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país na América do Norte Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Os Estados Unidos da América (EUA; em inglês: United States of America — USA; pronunciado: [juːˈnaɪ.təd ˈsteɪʦ əv əˈmɛ.ɹɪ.kə]), ou simplesmente Estados Unidos ou América,[11] são uma república constitucional federal composta por 50 estados e um distrito federal. A maior parte do país situa-se na região central da América do Norte, formada por 48 estados e o Distrito de Colúmbia, o distrito federal da capital. Banhado pelos oceanos Pacífico e Atlântico, faz fronteira com o Canadá ao norte e com o México ao sul. O estado do Alasca está no noroeste do continente, fazendo fronteira com o Canadá no leste e com a Rússia a oeste, através do estreito de Bering. O estado do Havaí é um arquipélago no Pacífico Central. O país também possui vários outros territórios no Caribe e no Oceano Pacífico. Com 9,37 milhões de km² de área e uma população de mais de 330 milhões de habitantes, o país é o quarto maior em área total, o quinto maior em área contígua e o terceiro em população. Os Estados Unidos são uma das nações mais multiculturais e etnicamente diversas do mundo, produto da forte imigração vinda de muitos países.[12] Sua geografia e sistemas climáticos também são extremamente diversificados, com desertos, planícies, florestas e montanhas que abrigam uma grande variedade de espécies.
Os paleoindígenas, que migraram da Ásia há quinze mil anos, habitam o que é hoje o território dos Estados Unidos até os dias atuais. Esta população nativa foi muito reduzida após o contato com os europeus devido a doenças e guerras. Os Estados Unidos foram fundados pelas treze colônias do Império Britânico localizadas ao longo da sua costa atlântica. Em 4 de julho de 1776, foi emitida a Declaração de Independência, que proclamou o seu direito à autodeterminação e a criação de uma união cooperativa. Os estados rebeldes derrotaram a Grã-Bretanha na Guerra Revolucionária Americana, a primeira guerra colonial bem-sucedida da Idade Contemporânea.[13] A Convenção de Filadélfia aprovou a atual Constituição dos Estados Unidos em 17 de setembro de 1787; sua ratificação no ano seguinte tornou os estados parte de uma única república com um forte governo central. A Carta dos Direitos, composta por dez emendas constitucionais que garantem vários direitos civis e liberdades fundamentais, foi ratificada em 1791.
Guiados pela doutrina do destino manifesto, os Estados Unidos embarcaram em uma vigorosa expansão territorial pela América do Norte durante o século XIX[14] que resultou no deslocamento de tribos indígenas, aquisição de territórios e na anexação de novos Estados.[14] Os conflitos entre o sul agrário e o norte industrializado do país sobre os direitos dos estados e a expansão da instituição da escravatura provocaram a Guerra de Secessão, que decorreu entre 1861 e 1865. A vitória do Norte impediu a separação do país e levou ao fim da escravatura nos Estados Unidos. No final do século XIX, sua economia tornou-se a maior do mundo e o país expandiu-se para o Pacífico.[15] A Guerra Hispano-Americana e a Primeira Guerra Mundial confirmaram o estatuto do país como uma potência militar. A nação emergiu da Segunda Guerra Mundial como o primeiro país com armas nucleares e como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O fim da Guerra Fria e a dissolução da União Soviética deixaram-no como a única superpotência restante.
Os Estados Unidos são um país desenvolvido e formam a maior economia nacional do mundo, com um produto interno bruto que em 2023 foi de 27,3 trilhões * de dólares, equivalente a 26.1% do PIB mundial e 15.5% do PIB por paridade do poder de compra (PPC) em 2023.[16][lower-alpha 1] Sua renda per capita era a sétima maior do mundo em 2022, no entanto o país é o mais desigual dos membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), conforme calculado pelo Banco Mundial.[17] Sua economia é alimentada pela abundância de recursos naturais, por uma infraestrutura bem desenvolvida e pela alta produtividade e, apesar de ser considerado uma economia pós-industrial, o país continua a ser um dos maiores fabricantes do mundo.[18] Os Estados Unidos respondem por 39% dos gastos militares do planeta[19] e são um forte líder econômico, político e cultural.[20]
