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Linha do Norte
linha ferroviária em Portugal Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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A Linha do Norte é uma ligação ferroviária entre Lisboa e Porto, sendo considerada a mais importante de Portugal. Tem um comprimento de 336 km, das estações de Lisboa-Santa Apolónia a Porto-Campanhã, que ficam distantes 274 km entre si em linha reta. A linha é em via dupla, exceto 15 km de via quádrupla à saída de Lisboa, entre as estações de Lisboa-Oriente e Alverca, e está totalmente electrificada.
A Linha do Norte serve a região mais populosa de Portugal: cerca de 6,7 milhões de pessoas, 63% da população de Portugal, vive a menos de 35 km em linha reta duma estação principal (servida por comboios intercidades).[1] A linha serve também populações de outras regiões, pois constitui a espinha dorsal da rede ferroviária portuguesa, ligando as linhas a sul de Lisboa às linhas a norte do Porto e estas às Linhas da Beira Baixa e Beira Alta.[carece de fontes]
Em 2023 os comboios mais rápidos, do serviço Alfa Pendular ligam Lisboa-Santa Apolónia a Porto-Campanhã em duas horas e 58 minutos, com paragens em Lisboa-Oriente, Coimbra-B, Aveiro e Vila Nova de Gaia. Os comboios do serviço Intercidades, que param em onze estações intermédias, levam três horas e vinte e dois minutos.[carece de fontes] Cerca de dezoito comboios Alfa Pendular e Intercidades em cada sentido ligam diariamente Lisboa e Porto. A linha é ainda usada por comboios de mercadorias, regionais e suburbanos de Lisboa e Porto. No total, em cada dia útil a Linha do Norte é usada por cerca de 720 comboios (mercadorias e passageiros).[2]
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História
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Perspectiva
As obras para a construção da ligação ferroviária entre Lisboa ao Porto e à fronteira iniciaram-se em 17 de Setembro de 1853,[3] tendo o primeiro troço, até ao Carregado, sido aberto à exploração em 29 de Outubro de 1856.[4] A Linha do Norte foi concluída com a inauguração da Ponte de D. Maria Pia, no dia 5 de Novembro de 1877.[5] Em 24 de Junho de 1991, entrou ao serviço a Ponte de São João,[6] e, em 1998, a Gare do Oriente, em Lisboa.[7]
Fases da Construção[8]
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Caracterização
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Descrição
A Linha do Norte é a espinha dorsal do sistema ferroviário português. Esta importante via férrea, com 336,050 quilómetros de extensão, é a mais modernizada do País em infraestruturas e material circulante, e a sua construção contribuiu enormemente para o desenvolvimento das povoações por ela abrangidas.[9]
Saindo de Lisboa pela zona mais oriental da cidade, a partir da mais antiga estação do país, a Estação de Santa Apolónia, e passando logo depois pela principal estação ferroviária de Lisboa e do país, a Estação do Oriente, segue sempre junto ao Tejo, na direcção nordeste, atravessando e servindo localidades densamente urbanizadas da região da Grande Lisboa, tais como Sacavém, Bobadela, Alverca e Vila Franca de Xira. De seguida, seguindo ainda na direcção nordeste, entra pelas belas paisagens das lezírias ribatejanas, atravessando e servindo localidades como Azambuja, Cartaxo, Santarém e Torres Novas. Pouco depois, na interface do Entroncamento, dá ligação à Linha da Beira Baixa que, liga a Abrantes, Castelo Branco e Covilhã e, também dá ligação ao Ramal de Tomar, que, termina no centro da mesma cidade. No Entroncamento, vira de nordeste para norte, de onde entra num percurso rural e montanhoso, mas bonito de se ver, até à zona de Coimbra, passando por localidades como Caxarias, Ourém e Pombal. Serve Coimbra com uma estação situada perto do centro da cidade, a estação de Coimbra-B, da qual é possível fazer transbordo para um ramal de 2 km onde circulam regularmente comboios regionais e urbanos até à estação de Coimbra, que dá acesso directamente ao centro da cidade. De seguida, mais para norte, entra numa zona que é um misto de rural e indústria. Passa junto a parques industriais como Souselas, Pampilhosa (onde liga com a Linha da Beira Alta, dando acesso a localidades como Santa Comba Dão, Nelas, Celorico da Beira, Guarda, entre outras, e consequentemente a Espanha e à Europa), Aveiro e Ovar. Entre Ovar e Vila Nova de Gaia, segue junto ao mar, apenas interrompida em Espinho, cuja nova estação é subterrânea. No concelho de Vila Nova de Gaia atravessa de novo uma zona densamente urbanizada, já no Grande Porto. A entrada na cidade invicta é feita pela Ponte de São João, em que durante a travessia, se pode vislumbrar a panorâmica bela que é a zona histórica do Porto. O seu extremo norte é na estação de Campanhã, de onde segue para a Linha do Minho.
Obras de arte principais
- Ponte D. Maria Pia
- Ponte de São João
Estações e apeadeiros
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Referências literárias
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No romance Emigrantes, de Ferreira de Castro, o autor descreveu a chegada do personagem principal a Lisboa, vindo de navio, e a sua viagem de comboio do Rossio até Espinho:
“ | Desembarque, Lisboa, e as reminiscências da primeira vez que a vira, a subida para o comboio, a aspereza máscula do idioma falado, na origem, a entrada no túnel, tudo, tudo perdia relevo, tudo se amesquinhava ante o desejo predominante: Chegar! Chegar! Nas proximidades de Santarém descobriu, em suave e enluarado pendor, longa e extática fila de sombras. As oliveiras! As oliveiras! Há que ror de anos não as via! E era como se elas tivessem alma, como se lhe continuassem, na vertigem da corrida, lembranças do seu passado. Reconhecia já o país em que nascera. Divisava, de passagem, uma cancela, uma casita branca, um velho moinho com as suas quatro pétalas - um muro em ruínas... Que lindo! Que lindo! De manhã, os pinhais de Ovar saíram-lhe ao caminho, a saudá-lo, recordando-lhe a meninice, enchendo-lhe o espírito de contentamento. E a cada pinheiro que corria, veloz, para a cauda do comboio, ele dava um pouco de ternura, de velha e reconquistada familiaridade. Em Espinho, meteu-se nas gaiolas do Vale do Vouga... | ” |
— Ferreira de Castro, Emigrantes, p. 257 |
Ver também
Referências
- População, dada pelo censo de 2011 do Instituto Nacional de Estatística, dos municípios com sede e mais de metade do território a menos de 35 km duma estação principal.
- «PLANO DE INVESTIMENTOS EM INFRAESTRUTURAS FERROVIA 2020 - MODERNIZAÇÃO DA LINHA DO NORTE» (PDF). IP - Infraestruturas de Portugal, S.A. 12 de Abril de 2017. Consultado em 3 de Janeiro de 2018
- TORRES, 1958:10
- VIEGAS, 1988:61
- TORRES, 1925:12
- REIS et al, 2006:189
- TAVARES e ESTEVES, 2000:111-114
- TORRES, Carlos Manitto (1 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1681). p. 9-12. Consultado em 27 de Fevereiro de 2013
- Os Comboios em Portugal, em: José Ribeiro da Silva e Manuel Ribeiro (2008)
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Bibliografia
Leitura recomendada
Ligações externas
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