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Maia
município de Portugal Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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A Maia é uma cidade portuguesa localizada na sub-região da Área Metropolitana do Porto, pertencendo à região do Norte e ao distrito do Porto.
É sede do município da Maia que tem uma área total de 82,99 km2[1], 134 977 habitantes[2] em 2021 e uma densidade populacional de 1 626 hab./km2, subdividido em 10 freguesias[3]. O município é limitado a norte pelos municípios da Trofa e de Santo Tirso, a leste por Valongo, a sudeste por Gondomar, a sul pelo Porto, a sudoeste por Matosinhos e a noroeste por Vila do Conde.
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Definição
O concelho da Maia recebeu carta de foral em 1519, apesar de existirem vestígios pré-históricos de presença humana e referências a este ajuntamento que remontam ao domínio romano. A história desta cidade confundiu-se muitas vezes com o destino de Portugal, particularmente durante o processo de independência, com especial destaque para Gonçalo Mendes da Maia, “O Lidador”.
A Maia comporta uma dualidade resultante da intersecção de um passado histórico com uma nova era de desenvolvimento. Por um lado, existem fortes identidades individuais de cada parte do município, derivadas de raízes culturais, históricas e religiosas milenares, principalmente nas zonas rurais, onde predomina a agricultura; Por outro, a Maia é actualmente um dos municípios mais avançados do país, com um papel importante na indústria, inovação e novas tecnologias, constituindo um exemplar de desenvolvimento económico e ambiental.
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Toponímia
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Perspectiva
O nome originalmente dado pelos romanos foi "Pallantia" (Palância em português atual), sendo este entretanto alterado pelos romanos ou pelos invasores suevos para a forma semelhante à atual.[4]
O processo evolutivo atualmente mais aceite resulta de uma análise de 1976 da Inscrição de Alvarelhos, descoberta numa época relativamente recente (agosto de 1972). Na Inscrição de Alvarelhos, lê-se “MADEQUIS(ENSES) STATUERUNT LADRONO CAMALI F(ILIO) ANTONIO A(NIMO) I(IBENTES) MO(NUMENTUM).” (trad.: “Os Madequisenses erigiram de livre vontade este monumento a Ladronus Antonius, filho de Camadus”), sendo o gentílico arcaico madequisenses derivado do topónimo pré-romano Madia.[5]
O nome desta inscrição refere-se antes à zona em que foi encontrada (lugar de Sobre Sá, freguesia de Alvarelhos), e por isso o seu conteúdo não se refere necessariamente aos habitantes do Castro de Alvarelhos. Além disso, sabe-se que se encontrava deslocada do seu contexto arqueológico original à data da sua descoberta. A toponímia desta zona é ainda incerta, particularmente devido à ausência de referências cronológicas, pelo que o termo madequisenses se pode referir tanto aos habitantes do Castro de Alvarelhos como aos antigos habitantes do Castêlo da Maia.[6]
Esta teoria é reforçada pelo facto do radical mad-, de origem indo-europeia, estar frequentemente associado ao significado “terra húmida”. Assim, pode-se deduzir que os antigos habitantes das Terras da Maia reconheciam a vasta rede hidrográfica da região, tal como se pode verificar atualmente. Esta suposição é também suportada no gentílico Uliaincae, (relativo ao topónimo Uliainca, muito provavelmente referente ao Castro de Alvarelhos, ou ao Castêlo da Maia com menor probabilidade), visto que o radical indo-europeu uli- acumula também significado semelhante.[5]
Madea deveria ser na realidade o fonema original, tendo sofrido a seguinte evolução fonética: Madea > Madia > Maia. A forma “Amaia” e equivalentes, ponto de partida de outra teoria, pode ser facilmente justificável pelas frequentes confusões com o artigo definido “a”, pelo que a expressão “a Maia” (com o “a” acrescentado pelo povo em associação a uma entidade feminina) era por vezes substituída por “Amaia”.[5]
As freguesias de Moreira e Nogueira podem também ser referidas por Moreira da Maia e Nogueira da Maia de forma a identificar mais claramente a sua localização. Na realidade, todas as (antigas e atuais) freguesias do concelho, à exceção de Gemunde, Gondim, Gueifães, São Pedro Fins, Vila Nova da Telha, Sta. Maria de Avioso e S. Pedro de Avioso, possuem localidades homónimas em Portugal ou Espanha, mas distingue-se mais recorrente mente os dois casos inicialmente referidos. Os habitantes da Maia e de concelhos limítrofes muito raramente se referem à toponímia extensa destas freguesias, visto que as ditas localidades homónimas não são nomeadamente próximas da Maia.