Em 1510, o cartógrafo alemão Martin Waldseemüller elaborou um planisfério, onde denominou as terras do hemisfério ocidental de "América", em honra ao cartógrafo italiano Américo Vespúcio.[21] As antigas colônias britânicas usaram pela primeira vez o nome do país moderno na Declaração de Independência — "unânime declaração de independência dos Estados Unidos da América", adotada pelos "representantes dos Estados Unidos da América", em 4 de julho de 1776.[22]
Seu nome atual foi formalmente adotado em 15 de novembro de 1777, quando o Segundo Congresso Continental aprovou os Artigos da Confederação, que estipulavam "O nome desta confederação será Estados Unidos da América".[23] A forma "Estados Unidos" também é padronizada; outra forma comum é EUA. "Colúmbia", derivado do nome de Cristóvão Colombo, em tempos um nome popular para os Estados Unidos, ainda permanece no nome distrito de Colúmbia.[24][25]
Ocasionalmente o país é referido de forma incorreta como Estados Unidos da América do Norte.[26] Na escrita, também é comum o uso das abreviaturas EUA, US ou USUS.[27] As formas padrão para se referir a um cidadão dos Estados Unidos são "americano" (mais usual), estadunidense (ou estado-unidense)[2][28] ou "norte-americano".[29] Também é utilizado o adjetivo "ianque" (do inglês yankee). Originalmente e em sentido estrito, yankee é um habitante da região de Nova Inglaterra, mas o uso generalizou-se, passando a designar todos os nativos dos estados do Norte; pode ainda designar especificamente os soldados nortistas durante a Guerra da Secessão ou, mais genericamente, qualquer nativo dos Estados Unidos.[30]
É geralmente aceito que os primeiros habitantes da América do Norte migraram da Sibéria por meio da ponte terrestre de Bering e chegaram há pelo menos 12 000 anos; no entanto, evidências crescentes sugerem uma chegada ainda mais precoce.[32][33][34] Depois de atravessar a ponte terrestre, os primeiros nativos americanos se moveram para o sul ao longo da costa do Pacífico[35] e por um corredor interior sem gelo.[36] A Cultura Clóvis apareceu por volta de 11 000 a.C. e é considerada um ancestral da maioria das culturas indígenas posteriores das Américas.[37] Esta cultura era considerada o primeiro assentamento humano do continente americano.[38] Ao longo dos anos, no entanto, mais e mais evidências apontam a ideia de culturas "pré-Clóvis", incluindo ferramentas que datam de 15 550 anos atrás. É provável que eles representem a primeira das três principais ondas de migração para a América do Norte.[39]
Com o tempo, as culturas indígenas na América do Norte tornaram-se cada vez mais complexas, e algumas, como a cultura mississipiana pré-colombiana no sudeste, desenvolveram agricultura avançada, arquitetura grandiosa e sociedades complexas.[40] A cultura mississipiana floresceu no sul entre os anos 800 a 1600, estendendo-se da fronteira mexicana até a Flórida.[41] Sua cidade-Estado, Cahokia, é considerada o maior e mais complexo sítio arqueológico pré-colombiano dos Estados Unidos modernos.[31]
Na região dos Quatro Cantos, a cultura ancestral dos Anasazi se desenvolveu como o culminar de séculos de experimentação agrícola, que produziram maior dependência da agricultura.[42] Três locais considerados Patrimônio Mundial pela UNESCO são creditados a este povo: o Parque Nacional Mesa Verde, o Parque Histórico Nacional da Cultura Chaco e Pueblo de Taos.[43][44] As obras de terraplenagem construídas pelos nativos americanos da cultura de Poverty Point, no nordeste da Louisiana, também foram designadas como Patrimônio da Humanidade. Na região sul dos Grandes Lagos, a Confederação Iroquesa foi estabelecida em algum momento entre os séculos XII e XV.[45]
A data dos primeiros assentamentos das ilhas havaianas é um tópico de contínuo debate.[46] A evidência arqueológica parece indicar assentamentos por volta do ano 124.[47]
Em 1492, o explorador Cristóvão Colombo sob contrato com a coroa espanhola chegou a várias ilhas do Caribe, fazendo o primeiro contato com os povos indígenas. Em 2 de abril de 1513, o conquistador espanhol Juan Ponce de León desembarcou no local em que ele chamou de "La Florida" — a primeira visita europeia documentada no que viria a ser os Estados Unidos Continentais.[48][49][50] Às colônias espanholas na Flórida seguiram-se outras no que é hoje o sudoeste dos Estados Unidos, que atraíram milhares de colonos através do México. Os comerciantes de peles franceses estabeleceram postos da Nova França em torno dos Grandes Lagos;[51] a França acabou por reivindicar a maior parte do interior da América do Norte até o Golfo do México.
