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A América Latina (em castelhano: América Latina ou Latinoamérica; em francês: Amérique latine) é uma região do continente americano que engloba os países onde são faladas, primordialmente, línguas românicas (derivadas do latim) — no caso, o espanhol, o português e o francês — visto que, historicamente, a região foi maioritariamente dominada pelos impérios coloniais europeus Espanhol e Português.[1] A América Latina tem uma área de cerca de 21 069 501 km², o equivalente a cerca de 3,9% da superfície da Terra (ou 14,1% de sua superfície emersa terrestre).[2] Em 2008, a sua população foi estimada em mais de 569 milhões de pessoas.[2] Os países do restante do continente americano tiveram uma colonização majoritariamente realizada por povos europeus de cultura anglo-saxônica ou neerlandesa (ver América Anglo-Saxônica).[3] Vale ressaltar algumas exceções, como Québec, que não é um país independente, mas uma província de maioria francófona que pertence ao Canadá;[4] o estado da Luisiana, que também foi colonizado por franceses, mas pertence aos Estados Unidos[5] e os estados do sudoeste estadunidense, que tiveram colonização espanhola.[6]
América Latina | |
Localização da América Latina no globo terrestre. | |
Gentílico | {{{gentílico}}} |
Vizinhos | Ásia, África, América Anglo-Saxônica, Antártida, Europa e Oceania |
Divisões | |
- Países | 21 |
- Dependências | 10 |
Área | |
- Total | 21 069 501 km² |
- Maior país | Brasil (8.514.876,599 km²) |
- Menor país | El Salvador (21.041 km²) |
Extremos de elevação | |
- Ponto mais alto | Aconcágua, Argentina, 6962 m |
- Ponto mais baixo | Laguna del Carbón, Argentina, -105 m |
População | |
- Total | 569 milhões habitantes |
- Densidade | 27 hab/km² hab./km² |
Idiomas | Espanhol, português, francês, quíchua, aimará, náuatle, Línguas maias, guarani, Crioulo haitiano, papiamento, Línguas tupis. |
A América Latina compreende a quase totalidade das Américas do Sul e Central: as exceções são os países sul-americanos da Guiana e do Suriname e a nação centro-americana de Belize, que são países de línguas germânicas. Também engloba alguns países da América Central Insular (países compostos de ilhas e arquipélagos banhados pelo Mar do Caribe), como Cuba, Haiti e República Dominicana. Da América do Norte, apenas o México é considerado como parte da América Latina.[7] A região engloba 20 países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.[8]
A expressão "América Latina" foi utilizada pela primeira vez em 1856 pelo filósofo chileno Francisco Bilbao[9] e, no mesmo ano, pelo escritor colombiano José María Torres Caicedo;[10] e aproveitada pelo imperador francês Napoleão III durante sua invasão francesa no México como forma de incluir a França — e excluir os anglo-saxões — entre os países com influência na América, citando também a Indochina como área de expansão da França na segunda metade do século XIX.[11] Deve-se também observar que na mesma época foi criado o conceito de Europa Latina, que englobaria as regiões de predomínio de línguas românicas.[12] Pesquisas sobre a origem da expressão conduzem, ainda, a Michel Chevalier, que mencionou o termo "América Latina" em 1836, durante uma missão diplomática feita aos Estados Unidos e ao México.[13] Nos Estados Unidos, o termo não foi usado até o final do século XIX tornando-se comum para designar a região ao sul daquele país já no início do século XX.[14] Ao final da Segunda Guerra Mundial, a criação da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe consolidou o uso da expressão como sinônimo dos países menos desenvolvidos dos continentes americanos, e tem, em consequência, um significado mais próximo da economia e dos assuntos sociais.[14]
Convém observar que a Organização das Nações Unidas reconhece a existência de dois continentes: América do Sul e América do Norte, sendo que esta última se subdivide em Caribe, América Central e América do Norte propriamente dita, englobando México, Estados Unidos e Canadá, além das ilhas de Saint Pierre et Miquelon, Bermudas e a Groenlândia.[14] As antigas colônias neerlandesas (e, atualmente, países constituintes do Reino dos Países Baixos) Curaçao, Aruba e São Martinho não são habitualmente consideradas partes da América Latina, embora sua língua mais falada seja o papiamento, língua de influência ibérica (embora não considerada latina).[14]
O termo foi utilizado pela primeira vez em 1856, numa conferência do filósofo chileno Francisco Bilbao[9] e, no mesmo ano, pelo escritor colombiano José María Torres Caicedo em seu poema Las dos Américas ("As duas Américas", em português)[10].