Existe no concelho da Maia um fenómeno fonético original, o topónimo da vila do Castêlo da Maia. Atualmente é aceite também a grafia “Castelo da Maia”, mas o “e” permanece como uma vogal anterior semifechada não-arredondada, como se lê em “mesa”. Nenhum maiato, nem mesmo parte dos habitantes de concelhos limítrofes, seria capaz de se enganar quanto à sua fonética, mas o erro é evidentemente recorrente para quem não se encontra familiarizado, particularmente desde que a grafia alternativa se encontra mais em voga.
Tal como para a palavra castelo, o topónimo Castêlo provém da evolução fonológica de castro, mas, em vez de se abrir, a vogal “e” foi-se fechando progressivamente. Em 1048, este pequeno castro no topo do Monte de Sto. Ovidio era chamado Castro Avenoso (Avenoso evoluiu depois para Avioso). No século XVI, terá passado a designar-se como Castrelejo, diminutivo de castro.[7] Posteriormente, terá derivado para Castrelo,[7] e de seguida para Castello no final do século XIX (com a grafia alternativa Castëdo),[4] como se lê em castelhano (kasˈteʎo), com o “e” uma vogal anterior média não-arredondada.
Esta vogal fechou-se ainda mais até dar origem à forma atual, como uma vogal anterior semifechada não-arredondada. Em suma, observou-se o seguinte processo evolutivo: Castro > Castrelejo > Castrelo > Castello > Castêlo.[7]
Na lei em Diário da República que decreta a elevação desta povoação ao estatuto de vila (1986),[8] é utilizada a grafia “Castelo da Maia”, assim como para o centro de saúde da vila.[8] No entanto, na lei em Diário da República que estipula a reforma administrativa de 2013, é utilizada a grafia “Castêlo da Maia”.[9] Foi assim adotada esta como a grafia oficial para fins administrativos, de forma que no brasão consta a grafia “Castêlo da Maia”, bem como em anúncios em Diário da República, nos boletins informativos e plataformas informáticas de comunicação com a população a cargo da junta de freguesia. Além disso, também outras instituições (como o Castêlo da Maia Ginásio Clube e o Agrupamento de Escolas do Castêlo da Maia) utilizam essa grafia, sendo portanto considerada esta mais aceite.
Apesar de poder também ser referida apenas por Castelo, esta freguesia/vila é muito mais frequentemente referida pela forma extensa, ao contrário das freguesias acima referidas.
