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Lista de prefeitos da cidade de São Paulo
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Esta lista de prefeitos do município de São Paulo compreende todas as pessoas que tomaram posse definitiva da chefia do executivo municipal em São Paulo e exerceram o cargo como prefeitos titulares, além de prefeitos eleitos cuja posse foi em algum momento prevista pela legislação vigente. Prefeitos em exercício que substituíram temporariamente o titular estão incluídos apenas em notas.
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Com exceção de um breve período no Brasil Império, o cargo surgiu com uma eleição indireta realizada pelos integrantes da Câmara Municipal em 1899: foi escolhido como prefeito o conselheiro Antônio Prado, o vereador mais votado nas eleições anteriores. O processo de escolha indireta com votação anual continuou até 1907, quando foram realizadas as primeiras eleições diretas para a prefeitura de São Paulo.[2]
Durante a Era Vargas, houve o predomínio de prefeitos nomeados pelo governo estadual. Mesmo com o fim do Estado Novo em 1945, São Paulo foi denominada área estratégica para a defesa militar nacional, o que prorrogou as nomeações até 1953,[3] quando houve as primeiras eleições paulistanas por sufrágio universal.[4]
Entre 1969 e 1986, com a aprovação do Ato Institucional n.º 3, exerceram o cargo principalmente prefeitos indicados pelos governadores estaduais para aprovação na Assembleia Legislativa: eram popularmente denominados "biônicos". Com a redemocratização, tornaram a ser escolhidos em eleições diretas os prefeitos da capital paulista.[5]
Ricardo Nunes tornou-se prefeito de São Paulo em 16 de maio de 2021, quando assumiu o cargo após a morte de seu antecessor e companheiro de chapa Bruno Covas.[6]
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Antecedentes
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Perspectiva

A primeira administração de São Paulo surgiu já no século XVI, cinco anos após a sua fundação. A chefia do executivo municipal, equivalente ao cargo de prefeito, cabia aos procuradores do Conselho da Câmara (o que viria a ser a Câmara Municipal de São Paulo). O primeiro procurador foi João Eanes, eleito em 1561.[8] Seguiram-lhe no cargo, assumindo respectivamente em 1562 e 1563, Luís Martins e Salvador Pires. A então vila continuou com esta forma de administração até 1711 (sendo o último dos 151 procuradores Manuel do Rego Cabral), quando foi elevada à categoria de cidade por ordem de Dom João V.[9]
De 1712 a 1828, administraram o município 109 procuradores, começando com Antônio Rodrigues dos Ouros e terminando com Antônio Justiniano de Sousa.[9] Com a Lei de Regimento dos Municípios,[10] as funções executivas da Câmara e do município foram exercidas, a rigor, mais pelo presidente do que propriamente pelos procuradores do conselho. Existiram seis presidentes até o ano de 1835, quando surgiu, pela primeira vez, o cargo de prefeito de São Paulo.
Os cargos de prefeito e sub-prefeito foram extintos em 1838, com retorno do sistema que permitia à Câmara o controle direto do poder executivo. Dessa data até 1890, o cargo de chefe do executivo municipal de São Paulo foi exercido por 60 cidadãos. O último do período referido foi o major Domingos Sertório.[9] De 1890 a 1899, a cidade foi administrada por uma intendência, constituída de três membros. Denominava-se Conselho de Intendência Municipal, conforme o decreto de 15 de janeiro de 1890.[11][12]
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Prefeitos do período imperial (1835–1838)
Cinco prefeitos governaram São Paulo durante o período regencial, sendo dois interinos.[13][14] A figura do prefeito foi criada por Rafael Tobias de Aguiar, então presidente da província (cargo equivalente ao de governador), ao decretar a lei provincial nº18 de 11 de abril de 1835. A lei deixava a chefia do executivo municipal e o comando da guarda policial a um prefeito nomeado, exigindo-se o uso de farda de secretário do governo provincial. Ficavam sob as ordens do prefeito ainda os subprefeitos, um por freguesia, os fiscais municipais e os inspetores de quarteirão.[15] A resistência dos vereadores à mudança na legislação garantiu a extinção do novo cargo em 1838, vindo a aparecer novamente 60 anos depois.[16]
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Prefeitos do período republicano (desde 1899)
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Perspectiva