O termo "América Latina" foi usado pelo Império Francês de Napoleão III da França durante sua invasão francesa no México (1863-1867) como forma de incluir a França entre os países com influência na América e excluir os anglo-saxões. Desde sua aparição, o termo evoluiu para designar e compreender um conjunto de características culturais, étnicas, políticas, sociais e econômicas.[15]
É provável que os primeiros povos vieram da Ásia para a América, cerca de 20 mil anos anteriores à chegada de Cristóvão Colombo ao hemisfério ocidental.[16] Esses habitantes primitivos possivelmente vieram da Ásia à América, passando por uma ponte feita de terra, na era glacial, ou passando de barco pelo Estreito de Bering, ou, então, atravessando ilha por ilha, nas Aleutas.[17] Dirigindo-se para o sul, se espalharam progressivamente pela América.[17]
Esses habitantes de origem asiática, denominados, hoje, de índios americanos, ou ameríndios, vagueavam pela terra, perseguindo os animais para matar e tirando os peixes da água.[18] Depois de uma grande quantidade de gerações na América, novos modos de vida foram desenvolvidos por certas tribos.[19] Ao invés de vaguear, ergueram comunidades agrícolas.[19] Foram os primeiros habitantes que plantaram cacau, milho, feijão, favas, batatas, abóbora e tabaco.[20] Nas regiões em que ótimas colheitas foram conseguidas pelos agricultores que viviam tranquilamente, o crescimento populacional foi acelerado.[19]
A cultura maia foi a mais antiga civilização de alto desenvolvimento no ocidente.[19] Teve início na América Central mais de cem anos antes da época em Jesus Cristo nasceu.[21] Por volta de 600 a.C., os maias criaram um calendário e um alfabeto de ideogramas.[22] Haviam criado, também, estilos arquitetônicos, esculturais, e trabalhos metálicos.[23] Tiveram uma boa estrutura de governo[24] e conheciam muito bem astronomia[25] e agricultura.[26]
Durante a invasão espanhola da América Latina, no século XVI, aí prosperavam três grandes civilizações ameríndias: a maia, na América Central (a qual era influenciada pela tolteca, do México, a partir do século X d.C.); a asteca, no México, e a inca no Equador, no Peru e na Bolívia.[27] Essas civilizações exerceram muita influência na prosperidade latino-americana que veio depois dessa contribuição dada pelos primeiros povos da região.[19] O ouro e prata existiam em suas minas, e isso fez com que os dominadores espanhóis conquistassem os povos indígenas na maior rapidez possível.[19]
A Espanha reclamou para ela mesma a maioria do atual território latino-americano, logo após a chegada de Colombo à essa área, em 1492. Terras também eram reivindicadas por Portugal. Em um grande quantidade de vezes, ambos os países desejavam as mesmas terras. Para que estes conflitos fossem resolvidos, uma linha demarcadora foi traçada pelo papa Alexandre VI, em 1493. Essa linha geodésica, a qual percorria de norte a sul, ultrapassava mais de 400 km a oeste das ilhas dos Açores e de Cabo Verde. Os espanhóis e os portugueses exploravam somente uma diminuta porção do ocidente. Estavam de acordo em que a Espanha podia ter o total das terras que descobrisse a oeste dessa linha e Portugal o total das terras a leste. A referência desse acordo residia somente nas terras que não fossem governadas por um adepto do cristianismo.
