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Bairro gay

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Bairro gay
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Bairro gay (também chamado de gueto gay) é uma locação geográfica urbana, geralmente com limites reconhecidos, cuja população é majoritariamente pertencente à comunidade LGBT: lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros. Este tipo de bairro frequentemente contém uma série de estabelecimentos orientados a este público, tais como bares gays, discotecas gays, saunas, restaurantes, bibliotecas e outros negócios.[1]

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Bandeira gay na faixa de pedestres na Castro Street no bairro de Castro, um dos principais bairros gays do mundo, localizado em San Francisco, Califórnia, EUA.
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História

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Perspectiva

O termo gueto originalmente se referia a esses lugares em cidades europeias, onde os judeus eram obrigados a viver de acordo com a legislação local. Durante o século XX, gueto passou a ser usado para descrever as áreas habitadas por uma variedade de grupos que a sociedade dominante consideravam fora da norma, incluindo não só judeus, mas pessoas pobres, pessoas LGBT, minorias étnicas, prostitutas e boêmios.[2][3]

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Memorial do Triângulo rosa em Schöneberg, bairro gay de Berlim: esse era um dos símbolos utilizados pelos nazistas para identificar LGBT's.
O Triângulo rosa

Durante o regime nazista, o triângulo rosa era costurado nas roupas dos prisioneiros homossexuais nos campos de concentração. Este símbolo servia para desumanizá-los ainda mais, destacando-os para abusos adicionais por parte dos guardas e outros prisioneiros. A perseguição aos homossexuais fazia parte da ideologia nazista, que visava "purificar" a sociedade alemã de elementos considerados "indesejáveis" ou "deviantes". Nos anos 1970 e 1980, o triângulo rosa foi ressignificado e adotado como um símbolo de protesto contra a homofobia e de orgulho pela comunidade LGBTQ+. Ele passou a representar resistência e a luta pelos direitos LGBTQ+, transformando-se de um emblema de vergonha em um símbolo de poder e orgulho.O triângulo rosa, portanto, carrega uma história complexa, simbolizando tanto a opressão sofrida sob o regime nazista quanto a resiliência e a luta contínua pela igualdade e aceitação na sociedade moderna.

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O bar gay "Eldorado" em Berlim (Schöneberg) em 1932.
Desenvolvimento

Os bairros gays surgiram como refúgios seguros para a comunidade LGBTQIA+, especialmente em tempos de perseguição e discriminação. No século XX, com o crescimento dos movimentos pelos direitos civis, essas áreas começaram a se desenvolver em muitas cidades ao redor do mundo. Esses bairros se tornaram centros de cultura, ativismo e celebração da diversidade, oferecendo um espaço onde a comunidade pode se expressar livremente e encontrar apoio. O bairro de Schöneberg, em Berlim, foi o primeiro bairro gay do mundo, desenvolvendo-se na década de 1920. Antes das décadas de 1960 e 1970, comunidades LGBT especializadas não existiam como bairros gays nos Estados Unidos; os bares eram geralmente onde as redes sociais LGBT se desenvolviam e estavam localizados em certas áreas urbanas onde o zoneamento policial permitia implicitamente o chamado "entretenimento desviante" sob vigilância próxima.[4]

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Em Nova York, por exemplo, a congregação de homens gays não era ilegal desde 1965; no entanto, nenhum bar abertamente gay havia recebido uma licença para servir álcool. A invasão policial de um clube gay privado chamado Stonewall Inn em 27 de junho de 1969 levou a uma série de pequenos distúrbios no bairro do bar ao longo dos três dias subsequentes, envolvendo mais de 1.000 pessoas. A Rebelião de Stonewall conseguiu mudar não apenas o perfil da comunidade gay, mas também a dinâmica dentro da própria comunidade. Isso, juntamente com vários outros incidentes semelhantes, precipitou o aparecimento de guetos gays por toda a América do Norte, à medida que a organização espacial mudou de bares e encontros de rua para bairros específicos. Essa transição "dos bares para as ruas, da vida noturna para o dia, da 'desviança sexual' para um estilo de vida alternativo" foi o momento crítico no desenvolvimento da comunidade gay.[5][6]

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Entrada do metro em Chueca, Madrid.