Primeira República (1899–1930)
A lei n.º 374, de 29 de novembro de 1898, reorganizou o poder municipal, criando novamente o cargo de prefeito e introduzindo o vice-prefeito. Ambos eram primeiramente vereadores escolhidos pela Câmara Municipal em eleição anual e depois passaram a ser escolhidos pelo povo, sistema que perdurou até 1930 com uma interrupção entre 1911 e 1917.[19]
- Partidos
Sem partido Republicano Paulista
Era Vargas e Quarta República: prefeitos nomeados (1930–1953)
Os anos iniciais da Era Vargas foram marcados por uma rápida sucessão de prefeitos que governaram por períodos curtos, o que dificultou a realização de grandes projetos na cidade. Fábio Prado e Prestes Maia foram exceções. Após a queda do Estado Novo, a Constituição de 1946 restaurou a independência dos municípios, mas incluiu uma ressalva para "bases ou portos militares de excepcional importância para a defesa externa do País". São Paulo foi incluída nesta categoria até 1952, quando sua autonomia foi restaurada e foram realizadas eleições.[26]
- Partidos
Democrático Republicano Paulista Sem partido Social Progressista
Fase democrática da Quarta República e últimas eleições na ditadura (1953–1969)
Apesar da demora na restauração das eleições diretas para a prefeitura paulistana na Quarta República, o voto popular foi exercido já no início da ditadura, em 1965. Faria Lima, o prefeito eleito, permaneceu no cargo até o fim de seu mandato.[52]
- Partidos até 1965 (abolidos pelo AI-2)
Democrata Cristão Trabalhista Nacional Social Progressista Trabalhista Brasileiro União Democrática Nacional Movimento Trabalhista Renovador
- Partidos após 1965
Ditadura militar: prefeitos biônicos (1969–1986)
Houve um hiato de 20 anos nas eleições diretas para prefeito como resultado de restrições impostas pelo governo federal. Com o Ato Institucional n.º 3, os prefeitos de todas as capitais estaduais passaram a ser nomeados pelos governadores estaduais mediante aprovação pela Assembleia Legislativa. Houve domínio da ARENA, o partido governista; só em 1983 foi escolhido o primeiro prefeito da oposição. Com a reabertura política, os prefeitos voltaram a ser escolhidos pelo voto direto.[5]
- Partidos
Aliança Renovadora Nacional Sem partido[nota 18] Democrático Social do Movimento Democrático Brasileiro
Sexta República (1986–2025)
Desde que a reeleição passou a ser permitida para o cargo de prefeito, em 1997, nenhum candidato em São Paulo foi eleito em duas eleições seguidas. Os únicos "reeleitos" foram vice-prefeitos que sucederam à prefeitura por vacância do cargo e foram posteriormente eleitos como prefeitos. O fenômeno pode ser explicado pela visibilidade que a prefeitura de São Paulo traz para candidatos nas eleições estaduais ou presidenciais, como no caso de José Serra e João Doria, que renunciaram para disputar com sucesso o governo estadual.[69]
- Partidos
Trabalhista Brasileiro dos Trabalhadores Democrático Social Progressista Reformador → Progressista Brasileiro Trabalhista Nacional da Social Democracia Brasileira da Frente Liberal → Democratas Social Democrático Movimento Democrático Brasileiro
Ex-prefeitos vivos
Linha do tempo
Entre janeiro de 1899 e maio de 2025, pelo menos 79 pessoas assumiram a prefeitura de São Paulo, sendo que 49 exerceram a chefia como titulares.[83] Desses mandatários, cinco governaram durante dois períodos de forma não consecutiva: um nomeado duas vezes (Anhaia Melo), um interino duas vezes (Artur Saboia), um eleito duas vezes (Jânio Quadros) e dois nomeados no primeiro mandato e eleitos no segundo (Prestes Maia e Paulo Maluf). O prefeito que permaneceu por mais tempo no cargo foi Antônio da Silva Prado, que governou durante 12 anos.[84]

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Ver também
Notas
- Tomou posse em 29 de agosto de 1835. Tirou licença pouco depois, sendo substituído por dois prefeitos interinos: Joaquim Lopes Guimarães (de 12 de outubro a 5 de novembro de 1835) e Miguel Antunes Garcia (de 5 de novembro a 21 de novembro de 1835).
- Durante os primeiros nove mandatos, Antônio Prado foi substituído pelos vice-prefeitos Pedro Vicente de Azevedo (18 vezes entre 1900 e 1904) e Asdrúbal Augusto do Nascimento (três vezes entre 1906 e 1907). Durante o décimo e último mandato, Antônio Prado foi substituído pelo então presidente da Câmara Municipal Raimundo Duprat (4 de maio a 30 de setembro de 1908) e pelo vice-prefeito Asdrúbal Augusto do Nascimento (três vezes de 1908 a 1910).