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História
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Perspectiva
Pré-História
O território atualmente correspondente ao município da Maia é já habitado desde a Pré-História. Foram encontrados inúmeros vestígios pré-históricos, como arte rupestre, com especial destaque para a Pedra Partida de Ardegães, mamoas, várias peças de cerâmica, arpões e pontas de seta do períodos Calcolítico (particularmente do Neocalcolítico), da Idade do Bronze e da Idade do Ferro.[10]
A Pedra Partida de Ardegães constitui um dos indícios mais notáveis da ocupação pré-histórica das Terras da Maia. Este testemunho, um bloco granítico de 3,5 toneladas, foi descoberto na década de 1930 num terreno privado no lugar de Ardegães, freguesia de Águas Santas. Terá cerca de 5000 anos (Idade do Bronze) e destaca-se pela quantidade de motivos geométricos, constituindo um excelente exemplar de arte megalítica da Europa atlântica. A Pedra deve o seu nome ao facto de ter sido possivelmente danificada por maquinaria pesada durante o processo de desmatamento que conduziu à sua descoberta. Encontrava-se à guarda da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto até 2001, data de abertura do Museu de História e Etnologia da Terra da Maia, onde se encontra atualmente em exposição permanente.[11]
Romanização
Os romanos terão sido atraídos para este território devido à riqueza dos seus solos e à abundância de recursos. Foram encontradas várias necrópoles, bem como peças de cerâmica, mós, vestígios de calçada romana e marcos miliares, originalmente localizados ao longo da secção da via romana Bracara-Cale (Braga-Porto) que atravessava a Maia. Neste museu, repousa também a Inscrição de Alvarelhos, uma inscrição funerária importante para o estudo das origens das gentes maiatas. Foi encontrada em Alvarelhos, em agosto de 1972, deslocada do seu contexto arqueológico original.[5]
Idade Média
Os Mendes da Maia, radicados na região, constituíram uma família que teve grande influência política e militar na Idade Média, acompanhando desde o início o processo de formação de Portugal.
Ramiro II de Leão | Onega | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Lovesendo Ramires, infante de Leão | Zaira ibne Zaida (descendente de Abdalá I de Córdova) | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Abu-Nazr Lovesendes, Senhor da Maia | Unisco Godinhez (filha de D. Godinho das Astúrias) | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Trastamiro Aboazar, 1º Senhor da Maia | Dordia Soares | Mor "Gontrodo" Rodrigues | Pedro Froilaz de Trava, aio de Raimundo de Borgonha | Urraca Froilaz | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Gonçalo Trastamires, 2º Senhor da Maia | Unisco Sesnandes | Gomes Nunes de Pombeiro | Elvira Peres de Trava | Fernão Peres de Trava (amante de D. Teresa) | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Mendo Gonçalves da Maia, 3º Senhor da Maia | Leodegúndia Soares Tainha | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Soeiro Mendes da Maia, auxiliar de D. Henrique | Gontrode Moniz | Gonçalo Mendes da Maia, "O Lidador" | D. Paio Mendes da Maia, arcebispo de Braga | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Paio Soares da Maia, Alferes de D. Teresa | Chamôa Gomes | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Pedro Pais da Maia, Alferes-mor de D. Afonso Henriques | Elvira Viegas (filha de Egas Moniz, o Aio) | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Abu-Nazr Lovesendes, neto de Ramiro II de Leão, é referido como o antepassado dos Mendes da Maia mais remotamente conhecido, sendo um dos primeiros senhores feudais da Maia. O seu filho, Trastamiro Aboazar, é oficialmente considerado o 1º Senhor da Maia. O descendente de Trastamiro, Gonçalo Trastamires, 2º Senhor da Maia, liderou o exército que conquistou Montemor aos mouros, em 1034, tendo sido morto em defesa do Castro de Avioso quatro anos depois, provavelmente no contexto das disputas dinásticas internas à monarquia leonesa. O seu filho, Mendo Gonçalves, 3º Senhor da Maia, é tido como "Um homem ilustre e de grande poder em todo o Portugal" e o filho deste, Soeiro Mendes, "o Bom", é citado como "O poderoso e mais famoso de todos os Portugueses”. Soeiro Mendes da Maia desempenhou o papel de governador das terras a Sul de Coimbra alguns anos antes conquistadas aos Mouros, possivelmente em nome do próprio Afonso VI de Leão e Castela, bem como o cargo de representante do Conde D. Henrique na sua ausência.
