Top Qs
Linha do tempo
Chat
Contexto

Eleições legislativas portuguesas de 2022

Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Eleições legislativas portuguesas de 2022
Remove ads

As eleições legislativas portuguesas de 2022, também designadas por eleições para a Assembleia da República, realizaram-se antecipadamente a 30 de janeiro de 2022 e constituíram a XV Legislatura da Assembleia da República. O Partido Socialista (PS), de centro-esquerda, liderado pelo primeiro-ministro António Costa, venceu as eleições, atingindo a maioria absoluta.[1] Foi apenas a segunda vez que o PS alcançou tal feito desde a redemocratização,[2] tendo a primeira sido em 2005.

 2019    2024 
Eleições legislativas portuguesas de 2022
230 deputados da Assembleia da República
30 de janeiro de 2022
Demografia eleitoral
Hab. inscritos  10 813 246
Votantes 5 564 539
 
51.46%  5.9%
António Costa - PS
Votos: 2 302 601  
Assentos obtidos: 120  11.1%
 
41.38%
Rui Rio - PPD/PSD
Votos: 1 618 381  
Assentos obtidos: 77  2.5%
 
29.08%
André Ventura - CH
Votos: 399 659  
Assentos obtidos: 12  1100%
 
7.18%
João Cotrim de Figueiredo - IL
Votos: 273 687  
Assentos obtidos: 8  700%
 
4.92%
Catarina Martins - B.E.
Votos: 244 603  
Assentos obtidos: 5  73.7%
 
4.40%
Jerónimo de Sousa - PCP–PEV
Votos: 238 920  
Assentos obtidos: 6  50%
 
4.29%
Francisco Rodrigues dos Santos - CDS–PP
Votos: 89 181  
Assentos obtidos: 0  100%
 
1.60%
Inês Sousa Real - PAN
Votos: 88 152  
Assentos obtidos: 1  75%
 
1.58%
Rui Tavares - L
Votos: 71 232  
Assentos obtidos: 1  0%
 
1.28%
Outros
Votos: 91 299  
Assentos obtidos: 0  
 
1.63%
Mapa de resultados
Thumb


Primeiro-Ministro de Portugal

Em 27 de outubro de 2021, a proposta do XXII Governo Constitucional de Orçamento do Estado para 2022 foi chumbada na Assembleia da República. A proposta teve o voto a favor do PS, a abstenção do Pessoas–Animais–Natureza (PAN) e das duas deputadas não inscritas, e o voto contra de todos os restantes partidos com representação parlamentar à esquerda, do Partido Comunista Português (PCP), Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV), Bloco de Esquerda (B.E.), e à direita, do Partido Social Democrata (PPD/PSD), CDS – Partido Popular (CDS–PP), Iniciativa Liberal (IL) e Chega (CH).[3] Como o PS não tinha maioria na Assembleia da República, estava, desde 2015 (em que vencera as eleições à coligação de direita, mas sem maioria), dependente dos partidos de esquerda (B.E., PCP e PEV) para fazer aprovar os orçamentos; o de 2022 era o primeiro que estes partidos haviam decidido rejeitar.

Na sequência da reprovação do orçamento, o primeiro na história da Terceira República,[3] o presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa anunciou publicamente, no dia 4 de novembro, a marcação de eleições para o dia 30 de janeiro de 2022.[4] A 5 de dezembro de 2021, decretou oficialmente a decisão.[5][6] De acordo com a Constituição da República Portuguesa, é necessária a realização de eleições nos sessenta dias seguintes à dissolução do Parlamento.[7]

A vitória do PS deu origem ao XXII Governo Constitucional, que com maioria absoluta passou a governar sem necessidade de entendimentos com os partidos à sua esquerda.

Remove ads

Contexto

Resumir
Perspectiva
Thumb
Logótipo oficial da eleição.

