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Juca Chaves

Compositor, músico e humorista brasileiro Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Juca Chaves
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Jurandyr Czaczkes Chaves,[1][2][3] mais conhecido como Juca Chaves (Rio de Janeiro, 22 de outubro de 1938Salvador, 25 de março de 2023), foi um compositor, músico e humorista brasileiro.

Factos rápidos Nome completo, Nascimento ...
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Biografia

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Perspectiva

Era filho de um judeu austríaco chamado Josef Czaczkes, que aportuguesou seu nome acrescentando o sobrenome Chaves, e de Clarita Wainstein, filha de um judeu lituano.[4] Nascido no Rio de Janeiro e criado na cidade de São Paulo, desde cedo demonstrou interesse por música, tendo sólida formação erudita e compondo desde a infância. No Colégio Mackenzie, local onde estudou, organizava festas e apresentava suas canções aos colegas.[5]

Iniciou sua carreira no fim da década de 1950, tocando modinhas e trovas num estilo suave. Dos 16 aos 19 anos de idade teve intensa produção poética motivada pelo Grupo Seresteiros de São Paulo, que fundou com amigos no Largo de São Francisco.[6]

Em 1955 consolida-se profissionalmente na TV Tupi, onde teve a oportunidade de mostrar seu humor ácido e inteligente.[7] "Deu tão certo que em 1957, gravou dois compactos seguidos, com canções que o tornaram famoso: a valsa “Por Quem Sonha Ana Maria?” e a paródia “Presidente Bossa Nova”, na qual satiriza os hábitos (e deslizes) de Juscelino Kubitschek — “Mandar parente a jato pro dentista,/ almoçar com tenista campeão,/ também poder ser um bom artista exclusivista/ tomando com Dilermando umas aulinhas de violão/ Isto é viver como se aprova,/É ser um presidente bossa nova”.[8]

Nos anos 60, montou um circo chamado Sdruws nas proximidades da Lagoa Rodrigo de Freitas, do Corte de Cantagalo. Ali apresentou seu show Menestrel Maldito, em alusão ao apelido dado por Vinícius de Moraes.[9] Conforme o próprio Juca, o nome do circo era uma sigla: S de "snob", D de "divino Dener", R de "ralé", U de "uanderful", W de "water-closet", S de "Sdruws mesmo"."Sob a lona do Sdruws, o “menestrel do Brasil” fez inúmeras apresentações de seu espetáculo solo, mistura de música e sátira. A frequência de um público de elite, numa lona de circo montada ao lado da favela da Catacumba, alimentou curiosidade e, até hoje, as referências sobre o Circo Sdruws dão conta do jogo de cintura de Juca Chaves, que teria convidado moradores da comunidade para algumas apresentações e feito troça com o receio dos abastados ante o perigo da vizinhança."[10]

O humorista costumava contar a seguinte história sobre o Sdruws, perto do qual ficava uma favela. Juca convidara para o circo políticos, empresários e também pessoal da alta-sociedade carioca, e antes da primeira apresentação resolveu reunir os líderes da favela para lhes falar com franqueza, indo direto ao assunto: "Vim aqui para saber como vai ficar o negócio do roubo!" - Uma mulher baixinha, morena, (líder da favela), foi logo respondendo com firmeza: "Olha aqui seu Juca, nós entendemos a sua preocupação e lhe agradecemos pela sinceridade, mas pode o senhor ficar tranquilo, porque a nossa comunidade já se garantiu, e pediu proteção à polícia!".[11]

Juca foi um crítico da Ditadura Militar, da grande imprensa e do próprio mercado fonográfico. Chegou a ser exilado em Portugal na década de 1970, mas, ao incomodar o regime ditatorial vigente no país com suas sátiras, que ganhavam espaço nas rádios e televisão locais, transferiu-se para a Itália.[12]

De volta ao Brasil, apresentou programas de televisão. Na década de 1980, lançou sua gravadora independente, a Sdruws Records. Um de seus bordões mais conhecidos é: "Vá ao meu show e ajude o Juquinha a comprar o seu caviar", seguido de sua risada característica.

Dentre suas canções mais conhecidas estão "Caixinha, Obrigado", "A Cúmplice", "Menina", "Que Saudade", "Por Quem Sonha Ana Maria" (interpretada no filme Marido de Mulher Boa de 1960) e "Presidente Bossa Nova".

Em 2003, outro sucesso de Juca Chaves nos anos 70 - a canção "Take me Back to Piauí" - foi editado na coletânea "Brazilian Beats Volume 4" da gravadora britânica Mr. Bongo, especializada em música popular brasileira.

Em 2015, lançou a música "Adeus em ritmo de Lava Jato", referenciando as investigações de corrupção em curso na época e posicionando-se de forma crítica ao então governo do Partido dos Trabalhadores.