Os irmãos Soeiro Mendes da Maia, Gonçalo Mendes da Maia e D. Paio Mendes da Maia tiveram um papel marcante no processo de independência de Portugal. D. Afonso Henriques, enquanto jovem, ter-se-á mantido no convívio e na familiaridade dos Mendes da Maia. O facto de Paio Mendes da Maia ocupar o cargo de arcebispo de Braga a partir de 1118 constituía um passo importante na pressão sobre a regência de D. Teresa.
Em 27 de maio de 1128, foi assinado o documento em que D. Afonso Henriques concedia a D. Paio Mendes o direito a várias vilas e lugares, isenções e privilégios logo que obtivesse o governo de Portugal, aumentando o atrito entre o Infante e D. Teresa. Em 24 de junho desse ano, quase um mês depois, travou-se a histórica batalha de S. Mamede, de um lado o exército do Infante e do Arcebispo, comandados por Gonçalo Mendes da Maia, "O Lidador", e o exército de D. Teresa e o Conde Fernão de Trava. A vitória dos apoiantes de D. Afonso Henriques levou à expulsão de D. Teresa, à criação do Reino de Portugal e à coroação do Rei D. Afonso I.[12]
Paio Soares da Maia, filho de Soeiro Mendes da Maia, foi Alcaide de Montemor e da Maia e Alferes de Teresa de Leão.
Em 1360, o rei D. Pedro I doou o senhorio da Azurara e o Julgado da Maia ao seu filho, Infante D. Dinis.[13]
Por consequência do crescimento populacional da cidade do Porto, D. João I determinou em 1384 “que todos os moradores e povoadores dos ditos julgados daí por diante façam tudo o que lhes fôr ordenado pelos juizes, justiças e regedores da cidade, como de seu termo, sem embargo algum”, sendo extinto o Julgado da Maia, que é integrada no Têrmo do Porto, perdendo a sua autonomia administrativa e política, e passando a depender das decisões dos regentes do Porto.
Idade Moderna

Durante a Época dos Descobrimentos, grande parte das velas que equipavam as caravelas portuguesas foram tecidas por teares desta região.
Em 15 de Dezembro de 1519, o rei D. Manuel I concedeu foral ao Concelho da Maia, que previa o pagamento de rendas e foros aos donatários, bem como as formas de aplicação da justiça e das penas mais comuns.[12] Por esta altura, o Concelho da Maia era constituído por 55 freguesias (recenseamento de 1527)[14], e do início do século XVIII até 1836, era constituído por 44 freguesias e abarcava todo o território entre o Leça e o Ave e algumas zonas a sul do Leça, sendo limitada a Este pela Terra do Sousa.[4][15]
Idade Contemporânea
A Maia foi palco da 2ª Invasão Francesa como ponto de passagem para o exército de Napoleão Bonaparte, liderado pelo general Soult, em direção ao Porto.[16]
Na Revolução Liberal do Porto de 24 de agosto de 1820, participaram, além de regimentos de infantaria e artilharia, milícias do Porto e da Maia.[4]
Em 1832, D. Pedro I, primeiro Imperador do Brasil e Regente de Portugal em nome de D. Maria II, desembarcou com um exército de 7500 homens na Praia da Memória, freguesia de Mindelo, na altura pertencente ao Concelho da Maia, prosseguindo depois para Pedras Rubras, onde a maior parte das tropas acampou antes da marcha em direção ao Porto. A Maia foi, por isso, a primeira região em Portugal Continental que viu a bandeira liberal triunfar. Nos dois anos seguintes, o concelho da Maia assistiu de perto aos avanços e recuos das tropas liberais e absolutistas, tomando um lugar central na Guerra Civil Portuguesa.[12]
Em 1836, no contexto da reforma administrativa de Mouzinho da Silveira, a Maia, apesar de ver reafirmada a sua autonomia por via da elevação ao estatuto duplo de concelho/comarca (concedido por Passos Manuel, natural de Guifões), foi “retalhada” entre os concelhos vizinhos (Porto, Matosinhos, Vila do Conde, Santo Tirso, Valongo, Gondomar), numa completa desconsideração às populações que partilhavam uma História e costumes comuns.[12] O domínio da Maia fez-se sentir sobre esta região de tal forma que, atualmente, a freguesia de Macieira da Maia (Vila do Conde) ainda conserva a sua identidade originalmente maiata.