Votação durante a pandemia

Estas eleições, que foram o quarto ato eleitoral — depois das eleições dos Açores de 2020, das presidenciais de 2021 e das autárquicas do mesmo ano — a acontecer em Portugal desde o início da pandemia de COVID-19 no país, aconteceram durante a quinta vaga da pandemia em território nacional, que se caracterizava por ter a variante ómicron do SARS-CoV-2 como variante predominante e que foi a vaga mais disseminada em termos de números de infetados (embora não tenha tido a gravidade das vagas anteriores e, nomeadamente da terceira vaga, que aconteceu entre janeiro e março de 2021).[8] Assim sendo, até 19 de janeiro de 2022, a informação oficial era de que as pessoas em confinamento ou isolamento devido à COVID-19 e outros impedidos de se deslocar à assembleia de voto no dia principal do ato eleitoral, como utentes de lares ou presos, poderiam pedir entre 20 e 23 de janeiro a recolha do respetivo voto na morada onde se encontram a cumprir confinamento, o que ocorreu em 25 e 26 de janeiro.[9] Porém, isto impediria de votar todos os eleitores que ficassem isolados a partir do dia 24.

A 19 de janeiro de 2022, a ministra da Administração Interna Francisca Van Dunem e a diretora-geral da Saúde Graça Freitas anunciaram que os eleitores em isolamento profilático devido à COVID-19 poderiam sair de casa para votar no dia 30 de janeiro, na sequência de um parecer jurídico que o Governo tinha pedido ao Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República.[10] Independentemente de estarem infetados ou não, o governo e a Direção-Geral da Saúde recomendaram que as pessoas em situação de isolamento profilático votassem entre as 18h e as 19h desse mesmo dia, sem necessidade de apresentarem qualquer declaração relativa ao referido isolamento, e que apenas saíssem para exercer o seu direito de voto.[11] Nas outras três eleições que haviam ocorrido durante a pandemia, não se tinha tomado esta decisão.

Naquele parecer, o Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República, após o Governo lhe ter perguntado que valor jurídico deveria prevalecer (a proibição de sair de casa decorrente do risco de contágio, ou o direito universal ao voto),[12] respondeu que "não pode ser imposta aos eleitores sujeitos a confinamento a privação do direito de sufrágio"[13] e anunciou que considera urgente rever a legislação eleitoral, alegando que o regime legal vigente "não harmonizou em termos adequados" o direito ao voto dos eleitores em confinamento obrigatório.[14] Entretanto, já a Comissão Nacional de Eleições tinha também emitido a mesma opinião jurídica.[15]

Votação antecipada

Os eleitores puderam votar antecipadamente, o que aconteceu a uma semana antes do dia das eleições, a 23 de janeiro de 2022. Os eleitores tiveram de se registar para poderem votar mais cedo, entre 16 e 20 de janeiro de 2022. Pediram para votar antecipadamente 315 785 eleitores, um número abaixo das expectativas, dado que o governo esperava uma maior percentagem de eleitores a solicitar uma votação antecipada.[16] A 23 de janeiro, 285 848 eleitores (90,5% dos eleitores que solicitaram) votaram mais cedo.[17]

Remove ads

Partidos

Resumir
Perspectiva

Com representação parlamentar

Os partidos ou coligações que obtiveram deputados na Assembleia da República nas eleições legislativas de 2019 e que contestaram a eleição foram os seguintes:[18]

Sem representação parlamentar

Os partidos ou coligações que não obtiveram deputados na Assembleia da República nas eleições legislativas de 2019 e que contestaram a eleição foram os seguintes:[18]

Mais informação Partido, Sigla ...
Remove ads

Círculos eleitorais

Resumir
Perspectiva

Com representação parlamentar

Mais informação Círculo eleitoral, PS ...

Sem representação parlamentar

Mais informação Círculo eleitoral, A ...

Distribuição de deputados

A seguinte tabela contém o número de deputados elegíveis em cada círculo eleitoral.[39][40]

Mais informação Círculo eleitoral, Número de deputados ...
Remove ads

Debates

Resumir
Perspectiva

Com representação parlamentar

Mais informação Debates entre partidos com representação na eleição anterior, Data ...

Sem representação parlamentar

Mais informação Debates entre partidos sem representação na eleição anterior, Data ...

Entre cabeças de lista

Mais informação Debates entre cabeças de lista, Data ...
Remove ads

Sondagens

Thumb
Gráfico linear das sondagens realizadas.
Mais informação Empresa de sondagens, Data de amostragem ...
Remove ads

Afluência

Mais informação Horário, Eleitores ...

