Boana punctata
espécie de anfíbio / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Boana punctata é uma espécie de anfíbio da família Hylidae, encontrada no Brasil, Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Paraguai, Peru, Suriname, Trindade e Tobago e Venezuela. Está presente em diversos habitats, como florestas primárias e secundárias, áreas alagadas e urbanizadas, geralmente associada a plantas aquáticas.
Boana punctata | |||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||
Pouco preocupante (IUCN 3.1) | |||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Boana punctata (Schneider, 1799) | |||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||
Sua distribuição está compreendida na área em verde. | |||||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||||
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Os machos medem geralmente cerca de 3,5 centímetros de comprimento, enquanto as fêmeas medem 3,7 centímetros. Seu dorso é verde e possui diversas manchas amarelas ou vermelhas distribuídas, além de uma amarela na lateral, e seu ventre possui uma coloração variando entre o branco e o verde-azulado. Durante a noite, a espécie muda sua coloração, com a parte superior ficando avermelhada e suas pintas amarelas, e o restante do corpo ficando verde-pálido. Os machos podem ser diferenciados das fêmeas pela presença de um prepollex, pequena protuberância na lateral dos polegares das patas dianteiras, que são mais desenvolvidos nestes.
Uma característica que a diferencia de quase todas as outras espécies de anfíbios é sua capacidade de apresentar biofluorescência, ao absorver radiação ultravioleta do tipo A e emitir uma radiação com comprimento de onda maior, na forma de luz azul e verde. Poucos tetrápodes apresentam esse fenômeno, sendo restrito apenas a tartarugas marinhas, papagaios e alguns anuros, entretanto suspeita-se que possam existir mais anuros com tal característica. A fluorescência é causada pela presença de três moléculas em seus tecidos: a Hyloin-L1, Hyloin-L2 e Hyloin-G1. Ainda não se sabe qual é sua serventia, porém supõe-se que ela sirva para auxiliar a visão no escuro, transformando uma radiação pouco visível pelo animal em uma que seja capaz de sensibilizar suas células oculares e cujo comprimento esteja dentro da faixa de sua visão escotópica.
Possui dieta generalista e oportunista, e modo de predação passivo, esperando uma presa se aproximar para depois capturá-la, sem fazer uma seleção prévia. Suas principais presas são os dípteros e os hemípteros, porém também pode se alimentar de homópteros, coleópteros e ligeídeos. Sua pele secreta peptídeos, tais como a fenilseptina, que fazem com que adquiram um gosto desagradável e amargo, o que afasta potenciais predadores, além de possuir caráter antimicrobiano. Reproduz-se entre janeiro e maio, com os machos começando a vocalizar após fortes chuvas com o objetivo de atrair as fêmeas. Durante esse período, pode acontecer de alguma fêmea aceitar seu coaxar ou pode haver brigas entre dois indivíduos pelo território. Caso ocorra a primeira opção, os dois realizam o amplexo, e, em seguida, a fêmea deposita entre 173 e 342 ovos, que, após um tempo, eclodem e nascem girinos de coloração escura.