a cancelar sua participação.[140] O problema também afetou a população local. Moradores de imóveis alugados em Belém relataram que proprietários solicitaram a devolução das propriedades para disponibilizá-las para aluguel durante a COP30, muitas vezes por valores substancialmente maiores.[140] Mas neste período havia um projeto de infraestrutura do Governo Estadual em andamento, chamado Vila-COP, um complexo de hospedagens com 19 mil m² próximo à zona azul com suítes presidencias para os representantes internacionais e sua equipe técnica por um preço compatível.[74] Além de seis mil suítes oferecidas nos dois navios de cruzeiros disponíveis (MSC Seaview e Costa Diadema atracados no Terminal de Outeiro[141]).[142] Assim a Secretaria Extraordinária para a Conferência (Secop) informa que, um mês antes do evento iniciar já haviam 132 países com hospedagens confirmadas para o evento em Belém, e mais 49 países em negociação.[143]

Outra polêmica envolvendo preços elevados aconteceu no dia 6 de novembro de 2025 durante o período da cúpula dos chefes de estado, quando o jornalista Márcio Gomes, da CNN Brasil, relatou que pagou um valor elevado em um lanche (salgados e refrigerante) em uma lanchonete da blue zone (zona azul) da conferência.[144] Além de Gomes, outros jornalistas também mostraram os preços, que eles consideraram, exagerados da praça de alimentação, exibindo fotos do cardápio do local, sobretudo a própria CNN e outros veículos de fora do Pará.[145][146] A polêmica repercutiu negativamente nas redes sociais, com alguns internautas pontuando que preços altos de alimentos foram registrados em outros eventos realizados na região sudeste como o Rock in Rio, The Town Festival e, o Lollapalooza, mas sem ter a mesma reclamação e repercussão como teve na COP 30.[147] Após o caso, os restaurantes e os fast food do local acabaram diminuindo o preço dos alimentos e das bebidas.[148] Os comerciantes presentes na zona azul da conferência passaram por um processo supervisionado pela ONU, e informam que receberam uma consultoria do Sebrae baseado no edital de seleção da ONU sobre o preparo dos alimentos e sobre precificação para atuarem na zona azul; a adequação e a padronização de alimentos imposta pela ONU para o evento global influenciou no preço e inclui: logística noturna, direitos trabalhistas, taxas de aluguel e de operação, produtos compostados.[149]

O ministro do turismo, Celso Sabino (UNIÃO-PA) informou que os valores cobrados estão dentro da realidade de grandes conferências e eventos internacionais, como na COP29 na cidade de Bacu, e que existem restaurantes fora da zona azul no Parque da Cidade que comercializam alimentação acessível.[150] Além de chamar as críticas de "síndrome de vira-lata" e "discriminatórias", situação em que o brasileiro diz que somente o produto internacional possui qualidade e aceita pagar caro por isso,[150] como verificado na fala de: um recepcionista de cruzeiro que está hospedado em um dos navios;[141] um grupo de fãs da cantora norte-americana Billie Eilish[151] (que pejoramente chamaram a cidade de Belém de "fim do mundo"[141][151]), e; do apresentador Ratinho.[152]

Desde a reportagem do Profissão Repórter de 30 de julho de 2025, a cidade de Belém também recebeu inúmeros ataques xenofóbicos, principalmente de influenciadores ligados à direita, que gravaram vídeos mostrando algumas situações da cidade em problemas comuns como a quantidade de moradores de rua espalhados em pontos estratégicos, além de matérias negativas sobre o evento, mostrando que a escolha da capital paraense para receber a COP 30 poderia ser supostamente ligada à política, já que Helder Barbalho é um dos apoiadores do presidente Lula.[153]

Devido a quantidade de chefes de estado no evento abaixo das edições anteriores e o público também abaixo do esperado, opositores apelidaram de uma maneira provocativa o evento como "Flop30". O apelido se popularizou nas redes sociais e foi utilizado por políticos opositores. A provocação ficou ainda mais popular após o Incêndio na Zona Azul.[154]

Friedrich Merz

Uma fala do chanceler alemão Friedrich Merz gerou polêmica após ele dizer em 13 de novembro de 2025 que a comitiva do país ficou contente por deixar Belém após a viagem à COP30: “Todos ficaram felizes por termos voltado”. Friedrich Merz afirmou que a Alemanha é um dos países “mais bonitos do mundo” e que nenhum jornalista queria permanecer na capital do Pará.[155][156]

O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), rebateu e repudiou as falas, afirmou que a crítica do chanceler alemão Friedrich Merz a Belém foi "discurso preconceituoso":[156]

Mais informação Helder Barbalho ...