O primeiro assentamento inglês bem-sucedido foi a Colônia da Virgínia em Jamestown, em 1607, e a Colônia de Plymouth, dos chamados Peregrinos (em inglês: Pilgrim Fathers [pais peregrinos] ou simplesmente Pilgrims), em 1620. O fretamento de 1628 da Colônia da Baía de Massachusetts resultou em uma onda de migração; por volta de 1634, a Nova Inglaterra tinha sido povoada por cerca de 10 000 puritanos. Entre o final dos anos 1610 e a Revolução Americana, cerca de 50 000 prisioneiros foram enviados para as colônias americanas da Grã-Bretanha.[52] A partir de 1614, os holandeses se estabeleceram ao longo do rio Hudson, nomeadamente na colônia de Nova Amsterdã na ilha de Manhattan.[53]
Em 1674, os holandeses cederam seu território norte-americano à Inglaterra; a província da Nova Holanda foi renomeada para Nova Iorque. Muitos dos novos imigrantes, especialmente do Sul (cerca de dois terços de todos os imigrantes da Virgínia) foram contratados como trabalhadores temporários entre 1630 e 1680.[54] A partir do final do século XVII, os escravos africanos foram se tornando a principal fonte de trabalho forçado. Com a divisão das Carolinas em 1729 e a colonização da Geórgia em 1732, foram estabelecidas as treze colônias britânicas que se tornariam os Estados Unidos.[55] Todas contavam com um governo local eleito, estimulando o apoio ao republicanismo. Todas as colônias legalizaram o comércio de escravos africanos.[56]
Com taxas de natalidade altas, taxas de mortalidade baixas e imigração constante, a população colonial cresceu rapidamente. O movimento cristão revivalista das décadas de 1730 e 1740, conhecido como o Grande Despertar, incentivou o interesse na religião e na liberdade religiosa. Durante a Guerra Franco-Indígena, as forças britânicas tomaram o Canadá dos franceses, mas a população francófona permaneceu isolada política e geograficamente das colônias do sul.[57]
À exceção dos nativos americanos (popularmente conhecidos como "índios americanos"), que estavam sendo deslocados, as treze colônias tinham uma população de 2,6 milhões de habitantes em 1770, cerca de um terço da Grã-Bretanha; cerca de um em cada cinco norte-americanos eram escravos negros.[58] Embora sujeitos aos impostos britânicos, os colonos americanos não tinham representação no Parlamento da Grã-Bretanha.[59]
As tensões entre colonos americanos e os britânicos durante o período revolucionário dos anos 1770 e início dos anos 1780 levaram à Guerra Revolucionária Americana, travada de 1775 até 1781. Em 14 de junho de 1775, o Congresso Continental, em convocação na Filadélfia, criou um Exército Continental sob o comando de George Washington. Proclamando que "todos os homens são criados iguais e dotados de certos direitos inalienáveis", em 4 de julho de 1776 o Congresso aprovou a Declaração de Independência, redigida em grande parte por Thomas Jefferson.[61] Essa data é hoje comemorada como o Dia da Independência dos Estados Unidos. Em 1777, os Artigos da Confederação estabeleceram um fraco governo confederado que operou até 1789.[62]
Após a derrota britânica por forças americanas apoiadas pelos franceses, na Batalha de Yorktown, a Grã-Bretanha reconheceu a independência dos Estados Unidos e a soberania dos estados sobre o território americano a oeste do rio Mississippi. Uma convenção constitucional foi organizada em 1787 por aqueles que desejavam estabelecer um governo nacional forte, com poderes de tributação. A Constituição dos Estados Unidos foi ratificada em 1788. Em 1789 tomaram posse o primeiro Congresso dos Estados Unidos e o primeiro presidente (George Washington) da Nova República.[63] Em 1791 foi adotada a Bill of Rights (Declaração dos Direitos dos Cidadãos), que proíbe restrições federais das liberdades pessoais e garante uma série de proteções legais.[64]
As atitudes em relação à escravidão foram sendo alteradas; uma cláusula na Constituição protegia o comércio de escravos africanos apenas até 1808. Os estados do Norte aboliram a escravidão entre 1780 e 1804, deixando os estados escravistas do Sul como defensores dessa "instituição peculiar". O Segundo Grande Despertar, iniciado por volta de 1800, fez do evangelicalismo uma força por detrás de vários movimentos de reforma social, entre as quais o abolicionismo.[65]
A ânsia americana de expansão para o oeste levou a uma longa série de guerras e ao genocídios dos indígenas. A compra da Louisiana, o território francês a sul, sob a presidência de Thomas Jefferson em 1803, quase duplicou o tamanho da nação.[66] A Guerra de 1812, travada contra a Grã-Bretanha acabou num empate, reforçando o nacionalismo americano. Uma série de incursões militares americanas na Flórida levaram a Espanha a ceder esse e outros territórios na Costa do Golfo do México em 1819.[66] A Trilha das Lágrimas em 1830 exemplificou a política de remoção dos índios, que retirava os povos indígenas de suas terras nativas. Os Estados Unidos anexaram a República do Texas em 1845. O conceito de "Destino Manifesto" foi popularizado durante essa época.[67]