Porém, os portugueses não gostaram da ideia da linha por acreditar que concedia para a Espanha uma área territorialmente muito extensa. Em 1494, o Tratado de Tordesilhas, pela qual a linha era deslocada mais de 1 500 km a oeste, foi assinada por Portugal e Espanha. A Portugal competia a parte leste continental, pela qual, hoje, enorme porção do território brasileiro é representada. As terras da Espanha localizavam-se na parte ocidental e estendiam-se entre o México e o ponto mais ao sul do continente sul-americano.
De 1492 até 1502, Cristóvão Colombo viajou quatro vezes para a América e criou uma grande variedade de colônias menores nas Antilhas. Pedro Álvares Cabral, navegador português, atingiu o litoral brasileiro. Cabral achou ter descoberto uma ilha e a reclamou para sua pátria. O navegador italiano Américo Vespúcio, que denominou a América, viajou em uma grande variedade de vezes às Antilhas e à América do Sul, entre 1497 e 1503, perante as bandeiras da Espanha e Portugal. Os litorais brasileiro, uruguaio e argentino foram explorados por Vespúcio, além da exploração de quase o total do litoral argentino por Fernão de Magalhães, em 1520.
A América Latina está toda localizada no hemisfério ocidental, sendo cortada pelo Trópico de Câncer, o qual atravessa o centro do México, pelo Equador, o qual corta o Brasil, Colômbia, Equador e pelo qual é tocado o norte do Peru; pelo Trópico de Capricórnio, o qual corta o Brasil, o Paraguai, a Argentina e o Chile.[28][29]
Está distribuída irregularmente pelos hemisférios norte e sul, devido à extensão da maioria de suas terras ao sul da Linha do Equador.[28][29] Quase todas as terras da América Latina, estão localizadas na zona climática intertropical; uma porção menor está situada na zona temperada do norte e uma área muito grande localiza-se na zona temperada do sul.[28][29] Tem como limites: ao norte, com os Estados Unidos; ao sul; com a junção das águas salgadas dos oceanos Atlântico e Pacífico; a leste, o oceano Atlântico; e a oeste, o oceano Pacífico.[28][29]
A mesma ordem de formas de relevo, é apresentada, no sentido norte-sul, em todas as latitudes, pela América Latina.[30][31] Dessa forma, há cinco unidades geomorfológicas mais importantes:[30][31]
Todos os climas regionais são dependentes de uma grande quantidade de fatores: latitude, altitude e relevo disposto, massas de ar, continentalidade, maritimidade, correntes marítimas, entre outros. Uma pequena ou grande latitude determina caso uma região está mais perto ou mais longe do Equador e, assim sendo, caso faça maior ou menor calor. Além disso, por causa do relevo, faixas térmicas diferenciadas, de acordo com a altitude, são possivelmente apresentadas por esta região.[32][33]
Baseando-se nisto, é simples a dedução de que em quase o total da América Latina são predominantes temperaturas elevadas e quais essas se reduzem quando se dirigem ao polo Sul. Por esse motivo, a porção sul da América Latina, denominada de Cone Sul, é uma área de verões brandos e invernos gelados.[32][33]
Por ser longamente disposto no sentido norte-sul, fazendo com que o território da América esteja situado em latitudes diferenciadas, ele é climaticamente muito diversificado.[33][32] Na América Latina, sobressaem os climas tropicais, úmidos ou secos, surgindo, em certos pontos, o tropical de altitude. Cercado por essa ampla extensão tropical, há um pedaço de clima equatorial, também grandemente vasto, que se marca por pequena amplitude térmica, temperaturas altas e chuvas permanentes.[33][32] Desde o Trópico de Capricórnio, na América do Sul, os climas predominantes são modificados gradativamente depois que a latitude aumenta, começando a predominar os tipos climáticos temperados e frios.[33][32] A temperatura influi mais sobre a temperatura na porção ocidental, em que faixas de terras quentes, temperadas e frias são apresentadas pelas cordilheiras. Estas faixas desaparecem à proporção que é reduzida a distância relacionada ao polo sul, em que mesmo ao nível do mar já localizam-se regiões continuamente frias.[33][32] Na América Latina, os ventos colaboram para que seja alterado o regime chuvoso e as próprias temperaturas. Em certos países sul-americanos, especialmente nos dos centro-sul, a diminuição térmica embruscada tem muita nitidez durante a chegada da frente fria.[32][33]