Juca Chaves tinha duas filhas adotivas e residia na Bahia. Também era conhecido por ser um fanático torcedor do São Paulo Futebol Clube.[13]

Em 2006, lançou-se candidato a senador na Bahia pelo PSDC,[14] ficando em 4º lugar, com 19 603 votos (0,35% do total). Suas propagandas em formato de poesias distinguiam-no dos demais candidatos.[15]

Faleceu na noite do dia 25 de março de 2023, no Hospital São Rafael, em decorrência de problemas respiratórios.[16]

No ano de 2024, a canção "Take me Back to Piauí" foi tema de cena clássica do filme "Ainda estou aqui", de Walter Salles, ganhardor do Oscar de Melhor Filme Internacional. A música embala a família de Rubens e Eunice Paiva em uma dança envolvente, regada a risadas e coreografias, momentos antes do desaparecimento de Rubens e sua morte pela Ditadura Militar.[17]

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Discografia

Thumb
Juca Chaves
Década de 1950
  • 1957 Nós os Gatos / Chapéu de Palha com Peninha Preta (78 RPM Chantecler)
  • 1957 Por Quem Sonha Ana Maria? / Nasal Sensual (78 RPM)
  • 1957 Presidente Bossa Nova / Menina (78 RPM Chantecler)
Década de 1960
  • 1960 As Duas Faces de Juca Chaves (LP RGE)
  • 1960 O Brasil Já Vai à Guerra (LP RGE)
  • 1961 A Personalidade Juca Chaves (LP RGE)
  • 1962 As Músicas Proibidas de Juca Chaves (LP Odeon)
  • 1963 O Senhor Juca Chaves (Modinhas) (LP Odeon)
  • 1965 Exmo Sig Juca Chaves-Italiano (LP Fonit-Cetra)
  • 1966 Il Vostro Affmo.Juca-Italiano (LP Fonit-Cetra)
  • 1966 Per Chi Sogna Ana Maria / Ó Naso Mio (45 RPM Fonit-Cetra)
  • 1966 Pavana Per la Contessa Alessandra (45 RPM Fonit-Cetra)
Década de 1970
  • 1970 Take me Back to Piauí / Vou Viver num Arco Íris (33 RPM RGE/Sdruws)
  • 1972 I Love You Bicho (LP RGE)
  • 1974 Ninguém Segura este Nariz (LP Polygran)
  • 1977 Juca Bom de Câmara (LP Som Livre/Sdruws)
  • 1979 O Pequeno Notável (LP Warner/Sdruws)
Década de 1980
  • 1980 Marchinha do São Paulo (LP Continental)
  • 1983 O Incrível Juca Chaves "ao Vivo ou Morto" (LP Sdruws/ Editora Rocco)
  • 1985 O Menestrel do Brasil-Enfim (Quase)Livre (LP Sdruws)
  • 1989 Sentir-se Jovem (LP - Sdruws/BMG)
Década de 2000
  • 2000 Protesto da Criança Inteligente / Humor e Música (CD Sdruws)
  • 2001 O Menestrel do Brasil / Sátira/Humor/Modinhas (CD Sdruws)
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Ver também

Referências

  1. History Channel (ed.). «Nasce o humorista Juca Chaves». Consultado em 18 de novembro de 2014
  2. Divulgação de candidaturas 2010 Arquivado em 4 de novembro de 2016, no Wayback Machine.. Publicado pela Justiça Eleitoral.
  3. Rede Globo, ed. (16 de novembro de 2014). «Programa do Jô». Consultado em 18 de novembro de 2014
  4. «Juca Chaves». Dicionário Cravo Albin. Consultado em 22 de novembro de 2025
  5. «Olhar Brasileiro #140: O compositor e cantor Juca Chaves, considerado o menestrel do Brasil». Jornal da USP. 22 de fevereiro de 2024. Consultado em 22 de novembro de 2025
  6. «Juca Chaves, 84 anos - Revista Focus Brasil | Revista Focus Brasil». fpabramo.org.br. 2 de abril de 2023. Consultado em 22 de novembro de 2025
  7. comunik16@gmail.com, Comunik16, https://comunik16 dev. «Rio Memórias». Rio Memórias. Consultado em 22 de novembro de 2025
  8. Roberto Janelli Kirsten (18 de setembro de 2006). «A inauguração do Circo Sdruws». Consultado em 18 de novembro de 2014
  9. Jovem Pan, ed. (14 de outubro de 2013). «Relembre músicas de Juca Chaves que já foram censuradas no Brasil». Consultado em 18 de novembro de 2014. Arquivado do original em 29 de novembro de 2014
  10. ESPN Brasil, ed. (8 de dezembro de 2012). «O humor e a paixão de Juca Chaves no Loucos». Consultado em 18 de novembro de 2014
  11. Correio do Brasil, ed. (3 de julho de 2006). «Juca Chaves vai disputar uma vaga no Senado». Consultado em 18 de novembro de 2014. Arquivado do original em 29 de novembro de 2014
  12. O Estado do Paraná, ed. (1 de agosto de 2006). «Juca Chaves vira sensação na Bahia». Consultado em 18 de novembro de 2014
  13. «Sucesso de Juca Chaves da trilha de 'Ainda Estou Aqui' surgiu de embate com Jorge Ben». ICL Notícias. 4 de março de 2025. Consultado em 5 de março de 2025
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Ligações externas

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