O Tratado de Oregon, assinado com a Grã-Bretanha em 1846, levou ao controle norte-americano do atual noroeste dos Estados Unidos.[66] A vitória americana na Guerra Mexicano-Americana resultou na cessão da Califórnia e de grande parte do atual sudoeste dos Estados Unidos em 1848.[66] A corrida do ouro na Califórnia de 1848–1849 estimulou a migração ocidental. As ferrovias construídas, no entanto, tornaram a deslocalização mais fácil para os colonos e provocaram o aumento dos conflitos com os nativos americanos. Depois de meio século, até 40 milhões de bisões americanos foram abatidos para peles e carne e para facilitar a disseminação do transporte ferroviário. A perda do bisão, um recurso fundamental para os Índios das Planícies, constituiu rude golpe para a subsistência de muitas culturas nativas.[68] A compra do Alasca do Império Russo em 1867 completou a expansão continental do país.[66]
As tensões entre os estados ditos livres e os estados escravistas tiveram origem sobretudo em discussões sobre a relação entre os governos estadual e federal e em conflitos violentos acerca da propagação da escravidão em novos estados. Abraham Lincoln, candidato do Partido Republicano, em grande parte abolicionista, foi eleito presidente em 1860.[69] Antes da sua tomada de posse, sete estados escravistas declararam sua secessão, o que o governo federal sempre considerou ilegal, e formaram os Estados Confederados da América.[70]
Com o ataque confederado em Fort Sumter, a Guerra de Secessão começou, e mais quatro estados escravistas aderiram à Confederação. A Proclamação da Emancipação de Lincoln, em 1863, declarou livres os escravos da Confederação. Após a vitória da União em 1865, três emendas à Constituição americana garantiam a liberdade para quase quatro milhões de afro-americanos que tinham sido escravos,[71] fizeram-nos cidadãos e lhes deram direito ao voto. A guerra e a sua resolução levaram a um aumento substancial do poder federal.[72]
Após a guerra, o assassinato de Lincoln radicalizou as políticas republicanas da Reconstrução na reinserção e reconstrução dos estados do sul, assegurando os direitos dos escravos recém-libertos. A resolução da disputada eleição presidencial de 1876 pelo compromisso de 1877 terminou com a Era da Reconstrução; as Leis de Jim Crow iniciaram um período de perseguição aos afro-americanos.[73]
No Norte, a urbanização e um afluxo de imigrantes sem precedentes da Europa meridional e oriental apressou a industrialização do país. A onda de imigração, que durou até 1929, proveu trabalho e transformou a cultura americana. O desenvolvimento da infraestrutura nacional estimulou o crescimento econômico.[74]
O massacre de Wounded Knee, em 1890, foi o último grande conflito armado das Guerras Indígenas. Em 1893, a monarquia indígena do Reino do Havaí, no Pacífico, foi derrubada em um golpe de Estado liderado por residentes norte-americanos; os Estados Unidos anexaram o arquipélago em 1898. A vitória no mesmo ano da Guerra Hispano-Americana demonstrou que os Estados Unidos eram uma grande potência mundial e levou à anexação de Porto Rico, Guam e as Filipinas.[75][76] As Filipinas conquistaram a independência meio século depois,[77][78][79] Porto Rico e Guam permanecem como territórios americanos.[80]
Durante os primeiros anos da Primeira Guerra Mundial, que eclodiu em 1914, os Estados Unidos mantiveram-se neutros. Apesar da maioria dos americanos simpatizarem com os britânicos e com os franceses, muitos eram contra uma intervenção.[81] Em 1917, os Estados Unidos se juntaram aos Aliados, ajudando a virar a maré contra as Potências Centrais. Após a guerra, o Senado não ratificou o Tratado de Versalhes, que estabelecia a Liga das Nações. O país seguiu uma política de unilateralismo, beirando o isolacionismo.[82]
Em 1920, o movimento pelos direitos das mulheres conseguiu a aprovação de uma emenda constitucional que concedia o sufrágio feminino.[64] A prosperidade dos Roaring Twenties ("anos 20 florescentes, alegres, ruidosos ou vívidos") terminou com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque em 1929, que desencadeou a Grande Depressão. Após sua eleição como presidente em 1932, Franklin Delano Roosevelt respondeu à crise social e econômica com o New Deal ("novo acordo"), uma série de políticas de crescente intervenção governamental na economia.[83] O Dust Bowl de meados da década de 1930 empobreceu muitas comunidades agrícolas e estimulou uma nova onda de imigração ocidental.[84]
Os Estados Unidos, neutros durante as fases iniciais da Segunda Guerra Mundial, iniciada com a invasão da Polônia pela Alemanha Nazista em setembro de 1939, começaram a fornecer material para os Aliados em março de 1941 através do programa Lend-Lease (Lend-Lease Act; "Lei de empréstimo e arrendamento"). Em 7 de dezembro de 1941, o Império do Japão lançou um ataque surpresa a Pearl Harbor, o que levou os Estados Unidos a se juntar aos Aliados contra as potências do Eixo e ao internamento compulsivo de milhares de americanos de origem japonesa.[85] A participação na guerra estimulou o investimento de capital e a capacidade industrial do país. Entre os principais combatentes, os Estados Unidos foram o único país a se tornar muito mais rico, ao contrário dos restantes aliados, que empobreceram por causa da guerra.[86]