O Pará abriu as portas e mostrou a força de um povo acolhedor. Curioso ver quem ajudou a aquecer o planeta estranhar o calor da Amazônia. Um discurso preconceituoso do chanceler alemão @_FriedrichMerz revela mais sobre quem fala do que sobre quem é falado. O futuro pede menos promessas e mais apoio concreto para quem protege as florestas. Aproveito para fazer outra pergunta: quem aqui tem orgulho do Pará e do Brasil? Que levante a mão e comente contra toda forma de preconceito. 🙌🏽 🇧🇷

2025-11-17[157]

Já o prefeito da capital paraense, Igor Normando (MDB), disse, em post nas redes sociais, que o primeiro-ministro "destila preconceito e arrogância na sua fala":[156]

Mais informação Igor Normando ...

Cada um dá o que tem, e, infelizmente, o Chanceler Alemão destila preconceito e arrogância na sua fala, bem diferente do seu povo, que demonstra nas ruas de Belém o encantamento pela nossa cidade! Chanceler, nós continuaremos tratando com respeito e alegria todos que nos visitam, afinal, é o que temos de melhor.

2025-11-17[158]

O presidente Lula rebateu o chanceler alemão e afirmou que Berlim não oferece 10% da qualidade do Pará e de Belém:[159]

Com a repercussão do caso, publicações do chanceler alemão Friedrich Merz no Instagram passaram a receber comentários acalorados de brasileiros. Usuários brasileiros, conhecidos pela intensa atividade nas redes, se uniram contra as falas do político. Recados como “respeita o Brasil” apareceram nos comentários do perfil de Merz, em português e em alemão.[160]

O porta-voz do governo alemão, Stefan Kornelius, afirmou que a frase do chanceler Friedrich Merz sobre a COP30 foi apresentada de forma “incriminatória” e fora de contexto. Segundo ele, Merz apenas expressou o desejo da delegação de retornar para casa após um voo cansativo e um longo dia em Belém, e não demonstrou desagrado pela cidade. Kornelius disse que Merz teve uma impressão “muito positiva” da viagem e reforçou que o Brasil é o parceiro geoestratégico e econômico mais importante da Alemanha na América do Sul. Ele esclareceu que, ao afirmar que vive em “um dos países mais bonitos do mundo”, Merz se referia à Alemanha, mas isso não diminui a beleza do Brasil. O porta-voz declarou ainda que Merz não pedirá desculpas e que não vê qualquer dano às relações diplomáticas entre os dois países.[161]

Arthur do Val

Uma das polêmicas da conferência veio do ex-deputado estadual de São Paulo, Arthur do Val (UNIÃO-SP), conhecido como "mamãe falei", que fez duras críticas à culinária e cultura paraense, além da região em um vídeo publicado no dia 11 de novembro, sendo acusado de tentar tumultuar o evento ao protagonizar discussões com o ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos (PSOL-SP), e com a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco (PT-RJ), tendo a credencial da blue zone cassada devido às denúncias sobre seu conteúdo, fora as investigações sobre as falas misóginas durante a Invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022. O influenciador acusou a organização de "censura".[162][163][164][165] Além disso, o vereador de Belém, Zezinho Lima (PL), teria divulgado um suposto endereço de onde Arthur estaria hospedado na capital paraense ao rebater o vídeo polêmico desse em um conteúdo gravado em suas redes sociais, levando aos advogados do Movimento Brasil Livre a abrirem um processo contra o palarmentar.[166]

Transparência financeira

A ausência de um portal da transparência acabou levantando algumas dúvidas sobre as obras anunciadas para o evento na capital paraense. Entre os motivos destacados: os projetos anunciados começaram a sofrer alterações em seus valores iniciais, ficando acima do que era anunciado anteriormente.[69]

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Legado

A revitalização da Estação das Docas, transformadas em centro cultural e gastronômico da cidade e frequentadas pela população local e a construção do Parque da Cidade é um dos legados da COP30. A cidade recebeu 5 bilhões de reais em investimentos para obras de melhoria em diversos pontos críticos, como saneamento, urbanização e infraestrutura de transportes.[167]

Belém recebeu um monumento artístico feito por Huang Jian. O monumento, denominado de “Espirito Guardião Dragão-Onça”, é assinado pela artista chinesa, embaixadora de arte olímpica do Comitê Olímpico Internacional (COI) e atualmente identificada como “guardiã da arte da terra”. A artista assina dezenas de obras e monumentos em diversos países.[168]

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COP31

Austrália e Turquia mostraram interesse em sediar o evento, mas se não houver um acordo, a conferência de 2026 será na cidade alemã de Bonn (Renânia do Norte-Vestfália).[169]

Notas

  1. Os seis eixos temáticos principais:
    • Transição dos setores de energia, indústria e transporte para um modelo de baixo carbono;
    • Proteção das florestas, oceanos e biodiversidade;
    • Transformação dos sistemas agrícolas e alimentares;
    • Fortalecimento da resiliência das cidades, infraestruturas e recursos hídricos;
    • Promoção do desenvolvimento humano e social;
    • Ativar facilitadores e aceleradores, incluindo os setores de financiamento, tecnologia e desenvolvimento de capacidades.

    Referências

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    Perspectiva

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