As altas temperaturas da região equatorial são atrativos, no inverno, das massas de ar frio, as quais, em geral, causam chuvas e posterior diminuição da temperatura quando ela passa. No verão, no hemisfério sul, as temperaturas de maior elevação acontecem no centro da América do Sul, o que atrai ventos do oceano Atlântico.[32][33]
Como qualquer região em que predomina o clima tropical, vastos contrastes são apresentados pela América Latina: certas áreas de grande umidade e demais de desertos ou semidesertos. As primeiras são frequentes na porção equatorial da América do Sul ou em regiões de litoral. Já as regiões de deserto aparecem acima de tudo no momento em que os ventos de umidade são impedidos de passar para o sertão pelo relevo. Há certos desertos (quantidade menor de 250 mm chuvas ao ano) na América Latina: Mexicano; de Atacama, do Chile ao Peru; e da Patagônia, no sul da Argentina. Regiões de semideserto nos planaltos mexicanos e no polígono das secas, na Região Nordeste do Brasil são apresentadas por essa porção das Américas.[32][33]
Uma quantidade chuvosa muito pequena é recebida por estas regiões de estiagem devido ao seu isolamento litorâneo pelo relevo disposto, dificultando que contatem com os ventos de umidade. O deserto de Atacama constituiu-se porque a corrente marítima de Humboldt influencia, e isso, quando esfria as águas do Pacífico, causa a condensação de nuvens que se saturam de vapor de água em cima do nível do oceano, fazendo elas chegarem secadas no continente.[32][33]
Como seu relevo é disposto, a maior parte dos rios americanos, e especialmente latino-americanos, drenam no sentido oeste-leste, porque o paredão da cordilheira dos Andes faz eles se dirigirem ao Atlântico.[34]
Sendo, geralmente, uma região de grande umidade, a América Latina tem, na maioria de sua extensão, uma grande rede hidrográfica. Sobressaem: na América do Norte, o rio Grande, na fronteira Estados Unidos-México;[35] na América Central, em Honduras, rio Patuca;[36] na América do Sul, em sua parte norte, destacam-se os rios Madalena, na Colômbia, e Orenoco, na Venezuela, que desembocam no mar das Antilhas e pelos quais é banhada uma importante região agropecuária da fachada norte do continente, bem como demais rios principais os quais são projetados em suas porções central e sul, como o grande Amazonas e os rios Paraná, Paraguai e Uruguai, os quais compõem a bacia Platina, desembocando totalmente no oceano Atlântico.[34][37]
Ao contrário da América do Norte, imensos lagos não são apresentados pela América Latina, no entanto, essa região tem numerosas lagoas em seu litoral, acima de tudo na vertente do Atlântico, como a lagoa dos Patos, no Brasil, lagoas de inundação nas planícies Amazônica e do Orenoco; e lagos de altitude, como o Titicaca, do Peru até a Bolívia.[34][37]
A maioria da vegetação a qual cobria a América Latina até o século XVI desapareceu.