As conferências dos aliados em Bretton Woods e Yalta delinearam um novo sistema de organizações internacionais que colocou os Estados Unidos e a União Soviética no centro da política geoestratégica mundial. Como a vitória foi conquistada na Europa, uma conferência internacional realizada em 1945 em São Francisco produziu a Carta das Nações Unidas, que se tornou ativa depois da guerra.[87] Tendo desenvolvido as primeiras armas nucleares, os Estados Unidos, usaram-nas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945. O Japão se rendeu em 2 de setembro do mesmo ano, marcando o fim da guerra.[88]
Os Estados Unidos e a União Soviética disputaram a supremacia mundial após a Segunda Guerra Mundial, durante o período chamado de Guerra Fria, cujos principais atores a nível militar na Europa foram Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e o Pacto de Varsóvia. Os Estados Unidos promoviam a democracia liberal e o capitalismo,[89][90] enquanto a União Soviética promovia o comunismo e uma economia planificada.[90][91] Ambos apoiavam ditaduras e estavam envolvidos em guerras por procuração. As tropas americanas combateram as forças comunistas chinesas na Guerra da Coreia de 1950–53.[92] O Comitê de Atividades Antiamericanas seguiu uma série de investigações sobre suspeitas de subversões de esquerda, enquanto o senador Joseph McCarthy tornou-se a figura emblemática do sentimento anticomunista.[93]
O lançamento soviético de 1961 do primeiro voo tripulado fez com que o presidente John F. Kennedy lançasse o repto dos Estados Unidos serem o primeiro país a aterrissar um homem na lua, o que foi realizado em 1969.[94] Kennedy também enfrentou uma tensa crise motivado pela presença de forças soviéticas em Cuba que por pouco não provocou um confronto nuclear. Entretanto, os Estados Unidos experimentaram uma expansão econômica sustentada. Ao mesmo tempo, cresceu o movimento dos direitos civis, simbolizado e liderado por afro-americanos, como Rosa Parks e Martin Luther King Jr, usando a não violência para enfrentar a segregação e a discriminação.[95]
Após o assassinato de Kennedy em 1963, as leis de direitos civis (1964) e direito ao voto (1965) foram sancionadas pelo presidente Lyndon B. Johnson.[96][97] Johnson e seu sucessor, Richard Nixon, expandiram uma guerra por procuração no sudeste da Ásia para a mal sucedida Guerra do Vietnã.[92] Um amplo movimento de contracultura cresceu, alimentado pela oposição à guerra, o nacionalismo negro e a revolução sexual. Betty Friedan,[98][99] Gloria Steinem[100] e outros levaram uma nova onda de feminismo que buscava a igualdade política, social e econômica das mulheres.
Como consequência do escândalo de Watergate, em 1974 Nixon se tornou o primeiro presidente americano a renunciar, para evitar sofrer um impeachment (impugnação do mandato) sob as acusações de obstrução da justiça e abuso de poder, sendo sucedido pelo vice-presidente Gerald Ford.[101] A administração de Jimmy Carter da década de 1970 foi marcada pela estagflação e a crise dos reféns do Irã. A eleição de Ronald Reagan como presidente em 1980 anunciou uma virada à direita na política norte-americana, refletida em grandes mudanças na tributação e nas prioridades dos gastos. Seu segundo mandato foi marcado pelo escândalo Irã-Contras e pelo significativo progresso diplomático com a União Soviética. O posterior colapso soviético pôs fim à Guerra Fria.[92]
Temendo a propagação da instabilidade internacional regional a partir da invasão iraquiana do Kuwait, em agosto de 1991, o presidente George H. W. Bush lançou e liderou a Guerra do Golfo contra o Iraque, expulsando as forças iraquianas e dissolvendo o Estado fantoche apoiado pelo Iraque no Kuwait.[102] Durante a administração do presidente Bill Clinton em 1994, os EUA assinaram o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), fazendo com que o comércio entre os Estados Unidos, Canadá e México disparasse.[103] Devido à bolha da Internet, política monetária estável e gastos reduzidos com o bem-estar social, a década de 1990 viu a mais longa expansão econômica da história moderna dos Estados Unidos.[104]
Em 11 de setembro de 2001, sequestradores terroristas da Al-Qaeda lançaram aviões de passageiros contra o World Trade Center na cidade de Nova York e o Pentágono perto de Washington, D.C., matando quase 3 mil pessoas.[105] Em resposta, o presidente George W. Bush lançou a Guerra ao Terror, que incluiu uma ocupação de quase 20 anos no Afeganistão de 2001 a 2021 e a Guerra do Iraque de 2003 a 2011.[106][107] A política do governo projetada para promover habitação acessível,[108] falhas generalizadas na governança corporativa e regulatória,[109] e taxas de juros historicamente baixas estabelecidas pelo Federal Reserve[110] levaram a uma bolha imobiliária em 2006. Isso culminou na crise financeira de 2007–2008 e a Grande Recessão, a maior contração econômica do país desde a Grande Depressão.[111]
Barack Obama, o primeiro presidente multirracial[112] com ascendência afro-americana, foi eleito em 2008 em meio à crise financeira.[113] No final de seu segundo mandato, o mercado de ações, a renda média e o patrimônio líquido familiar e o número de pessoas com empregos estavam todos em níveis recordes, enquanto a taxa de desemprego estava bem abaixo da média histórica.[114][115][116][117][118] Sua principal conquista legislativa foi o Affordable Care Act (ACA), popularmente conhecido como "Obamacare". Isso representou a revisão regulatória mais significativa do sistema de saúde dos EUA e a expansão da cobertura desde o Medicare em 1965. Como resultado, a parcela da população sem seguro de saúde foi cortada pela metade, enquanto o número de estadunidenses recém-segurados foi estimado entre 20 e 24 milhões.[119]