Comunidades online se desenvolveram globalmente no início dos anos 2000 como um recurso conectando vilas gays em todo o mundo para fornecer informações sobre artes, viagens, negócios, aconselhamento gay e serviços legais, com o objetivo de proporcionar ambientes seguros e amigáveis para membros das comunidades LGBT em geral. Em 24 de junho de 2016, o Monumento Nacional de Stonewall foi nomeado o primeiro Monumento Nacional dos EUA dedicado ao movimento pelos direitos LGBT. Nos primeiros anos da década de 2000, alguns membros da comunidade do Toronto Gay Village criaram uma comunidade online chamada Gay-Villager.com. Este recurso se conecta a moradores gays de todo o mundo, para fornecer informações para as artes, viagens, negócios, aconselhamento gay, serviços jurídicos, etc., que fornece um ambiente seguro e amigável gay para os membros da comunidade gay.[7]

Pandemia de AIDS na década de 1980

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Placa sobre a AIDS Library of Philadelphia, localizada na Gayborhood da "cidade do amor fraterno". Iniciada em 1987, foi a primeira biblioteca do país a fornecer informações sobre HIV/AIDS e a ajudar a combater os medos da sociedade sobre a epidemia.

Nos anos 1980, a pandemia de AIDS teve um impacto profundo nas comunidades LGBTQ+, especialmente em bairros conhecidos por sua concentração de população gay. Esses locais, muitas vezes vistos como espaços de acolhimento e expressão, tornaram-se epicentros da crise de saúde pública que emergiu com a disseminação do HIV. Bairros gays de como San Francisco e Nova York foram particularmente afetados, onde a comunidade gay se organizou para enfrentar a epidemia. A resposta inicial à AIDS foi marcada por medo, estigmatização e desinformação, levando a uma mobilização significativa dentro desses bairros.[8]

Grupos ativistas, como o ACT UP, surgiram para exigir ações governamentais e melhores tratamentos, refletindo a urgência da situação. Além disso, a epidemia expôs as desigualdades sociais e a falta de recursos de saúde adequados para a população LGBTQ+. A transfusão de sangue contaminado e a falta de testes eficazes contribuíram para a propagação do vírus, especialmente em comunidades marginalizadas. A resposta da sociedade e do governo foi lenta, o que gerou um sentimento de abandono entre os afetados. A cultura e a identidade desses bairros também foram moldadas pela epidemia. Eventos como festas e paradas do orgulho, que antes eram celebrações da vida e da diversidade, passaram a ser momentos de luto e resistência. A AIDS não apenas impactou a saúde física, mas também teve um efeito profundo na saúde mental e emocional da comunidade gay.[9]

A Gayborhood da Filadélfia é o local onde ubica-se a AIDS Library of Philadelphia, a primeira biblioteca do dos EUA a fornecer informações sobre HIV/AIDS e a ajudar a combater o preconceito sobre epidemia. Em forte contraste com a resposta insignificante do governo, as comunidades LGBT em todo o país forneceram informações e se mobilizaram para desenvolver serviços sociais, apoiar pesquisas e exigir ações. Essa defesa mudou o curso da epidemia e as atitudes da sociedade em relação aos gays e outras pessoas afetadas pelo HIV. Embora tenha impulsionado o movimento inicial pelos direitos civis LGBT, veio com a perda de quase uma geração de homens gays.[10]

Características

Os bairros gays podem variar amplamente de cidade para cidade e de país para país. Em Nova York, por exemplo, muitos gays nos anos 1990 se mudaram do bairro de Greenwich Village para Chelsea como uma alternativa mais barata; após esse movimento, os preços das casas em Chelsea aumentaram dramaticamente, rivalizando com o West Village dentro do próprio Greenwich Village. De forma semelhante, a gentrificação está mudando dramaticamente o Gayborhood da Filadélfia. Embora tenha impulsionado o movimento inicial pelos direitos civis LGBT, veio com a perda de quase uma geração de homens gays. Outros exemplos incluem, em Boston, homens gays se mudando para o South End e lésbicas migrando para Jamaica Plain; enquanto em Chicago, gays se mudaram para a área de Andersonville como um desdobramento do bairro Boystown/Lakeview. Algumas vilas gays não são bairros, mas sim municípios inteiramente separados da cidade para a qual servem como o principal enclave gay, como West Hollywood na área de Los Angeles, conhecida por sua vida noturna. É lar da Sunset Strip, do Chateau Marmont, além de abrigar diversos bairros gays, clubes de comédia, discotecas e locais de música ao vivo, como o Whisky a Go Go e The Roxy.[11]

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Bar gay em West Hollywood, cidade majoritariamente gay, muito retratada na mídia.

Além de serem centros de cultura e arte, os bairros gays também desempenham um papel importante na educação e na conscientização sobre questões LGBTQIA+. Centros comunitários, bibliotecas e organizações sem fins lucrativos frequentemente oferecem recursos e programas educacionais que abordam temas como saúde sexual, direitos humanos e história LGBTQIA+. Muitos bairros gays abrigam teatros e espaços de performance que oferecem palco para peças e shows que exploram temas LGBTQIA+. Por exemplo, o Teatro Castro em San Francisco é um ícone cultural que tem sido um centro de encontros e apresentações que refletem a diversidade da comunidade. A moda tem uma presença poderosa nesses bairros, com designers frequentemente explorando e desafiando ideias tradicionais de gênero e identidade através de suas criações. Eventos como desfiles e semanas de moda celebram a inovação e a ousadia que são características da comunidade LGBTQIA+.[12]

Gentrificação

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Castro e seu teatro, San Francisco.