Resultados oficiais

Mais informação Partido, Votos ...
Remove ads

Resultados por concelho

Forças políticas com mais de 1% dos votos

Forças políticas com menos de 1% dos votos

Mais informação Concelhos, % ...
Remove ads

Resultados por círculo eleitoral

Resumir
Perspectiva

Açores

Mais informação Partido, Votos ...

Aveiro

Mais informação Partido, Votos ...

Beja

Mais informação Partido, Votos ...

Braga

Mais informação Partido, Votos ...

Bragança

Mais informação Partido, Votos ...

Castelo Branco

Mais informação Partido, Votos ...

Coimbra

Mais informação Partido, Votos ...

Évora

Mais informação Partido, Votos ...

Faro

Mais informação Partido, Votos ...

Guarda

Mais informação Partido, Votos ...

Leiria

Mais informação Partido, Votos ...

Lisboa

Mais informação Partido, Votos ...

Madeira

Mais informação Partido, Votos ...

Portalegre

Mais informação Partido, Votos ...

Porto

Mais informação Partido, Votos ...

Santarém

Mais informação Partido, Votos ...

Setúbal

Mais informação Partido, Votos ...

Viana do Castelo

Mais informação Partido, Votos ...

Vila Real

Mais informação Partido, Votos ...

Viseu

Mais informação Partido, Votos ...

Europa

Após problemas processuais que atrasaram o apuramento, em fevereiro de 2022 a votação no círculo da Europa foi anulada pelo Tribunal Constitucional, que ordenou a repetição do escrutínio neste círculo.[64]

Mais informação Partido, Votos ...

Fora da Europa

Mais informação Partido, Votos ...
Remove ads

Análise e reações

Resumir
Perspectiva

O PS — no governo de Portugal desde 2015 — venceu as eleições, conquistando uma maioria absoluta na Assembleia da República, a qual lhe permitiu dispensar os entendimentos à sua esquerda, a que estava obrigado desde 2015 para viabilizar os orçamentos. Foi a segunda vez que o partido alcançou uma maioria absoluta no parlamento desde a sua fundação,[65] tendo a primeira sido em 2005. O PS ganhou 41,4% dos votos e elegeu 120 deputados, quatro a mais do que os necessários para uma maioria absoluta.[66] O PS foi o mais votado em todos os distritos de Portugal Continental e nos Açores, tendo perdido para a coligação Madeira Primeiro (PPD/PSD.CDS–PP) na Madeira.[67] Os analistas consideraram que o PS beneficiou de uma transferência dos eleitores do B.E. e da CDU. O jornal Expresso observou que, sem considerar os votantes no estrangeiro, o PS conseguiu 379 000 votos a mais do que em 2019, enquanto que o B.E. e a CDU perderam juntos 344 000 votos.[68] Costa afirmou que a "maioria absoluta não significa poder absoluto" e que ainda estaria aberto a dialogar com os outros partidos, apesar de já não ser exigência para governar.[69] Também prometeu reformas, afirmando: "Foram criadas as condições para realizar investimentos e reformas para que Portugal seja mais próspero, mais justo, mais inovador."[70]

O PPD/PSD permaneceu estável, com desempenho inferior ao registado nas sondagens de opinião, que previam uma disputa renhida com o PS. Os sociais-democratas alcançaram 29,1% dos votos, um pouco mais do que em 2019, e elegeram 77 deputados, dois a menos do que na eleição anterior. O PPD/PSD foi superado pelo PS em distritos onde tradicionalmente vencia, como Leiria e Viseu, perdendo Bragança por apenas 15 votos; ganhou apenas na Madeira em coligação com o CDS–PP. Na mesma noite da eleição, o líder do partido, Rui Rio, afirmou que pretendia pedir a demissão do cargo.[71][72]

