Sururu
espécie de molusco / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
O sururu (da língua tupi, significando "escorrido", do verbo sururu: "vasar", "derramar")[4] é uma espécie de mexilhão[5][6]; um molusco bivalve marinho, costeiro e estuarino, da família Mytilidae, cientificamente denominado Mytella strigata (no passado, também denominado Mytella charruana ou Mytella falcata, por Alcide Dessalines d'Orbigny)[1][3][7]; popularmente nomeado, em inglês, falcate swamp mussel[8] ou charru mussel.[9] No litoral brasileiro, a espécie também recebe as denominações populares siriri, uma variante linguística, alastrim ou sururu-de-alagoas, segundo o Dicionário Aurélio[7] (sendo abundante nas lagoas de Manguaba e Mundaú, Alagoas)[5]; com o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa acrescentando os nomes bacucu, bico-de-ouro, maria-preta, marisco-do-mangue, mexilhão-do-mangue, pretinho e sururu-do-mangue; não especificando que tais termos sejam necessariamente aplicados sobre a espécie Mytella strigata; ainda acrescentando que os termos sururu-da-vasa e sururu-de-alestrim especificam os habitats onde se encontram (respectivamente o fundo de lagoas, em meio ao lodo, ou se desenvolvendo em paus da linha da maré, junto às cracas), e que os termos sururu-de-capote e sururu-despinicado especificam, respectivamente, os indivíduos vendidos com ou sem a sua concha.[10] No Paraná, Região Sul do Brasil, também é conhecido como marisco-de-dedo.[2] Sem citar qual a espécie, Rodolpho von Ihering aponta que Wilson da Costa comenta sobre a existência, no Maranhão, de um sururu-de-coroa, que vive em "mantas", ou camadas extensas de "coroas de areia", não atingindo maiores dimensões; além de citar um sururu-de-punho, "que vive no tijuco do mangue, onde deixa pequenos orifícios à flor do mangue, para respirar".[6] Tais hábitos fossoriais, deste sururu-de-punho, não são típicos do sururu verdadeiro; que vive agregado, submerso na água, formando "cachos" e bancos na região entremarés[2], e porque os mexilhões são caracterizados pela presença de tufos de filamentos escuros que prendem esses animais às rochas (bisso).[11] O fato é que outra espécie, Mytella guyanensis (Lamarck, 1819), quando exposta à maré baixa pode enterrar-se no substrato até uma profundidade de 20 centímetros (KLAPPENBACH, 1965), podendo ser a que Wilson da Costa descrevera.[12]
Sururu[1][2] Mytella strigata | |||||||||||||||||||
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Valvas separadas de duas conchas de M. strigata, sem o animal; espécimes em vista superior (acima) e inferior (abaixo); coletados nas Dependências Federais da Venezuela, norte da América do Sul. | |||||||||||||||||||
Estado de conservação | |||||||||||||||||||
Pouco preocupante | |||||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||||
Mytella strigata (Hanley, 1843)[3] | |||||||||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||||||||
Modiola strigata Hanley, 1843 Musculus strigatus (Hanley, 1843) Mytilus strigatus (Hanley, 1843) Mytilus charruanus d'Orbigny, 1846 Mytella charruana (d'Orbigny, 1846) Mytella falcata (d'Orbigny, 1846) Mytilus sinuatus Reeve, 1857 Volsella reevei Angas, 1867 Modiolus arciformis Dall, 1909 Mytilus mundahuensis Duarte, 1926 Musculus lebourae White, 1949 (WoRMS)[3] |
Em seu livro Moluscos Brasileiros de Interesse Médico e Econômico, Alexandre Valente Boffi nomeia todos os mexilhões da costa brasileira com o nome sururu[12], enquanto o malacologista Eliezer de Carvalho Rios cita este nome apenas para Mytella strigata.[1]