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Imperial Ordem da Rosa
ordem honorífica brasileira Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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A Imperial Ordem da Rosa foi uma ordem honorífica brasileira, criada em 17 de outubro de 1829, pelo Imperador Dom Pedro I, em comemoração de seu casamento com a Imperatriz Dona Amélia, naquele mesmo ano.[1]

A ordem foi abolida pela constituição republicana em 1891, após a Proclamação da República.
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História
A Imperial Ordem da Rosa foi criada em 1829, no casamento do Imperador do Brasil, Dom Pedro I e a princesa Amélia de Leuchtenberg.[2] Considerada "uma das mais belas ordens já criadas", premiava méritos civis e militares.[2]
O seu desenho foi idealizado por Jean-Baptiste Debret que, segundo discutido por historiadores, ter-se-ia inspirado ou nos motivos de rosas que ornavam o vestido de D. Amélia ao desembarcar no Rio de Janeiro, ou ao se casar, ou num retrato da mesma enviado da Europa ao imperador D. Pedro I.

A ordem premiava nacionais e estrangeiros que se distinguissem por sua fidelidade à pessoa do Imperador e por serviços prestados ao Estado, e comportava um número de graus superior às outras ordens brasileiras e portuguesas então existentes. O imperador era Grão-Mestre da ordem, o herdeiro presuntivo era Grande-Dignitário-Mor e todos os outros príncipes recebiam a Grã-Cruz.
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Agraciamento
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Perspectiva
De 1829 a 1831 D. Pedro I, durante o primeiro reinado, concedeu 189 insígnias. Seu filho e sucessor, D. Pedro II, ao longo do segundo reinado, chegou a agraciar 14.284 cidadãos. O monarca costumava agraciar pessoas que lhe concedessem hospedaria em viagens, titulando esses com o grau de comendador.[3] Além dos dois imperadores, apenas o Duque de Caxias foi grande-colar da ordem durante sua vigência.
Um dos primeiros agraciados recebeu a comenda em virtude de serviços prestados quando de um acidente com a família imperial: conta a pequena história da corte que, em 7 de dezembro de 1829, recém-casado, D. Pedro I regressava com a família do Palácio de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista. Como de sua predileção, conduzia pessoalmente a carruagem quando, na Rua do Lavradio, se quebrou o varal da atrelagem e os cavalos se assustaram, rompendo as rédeas e fazendo tombar o veículo, arrastado perigosamente. O Imperador fraturou a sétima costela do terço posterior e a sexta do terço anterior, teve contusões na fronte e luxação no quarto direito, perdendo os sentidos. Mal os havia recobrado quando o recolheram à casa mais próxima, do Marquês de Cantagalo. Segundo o Boletim sobre o Desastre de Sua Majestade Imperial e Fidelíssima publicado no Jornal do Commercio, Dona Amélia foi a que menos cuidado exigiu: "não teve dano sensível senão o abalo e o susto que tal desastre lhe devia ocasionar". A filha primogênita, D. Maria II de Portugal, "recebeu grande contusão na face direita, compreendendo parte da cabeça do mesmo lado". Augusto de Beauharnais, Príncipe de Eichstadt, Duque de Leuchtenberg e Duque de Santa Cruz, irmão da imperatriz, "teve uma luxação no cúbito do lado direito com fratura do mesmo". A Baronesa Slorefeder, aia da Imperatriz, "deu uma queda muito perigosa sobre a cabeça". Diversos criados de libré, ao dominarem os animais, ficaram contundidos. Convergiram para a casa de Cantagalo os médicos da Imperial Câmara e outros, os doutores Azeredo, Bontempo, o Barão de Inhomirim, Vicente Navarro de Andrade, João Fernandes Tavares, Manuel Bernardes, Manuel da Silveira Rodrigues de Sá, Barão da Saúde. Ao partir, quase restabelecido, D. Pedro I condecorou Cantagalo a 1 de janeiro de 1830 com as insígnias de dignitário da Ordem e D. Amélia lhe ofereceu o seu retrato, circundado por brilhantes, e pintado por Simplício Rodrigues de Sá.