O Chega terminou em terceiro lugar, conquistando doze deputados e 7,2% dos votos.[73] A Iniciativa Liberal ficou em quarto lugar, com oito deputados e 4,9% dos votos.[74] Ambos os partidos obtiveram ganhos consideráveis nesta legislatura,[70] dado que, nas eleições de 2019 (em que ambos se tinham estreado), cada um tinha obtido apenas 1,3% dos votos e elegido um deputado. O presidente do Chega, André Ventura, comemorou uma "grande noite", embora o partido tenha recebido mais de 100 000 votos a menos do que Ventura havia registado nas eleições presidenciais do ano anterior, quando a participação dos eleitores foi menor. Ventura atribuiu a culpa pela maioria do PS ao líder do PPD/PSD, por não ter formado uma aliança entre os dois partidos de direita, e afirmou: "De agora em diante não haverá uma oposição suave. Vamos assumir o papel de ser a verdadeira oposição aos socialistas e restaurar a dignidade a este país."[70] O líder da IL, João Cotrim de Figueiredo, também comemorou ganhos suficientes para formar uma bancada parlamentar e disse que o seu partido seria uma "firme oposição ao socialismo".[75]

Tanto o B.E. quanto a CDU sofreram perdas, sendo superados pelo Chega e pela IL: o B.E. elegeu cinco deputados, com 4,4% dos votos;[76] a CDU conquistou seis deputados e 4,3% dos votos, perdendo os assentos que possuía pelos distritos de Évora e Santarém.[77] A rejeição dos partidos ao orçamento de 2022 foi considerada um fator para a perda de votos e deputados, bem como o voto útil destinado a evitar uma vitória do PPD/PSD.[78] O Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV), que sempre concorreu coligado com o PCP, na CDU, perdeu todos os seus deputados pela primeira vez.[79] A líder do B.E., Catarina Martins, culpou o PS por ter criado uma "falsa crise" que, segundo ela, resultou numa eleição polarizada, que penalizou partidos à esquerda do PS. Também se manifestou contra os ganhos do Chega.[80] O líder do PCP, Jerónimo de Sousa, fez uma declaração semelhante sobre o PS.[81]

O CDS – Partido Popular (CDS–PP) perdeu pela primeira vez todos os seus deputados, recebendo 1,6% dos votos e deixando de ter representação parlamentar. O líder do partido, Francisco Rodrigues dos Santos, anunciou a sua demissão.[82][83] Também por conta do voto útil, o PAN ficou pior do que em 2019, conquistando apenas uma deputada e 1,6% dos votos, três deputados a menos do que na eleição anterior.[84] A líder do PAN, Inês de Sousa Real (a única deputada eleita), lamentou o resultado, afirmando que uma maioria absoluta seria má para a democracia.[85] O Livre voltou a eleger um deputado e obteve 1,3% dos votos; o seu porta-voz, Rui Tavares, foi o único eleito pelo partido, no distrito de Lisboa.[86]

A afluência dos eleitores foi a maior desde as legislativas de 2015.

Remove ads

Repetição da votação no círculo eleitoral da Europa

Resumir
Perspectiva

A 15 de fevereiro de 2022, o Tribunal Constitucional decidiu por unanimidade a repetição do ato eleitoral nas assembleias de voto do círculo eleitoral da Europa, devido ao facto de terem sido considerados nulos mais de 80% dos votos deste círculo eleitoral.[87][88]

Esta anulação fora decidida, a 10 de fevereiro, pela mesa de Apuramento Geral da Europa, porque tinham sido recebidos votos que não vinham acompanhados de uma cópia do documento de identificação (cartão de cidadão ou bilhete de identidade) — exigência da lei eleitoral portuguesa para votos exercidos por correspondência em vez de presencialmente, a fim de garantir a pessoalidade do voto — e porque muitas das mesas que os receberam e processaram, em vez de os terem separado dos restantes por não serem válidos, decidiram misturá-los na urna com os votos válidos,[89][90] contra as instruções da Comissão Nacional de Eleições (CNE)[89][91] e contra os protestos do PPD/PSD; por já estarem misturados e não ser possível distinguir os boletins nulos dos boletins válidos, a mesa de Apuramento Geral da Europa decidiu anular todos os votos das mesas que tinham agido desse modo. O mesmo incidente sucedeu em mesas do círculo de Fora da Europa, mas, neste, a mesa de Apuramento Geral teve um entendimento diferente e decidiu não anular os votos das mesas onde tinha ocorrido essa mistura de votos.[89][90]