Ainda no mesmo século, outra situação mais dramática afetou a autonomia administrativa do que restava das Terras da Maia. Em 1838, a Comarca da Maia é extinta e o seu Julgado passa a integrar a Comarca do Porto. Em 1855, perde a freguesia de Malta para Vila do Conde, e dois anos depois, em 1857, perde o estatuto de concelho, ficando reduzida a 20 das suas anteriores 52 freguesias que foram não só aumentar concelhos já existentes como também dar origem a novos concelhos por si só.[17] De acordo com os censos de 1 de janeiro de 1864,[18] a Maia era então constituída pelas seguintes freguesias (toponímia como referido no documento): Águas Santas, Avelleda, Avioso - Santa Maria, Avioso - São Pedro, Barca, Barreiros, Folgosa, Gemunde, Gondim, Guilhabreu, Guinfães, Milheirós, Moreira, Mosteiró, Nogueira, São Pedro Fins, Silva-Escura, Vermoim, Villa Nova da Telha e Villar de Pinheiros. Apesar de Mosteiró constar nos censos de 1864 como freguesia do concelho da Maia, a sua transferência para Vila do Conde é datada da reforma administrativa de 1836. No seguimento deste processo, a Maia foi ainda reduzida em três freguesias: Guilhabreu (1870), Vilar do Pinheiro (1870) e Aveleda (1871) para Vila do Conde,[13] em função de interesses políticos e, mais uma vez, em rotura com a integridade de uma identidade cultural, dando origem à Maia do século XX e início do século XXI.
Século XX
Até 1902, a sede do concelho situava-se no Castêlo da Maia,[12] no edifício que acolhe atualmente o Museu de História e Etnologia da Terra da Maia.[19] Nesse ano, a povoação de Barreiros foi elevada à categoria de vila e passou a ser a sede do concelho.[13] Em 1910, no contexto da Implantação da República, a Maia ficou sobre a administração do filósofo e político Leonardo Coimbra.[16]
Em 1985, em sucessão da elaboração e entrega a um deputado da Assembleia da República do projecto de elevação a freguesia pela comissão de moradores de Pedrouços, e com aval da Assembleia de Freguesia de Águas Santas (23 de maio de 1985) e da Assembleia da República (9 de julho de 1985), foi formada a freguesia de Pedrouços por desagregação de Águas Santas,[20] passando a constituir a 17.ª freguesia do município da Maia.
Em 23 de agosto de 1986, as povoações do Castêlo da Maia (freguesias de Barca, Gemunde, Gondim, Santa Maria de Avioso e São Pedro de Avioso) e Águas Santas (freguesia homónima) foram elevadas à categoria de vila, e a vila da Maia (freguesias da Maia, Vermoim e Gueifães) foi elevada à categoria de cidade,[8] evento comemorado com a construção das Pirâmides da Maia.
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Freguesias

Antes da reforma administrativa de 2013, e desde a formação da freguesia de Pedrouços em 1985, o município da Maia era constituído por 17 freguesias: Águas Santas, Barca, Folgosa, Gemunde, Gondim, Gueifães, Maia, Milheirós, Moreira, Nogueira, Pedrouços, Santa Maria de Avioso, São Pedro de Avioso, São Pedro Fins, Silva Escura, Vermoim, Vila Nova da Telha.
Através dessa reforma, foram criadas as freguesias de:
- Cidade da Maia (por agregação de Gueifães, Maia e Vermoim).
- Castêlo da Maia (por agregação de Santa Maria de Avioso, São Pedro de Avioso, Gemunde, Barca e Gondim).