A "primeira onda" de residências gays de baixa renda nesses centros urbanos abriu caminho para que outros gays mais afluentes se mudassem para os bairros; esse grupo mais rico desempenhou um papel significativo na gentrificação de muitos bairros do centro da cidade. A presença de homens gays na indústria imobiliária de São Francisco foi um fator importante que facilitou o renascimento urbano da cidade nos anos 1970. No entanto, a gentrificação das vilas gays também pode servir para reforçar estereótipos sobre gays, ao expulsar pessoas gays que não se conformam à imagem predominante de "gays, brancos, afluentes, profissionais". Essas pessoas (incluindo gays de cor, gays de baixa renda/classe trabalhadora e grupos "indesejáveis" como prostitutas gays e homens de couro) geralmente são forçadas a sair da "vila" devido ao aumento dos aluguéis ou ao constante assédio por parte de uma presença policial aumentada. Especialmente no bairro nobre de Polk Gulch em São Francisco (o primeiro "bairro gay" naquela cidade), a gentrificação parece ter tido esse resultado.[13]

O estabelecimento de uma comunidade LGBT transformou algumas dessas áreas em bairros nobre, um processo conhecido como gentrificação – um fenômeno no qual as pessoas LGBT frequentemente desempenham um papel pioneiro. Esse processo nem sempre beneficia essas comunidades, pois frequentemente veem os valores das propriedades subirem tanto que não podem mais arcar com eles, à medida que condomínios de luxo são construídos e bares se mudam, ou os únicos estabelecimentos LGBT que permanecem são aqueles que atendem a uma clientela mais sofisticada. No entanto, as manifestações atuais de "guetos queer" têm pouca semelhança com as dos anos 1970.[14]

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Bairro gay de Montreal, Canadá.

A gentrificação de áreas centrais anteriormente degradadas, juntamente com a realização de desfiles do orgulho nessas áreas, resultou no aumento da visibilidade das comunidades gays. Desfiles como o Mardi Gras Gay e Lésbico de Sydney e os eventos do Pride de Manchester atraem investimentos significativos e geram receita turística, e as cidades reconheceram que a aceitação da cultura lésbica e gay se tornou um sinal de "sofisticação" urbana e que eventos voltados para gays, como desfiles do orgulho e os Jogos Gays, são eventos potencialmente lucrativos, atraindo milhares de turistas gays e seus dólares. O reconhecimento crescente do valor econômico da comunidade gay não está apenas associado à sua riqueza, mas também ao papel que lésbicas e gays desempenharam (e continuam a desempenhar) na revitalização urbana.[15]

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Perspectiva
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A bandeira arco-íris hasteada no bairro de Castro, San Francisco.

Os bairros gays são frequentemente retratados na cultura popular como símbolos de resistência e celebração. Eles aparecem em filmes, séries e músicas, destacando sua importância como espaços de liberdade e expressão. Na atualidade, esses bairros enfrentam desafios como a gentrificação, mas continuam a ser centros vitais de cultura e ativismo. Filmes como "Milk" destacam a importância desses espaços na luta por direitos civis. Séries como "Queer as Folk" e "Pose" oferecem visões íntimas da vida dentro dessas comunidades. No Brasil, a Rua Frei Caneca em São Paulo, carinhosamente apelidada de "Gay Caneca", é um dos principais pontos de encontro da comunidade LGBTQIA+. A cidade também é famosa por sua Parada do Orgulho LGBT, uma das maiores do mundo, que celebra a diversidade e a inclusão. Os bairros gays representam não apenas um espaço físico, mas também um espaço simbólico de resistência e resiliência. Eles são centros de inovação cultural que refletem a história e a luta contínua da comunidade LGBTQIA+ por igualdade e aceitação.[16]

Os bairros gays sempre foram celeiros de criatividade e expressão artística. Muitos artistas, músicos e escritores encontraram inspiração e comunidade nesses espaços, contribuindo significativamente para as artes em geral. Exposições de arte, espetáculos teatrais e eventos culturais nesses bairros frequentemente exploram temas de identidade, amor, resistência e transformação, oferecendo narrativas alternativas que desafiam as normas sociais predominantes. A música também desempenha um papel central, com muitos bairros gays sendo famosos por suas vibrantes cenas musicais. Gêneros como disco, house e pop têm raízes profundas na cultura LGBTQIA+.[17][18]