Na sequência destas decisões, vários partidos (o Chega, o PAN, o Livre, o Volt e o MAS), discordando da decisão da mesa da Europa de anular aqueles votos, apresentaram recurso da mesma ao Tribunal Constitucional,[88] argumentando que tinha havido uma reunião entre os partidos e o Ministério da Administração Interna onde se tinha decidido considerar válidos os votos que não viessem com cópia do documento de identificação (uma decisão descrita como um "acordo de cavalheiros")[89] — reunião esta em que também o PPD/PSD, partido que promovera a anulação destes votos, tinha participado e concordado com a deliberação, mas tendo vindo a mudar de ideias posteriormente[89] após ter consultado o seu gabinete jurídico (dado que, antes da reunião, não estava prevista a discussão desse tema).[91] O Tribunal concedeu provimento parcial apenas ao recurso apresentado pelo Volt, o único dos cinco recursos considerado juridicamente bem instruído[92], uma vez que revogou, conforme pretendia o partido, a deliberação da Assembleia de Apuramento Geral do Círculo da Europa, na parte em que declara a nulidade de todos os votos nas assembleias de voto do círculo eleitoral da Europa e respondeu que essa decisão tinha sido "grosseiramente ilegal", tendo declarado que os partidos não tinham competência para chegarem a um entendimento diferente da lei eleitoral, e reiterando que só poderiam mesmo ser válidos os boletins que viessem acompanhados com cópia do documento de identificação.[87][89] Mais considerou o Tribunal que, dado que os votos anulados constituíam uma percentagem tão elevada do total, o resultado do apuramento poderá ter sido influenciado; como tal, e dado que era impossível determinar o verdadeiro resultado (por motivo de se terem misturado votos válidos com inválidos), ordenou a repetição da votação no círculo da Europa, ao contrário do que pretendia o Volt, nomeadamente a contabilização como válidos de todos os votos considerados nulos pela Assembleia de Apuramento Geral do Círculo da Europa.[87][88]

Quanto ao círculo de Fora da Europa, apesar de o PPD/PSD ter manifestado a sua discordância com a decisão de não anular os votos em causa,[91] optou por não apresentar recurso para o Tribunal Constitucional, motivo pelo qual o resultado foi considerado válido e a votação não foi repetida neste círculo.[89][91]

Entretanto, o PPD/PSD anunciou que iria apresentar uma queixa no Ministério Público contra os membros das mesas onde se verificaram as misturas de votos, alegando ter sido cometido um crime eleitoral "intolerável" de forma "consciente" e "dolosa".[93]

A repetição da eleição foi depois marcada pela CNE para os dias 12 e 13 de março de 2022 de forma presencial, mantendo-se a possibilidade de votar por correspondência, sendo considerados válidos os boletins recebidos até ao dia 23 de março. Como consequência, a tomada de posse do novo governo foi adiada.[88] O terceiro governo PS liderado por António Costa acabou por tomar posse no seguinte dia 30.[94]

Eleições legislativas portuguesas de 2022

Distritos: Aveiro | Beja | Braga | Bragança | Castelo Branco | Coimbra | Évora | Faro | Guarda | Leiria | Lisboa | Portalegre | Porto | Santarém | Setúbal | Viana do Castelo | Vila Real | Viseu | Açores | Madeira | Estrangeiro

Remove ads

Notas

    1. Na Madeira, PPD/PSD e CDS–PP concorreram na coligação Madeira Primeiro (PPD/PSD.CDS–PP).[19]
    2. Na Região Autónoma dos Açores, PPD/PSD, CDS–PP e PPM concorreram na coligação AD / Aliança Democrática (PPD/PSD.CDS–PP.PPM)[20][21]
    3. Perdeu a representação parlamentar a 31 de janeiro de 2020, após retirar a confiança política à sua deputada única Joacine Katar Moreira.[22]
    4. João Oliveira substituiu Jerónimo de Sousa.[41]
    5. O PCP anunciou a 20 de dezembro de 2021 que não participará em debates não realizados em canal generalista, por "considerar que a organização de debates não garante princípios básicos de imparcialidade".[44] Consequentemente, estes debates foram cancelados.[45]
    6. Bruno Fialho esteve presente por via digital, após ter recusado fazer um teste à COVID-19, condição necessária para estar presente no estúdio [49]