- Antônio Prado foi eleito e reeleito pelos vereadores da Câmara Municipal nos dias 7 de janeiro de 1899 (15 votos), 2 de janeiro de 1900 (12 votos), 2 de janeiro de 1901 (14 votos), 7 de janeiro de 1902 (15 votos), 2 de janeiro de 1903 (14 votos), 2 de janeiro de 1904 (15 votos), 7 de janeiro de 1905 (11 votos), 6 de janeiro de 1906 (13 votos) e 5 de janeiro de 1907 (13 votos). Teve, assim, nove mandatos até janeiro de 1908.
- João Maurício de Sampaio Viana, então vice-prefeito, substituiu o titular Raimundo Duprat duas vezes em 1911: entre 16 de junho e 27 de junho e entre 9 de dezembro e 12 de dezembro.
- Raimundo Duprat foi eleito e reeleito pelos vereadores da Câmara Municipal nos dias 15 de janeiro de 1911 (12 votos), 12 de janeiro de 1912 (13 votos), e 10 de janeiro de 1913 (14 votos). Teve, assim, três mandatos entre 1911 e 1914.
- Washington Luís renunciou ao cargo de prefeito em 16 de agosto de 1919 para concorrer à presidência do estado de São Paulo, cargo equivalente ao atual governador, nas eleições de 1920. Sucedeu-lhe como prefeito o então vice Rocha Azevedo.
- Durante os seus mandatos, Firmiano Pinto foi substituído pelos vice-prefeitos Henrique de Sousa Queirós (cinco vezes entre 1921 e 1923), Luís Augusto Pereira de Queirós (3 de março a 28 de março de 1924) e Luciano Gualberto (18 de abril a 2 de maio de 1925).
- Deposto pela Revolução de 1930.
- Artur Saboia, Diretor de Obras e Viação, respondeu pelo expediente da prefeitura interinamente após a renúncia de Gofredo Teles, que se deu pelo término da Revolução Constitucionalista de 1932.
- Durante o seu mandato, Fábio Prado foi substituído pelo então Diretor do Departamento Jurídico Paulo Barbosa de Campos Filho (1 de fevereiro a 16 de fevereiro de 1938) e pelo então Secretário de Estado da Justiça e Negócios do Interior Fábio Egídio de Oliveira Carvalho (25 de abril a 1 de maio de 1938).
- Milton Improta, então Secretário das Finanças, assumiu a prefeitura temporariamente após a renúncia de Paulo Lauro.
- Porfírio da Paz, então vice-prefeito, substituiu o titular Jânio Quadros de forma intermitente (oito em oito dias separados por um dia em que Jânio assumiria o governo de forma a evitar o desrespeito à Lei Orgânica vigente) entre 7 de julho de 1954 e 17 de janeiro de 1955 para que Jânio pudesse preparar a candidatura para governador nas eleições de 1954. Jânio foi eleito e reassumiu o cargo de prefeito até 31 de janeiro de 1955, quando titular e vice renunciaram conjuntamente para assumir, respectivamente, os cargos de governador e vice-governador de São Paulo.[53]
- Após a renúncia conjunta de Jânio Quadros e Porfírio da Paz, o presidente da Câmara Municipal William Salem assumiu o cargo de prefeito até que houvesse uma eleição extraordinária para completar o mandato não concluído.
- Wladimir de Toledo Piza, então vice-prefeito, substituiu o titular Juvenal Lino de Matos entre 28 de dezembro de 1955 e 4 de janeiro de 1956.
- Juvenal Lino de Matos renunciou ao cargo de prefeito em 13 de abril de 1956 para reassumir o cargo de senador no Congresso Nacional, ao qual não renunciara. A renúncia se deu como resultado da incompatibilidade de Matos de exercer ambos os cargos simultaneamente. Sucedeu-lhe como prefeito o então vice Wladimir de Toledo Piza.
- Durante o seu mandato, Ademar de Barros foi substituído pelo vice-prefeito Cantídio Nogueira Sampaio (10 de janeiro a 6 de fevereiro de 1958) e pelo então presidente da Câmara Municipal Manoel de Figueiredo Ferraz (9 de fevereiro a 28 de fevereiro de 1961).