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Principais bairros

Mais informação Localização, Imagem ...
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Bairro gay
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Ver também

Referências

  1. Levine, Martin P. 1979. "Gay Ghetto" pp. 182-204
  2. Huqueriza, Chris. «Gay destinations on the rise off the beaten track». dot429. Consultado em 17 de junho de 2014
  3. Grush, Loren (26 de janeiro de 2010). «Magazine Ranks Austin Among Top 10 Gay Friendly Cities». ABC News. Consultado em 17 de junho de 2014
  4. Rosenberg, Eli (24 de junho de 2016). «Stonewall Inn Named National Monument, a First for the Gay Rights Movement». The New York Times. Consultado em 30 de julho de 2019. Cópia arquivada em 12 de abril de 2019
  5. Huqueriza, Chris. «Gay destinations on the rise off the beaten track». dot429. Consultado em 17 de junho de 2014. Arquivado do original em 21 de outubro de 2014
  6. Grush, Loren (26 de janeiro de 2010). «Magazine Ranks Austin Among Top 10 Gay Friendly Cities». ABC News. Consultado em 17 de junho de 2014. Arquivado do original em 18 de outubro de 2014
  7. Rosenberg, Eli (24 de junho de 2016). «Stonewall Inn Named National Monument, a First for the Gay Rights Movement». The New York Times. Consultado em 24 de junho de 2016. Cópia arquivada em 12 de abril de 2019
  8. Branson-Potts, Hailey (6 de março de 2014). «West Hollywood's increasing diversity inspires mixed emotions». Los Angeles Times. Consultado em 15 de maio de 2017
  9. «Bienvenue au Village gai de Montréal . Un monde un village. Consultado em 5 de setembro de 2013. Cópia arquivada em 5 de setembro de 2013
  10. Owens, Ernest (19 de outubro de 2019). «There Goes the Gayborhood». Philadelphia magazine. Consultado em 22 de outubro de 2019. Cópia arquivada em 21 de outubro de 2019. Rapid social change and Midtown Village development are encroaching on Philadelphia's LGBT mecca. Should we mourn its loss or embrace its evolution?
  11. «Britain: Village people; The gay economy». The Economist. 378 (8463). 4 de fevereiro de 2006. p. 27. ProQuest 224021047
  12. Ham, Anthony (2008). Madrid: City Guide. [S.l.: s.n.] ISBN 9781741048957. Consultado em 26 de junho de 2013
  13. SÁNCHEZ GARRIDO, GABRIEL (30 de junho de 2016). «Ocho cosas sobre el barrio de Chueca que seguro que desconocías». El País (em espanhol). El Pais
  14. Mark Mc Lelland, Ktsuhiko Suganuma, and James Welker, Queer Voices from Japan: First-Person Narratives from Japan's Sexual Minorities (Maryland: Lexington Books, 2007), 248, 262, 320-323.
  15. Julia Goicichea (16 de agosto de 2017). «Why New York City Is a Major Destination for LGBT Travelers». The Culture Trip. Consultado em 2 de fevereiro de 2019
  16. Stonewall National Monument, National Park Service. Accessed September 26, 2024. "Stonewall is regarded by many as the single most important catalyst for the dramatic expansion of the LGBT civil rights movement. The riots inspired LGBT people throughout the country to organize and within two years of Stonewall, LGBT rights groups had been started in nearly every major city in the U.S. Stonewall was, as historian Lillian Faderman wrote, 'the shot heard round the world...crucial because it sounded the rally for the movement.'"
  17. Eli Rosenberg (24 de junho de 2016). «Stonewall Inn Named National Monument, a First for the Gay Rights Movement». The New York Times. Consultado em 25 de junho de 2016
  18. «National LGBTQ Wall Of Honor Unveiled At Historic Stonewall Inn». thetaskforce.org. National LGBTQ Task Force. 27 de junho de 2019. Consultado em 17 de abril de 2023
  19. «Gay and Lesbian Mardi Gras - The Dictionary of Sydney». dictionaryofsydney.org. Consultado em 10 de abril de 2018
  20. «Welcome to Time Out». timeout.com. Consultado em 10 de abril de 2018. Arquivado do original em 25 de dezembro de 2015
  21. Warnecke, Tilmann (28 de abril de 2015). «Die erste Weltmetropole für Lesben und Schwule». Der Tagesspiegel Online (em alemão). Consultado em 14 de abril de 2021
  22. «Schöneberger Vergnügen (1880 bis 1930)». Nachbarschaftsheim Schöneberg e V. Berlin (em alemão). Consultado em 14 de abril de 2021
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Bibliografia

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