- Nogueira e Silva Escura (por agregação dessas freguesias extintas).
Assim, o município da Maia passou a ser constituído por 10 freguesias:
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Geografia
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Perspectiva
O município da Maia é limitado a noroeste por Vila do Conde, a norte pela Trofa, a nordeste por Santo Tirso, a este por Valongo, a sudeste por Gondomar, a sul pelo Porto e a sudoeste por Matosinhos.
Topografia
Por ser relativamente próxima à costa, a região da Maia possui reduzidas altitudes e poucos desníveis topográficos. Isto é comprovado pela sua adequação à construção de infraestruturas de aviação, como o Aeroporto Internacional Francisco Sá Carneiro, a 69m de altitude, e o Aeródromo de Vilar de Luz, a 220m de altitude.
As freguesias a nascente são consideradas mais acidentadas e de maior altitude, sendo as freguesias a poente mais aplanadas e com maior potencial agrícola e urbanístico. Não se relatam grandes acidentes geológicos; em vez disso, alguns desníveis topográficos ou locais reconhecidos como pontos elevados, incluindo-se entre os quais:
- Monte de São Miguel-O-Anjo (S. Pedro Fins): o ponto mais alto da Maia, atingindo 255 metros acima do nível do mar. Possui uma capela dedicada ao mesmo anjo.
- Monte de Santo Ovídio (Sta. Maria de Avioso/Castêlo da Maia): neste monte, que atinge os 108 metros, existia o Castro de Avioso, hoje conhecido como Castêlo da Maia. Constitui, naturalmente, o centro sociocultural desta povoação. Possui uma capela dedicada ao mesmo santo. Neste monte, ocorrem no último domingo de agosto as festas a Santo Ovídio.
- Monte do Senhor da Agonia (Sta. Maria de Avioso/Castêlo da Maia): uma pequena elevação a cerca de 150 metros de altitude, no centro da povoação de Ferreiró. Possui uma capela dedicada a Jesus Cristo. Neste monte, ocorre no 1.º domingo de setembro a Festa do Senhor da Agonia.
- Entre outros...
Clima
O clima classifica-se como Csb de acordo com o sistema de classificação climática de Köppen-Geiger, identificado como clima mediterrâneo[21], promovido pela proximidade ao oceano e à ausência de obstáculos à circulação dos ventos marítimos. As temperaturas variam entre os 14 e os 23 °C no verão e entre os 6 e os 13 °C no inverno, com precipitação máxima de 166mm em dezembro e mínima de 15mm em julho, sendo a precipitação anual acumulada de 1212mm. Os extremos absolutos de temperatura prevista situam-se nos -3 °C e nos 35 °C,[22] e as direções predominantes de vento são ENE e W.
Hidrografia
O concelho da Maia é percorrido por uma rede hidrográfica considerável tendo em conta a sua área. O concelho é atravessado a sul pelo rio Leça, que cruza as freguesias de Águas Santas e Milheirós e constitui a fronteira municipal entre as freguesias da Cidade da Maia e Moreira com o concelho de Matosinhos.
Um dos maiores afluentes do rio Leça é o Rio Almorode, com uma extensão de 11 km. O Almorode tem nascente no Parque de Avioso e desagua no Leça pela margem direita, na freguesia da Cidade da Maia, na zona correspondente à freguesia extinta de Gueifães. Também conhecida como ribeira do Arquinho ou ribeira de Avioso, atravessa em toda a sua extensão o concelho da Maia de norte para sul, com bacia hidrográfica predominante no Castêlo da Maia, Nogueira, Milheirós e Cidade da Maia . Este curso supre de água a Quinta da Gruta, no Castêlo da Maia.
Além do Almorode, o rio Leça também tem por afluente a ribeira de Leandro, com um comprimento de 7,7 km e uma bacia hidrográfica de 19,7 km2,[23] que se estende principalmente pelas freguesias de Folgosa e Silva Escura.