Depois que Obama cumpriu os dois mandatos, o republicano Donald Trump foi eleito o 45º presidente em 2016. Sua eleição é vista como uma das maiores reviravoltas políticas da história estadunidense e mundial.[120] Trump ocupou o cargo durante as primeiras ondas da pandemia de COVID-19 e a subsequente recessão causada pela pandemia a partir de 2020, que excedeu até a Grande Recessão no início do século.[121]
A polarização política aumentou a partir da década de 2010, com acesso ao aborto, casamento entre pessoas do mesmo sexo, movimento pelos direitos dos transgêneros, racismo sistêmico persistente, brutalidade policial, imigração ilegal, tiroteios em massa e uso recreativo de maconha se tornando tópicos centrais de debate. Desde então, vários protestos estão entre os maiores da história dos Estados Unidos.[122][123]
Em 6 de janeiro de 2021, apoiadores do presidente Trump invadiram o Capitólio dos Estados Unidos em uma tentativa malsucedida de interromper a contagem de votos do Colégio Eleitoral que confirmaria o democrata Joe Biden como o 46º presidente. Em 2022, a Suprema Corte decidiu que não há direito constitucional ao aborto, causando outra onda de protestos.[124] Os Estados Unidos responderam à Rússia e a Belarus após a invasão da Ucrânia com o país aplicando duras sanções e enviando dezenas de bilhões de dólares em ajuda militar e humanitária à Ucrânia.[125]
A área dos Estados Unidos contíguos é de aproximadamente 7 824 535,379 km² sendo que 7 652 712,978 km² são terra emersa. O Alasca, separado dos Estados Unidos contíguos pelo Canadá, é o maior estado com 1 529 887,847 km². O Havaí, um arquipélago no Pacífico central, a sudoeste da América do Norte, tem cerca de 16 752,043 km².[126]
A seguir à Rússia e ao Canadá, os Estados Unidos são a quarta maior nação do mundo em área total (terra e água), posição abaixo da China. A classificação varia conforme a estimativa da área total dos Estados Unidos utilize as águas territoriais marítimas, porém, pelo padrão de agrimensura, que considera apenas terra e águas internas a posição é a quarta. Assim, 9 826 675 km² segundo o CIA World Factbook,[127] que contabiliza as águas costeiras e territoriais, 9 629 091 km² segundo Divisão de Estatísticas das Nações Unidas, que considera as águas costeiras e territoriais dos grandes lagos.[128] e 9 522 055 km² segundo a Encyclopædia Britannica, que considera as águas territoriais dos grandes lagos.[129] Incluindo apenas a área terrestre, os Estados Unidos são o terceiro maior país do mundo em superfície, atrás da Rússia e da China e à frente do Canadá.[130]
O território nacional conta com múltiplas formas de acidentes geográficos e é comum dividir-se a parte dos Estados Unidos na América do Norte excluindo o Alasca em três grandes regiões orográficas: a ocidental, a central e a oriental.[131] À medida que se avança para o interior, a planícies costeiras do litoral Atlântico dão lugar a bosques caducifólios e à meseta de Piedmont. Os Apalaches separam a costa oriental dos Grandes Lagos das pradarias do centro-oeste.[132]
As montanhas de Serra Nevada e a Cordilheira das Cascatas (Cascade Range) se encontram próximas à costa do Pacífico.[132] O Monte Denali, no Alasca, com 6 194 metros de altitude, é o ponto mais alto do país e de todo o continente.[133][134] Os vulcões ativos são comuns ao longo do Alasca e nas Ilhas Aleutas e no estado do Havaí só existem ilhas vulcânicas.[135] O supervulcão localizado no Parque Nacional de Yellowstone, nas Montanhas Rochosas, é o maior vulcão do continente.[136]
O principal sistema hidrográfico do país, formado pelos rios Mississipi e Missouri[132] e o terceiro maior sistema fluvial do mundo,[137] percorre o centro dos Estados Unidos de norte a sul. A pradaria plana e fértil das Grandes Planícies se estende até ao oeste, até ser interrompida por uma região de terras altas no sudoeste. As Montanhas Rochosas, na borda ocidental das Grandes Planícies, atravessam a nação do norte até o sul, chegando a altitudes superiores a 3 400 metros.[132] Ainda na região oeste encontram-se a Grande Bacia do Nevada (Great Basin) e desertos, como o de Mojave, Sonora e Chihuahua.[132]
Sua grande extensão e variedade geográficas incluem a maioria dos tipos de clima.[138][139] A leste do meridiano 100 oeste, o clima varia de continental úmido no norte, a subtropical úmido no sul. A ponta sul da Flórida é tropical, assim como o Havaí. As Grandes Planícies a oeste do meridiano 100 são semiáridas.[140]
Grande parte das montanhas ocidentais são alpinas. O clima é árido na Grande Bacia, desértico no sudoeste, mediterrânico na costa da Califórnia e oceânico nas costas do Oregon e de Washington e sul do Alasca. A maior parte do Alasca é subártico ou polar. Climas extremos não são incomuns; os países do Golfo do México são propensos a furacões e a maioria dos tornados do mundo ocorrem no interior do país, principalmente na Tornado Alley ("Alameda dos Tornados"), no Centro-Oeste.[140]