Foram ainda agraciados com a Imperial Ordem da Rosa os membros da Guarda de Honra que acompanhavam o então Príncipe Regente em sua viagem à Província de São Paulo, testemunhas do "Grito do Ipiranga", marco da Independência do Brasil.[carece de fontes]
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Organização
O Imperador do Brasil (reinante ou de direito) é Grão-Mestre da Ordem; o Príncipe Imperial do Brasil é Grã-Cruz supranumerário e Grande-Dignitário-Mor; e os demais Príncipes da Casa Imperial são Grã-Cruzes supranumerários. Pode haver também 8 Grã-Cruzes Efetivos e 8 Honorários, 16 Grandes-Dignitários, 32 Dignitários e Comendadores, Oficiais e Cavaleiros em número ilimitado.[4]
Os Monarcas, Príncipes e cidadãos estrangeiros condecorados são membros supranumerários.[4]
Lista de grão-mestres
- Dom Pedro I do Brasil (1829-1831)
- Dom Pedro II do Brasil (1831-1889)
Características



Insígnia
- Anverso: Estrela branca de seis pontas maçanetadas, unidas por guirlanda de rosas. Ao centro, medalhão redondo com as letras "P" e "A" entrelaçadas, em relevo, circundado por orla azul-ferrete com a legenda "AMOR E FIDELIDADE".
- Reverso: igual ao anverso, com alteração na inscrição para a data de 2-8-1829, e, na legenda, para "PEDRO E AMÉLIA".
- Colar: rosas e brasões do estilo francês, com as letras "P" e "A" entrelaçadas, ligadas por um fio dourado.
Fita e banda
De cor rosa-claro, com duas orlas brancas.
Graus
Os graus em ordem decrescente são:[5]
- Grã-Cruz (com o tratamento de Excelência e limitado a 16 recipientes)
- Grande-Dignitário (com o tratamento de Senhor e limitado a 16 recipientes)
- Dignitário (com o tratamento de Senhor e limitado a 32 recipientes)
- Comendador (com o tratamento de Senhor e ilimitado em número de recipientes)
- Oficial (gozava das honras de Coronel e ilimitado em número de recipientes)
- Cavaleiro (gozava das honras de Capitão e ilimitado em número de recipientes)
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Agraciados
Grã-cruzes
Brasileiros
Estrangeiros
Demais condecorados
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Atualidade
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Perspectiva
Condição
Atualmente, a Imperial Ordem da Rosa, embora extinta oficialmente como ordem nacional em 24 de fevereiro de 1891 pela Constituição de 1891, continua a ser mantida como uma ordem dinástica pela Casa Imperial do Brasil.[30]
Lista de condecorados
Grão-Mestre
- Bertrand de Orleans e Bragança, 15 de julho de 2022[31]
Grande-dignatário-mor
- Rafael de Orleans e Bragança, 8 de novembro de 2024
Grã-cruzes supranumerário
- Christine de Ligne de Orleans e Bragança, 26 de setembro de 2020[32]
- Pedro de Alcântara de Orleans e Bragança, 1º de dezembro de 1945
- Fernando de Orleans e Bragança, 2 de fevereiro de 1948
- Francisco de Orleans e Bragança, 6 de abril de 1955
- Alberto de Orleans e Bragança, 23 de junho de 1957
- Luiz Philippe de Orleans e Bragança, 3 de abril de 1969
- Gabriel de Orleans e Bragança, 1º de dezembro de 1980
- Pedro Alberto de Orleans e Bragança, 31 de maio de 1988
- Antonio Alberto de Orleans e Bragança, 28 de maio de 1997
- Gabriel Pedro de Orleans e Bragança, 12 de abril de 2013
- Rafael Pedro de Orleans e Bragança, 9 de agosto de 2015
- Arthur Alberto de Orleans e Bragança, 30 de março de 2024
Grã-cruzes estrangeiros
- Miguel, 14.º Príncipe de Ligne, 10 de março de 1981[33]
- Duarte, Duque de Bragança, 16 de fevereiro de 2000[34]
- Afonso, Príncipe da Beira, 16 de fevereiro de 2000[34]
- Dinis, Duque do Porto, 7 de maio de 2025[4]
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Notas
- Purves, Alec A. (1972). Orders and Decorations. Col: Hamlyn all colour paperbacks (em inglês). Londres: Hamlyn. p. 139. ISBN 978-0600367086. OCLC 723552
- Rezzutti, Paulo (2019). Dom Pedro II: a história não contada. [S.l.]: LeYa. p. 142
- «Concessão da Imperial Ordem da Rosa». Instagram. 7 de maio de 2025. Consultado em 7 de maio de 2025
- Silva, Camila (2011). «As comendas honoríficas e a construção do Estado Imperial (1822-1831)» (PDF)
- Shilov, D.N. (2002). Statesmen of the Russian Empire, 1802-1917. Saint Petersburg: Dimitri Bulanin. p. 48.