    Referências

    1. Teresa Abecasis (30 de janeiro de 2022). «António Costa deixou de pedir a maioria absoluta e conseguiu a segunda do PS». CNN. Consultado em 30 de janeiro de 2022
    2. «Apenas cinco maiorias absolutas desde 1976, quatro do PSD». RTP Notícias. 30 de janeiro de 2022. Consultado em 30 de janeiro de 2022
    3. Ferreira, Ricardo; Henriques, Susete. «Marcelo marca eleições para 30 de janeiro». Diário de Notícias. Consultado em 4 de novembro de 2021. Cópia arquivada em 4 de novembro de 2021
    4. «Entre 310 mil e 720 mil pessoas estarão em isolamento no dia das eleições». 15 de janeiro de 2022. Consultado em 16 de janeiro de 2022
    5. «Freguesias discordam de horário para voto de confinados e pedem reforço de vacina para autarcas». Público. 12 de janeiro de 2022. Consultado em 18 de janeiro de 2022
    6. «Conselho Consultivo da PGR já enviou ao Governo parecer sobre voto de eleitores em isolamento». Observador. 19 de janeiro de 2022. Consultado em 23 de janeiro de 2022
    7. Begonha, Ana Bacelar (19 de janeiro de 2022). «Perguntas e respostas: Posso votar se estiver em isolamento profiláctico? Como?». Público. Consultado em 19 de janeiro de 2022
    8. «Governo pediu parecer urgente à PGR para que isolados possam votar». Expresso. 5 de janeiro de 2022. Consultado em 23 de janeiro de 2022
    9. Begonha, Ana Bacelar (20 de janeiro de 2022). «O argumento que levou a PGR a aprovar o voto dos isolados». Público. Consultado em 23 de janeiro de 2022
    10. «Conselho consultivo da PGR considera urgente rever a legislação eleitoral». RTP. 19 de janeiro de 2022. Consultado em 19 de janeiro de 2022
    11. «CNE diz que isolados e infetados não podem ser impedidos de sair de casa para votar». Jornal de Notícias. 6 de janeiro de 2022. Consultado em 23 de janeiro de 2022
    12. «Eleição da Assembleia da República — 30 de janeiro de 2022» (PDF). Comissão Nacional de Eleições. 14 de janeiro de 2022
    13. Sousa, Jorge Freitas. «PSD e CDS em coligação nas eleições de 30 de Janeiro». DNOTICIAS.PT. Consultado em 13 de novembro de 2021. Cópia arquivada em 13 de novembro de 2021
    14. «Legislativas. PSD, CDS–PP, PPM concorrem em coligação pré-eleitoral nos Açores». RTP. 3 de dezembro de 2020. Consultado em 7 de dezembro de 2021
    15. Portugal, Rádio e Televisão de. «Coligação PSD/CDS–PP/PPM nos Açores apresenta Paulo Moniz como cabeça de lista». Coligação PSD/CDS–PP/PPM nos Açores apresenta Paulo Moniz como cabeça de lista. Consultado em 19 de dezembro de 2021
    16. «Eleições Legislativas 2022». legislativas2022.mai.gov.pt. Consultado em 30 de janeiro de 2022
    17. Lusa, Notícias de Coimbra com. «Candidatos do ADN pelo círculo de Coimbra desistem das eleições». Consultado em 29 de janeiro de 2022
    18. O presidente do PPD/PSD, Rui Rio, é o segundo da lista.
    19. «PS aprova lista de deputados às legislativas 2022. Consulte aqui». www.dn.pt. Consultado em 15 de dezembro de 2021
    20. «Visão | Listas do PSD: Ilustres desconhecidos ocupam lugares de destacados deputados». Visão. 7 de dezembro de 2021. Consultado em 8 de dezembro de 2021
    21. Lusa, Agência. «Conselho Nacional do CDS aprova listas de candidatos a deputados». Observador. Consultado em 16 de dezembro de 2021
    22. «Cabeça de lista do CDS por Aveiro desiste. Partido troca de nome». Jornal Expresso. Consultado em 21 de dezembro de 2021
