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Hot Blood
filme de 1956 dirigido por Nicholas Ray Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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Hot Blood (bra: Sangue Ardente[2]; prt: Sangue Cigano[3]) é um filme musical americano de 1956 em Technicolor CinemaScope, dirigido por Nicholas Ray e estrelado por Jane Russell, Cornel Wilde e Joseph Calleia sendo produzido e distribuído pela Columbia Pictures.
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Enredo
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Perspectiva
Marco Torino (Luther Adler), rei dos ciganos no sul da Califórnia, está em fase terminal de uma doença. Ele deseja que seu irmão mais novo o suceda, mas Stephano (Cornel Wilde) está determinado a se tornar um dançarino. Após influenciar um potencial empregador contra ele, Marco arranja um casamento para seu irmão com Annie Caldash (Jane Russell), outra cigana. Stephano irrita o pai de Annie, Theodore (Joseph Calleia), e o irmão, Xano (James H. Russell), ao resistir aos encantos dela e se recusar a casar, pois ama Velma (Helen Westcott).
Annie então começa a elaborar um plano pois seu pai quer que ela receba um rico dote da família de Stephano e fuja antes do casamento. O irmão de Stephano está tentando juntar dinheiro para uma viagem à "terra prometida". Ela persuade Stephano a encenar um casamento falso, no qual ela desmaiará durante a cerimônia, e então eles dividirão o dote e darão uma lição aos seus parentes gananciosos. Mas é Stephano quem ela acaba enganando, ao levar o casamento adiante. Furioso, Stephano parte com Velma e encontra trabalho em boates baratas. Ele começa a sentir falta de Annie. Ao retornar ao acampamento cigano, encontra Marco e ela juntos, surpreendentemente felizes. Acreditando erroneamente que agora estão juntos e aplicando um golpe, Stephano protesta, mas Marco explica que está apenas aproveitando os últimos dias preciosos de sua vida. Stephano concorda em se tornar o novo rei cigano, com Annie como sua rainha.
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Elenco
- Jane Russell como Annie Caldash
- Cornel Wilde como Stephano Torino
- Luther Adler como Marco Torino
- Joseph Calleia como Papai Theodore
- Nina Koshetz como Nita Johnny
- Helen Westcott como Velma
- Mikhail Rasumny como o Velho Johnny
- Wally Russell como Bimbo
Entre os atores não creditados estão Richard Deacon, Robert Foulk, Ross Bagdasarian e Les Baxter que aparecem como frentistas de um posto de gasolina.
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Produção
O título provisório do filme era Tambourine. Jean Evans era o pseudônimo de Jean Abrams, a primeira esposa de Nicholas Ray. Em 1949, ele próprio escreveu um argumento baseado na pesquisa de Evans sobre ciganos no Lower East Side de Nova York para a RKO. Em 1951, trabalhou em um roteiro chamado No Return com o escritor Walter Newman sobre ciganos urbanos.[4] A Columbia finalmente concordou em produzir o longa-metragem, mas insistiu que o roteiro fosse reescrito. O diretor então trabalhou com Jesse Lasky Jr. como seu roteirista em um novo roteiro que se tornou Hot Blood. Ray queria que o produtor Gabriel Pascal interpretasse "Marco Torino", o Rei dos Ciganos, mas Pascal morreu antes da produção do filme. De acordo com fontes modernas, o cineasta também considerou Edward G. Robinson para o papel, que acabou sendo interpretado por Luther Adler, um veterano do Group Theatre. Fontes modernas também acrescentam que o coreógrafo Matt Mattox substituiu Cornel Wilde durante as danças.[1]
Ray e Natalie Wood mantiveram um caso amoroso por alguns meses durante Hot Blood, entretanto um falso alarme de gravidez levou a atriz a romper a relação.[5]
Recepção
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Perspectiva