[38] Porém os países mais antigos desmatavam áreas considerada "mato" na Idade Média para ocupar e ampliar as áreas férteis e já desmatavam as terras desocupadas desde tempos antigos, já que a maioria do território brasileiro ainda é coberto por matas nativas e a grande parte do território dos Estados Unidos é coberto por florestas nativa e o percentual é o mesmo desde o Século XIX, o desmatamento trouxe mais áreas agrícolas, mas não trouxe enrequecimento econômico, que só aconteceu após a Revolução Industrial[39][40], porém desde 1970, muito tempo após a industrialização do continente europeu, passaram a recuperar as florestas desmatadas na época anterior as Primeira e Segunda Guerras Mundiais, porém a exceção ao desmatamento do território no Velho Mundo e na Ásia é o Japão, onde 68% da vegetação ainda está preservada e possui uma densidade populacional maior que da América Latina[41][42][43]. Só se preservou a cobertura vegetal nos lugares de pouco interesse econômico ou em regiões de relevo íngreme, no entanto, de qualquer forma, é de grande facilidade a reconstituição da vegetação original, porque ela resultou do clima e do tipo de solo em que foi desenvolvida. Dessa forma, podem ser identificadas na região:[38][44]
Muitas e diversas culturas são apresentadas pela América Latina, por causa da mistura de línguas, etnias e costumes.[45] Apesar do predomínio do espanhol como língua oficial dos países da América Latina,[46] são falados também português,[46] francês[46] e, em certas regiões, até mesmo inglês[47] e neerlandês.[48] Existem também muitas línguas nativas, merecendo destaque o quíchua, legado dos incas e idioma que se fala no Peru, Equador, Bolívia e Argentina.[46]
A etnia dos habitantes da América Latina é muito variável de país a país.[49] Apesar da intensidade da mestiçagem, existem nações em que a maior parte dos habitantes é branca (Argentina[50] e Uruguai),[51] demais em que quase o total dos habitantes é de origem negra (Haiti,[52] República Dominicana,[53]) e certas onde está fortemente presente o sangue índio (Peru,[54] Bolívia,[55] México,[56] Equador[57] e Paraguai).[58]
Existem países mestiços de verdade (Colômbia[59] e Venezuela)[60] e demais como o Brasil, no qual há regiões de população com predomínio de brancos e demais pelas quais a maior parte de negros, mestiços ou índios é apresentada.[61]
Em 2016, foi feita uma pesquisa que mostra que a população da América Latina é descendente de nobres. De acordo com o estudo, entre os século XV e XVI vieram muitos pessoas que pertenciam as elites do Império Espanhol e do Império Português que vieram para contribuir para a formação da América Latina.[62]
A maioria da população professa o catolicismo romano, mas em alguma parte desses países latino-americanos é crescente o número de protestantes, popularmente chamados no Brasil como evangélicos.[63] Há também minorias de judeus, muçulmanos, hinduístas, budistas, espíritas — já que o Brasil é o país com o maior número de adeptos dessa religião —, e praticantes de cultos afro-brasileiros.[63]
Um pesquisa realizada em toda a América Latina, divulgada em 2014 relatou que o número de protestantes na região já chegava a 19% da população latino-americana, enquanto os católicos estariam em 69%.[64]
O Espanhol é o idioma predominante da vasta maioria dos países latino-americanos. O Português é a língua oficial somente do Brasil, porém é falada por mais de 34% da população da América Latina; e o Francês é falado no Haiti, em algumas ilhas do Caribe e na Guiana Francesa. Ainda há o neerlandês, falado em ilhas caribenhas e no Suriname; todavia, o neerlandês não é uma língua latina e, sim, germânica. Portanto, sob este aspecto, a inclusão destes países na América Latina é controversa.
Em diversas nações, principalmente as caribenhas, existem os idiomas crioulos, que derivam de línguas europeias e línguas nativas do país, antes da colonização. Em outras, existe uma grande quantidade de falantes das línguas indígenas, como o México, o Peru, a Guatemala e o Paraguai. Nestes casos, é comum os governos nacionais ou regionais reconhecerem estes idiomas não-europeus como idiomas oficiais, ao lado do idioma europeu predominante. Por exemplo, o Quíchua é reconhecido no Peru como idioma oficial, ao lado do Espanhol. O Guarani também é idioma oficial no Paraguai juntamente com o Espanhol.