Ao longo do percurso dos diferentes cursos de água, contam-se inúmeros lavadouros e moinhos de água.[24]
Para além destes, têm origem no concelho da Maia outros cursos de água de menor dimensão, os de sul afluentes do Leça e os de nordeste e noroeste a fluir para além dos limites do concelho.
Desde a década de 1960, o rio Leça e o Almorode começaram a sofrer a influência da industrialização e da pressão urbana do Grande Porto através do aumento da poluição dos recursos hídricos da Maia. Atualmente, os níveis de poluição estão a decrescer graças a um esforço para evitar os despejos e a realização de várias ações de sensibilização e de recuperação do ecossistema.[24] Apesar disso, o rio Leça continua a ser considerado um dos mais poluídos da Europa.
O concelho da Maia é atravessado por uma rede razoável de lençóis freáticos e reservatórios subterrâneos de água , dando lugar a vários poços e furos, bem como algumas aerobombas, utilizadas na extração de água para regadio e fins domésticos.
Fauna e flora
O concelho da Maia possui uma zona florestal total de mais de 2000 ha, verificando-se maior concentração e extensão vegetal nas freguesias a Este, como S. Pedro Fins, Nogueira, Silva Escura, Folgosa e Sta. Maria de Avioso.[25] No concelho da Maia, predominam três tipos de ocupação biológica do território:
- Matas e florestas mais densamente ocupadas pela fauna e flora, com a predominância do pinheiro-bravo e do eucalipto e ocorrências pontuais de choupos.
- Galerias ripícolas, que correspondem a áreas próximas de cursos de água, em que predomina a vegetação ripícola e palustre como o salgueiro e o amieiro, bem como o carvalho.
- Campos agrícolas, geralmente limitados por estruturas de suporte à vinha.
As galerias ripícolas são as únicas áreas que ainda conservam a vegetação natural primitiva da Maia, tal como se verifica de uma forma geral em toda a Área Metropolitana do Porto, que incluiria carvalhos, sobreiros e amieiros.[23] Grandes extensões de cobertura vegetal primitiva foram substituídas por espécies economicamente mais fáceis de explorar como o eucalipto, levando a uma queda do valor natural da vegetação do concelho, regressão da vegetação autóctone e risco aumentado de incêndios.
Nogueira e Silva Escura devem as suas designações a características naturais, nomeadamente Nogueira à abundância da árvore homónima, e Silva Escura devido às espessas florestas de castanheiro que cobriam a região. Vila Nova da Telha foi em tempos coberta por florestas de pinheiro.
Nas proximidades dos cursos de água, é possível a ocorrência de espécies como o licranço, o sardão, a lagartixa, a cobra-de-água-viperina e a cobra-de-água-de-colar, bem como alguns anfíbios. Nas águas do rio Leça e das ribeiras de Almorode e Leandro, pode-se ainda observar a lampreia, a enguia, o sável e a boga. A zona é ainda habitada por três espécies em perigo, o lagarto-de-água, a salamandra-lusitana e o morcego-de-ferradura-grande. Consta-se ainda a presença de algumas plantas carnívoras, como o pinheiro-orvalhado.[26]
Espaços verdes
A Maia possui 24 espaços verdes e parques[27], contabilizando um total de cerca de 1500 hectares de parques naturais e espaços verdes protegidos.[26] Destaca-se o Parque de Avioso – S. Pedro, no Castêlo da Maia, como o maior do concelho, estendendo-se por 30 hectares atravessados por 4,5 km de percursos pedestres, e a Quinta da Gruta, incluída na mesma freguesia, como complexo de Educação Ambiental, constituído por um palacete, uma área desportiva extensa, hortas biológicas e uma escola ambiental. Existem outros inúmeros parques naturais e infantis de menor dimensão e espaços verdes urbanos. Encontram-se em progresso vários outros projetos de arranjo urbanístico e integração paisagística.[27]
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Evolução da População do Município
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