    23. «Pessoas Candidatas nas Legislativas 2022 | PAN». 17 de dezembro de 2021. Consultado em 1 de janeiro de 2022
    24. Lusa. «Chega fixa objectivo de eleger entre 15 e 25 deputados nas legislativas». PÚBLICO. Consultado em 15 de dezembro de 2021
    25. «Candidatos da Iniciativa Liberal às Eleições Legislativas 2022» (PDF). www.iniciativaliberal.pt. Consultado em 20 de dezembro de 2021
    26. Penela, Rita. «Livre. Rui Tavares vence primárias e é candidato por Lisboa às legislativas». Observador. Consultado em 29 de novembro de 2021
    27. «Debate André Ventura/Rui Rio garante programa mais visto do dia à SIC». Zapping. 4 de janeiro de 2022. Consultado em 5 de janeiro de 2022
    28. Penela, Rita (31 de dezembro de 2021). «32 debates em 16 dias para ver na televisão nas primeiras semanas de janeiro». Observador. Consultado em 2 de janeiro de 2022
    29. «E o debate das legislativas mais visto até aqui é...». CNN Portugal. Consultado em 10 de janeiro de 2022
    30. Portugal, Rádio e Televisão de. «RTP, SIC e TVI acordam calendário de debates para as eleições de janeiro de 2022». RTP, SIC e TVI acordam calendário de debates para as eleições de janeiro de 2022. Consultado em 17 de dezembro de 2021
    31. Catarina Martins é Cabeça de Lista.
    32. António Costa é Cabeça de Lista. Edite Estrela é n.º 2 da lista.
    33. Mariana Mortágua é Cabeça de Lista. Pedro Filipe Soares é n.º 2 da Lista.
    34. Jerónimo de Sousa é Cabeça de Lista.
    35. André Ventura é Cabeça de Lista.
    36. João Cotrim de Figueiredo é Cabeça de Lista.
    37. Rui Tavares é Cabeça de Lista.
    38. Os resultados presentes excluem indecisos (17.8%). Com os indecisos, os resultados são: PS: 29.0%; PPD/PSD: 24.1%; B.E.: 7.0%; CH: 5.8%; PCP–PEV: 4.9%; IL: 4.5%; PAN: 3.5%; CDS–PP: 0.9%; L: 0.5%; Outros/Inválido: 1.9%.
    39. Os resultados presentes excluem indecisos (17.1%). Com os indecisos, os resultados são: PS: 29.4%; PPD/PSD: 22.2%; CH: 7.4%; B.E.: 5.5%; IL: 5.3%; PCP–PEV: 3.7%; PAN: 2.9%; CDS–PP: 1.3%; L: 0.7%; Outros/Inválido: 4.4%.
    40. «Eleições Legislativas 2022». legislativas2022.mai.gov.pt. Consultado em 23 de março de 2022
    41. «Tribunal Constitucional manda repetir votação dos emigrantes». SIC Notícias. 15 de fevereiro de 2022. Consultado em 15 de fevereiro de 2022
    42. «Portugal election: Socialists win unexpected majority». BBC. 31 de janeiro de 2022. Consultado em 11 de fevereiro de 2022
    43. São José Almeida (31 de janeiro de 2022). «Os eleitores deram ao PS a maioria absoluta que Costa pediu». Público. Consultado em 11 de fevereiro de 2022
    44. Rafaela Burd Relvas (31 de janeiro de 2022). «Distrito a distrito, quem ganhou e quem perdeu». Público. Consultado em 11 de fevereiro de 2022
    45. Liliana Valente (31 de janeiro de 2022). «Maioria absoluta de Costa foi à custa de 344.861 votos da esquerda. Veja como quebrou quatro dogmas eleitorais». Expresso. Público. Consultado em 11 de fevereiro de 2022
    46. Sam Jones (31 de janeiro de 2022). «Portugal general election: Socialists win surprise outright majority». The Guardian. Consultado em 11 de fevereiro de 2022
    47. «Portugal's ruling Socialists win re-election with outright majority». France 24. 30 de janeiro de 2022. Consultado em 11 de fevereiro de 2022
    48. Rita Dinis e Rui Duarte Silva (31 de janeiro de 2022). «"Auf Wiedersehen": como o voto útil em Costa acabou com a "utilidade" de Rio». Expresso. Consultado em 11 de fevereiro de 2022