As críticas de Hot Blood foram mistas no período de lançamento e permanecem divididas entre estudiosos e críticos modernos. O longa-metragem recebeu atenção por seu uso intenso de cores, ambientação romani e o estilo visual característico de Nicholas Ray, embora muitos comentaristas tenham considerado o roteiro inconsistente e o tom irregular.[6][7] O diretor François Truffaut o defendeu: "Ray nos dá sua razão de viver com este filme inteligente e despreocupado, repleto de saúde e vida".[4] O crítico e cineasta francês Jean-Luc Godard fez observações sobre Hot Blood em textos publicados na revista Cahiers du Cinéma, reconhecendo o valor estético da direção de Nicholas Ray mesmo em uma obra considerada menor dentro de sua filmografia. Godard descreveu o filme como “uma espécie de The Lusty Men ao contrário”, destacando o uso expressivo do CinemaScope e “das cores mais intensas e deliberadas”, que, segundo ele, conferiam à obra “uma beleza que só poderia existir no cinema”.[8][9]
Atualmente Hot Blood também recebe críticas por conter esteriótipos raciais sobre os ciganos e pelo whitewashing (escalar atores brancos para representar minorias étnicas).[10][11] Diversos autores destacam que as representações da cultura romani no filme Hot Blood, dirigido por Nicholas Ray, devem ser compreendidas à luz das convenções cinematográficas de seu período. Pesquisadores observam que o longa-metragem retrata elementos associados à cultura romani de forma estilizada e em grande medida influenciada por expectativas de exotismo presentes no cinema hollywoodiano dos anos 1950.[12][13] Fontes especializadas em estudos romani destacam que, embora Hot Blood tenha recorrido a consultores e a algumas tradições musicais de origem cigana, a produção não se ocupou em retratar com fidelidade histórica ou etnográfica os costumes romani contemporâneos. Em vez disso, o filme empregou convenções dramáticas e visuais típicas de Hollywood, entre elas a ênfase em figurinos coloridos, danças coreografadas e elementos narrativos associados a estereótipos amplamente difundidos no cinema ocidental do período.[14] Embora não haja registros de reações organizadas ou declarações formais de representantes romani especificamente sobre Hot Blood, estudos posteriores sobre representações midiáticas apontam que filmes do período frequentemente reforçaram concepções simplificadas ou romantizadas sobre povos romani, contribuindo para a consolidação de imagens estereotipadas no imaginário popular.[15][16]
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Referências
- «Hot Blood». American Film Institute. Consultado em 13 de novembro de 2025
- «Sangue Ardente (1956)». Cineplayers. 27 de novembro de 2018. Consultado em 13 de novembro de 2025
- «Sangue Cigano (1956)». CineCartaz. Consultado em 14 de Novembro de 2025
- Weispfenning, Nikki (27 de abril de 2014). «Nicholas Ray's Rarely Seen "Hot Blood" at the Trylon». Perisphere (em inglês). Consultado em 13 de novembro de 2025
- Eisenschitz, Bernard; Milne, Tom; Eisenschitz, Bernard (1993). Nicholas Ray: an american journey 1. publ ed. London: Faber and Faber. p. 267. ISBN 0-571-14086-6
- «Hot Blood». Rotten Tomatoes (em inglês). Consultado em 13 de novembro de 2025
- GA. «Hot Blood». Time Out (em inglês). Consultado em 13 de novembro de 2025
- Godard, Jean-Luc (1985). Cahiers du Cinéma: The 1950s – Neo-Realism, Hollywood, New Wave. [S.l.]: Harvard University Press. p. 245. ISBN 9780674090613
- Godard, Jean-Luc (Fevereiro de 1957). «'Nothing But Cinema'». Google Books. Cahiers du Cinéma. 13 (1): 116. Consultado em 13 de Novembro de 2025
- Barrett, Michael (21 de setembro de 2012). «'Hot Blood' (1956)». PopMatters (em inglês). Consultado em 13 de novembro de 2025
- Elsaesser, Thomas (22 de maio de 2012). The Persistence of Hollywood (em inglês). [S.l.]: Routledge. Consultado em 13 de novembro de 2025
- Telotte, J. P. (1985). Ray’s Cinema. [S.l.]: University of Texas Press. pp. 142–145
- Hutchinson, Pamela (2018). Nicholas Ray: A Life in Pictures. [S.l.]: BFI Publishing. pp. 101–104
- Willems, Wim (1997). In Search of the True Gypsy: From Enlightenment to Final Solution. [S.l.]: Routledge. pp. 214–216
- Acton, Thomas (1997). Gypsy Politics and Social Change: The Development of Ethnic Ideology and Pressure Politics Among British Gypsies. [S.l.]: Routledge. pp. 28–30
- Selling, Jan (2021). Romani Liberation: A Northern Perspective on Emancipation and Anti-Gypsyism. [S.l.]: Routledge. pp. 55–58
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