Os Estados Unidos são considerados um "país megadiverso": cerca de 17 000 espécies de plantas vasculares ocorrem nos Estados Unidos Continentais e no Alasca, e mais de 1 800 espécies de plantas são encontradas no Havaí, algumas das quais ocorrem no continente.[141] Os Estados Unidos são o lar de mais de 400 espécies de mamíferos, 750 de aves e 500 de répteis e anfíbios.[142] Cerca de 91 000 espécies de insetos têm sido registradas.[143]
A Endangered Species Act de 1973 protege espécies ameaçadas e seus habitats, que são monitorados pelo United States Fish and Wildlife Service. Há 58 parques nacionais e centenas de outros parques, florestas e áreas naturais geridas pelo governo federal,[144] sendo que a porcentagem de área florestal é de 33,1% (2005).[145] No total, o governo detém 28,8% da área terrestre do país.[146] A maior parte desta área está protegida, apesar de algumas serem alugadas para perfuração de poços de petróleo e gás natural, mineração, exploração madeireira ou pecuária; 2,4% são usados para fins militares.[146]
A população dos Estados Unidos foi estimada pelo United States Census Bureau em novembro de 2020 em 331 449 281 habitantes,[7] incluindo 11,2 milhões de imigrantes ilegais.[147] Os Estados Unidos são a terceira nação mais populosa do mundo, a seguir à China e a Índia, e são o único país industrializado em que há perspectivas de aumento em grande parte da população.[148] Com uma taxa de natalidade de 13,82 por mil, 30% abaixo da média mundial, a sua taxa de crescimento populacional é de 0,98%, significativamente superior às da Europa Ocidental, Japão e Coreia do Sul.[149]
Os Estados Unidos têm uma população muito diversificada: trinta e um grupos étnicos têm mais de um milhão de membros. Os estadunidenses brancos são o maior grupo racial; descendentes de alemães, irlandeses e ingleses constituem três dos quatro principais grupos étnicos do país. Os afro-americanos são a maior minoria racial da nação e o terceiro maior grupo étnico.[151][152]
Os asiático-americanos são a segunda maior minoria racial do país; os dois maiores grupos étnicos asiático-americanos são chineses americanos e filipinos americanos.[151] Em 2020, a população americana incluía um número estimado de 9,7 milhões de pessoas com alguma ascendência de nativos americanos.[153] De acordo com o censo de 2010, os hispânicos já são mais de 62 milhões nos Estados Unidos.[154] No ano fiscal de 2009, foi concedida residência legal a 1,1 milhões de imigrantes.[155] O México foi a principal fonte de novos residentes por mais de duas décadas; desde 1998, China, Índia e as Filipinas foram os quatro principais países de origem de imigrantes a cada ano.[156]
O crescimento populacional dos hispânicos e latino-americanos é uma grande tendência demográfica. Os 46,9 milhões de americanos de ascendência hispânica[152] são identificados como uma etnia "distinta" pelo Census Bureau; 64% dos hispano-americanos são de origem mexicana. Entre 2000 e 2008, a população hispânica do país aumentou 32%, enquanto a população não hispânica cresceu apenas 4,3%.[152][157] Grande parte deste crescimento populacional vem da imigração. Em 2007, 12,6% da população era constituída por indivíduos nascidos em outros países, 54% deles na América Latina.[158] A fertilidade é também um fator importante; o número médio de filho por mulher latino-americana (taxa de fecundidade é de três, de 2,2 para as mulheres não hispânicas negras e 1,8 para as mulheres não hispânicas brancas (abaixo da taxa de substituição populacional, que é de 2,1).[148] Minorias (conforme definido pelo Census Bureau, ao lado de todos os não hispânicos, não multirraciais brancos) constituem 34% da população. Estima-se que os não brancos constituirão a maioria da população em 2042.[159]
O inglês é a língua nacional de facto.[3] Embora não haja nenhuma língua oficial em nível federal, algumas leis, como os requisitos para naturalização, padronizam o inglês.[3] Em 2006, cerca de 224 milhões de pessoas, ou 80% da população com idades entre cinco anos ou mais, falava apenas inglês em casa. O espanhol, falado em casa por 12% da população, é o segundo idioma mais comum e a segunda língua estrangeira mais ensinada.[158][161] Alguns americanos defendem o inglês como a língua oficial do país, como é em, pelo menos, vinte e oito estados do país.[162] Tanto o havaiano quanto o inglês são as línguas oficiais no Havaí por lei estadual.[163]
Enquanto não tenha uma língua oficial, o Novo México tem leis que preveem a utilização dos idiomas inglês e espanhol, a Louisiana tem leis para o inglês e o francês.[164] Outros estados, como a Califórnia, obrigam a publicação de versões em espanhol de alguns documentos do governo, incluindo de tribunais.[165][166] Vários territórios insulares concedem o reconhecimento oficial para suas línguas nativas, juntamente com o inglês: samoano e chamorro são reconhecidas pela Samoa Americana[167] e Guam, respectivamente;[168] caroliniano e o chamorro são reconhecidos pelas Ilhas Marianas do Norte,[169] assim como o espanhol é uma língua oficial de Porto Rico.[170]
Os Estados Unidos são oficialmente uma nação secular; a Primeira Emenda da Constituição do país garante o livre exercício da religião e proíbe a criação de um governo religioso.[64]