    49. Pedro Soares Botelho (31 de janeiro de 2022). «Auf Wiedersehen? Perante a derrota, Rui Rio pergunta como pode ser ser útil ao partido». Sapo. Consultado em 11 de fevereiro de 2022
    50. Paulo Lourenço (31 de janeiro de 2022). «André Ventura: "A partir de agora, vai haver a oposição que faltou ao PS"». Jornal de Notícias. Consultado em 11 de fevereiro de 2022
    51. «País acorda "hoje mais liberal" com oito deputados». Jornal de Notícias. 31 de janeiro de 2022. Consultado em 11 de fevereiro de 2022
    52. «João Cotrim de Figueiredo: "Grupo parlamentar da Iniciativa Liberal será oposição firme ao socialismo"». SIC Notícias. 31 de janeiro de 2022. Consultado em 11 de fevereiro de 2022
    53. Rui Miguel Godinho (31 de janeiro de 2022). «De 19 para cinco. Foi assim que o BE saiu das legislativas». Diário de Notícias. Consultado em 11 de fevereiro de 2022
    54. Inês Batista (31 de janeiro de 2022). «CDU perde metade dos mandatos mas "a luta continua"». Observador. Consultado em 11 de fevereiro de 2022
    55. Celso Gomes; Resende, Guilherme (1 de fevereiro de 2022). «Portugal: How the Left Won and Lost a Parliamentary Election». Europe Elects. Consultado em 11 de fevereiro de 2022
    56. «"Verdes" perdem representação parlamentar». Jornal de Negócios. 31 de janeiro de 2022. Consultado em 11 de fevereiro de 2022
    57. «Catarina Martins fala em "crise artificial" criada pelo PS e promete combater "deputados racistas"». RTP Notícias. 31 de janeiro de 2022. Consultado em 11 de fevereiro de 2022
    58. «Jerónimo culpa "extrema" bipolarização mas diz que quem "perde a coragem, perde tudo"». Lusa. Sapo. 30 de janeiro de 2022. Consultado em 11 de fevereiro de 2022
    59. Eunice Lourenço (30 de janeiro de 2022). «Diogo Feio apela a reflexão sobre "tudo" no CDS. Incluindo a extinção». Expresso. Consultado em 11 de fevereiro de 2022
    60. Sofia Rodrigues (31 de janeiro de 2022). «CDS fica fora do Parlamento e líder demite-se». Público. Consultado em 11 de fevereiro de 2022
    61. Ana Bacelar Begonha (31 de janeiro de 2022). «PAN elege no último minuto, mas sai destas eleições como um dos grandes derrotados». Público. Consultado em 11 de fevereiro de 2022
    62. Sónia Peres Pinto (31 de janeiro de 2022). «Inês Sousa Real passa a única deputada do PAN». Jornal Sol. Consultado em 11 de fevereiro de 2022
    63. «Legislativas: já há novas datas para a votação dos emigrantes». SIC Notícias. 16 de fevereiro de 2022. Consultado em 18 de fevereiro de 2022
    64. «Eleições repetidas. Acordo entre partidos na origem da polémica». RTP. 18 de fevereiro de 2022. Consultado em 18 de fevereiro de 2022
    65. Correia, Gonçalo (10 de fevereiro de 2022). «Mais de 80% dos votos de emigrantes na Europa anulados. PS e PSD elegem, Chega em 3º». Observador. Consultado em 18 de fevereiro de 2022
    66. Carrapatoso, Miguel Santos; Antunes, Rui Pedro (16 de fevereiro de 2022). «Os bastidores da guerra pelos votos dos emigrantes. Do acordo de cavalheiros ilegal entre todos os partidos ao corte do jurista do PSD». Observador. Consultado em 18 de fevereiro de 2022
    67. Duarte, José Carlos (11 de fevereiro de 2022). «"Cometeu-se um crime." PSD apresenta queixa ao Ministério Público sobre voto de emigrantes». Observador. Consultado em 18 de fevereiro de 2022

    Ligações externas

    Loading related searches...

    Wikiwand - on

    Seamless Wikipedia browsing. On steroids.

    Remove ads