- AGOSTINHO da Motta. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2023. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa22177/agostinho-da-motta. Acesso em: 25 de junho de 2023. Verbete da Enciclopédia ISBN 978-85-7979-060-7
- «Notícias do mercado científico». quimis.com.br. Consultado em 25 de junho de 2023
- «Annibale de Gasparis». www.beniculturali.inaf.it. Consultado em 25 de junho de 2023
- «BookReader - Biblioteca Nacional». objdigital.bn.br. Consultado em 25 de junho de 2023
- Rezzutti, Paulo (2019). D. Pedro II: A História Não Contada. [S.l.]: LeYa. p. 142
- Silva, Innocencio Francisco da (1870). Diccionario bibliográphico portuguez: Estudos. Applicaveis a Portugal e ao Brasil. Suppl. 2. C - G. [S.l.]: Impr. Nacional
- "Noticias diversas". Correio Mercantil, 06/12/1860, p. 1
- Vianna, Hélio. "José de Alencar e D. Pedro II". In: Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, 1968 (279): 234
- Vasconcellos, Smith de (1983). Archivo nobiliarchico brasileiro. [S.l.]: Рипол Классик
- Jornal "A Província de Minas", ANNO IX, N. 582, Ouro Preto, 8 de maio de 1889.
- Jornal "O MAR DE HESPANHA "14 de abril de 1889.
- Memória historica da Faculdade ele Medicina do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Faculdade ele Medicina do Rio de Janeiro. 1865
- Roberto Dilly. «MÉRITO COMENDADOR HENRIQUE GUILHERME FERNANDO HALFELD». Prefeitura de Juiz de Fora. Consultado em 27 de julho de 2023
- O Saquá. «Tenente-coronel da Guarda Nacional, o Barão de Saquarema foi o inventor do município:' Os "saquaremas" e os "luzias"». Consultado em 13 de janeiro de 2024
- Diario de Noticias (RJ) - 1887. Link: https://memoria.bn.gov.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=369365&pesq=%22Walter%20Hammond%22&hf=memoria.bn.gov.br&pagfis=2849
- Citizen Emperor: Pedro II and the Making of Brazil, 1825–1891, de Roderick J. Barman. Página 11.
- Anuário da Casa Imperial MMXXV (3 de janeiro de 2025). «IMPERIAIS ORDENS BRASILEIRAS». Casa Imperial do Brasil. p. 59
- Barros, Paulo Fernando de (14 de outubro de 2020). «Conheça as Ordens Dinásticas da Casa Imperial do Brasil». Duna Press Journal & Magazine (em inglês). Consultado em 13 de maio de 2025
- «COMUNICADO: A PROPÓSITO DAS ORDENS IMPERIAIS BRASILEIRAS » Pró Monarquia». monarquia.org.br. Consultado em 7 de maio de 2025
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Bibliografia
Ligações externas
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