Imigração estadunidense no Brasil
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A imigração estadunidense para o Brasil é um movimento migratório que teve início no final do século XIX, quando confederados fugiram do Sul dos Estados Unidos por conta da guerra civil que ocorria naquele país e formaram um subgrupo cultural na sociedade brasileira da época. Estima-se que esse primeiro fluxo migratório tenha chegado em uma faixa entre 30 e 50 mil pessoas,[carece de fontes?] que se instalaram principalmente nas cidades de Americana e Santa Bárbara d'Oeste, no interior do estado de São Paulo. No século XXI, no entanto, ainda há imigração de estadunidenses para o Brasil.[1] Brasilo-estadunidense ou brasilo-norte-americano é um brasileiro descendente de estadunidenses, ou uma pessoa nascida nos Estados Unidos imigrante no Brasil.
Estadunidense-brasileiros | ||||||||
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População total | ||||||||
Regiões com população significativa | ||||||||
Brasil | ||||||||
Línguas | ||||||||
Predominantemente inglês e português | ||||||||
Religiões | ||||||||
Predominantemente protestantes e uma fração de judeus |
No final da Guerra Civil Americana, o Imperador Dom Pedro II estava interessado em desenvolver a cultura de algodão no Império do Brasil devido aos preços elevados do produto e, através de contatos na Maçonaria, recrutou experientes produtores estadunidenses de algodão e ofereceu subsídios e incentivos fiscais aos potenciais imigrantes. O general Robert E. Lee, no entanto, aconselhou os habitantes dos recém-criados Estados Confederados da América a não fugirem para a América do Sul, mas muitos ignoraram o conselho e partiram para estabelecer uma nova vida longe da destruição causada pela guerra civil.
Entre 1865 e 1885, quase dez mil americanos brancos provenientes principalmente do Sul dos Estados Unidos aportaram em Recife, Vitória, Rio de Janeiro e Santos. Os imigrantes se estabeleceram em vários lugares no Brasil, que vão desde as áreas urbanas do Rio de Janeiro e São Paulo, Florianópolis, nordeste (especialmente Caruaru, em Pernambuco) e até a região amazônica, como também no sul brasileiro (principalmente no Paraná). No entanto, a maioria dos imigrantes estadunidenses assentaram-se na área ao redor das cidades paulistas de Santa Bárbara d'Oeste e Americana (derivado do nome de Vila dos Americanos), na região de Campinas. O primeiro imigrante confederado original conhecido a chegar no Brasil foi o senador William Hutchinson Norris, do Alabama, que chegou em Santa Bárbara d'Oeste, às vezes chamada de "Colônia Norris". Os colonos trouxeram com eles técnicas agrícolas modernas e novas culturas, como melancia e nozes, e que logo se espalharam entre os agricultores nativos brasileiros. Alguns alimentos da cultura dos Estados Unidos também foram trazidos e se tornaram parte da cultura brasileira em geral, tais como a torta xadrez e o frango frito. Os confederados originais trouxeram muitos elementos da cultura norte-americana e estabeleceram as primeiras igrejas batistas no Brasil. Eles também estabeleceram as escolas públicas, desde a educação aos seus filhos do sexo feminino, o que era incomum no país daquela época.
Estadunidenses imigram para o Brasil há mais de um século em busca de terras férteis e baratas para cultivar, hoje em dia principalmente no Centro-Oeste brasileiro, por conta de oportunidades no setor agrícola da região.[2] Em 2000, o número oficial de estadunidenses que viviam no Brasil era de 22,3 mil pessoas, além de mais de 50 mil descendentes. Os imigrantes mais recentes veem ao país para oferecer mão de obra especializada para multinacionais, universidades e instituições de pesquisa. No entanto, apenas 2,7% do total de imigrantes que vêm legalmente para o Brasil são estadunidenses, segundo dados de 2000 da polícia federal.[3]