Afora os idiomas nativos e os idiomas europeus predominantes, existem idiomas de comunidades europeias, que migraram para a América do Sul depois do século XIX.
Politicamente, a América Latina não é uniformemente apresentada em consideração aos seus aspectos humanos. Há muitos anos, a região era politicamente instável. Mas nos anos 1980, uma grande variedade de países passou por um período de ditaduras militares e, atualmente, há eleições livres em quase a América Latina inteira, apesar da existência de focos tensos em certos países onde grupos de tendências políticas de oposição rivalizam pelo poder.[65]
Os países da América Latina, em sua totalidade, são subdesenvolvidos, apesar de certas nações serem industrialmente e tecnologicamente avançadas, sendo que o capital transnacional controla a maior parte de tudo isso, como é o caso do Brasil, México e Argentina. Mas a economia da maior parte dos países da América Latina é a agricultura que se baseia nas técnicas primitivas e numa distribuição desigual de terras, pela qual os grandes fazendeiros são privilegiados.[65]
Como uma grande quantidade de diferenças entre os países latino-americanos marcam a região, entendemos que a importância da expressão "América Latina" é mais para que diferencie, no continente americano, a parte subdesenvolvida da porção rica e industrializada do que para que evidencie uma noção unitária.[65]
País | Capital | Maior cidade | Língua | População
hab |
Território
km² |
PIB (2006)[66]Bilhões USD
correntes |
PIB (2006)
per capita[66] USD (PPP) |
---|---|---|---|---|---|---|---|
Argentina | Buenos Aires | Buenos Aires | Espanhol | 40 403 943 | 2 766 889 | 212 595 | 12 080 |
Belize | Belmopan | Belmopan | Inglês | 314 275 | 22 966 | 2 307 | 7 800 |
Bolívia | La Paz (administrativa) e
Sucre (constitucional e judicial) |
La Paz | Espanhol, | 9 627 269 | 1 098 581 | 11 221 | 2 931 |
Brasil | Brasília | São Paulo | Português | 201 032 714 | 8 514 876 | 1 998 706 | 10 073 |
Chile | Santiago do Chile | Santiago do Chile | Espanhol | 16 800 000 | 756 950 | 145 845 | 12 811 |
Colômbia | Bogotá | Bogotá | Espanhol | 47 387 109 | 1 141 748 | 135 883 | 8 260 |
Costa Rica | San José | San José | Espanhol | 4 327 000 | 51 100 | 21 466 | 11 862 |
Cuba | Havana | Havana | Espanhol | 11 382 820 | 110 861 | 40 000 | 4 100 |
El Salvador | San Salvador | San Salvador | Espanhol | 6 881 000 | 21 041 | 18 654 | 5 600 |
Equador | Quito | Guayaquil | Espanhol | 13 363 593 | 272 045 | 41 402 | 4 835 |
Guiana Francesa | Caiena | Caiena | Francês | 190 842 | 86 504 | N/D | N/D |
Guatemala | Cidade da Guatemala | Cidade da Guatemala | Espanhol | 14 655 189 | 108 890 | 30 299 | 4 335 |
Haiti | Porto Príncipe | Porto Príncipe | Francês e | 7 500 000 | 27 750 | 4 473 | 1 840 |
Honduras | Tegucigalpa | Tegucigalpa | Espanhol | 7 205 000 | 112 492 | 9 072 | 3 300 |
México | Cidade do México | Cidade do México | Espanhol | 106 202 903 | 1 958 201 | 840 012 | 11 369 |
Nicarágua | Manágua | Manágua | Espanhol | 5 487 000 | 130 000 | 5 301 | 3 100 |
Panamá | Cidade do Panamá | Cidade do Panamá | Espanhol | 3 232 000 | 75 517 | 17 103 | 8 593 |
Paraguai | Assunção | Assunção | Espanhol e | 5 734 139 | 406 752 | 9 527 | 5 339 |
Peru | Lima | Lima | Espanhol, | 28 675 628 | 1 285 215 | 107 000 | 7 856 |
República Dominicana | Santo Domingo | Santo Domingo | Espanhol | 8 900 000 | 48 734 | 31 600 | 9 377 |
Uruguai | Montevideo | Montevidéu | Espanhol | 3 415 920 | 176 215 | 19 127 | 11 969 |
Venezuela | Caracas | Caracas | Espanhol | 27 730 469 | 916 445 | 181 608 | 7 480 |
Buscando soluções conjunturais para os problemas dos países da América Latina, foi fundada a Organização dos Estados Americanos (OEA), o qual possui uma função igual à exercida pela Organização das Nações Unidas à nível mundial.