- Leôncio Ferraz Júnior, então vice-prefeito, substituiu o titular Faria Lima entre 3 de dezembro e 13 de dezembro de 1968.
- A Lei n.º 6.767 de 20 de dezembro de 1979 extinguiu ambos os partidos do sistema bipartidarista estabelecido em 1965.
- Brasil Vita, então presidente da Câmara Municipal, assumiu a prefeitura temporariamente após a exoneração de Figueiredo Ferraz.
- Carlos Eduardo Sampaio Dória, então presidente da Câmara Municipal, substituiu Olavo Setúbal como prefeito entre 4 de janeiro e 28 de janeiro de 1977.
- Reinaldo de Barros renunciou ao cargo de prefeito em 15 de maio de 1982 para se candidatar a governador de São Paulo nas eleições daquele ano.
- Altino Lima assumiu a prefeitura após Franco Montoro, o então novo governador estadual, não nomear um prefeito para São Paulo. Isso se deu pois Montoro aguardava a aprovação da Emenda Constitucional n.º 25, que restabeleceria a autonomia eleitoral das capitais. A emenda foi aprovada apenas em 15 de maio de 1985.
- Marcos Ribeiro de Mendonça, então presidente da Câmara Municipal, substituiu Mário Covas entre 17 de maio e 28 de maio de 1985.
- Durante o segundo mandato como prefeito, Jânio Quadros foi substituído pelo vice-prefeito Arthur Alves Pinto (10 de abril a 12 de maio de 1986), pelo então presidente da Câmara Municipal Antônio Sampaio (três vezes entre 1987 e 1989) e pelo então Secretário dos Negócios Jurídicos Cláudio Lembo (entre 29 de maio e 2 de julho de 1987 e entre 20 de julho e 5 de agosto de 1988, na impossibilidade de assumirem tanto o vice-prefeito quanto o presidente da Câmara).
- Luiz Eduardo Greenhalgh, então vice-prefeito, substituiu a titular Luiza Erundina entre 26 de maio e 3 de junho de 1989.
- Sólon Borges dos Reis, então vice-prefeito, substituiu o titular Paulo Maluf entre 27 de outubro e 21 de novembro de 1993 e entre 14 de abril e 8 de maio de 1995.
- Régis de Oliveira, então vice-prefeito, tornou-se prefeito em exercício duas vezes em 2000 durante os afastamentos do titular sub judice Celso Pitta: entre 24 de março e 26 de março e entre 26 de maio e 13 de junho. O primeiro afastamento deu-se devido a uma liminar, logo recorrida, concedida pela 13ª Vara da Fazenda Pública como forma de evitar a interferência de Pitta em processos de improbidade administrativa movidos contra ele. A liminar foi depois confirmada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, gerando o segundo afastamento. O novo afastamento foi apenas encerrado com a determinação final do Superior Tribunal de Justiça de que Pitta reassumiria o cargo.
- Hélio Bicudo, então vice-prefeito, substituiu a titular Marta Suplicy oito vezes entre 2001 e 2004.
- Durante o seu mandato, José Serra foi substituído pelo então vice-prefeito Gilberto Kassab (cinco vezes em 2005) e pelo então presidente da Câmara Municipal Roberto Tripoli (8 de fevereiro a 11 de fevereiro de 2006).
- José Serra renunciou ao cargo de prefeito em 31 de março de 2006 para se candidatar a governador nas eleições de 2006. Sucedeu-lhe como prefeito o então vice Gilberto Kassab.
- Em seus dois mandatos, Gilberto Kassab foi substituído pelo então presidente da Câmara Municipal Antonio Carlos Rodrigues (entre 28 de março e 31 de março de 2007 e entre 14 de maio e 16 de maio de 2007) e pela então vice-prefeita Alda Marco Antônio (entre 27 de outubro e 31 de outubro de 2007 e no dia 9 de dezembro de 2007; oito vezes entre 2009 e 2012).
- João Doria renunciou ao cargo de prefeito em 6 de abril de 2018 para se candidatar a governador nas eleições de 2018. Sucedeu-lhe como prefeito o então vice Bruno Covas.
- Ao pedir licença para tratamento de um câncer no dia 3 de maio de 2021, Bruno Covas foi substituído por Ricardo Nunes, então vice-prefeito, até a sua morte no dia 16 de maio.
- Bruno Covas morreu em 16 de maio de 2021, vítima de câncer. Sucedeu-lhe como prefeito o então vice Ricardo Nunes.
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Referências
Ligações externas
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