Em um estudo de 2002, 59% dos americanos disseram que a religião teve um papel "muito importante em suas vidas", um número muito maior do que qualquer outra nação desenvolvida.[172] O nível de religiosidade do povo varia bastante regionalmente: segundo pesquisa de 2009, 63% dos habitantes do Mississippi frequentavam a igreja semanalmente, ao passo que em Vermont esse número cai para 23%.[173]
O perfil religioso dos Estados Unidos vem mudando consideravelmente nos últimos anos. De acordo com uma pesquisa de 2017, 73% dos adultos se identificaram como cristãos,[174] sendo que em 2007 esse número era de 78,4%[175] e em 1990, de 86,4%.[176] Na década de 2010, os protestantes deixaram de ser maioria pela primeira vez na história, constituindo 48,5% dos americanos.[177]
O grupo que mais cresce nos Estados Unidos são as pessoas sem religião (21,3%), número parecido com o de católicos romanos (22,7%).[174] Em 2007, o estudo classifica os protestantes brancos, 26,3% da população, como o maior grupo religioso do país;[175] outro estudo estima protestantes de todas as raças em 30–35%.[178]
O total de religiões não cristãs em 2007 foi de 4,7%, acima dos 3,3% em 1990.[176] Os maiores credos não cristãos foram o judaísmo (1,7%), budismo (0,7%), islamismo (0,6%), hinduísmo (0,4%) e o Unitário-Universalismo (0,3%).[175] 8,2% da população em 1990,[176] contra 16,1% em 2007 e 21,3% em 2017, descreveu-se como agnóstico, ateu, ou simplesmente sem-religião.[179][175]
Cerca de 82% dos americanos vivem em áreas urbanas;[127][180] cerca de metade são residentes de cidades com populações superiores a 50 000.[181] Em 2008, 273 cidades tinham populações superiores a 100 000 habitantes, nove cidades tinham mais de um milhão de habitantes e quatro cidades globais tinham mais de 2 milhões de habitantes (Nova Iorque, Los Angeles, Chicago e Houston).[159]
Os Estados Unidos são a federação ainda existente mais antiga do mundo.[183] O país é uma república constitucional e uma democracia representativa, "em que a regra da maioria é temperada por direitos das minorias protegidos por lei".[184] O governo é regulado por um sistema de separação de poderes definido pela Constituição, que serve como documento legal supremo do país.[185] No sistema federalista estado-unidense, os cidadãos são geralmente sujeitos a três níveis de governo: federal, estadual e local; funções de governo local são geralmente divididas entre os condados e os governos municipais.[183] Em quase todos os casos, funcionários do executivo e do legislativo são eleitos pelo voto da maioria dos cidadãos do distrito.[183] Não há representação proporcional no nível federal e isso é muito raro em níveis inferiores.[183]
O governo federal é composto de três ramos:[183][185]
A Câmara dos Representantes tem 435 membros votantes, cada um representando um distrito do Congresso para um mandato de dois anos.[185] Cadeiras na Câmara são distribuídas entre os estados pela população a cada dez anos. De acordo com o censo de 2000, sete estados têm um mínimo de um representante, enquanto a Califórnia, o estado mais populoso, tem cinquenta e três. O Senado tem 100 membros com cada estado tendo dois senadores, eleitos para mandatos de seis anos, um terço das cadeiras do Senado estão acima para a eleição a cada ano.[186]
O presidente não é eleito pelo voto direto, mas por um sistema de colégio eleitoral indireto em que os votos são distribuídos de forma determinada por estado,[187] para um mandato de quatro anos, podendo ser reeleito uma vez, consecutiva ou não.[185] Cada estado recebe uma determinada quantidade de votos de acordo com o número de congressistas dentro do poder legislativo: senadores (dois por cada estado)[188] e representantes (que variam de acordo com a população de cada estado); dando um total de 538 membros. O sistema bipartidarista permite que um dos candidatos à presidência, seja do Partido Republicano ou do Democrata, precise de apenas duzentos e setenta votos para assegurar a vitória.[189] A Suprema Corte, liderada pelo Chefe de Justiça dos Estados Unidos, tem nove membros.[190]
Os governos estaduais estão estruturados de forma mais ou menos semelhante. O estado de Nebraska, excepcionalmente, tem uma legislatura unicameral.[191] O governador (chefe executivo) de cada estado é eleito por sufrágio direto. Alguns juízes estaduais e agentes do gabinete são nomeados pelos governadores dos respectivos estados, enquanto outros são eleitos pelo voto popular.[192]
Todas as leis e procedimentos governamentais são passíveis de recurso judicial e a que foi julgada em desacordo com a Constituição é anulada. O texto original da Constituição estabelece a estrutura e as responsabilidades do governo federal e sua relação com os estados. O artigo primeiro protege o direito ao "grande decreto" do habeas corpus e o Artigo Terceiro garante o direito a um julgamento com júri em todos os casos criminais. Emendas à Constituição exigem a aprovação de três quartos dos estados. A Constituição foi alterada vinte e sete vezes; as dez primeiras emendas, que constituem a Carta dos Direitos, e a décima quarta emenda formam a base central dos direitos individuais dos americanos.[64]