Fundada em Bogotá (Colômbia) no dia 30 de abril de 1948, a OEA é um agrupamento de quase todos os Estados americanos (exceto Honduras, que excluiu-se em 2009) e seus princípios básicos são:
O total destes princípios e resoluções, no entanto, ficou especialmente no plano das intenções, porque uma pequena quantidade de resultados concretos foram conseguidos. Isto é explicado, parcialmente, devido à não dialogação dentre os paísesem bases igualitárias, porque as nações mais ricas contam com meios seguros para que seus interesses sejam prevalecidos. Em certos momentos, é constatado que certas disposições antevistas nestes acordos não são observadas.
Além disso, os Estados Unidos interferiram, de maneira direta e indireta, em países da América Latina — como, por exemplo, a ilha de Granada foi invadida em 1983, ou o Panamá, em 1989 — sem que outros países que integram a OEA tenham posicionado com maior firmeza da OEA.
Reunindo Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia e Venezuela, o Mercosul vigorou a partir de 1º de janeiro de 1995. Esse bloco econômico é como se fosse o Nafta, na América do Norte e a União Europeia, na Europa, mas muito menor do que isso.
Propõe basicamente o estabelecimento de uma zona de livre comércio dentre seus membros, diminuindo progressivamente as tarifas de importação até que estas sejam eliminadas. Num segundo passo, estabelecer-se-á uma união alfandegária, na qual é definida uma tarifa comum para importar produtos de países da América — a TEC, Tarifa Externa Comum. Os piores problemas que a impedem de funcionar plenamente são as expressivas diferenciações dentre seus membros, nas características econômica, populacional e social.
Mas, não obstante essas diferenças, o Mercosul significa a seus dez países-membros excelentes chances para expandir negócios, para acessar mercadorias menos caras e para fortalecer perante demais países e blocos econômicos. Segundo as grandes potências do bloco — Brasil e Argentina, os países de maior industrialização e agricolamente mais variados —, é possível, neste caso, a penetração em novos mercados, porque, devido às suas diferenciações geográficas, suas economias são complementadas em uma grande variedade de setores. Para a população, mercadorias de qualidade confiável a preços mais baixos são acessíveis.
O Paraguai e o Uruguai, por seu turno, que representam economias menos ricas, também podem crescer no Mercosul. No Paraguai, a energia que a usina hidrelétrica de Itaipu gera a preços menores e que se associa a uma política de isenção de impostos, possivelmente atrai capitais e impulsiona o crescimento de seu humilde parque industrial. O Uruguai, cuja população é mais escolarizada, planeja o desenvolvimento principalmente dos setores de telecomunicações, financeiro e turístico, atividades pelas quais, por tradição, é empregada muita mão-de-obra.
As grandes esperanças, o imenso interesse que se desperta e as verdadeiras chances que concretizam e fazem crescer as metas fixadas levaram o Mercosul a transformar-se numa alternativa desejável para que seus membros negociem e cresçam. Demais países já tiveram interesse em entrar no Mercosul, como Chile e a Bolívia, do bloco andino, exemplificando.
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